A volta da Portuguesa à série A1 do Campeonato Paulista!

9 de abril de 2022, 17h45: começo pelo fim, até porque todos já sabem como essa história terminou.

Faltando poucos minutos pro fim do jogo, o tradicional Estádio do Canindé está entre explodir de felicidade e a angustia de saber que um gol pode estragar a tão aguardada festa… Próximo a mim, ouço um torcedor lusitano falar baixinho: “Deus, olha eu aqui de novo pra falar da Portuguesa…”.

É… Quem ama futebol, sabe o que são os segundos que antecedem um acesso para a primeira divisão…

Mas voltemos ao início desse capítulo difícil da história da Portuguesa.

O time já vinha entre altos e baixos há alguns anos, mas quando em 2015 foi rebaixado à série A2, nem o mais pessimista poderia imaginar que fossem levar tantos anos para o retorno à primeira divisão… Portanto a semifinal contra o Rio Claro significava muito, mas muito sentimento represado.

Não foi a toa que uma multidão de quase 13 mil torcedores compareceu ao Canindé para a partida. A Marginal Tietê já estava com saudade de ser decorada com a presença da torcida da lusa!

Fazia tempo que tamanha confiança e apoio não eram mostrados assim em conjunto por tantos torcedores da Lusa!

Já estivemos no Canindé por várias vezes, seja acompanhando a Lusa, ou o Santo André, ou mesmo para registrar o Museu da Portuguesa, e lá estamos mais uma vez!

Com tanta gente, acabei chegando com o jogo começado, o que deu certa tranquilidade para registrar a loja da Lusa:

Como acontece nas decisões, o estádio era uma mistura da minoria que acompanhou e sofreu junto com o time nesses últimos anos e uma boa parte de torcedores que surgiram para o jogo do acesso. Mas tudo bem. Essa decisão também serviu pra isso, pra trazer de volta os que já não participavam e mesmo para apresentar a paixão rubro-verde para uma nova geração de torcedores.

34 minutos do primeiro tempo e a festa parece se confirmar: Gustavo França enlouquecia a torcida fazendo 1×0!

Com 1×0 já dava pra fazer nosso tradicional vídeo de registro da partida:

O primeiro tempo termina e dá pra ver que realmente tem muita gente no Canindé

É tanta gente, que a polícia militar se vê obrigada a aumentar o espaço destinado ao torcedor local, tamanha é a multidão que o placar oficializava: 12.964 pagantes!

Mas não houve nenhum problema para o torcedor Rioclarense que também compareceu e que infelizmente ficou de coadjuvante nessa história. Abraços para o pessoal da Galo Azul.

O segundo tempo começa e a torcida sabe que faltam 45 minutos para a confirmação do acesso. É muita energia, e a Leões da Fabulosa tratou de deixar a bancada não apenas mais colorida, como mais vibrante:

E se segura que lá vem o bandeirão da Leões!

O público só não foi ainda maior porque a parte das cadeiras cobertas está sendo reformada, o que reduziu a capacidade total do estádio.

Aos 13 minutos do segundo tempo, o inesperado (ao menos para a torcida local) acontece: Bruno Moraes empata o jogo. A bancada não para. O apoio é total!

Mas em campo, a Portuguesa sentiu o gol, e mesmo as chances de ataque criadas eram facilmente desperdiçadas.

Mais uma vez o apoio da bancada ajudou o time a se controlar e entender que faltava muito pouco para o acesso! O Rio Claro tenta crescer no jogo, mas o caldeirão lusitano ferve!!

Estando ali no meio desse caos de sentimentos dava pra ver no rosto de cada um o que estava em jogo: as lembranças de experiências compartilhadas em família ali naquele mesmo espaço, toda uma história envolvendo a ligação Brasil e Portugal e o futuro dessa geração que pode trazer a Lusa de volta ao patamar da elite do futebol.

Uma dessas histórias estava ali em campo: o comandante Sérgio Soares, ex atleta e um treinador fora dos padrões atuais: próximo da torcida, dos atletas e indo muito além das 4 linhas!

Não é por acaso que ele tem o apoio que tem, tanto da diretoria quanto da torcida!

O tempo passa, mas a torcida sabe que não dá pra bobear… Unhas são detruídas, lamentações proferidas…

Mas o apoio não para!

Alguns sentimentos não parecem caber nas pessoas. Algumas querem voar, chegar ao céu… E o alambrado torna-se asa!

Até o Cartolouco parece estar literalmente louco e circula sem camisa curtindo o acesso que parece se confirmar!

Os segundos demoram a passar… Só há um caminho para a torcida: cantar sem parar e tentar mostrar de todo jeito o seu amor à Lusa!

Mais de 43 minutos do segundo tempo e um escanteio para o Rio Claro traz até o goleiro do time do interior para a área. Os corações lusitanos se mostram valentes!

Só o que se pensa, se diz, se grita no Canindé é “Vamos, Lusa!!”

Preste atenção… Esses devem ser os últimos momentos da Lusa na A2!

Chega de sofrimento… É a hora de comemorar. A Lusa está definitivamente na série A1!

Lágrimas, risos, cerveja, passado sendo posto a limpo, o futuro se redesenhando… Alguém saberia explicar o que se passa num momento desses? Abraço ao amigo lusitano Daniel Júnior, que sempre esteve ao lado do seu time, mesmo estando há milhares de quilometros.

