206- Camisa do Al-Ahly Sporting Club

A 206ª camisa de futebol do site também vem do continente africano, especificamente da cidade do Cairo, no Egito.

Como dissemos no post sobre a Camisa da Zâmbia, a história do continente africano é algo apaixonante.
Quanto mais se aprende, mais fica claro o quão falha foi a educação no Brasil, que permitiu que conhecêssemos tão pouco sobre o local de origem de boa parte do povo que formou nossa sociedade.
Mas nunca é tarde… Tem muita coisa para se ler sobre a África, desligue o computador e vá ler algo legal.
Sugiro a HQAYA de Yopougon” sobre o cotidiano de uma garota da Costa do Marfim.

O Egito é uma nação com história milenar e sua capital, o Cairo é uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo, fundada no ano de 969 (século X mesmo, não falta nenhum número aí). Foto do site Info Escola:

A cidade do Cairo possui um incrível patrimônio cultural e histórico, sendo reconhecida pelas Pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. Foto do site História do Mundo:

A cidade reúne modernidade e tradição, tendo ao lado destes monumentos históricos uma agitada área urbana.

E o Al-Ahly Sporting Club é um dos representantes do futebol do Cairo, talvez até mais que isso, uma vez que seu nome significa “Nacional”, o time nasceu como representação da unidade do país, em uma época em que os outros times do Cairo representavam comunidades inglesas.

O time foi fundado em 24 de abril de 1907, este é o time que estreou na Liga Egípcia:

O Al Ahly é o mais vitorioso do Egito, tendo ganho a Liga Egípcia 42 vezes. Aqui, o time de 1982 (foto do site Posteres de Times Campeões):

O Al Ahly venceu também a Copa Egípcia 37 vezes, aqui o time de 1992:

Foram ainda 8 Supercopas da CAF e 4 Recopas Africana, a antecessora da atual Copa das Confederações da CAF. Aqui, o time de 2008:

Em junho de 2023, o Al Ahly conquistou o 11º título da Champions da África com o time abaixo (foto do site Trivela):

A torcida do Al Ahly é gigante! Está estimada em torno de 35 milhões de torcedores.

Vale a pena ver a festa que os caras fazem nos estádios:

O Al Ahly várias participações no Campeonato Mundial da FIFA, mas sem dúvida ficou lembrado aqui no Brasil por conta da edição de 2020, realizada no Catar (em fevereiro de 2021 por conta do COVID-19). Naquele ano, após vencer o time da casa, o Lekhwiya por 1×0, foi derrotado na semifinal para o Bayern de Munique, por 2×0, indo para a disputa do terceiro lugar contra o Palmeiras e contrariando as estatísticas, bateu o time brasileiro nos pênaltis.

Em 2021, após eliminar o Monterrey do México nas quartas de final, enfrentou novamente o Palmeiras, onde desta vez foi derrotado pelo placar de 2×0, mas ainda assim, é o segundo clube com mais participações no Mundial de Clubes.

Nos despedimos com uma canção / clipe falando dessa paixão:

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205 – Camisa da seleção da Zâmbia

A 205ª (lê-se ducentésima quinta) camisa de futebol do site vem do continente africano, a terra mãe de toda a humanidade e que foi tão explorada pelos europeus e por todo o mundo até atualmente.

Dentro de um continente tão rico cultural e socialmente, essa camisa representa as cores da seleção da Zâmbia. Foi um presente do amigo Rino.

Este é o brasão do país, adotado em 1964 quando a República da Zâmbia alcançou a sua independência. a águia representa a liberdade e a esperança no futuro da nação:

A região da atual Zâmbia já era habitada em 200 mil anos a.C., você pode imaginar o que é isso? Ali foi encontrado o fóssil do Homo rhodesiensis.

Os habitantes eram aparentados com os atuais povos caçadores e coletores de línguas khoisan que habitam o sul da África.
A partir do século IV, a região foi invadida pelos povos bantos, que expulsaram os habitantes.
No século XIX, os povos se concentravam em cinco reinos banto: os kazembe-lundas no norte; os bembas no nordeste; os chewas no leste; os lozis no oeste e os tongas no sul.
Em 1851, o missionário escocês David Livingstone (lembra da música do Capital Inicial?) explorou a região tentando impor a fé cristã, e acabou encontrando as maiores quedas d’água do mundo, no rio Zambeze, a Mosi-oa-tunya (“fumo que troveja”) e as batizou (em mais uma mostra do eurocentrismo) como cataratas Vitória, em homenagem à rainha da Inglaterra.

Em 1886, Portugal reivindicou o controle da região, mas a Inglaterra também tinha interesse nas riquezas locais e incentivou a criação, em 1889, da Companhia Britânica da África do Sul, entidade privada que tinha como meta a exploração comercial da África austral. Era a invasão “oficial e legalizada” do continente
Surgem leis discriminatórias favorecendo a minoria de origem europeia.
Em 1890, diante de um ultimato inglês, Portugal renunciou à posse do território em disputa.
O território, inicialmente chamado Zambézia, passou a ser conhecido como Rodésia, em homenagem a um dos criadores da Companhia Britânica da África do Sul, Cecil Rhodes.
A companhia administrou o território até 1924, ano em que a sua porção norte, conhecida como Rodésia do Norte, foi transformada em protetorado britânico. Esta é uma imagem do povo rodesiano do norte:

Em 1953, as Rodésias do Norte e do Sul se uniram a Niassalândia e formaram a Federação da Rodésia e Niassalândia, ainda sob invasão britânica.
A federação foi dissolvida em 1963, e no ano seguinte, a Rodésia do Norte tornou-se independente da Inglaterra e mudou seu nome para Zâmbia.

Nos anos 70 a banda Witch fez a cabeça da geração psicodélica não só da Zambia, mas de diversos países:

Bacana ver que o país e seu povo tem seguido seu caminho no desenvolvimento e é lindo ver que artistas como Aubrey Chali tem desenvolvido um olhar especial sobre o país:

A Seleção Zambiana de Futebol representa a Zâmbia nas competições de futebol da FIFA, sendo filiada à FIFA, CAF e à COSAFA.
A seleção era conhecida como Chipolopolo (“Balas de Cobre”, no idioma bemba) por seu estilo veloz de jogo e pelo cobre ser tão importante para a economia do país.
Em 1988, nas Olimpíadas de Seul, a Zâmbia fez história ao vencer a Itália por 4×0.

Em 27 de abril de 1993, um avião da Força Aérea zambiana que levava a seleção de Zâmbia para uma partida das Eliminatórias de 1994, teve um problema com um dos motores e caiu no Gabão, e dezoito jogadores, três dirigentes da Associação de Futebol da Zâmbia (FAZ) e cinco militares acabaram morrendo.

Mas os deuses do futebol são mesmo impossíveis e em 2012, jogando no mesmo Gabão onde todos morreram, Zâmbia entra para a história derrotando nos pênaltis a Costa do Marfim e conquistando pela primeira vez a Copa Africana de Nações.

E agora, em 2023, a seleção da Zâmbia também marcou presença na Copa do mundo feminina:

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158- Camisa da Seleção da Namíbia

A 158a camisa de futebol da coleção vem de um lugar pouco conhecido pelos brasileiros, e até mesmo pelo mundo. Falamos da Seleção da Namíbia, país do continente africano.

O território da Namíbia sofreu várias invasões e passou pelas mãos dos portugueses (que exploraram seu litoral por volta de 1485) e dos alemães, que passaram a administrar o país a partir de 1885, até a primeira guerra mundial.

A partir daí, a União Sul-Africana obteve o mandato da Liga das Nações para administrar o território.

A partir de 1966, a SWAPO (South-West Africa People’s Organisation), um movimento marxista independentista, entrou em guerra contra as forças ocupantes, e em 1990, a Namíbia tornou-se independente da África do Sul.

Nosso amigo Gabriel Uchida (do blog FotoTorcida) esteve por lá em 2012 e fez fotos incríveis das pessoas da tribo Himba juntas de alguns presentes que ele levou.

A tribo vive numa área bastante deserta. Tanto que as mulheres deixam a cor da pele para marrom-avermelhado usando uma pomada de manteiga, cinzas, ocre vermelho e ervas, que faz com que fiquem protegidas do sol intenso.

Outra característica marcante do povo são os cabelos trançados, de modo bastante peculiar.

A paixão pelo futebol também é parte da cultura por lá… Ao menos quando aparece uma bola por lá…

É o futebol quebrando fronteiras, distâncias e preconceitos.

Um dia espero poder visitar de perto o continente africano e conhecer um pouco da cultura deles.

Quem sabe eu volto com um cabelo bacana…

Voltando à nossa camisa de hoje, o futebol na Namíbia está reunido sob a NFA (Namibia Football Association), fundada em 1990. Como o sudoeste Africano nunca teve uma seleção de futebol própria, a Namibia Football Association teve de começar do zero.

Mas a Seleção Namibiana de Futebol teve seu primeiro jogo oficial, ainda como território da África do Sul em 1989, contra Angola e venceu por 1 a 0.

Em 1990, já como país independente, enfrentou o Zimbábue, saindo derrotada por 5 a 1.

O time quase conseguiu se classificar para o mundial de 94, dos EUA. A seleção da Namíbia ainda tem dois vice campeonatos da Taça COSAFA, em 1997 e 1999.

Já participou duas vezes da Copa Africana de Nações (1998 e 2008), sem nunca passar da primeira fase.

O time é conhecido pelo apelido “Bravos guerreiros”. E esse é o quadro atual (em 2013) de atletas:

O principal jogador namibiano é Collin Benjamin, que joga no futebol alemão. Atualmente, defende o Munique 1860, após ter atuado por uma década no Hamburgo SV.

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