O goleiro Thomazella, que também viveu um drama familiar durante o campeonato por conta de uma doença rara em seu filho, foi amplamente reconhecido!

Um abraço pro pessoal da torcida do Santo André que colou pra apoiar, em especial pro Guilherme, com quem assisti o jogo!

Ainda deu tempo de trombar o amigo Álvaro e seu irmão!

Quem disse que o torcedor da lusa queria ir embora? A festa demorou pra acabar e teve até cerveja de graça!!

Parece que os próximos capítulos da história da lusa terão ainda maior felicidade!

A hora de ir embora também foi emocionante. Bandeiras da lusa mais uma vez dominaram a marginal Tietê!


Quem sou eu pra falar da religiosidade de cada um… Talvez tenha sido apenas mais um fim de dia de outono qualquer, mas tenho certeza que aquele torcedor que pediu ajuda pra Lusa, viu esse céu vermelho como a prova mais incrível de que Deus exista e que, ao menos ontem, ele foi Lusa desde pequenininho…

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A volta da séria A2

Nessa quarta feira, a série A2 voltou à ativa. Sem dúvida os estádios do interior de São Paulo terão dias de emoção, diversão e agito!

Nós fizemos nossa parte como torcedores e fomos até o Estádio Municipal Doutor Augusto Schmidt, em Rio Claro para assistir à estreia do Santo André frente ao Rio Claro. Aproveitamos a faixa pra fazer um “merchan” da nossa banda, o “Visitantes”.

 

Os estádios seguem como sempre… Torcidas Organizadas, faixas, pouco público… E tudo o que for necessário pra sua proteção…

A torcida local compareceu, aqui o pessoal da Sangue Azul.

Fomos bem recebidos pelo público local e mesmo próximas as duas torcidas não se provocaram, mantendo um clima familiar na estreia. Em campo, um jogo difícil de jogar e de assistir. Partida disputada e truncada, atrapalhada pela falta de ritmo dos dois times. O Estádio Municipal Dr. Augusto Schimidt Filho possui ainda um lado coberto, que contou com a presença de alguns torcedores. Aí estão os dois lados da cor azul…

Embora fosse a estreia da série A2, pra nós já era a terceira viagem do ano, após acompanhar o time na copinha, na cidade de Leme.

Fica aí nosso alo para os torcedores das duas equipes que acabaram empatando por 1×1. E preparem-se para 2012, porque o ao promete jogos e estádios fantásticos!

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Velo Clube x Taubaté – Valendo vaga para a A2!

8 de maio de 2011. Domingo de dia das mães.
Estamos em Cosmópolis para o almoço em família na casa da Mari, mas antes disso, topamos um rolezinho rápido até Rio Claro para mais uma partida decisiva para a série A3 2011.

O jogo entre o Galo Vermelho e o Burro da Central foi no Estádio Benito Agnello Castelano, o “Benitão”. 

Chegamos em cima da hora e fomos surpreendidos pela fila para se entrar no Estádio. Acabamos perdendo os eletrizantes minutos iniciais.

Mas chegamos!

O lado de dentro do estádio explicava a fila lá fora. A torcida fez uma bonita festa, mostrando que o almoço do dia das mães em Rio Claro seria um pouco mais tarde…

De penalty, o ídolo do Taubaté, Gilsinho, abriu o placar, para a festa dos visitantes que mostraram o quanto o Taubaté acreditava nesse acesso pelo bom número de torcedores que enfrentaram a estrada para acompanhar o time!

Mas os donos da casa souberam se equilibrar e chegaram ao empate com Erick ainda aos 17 minutos.

Com 1×1 no placar, o time do Velo Clube era só ataque e sua torcida fazia o possível para empurrar o time para cima do Taubaté, mas as chances criadas acabavam parando no goleiro Gisiel (irmão do Gilsinho que fez o gol de abertura)!

Se há torcidas rivais e possibilidade de problemas… Lá estão eles, sempre vigilantes!

Alguns jogadores do Velo Clube decidiram colorir ainda mais o jogo e entraram com cabeleiras rubro verde!

Será que a cabeleira pintada serviu de referência na hora de cruzar a bola na área?

E nós estávamos ali, no meio de tudo, vivendo mais um dia importante na história do futebol paulista!

Alheios à importância histórica e completamente ligados na necessidade da vitória, só faltou aos torcedores do Velo entrar em campo.

Eram cantos, trapos, faixas, bexigas… Tudo em verde e vermelho.

Do outro lado, o pessoal do Taubaté também gritava e apoiava seu time, tentando diminuir a força do aspecto “casa” para o Velo.

Mas, mesmo com tanta pressão das arquibancadas, o primeiro tempo ia terminando com o resultados construído nos primeiros minutos: 1×1. E não foi por falta de confusão na área…

Com esse resultado, o Taubaté conquistava o acesso para a série A2.

Aproveitei o  finzinho do primeiro tempo para ouvir de um torcedor do Velo, o que representava pra ele torcer pro time da cidade:

O segundo tempo começou com os torcedores locais apreensivos. Ainda confiantes, mas era impossível não olhar no relógio a cada 2 minutos.

Mas o sofrimento não durou muito. Após um escanteio para o time, a torcida pediu e o árbitro marcou. Penalty para o Velo Clube.

Reginaldo foi pra bola e fez a alegria da torcida, que até esqueceu que era dia das mães!

Velo Clube 2×1 Taubaté. O acesso agora era do time de Rio Claro, e por isso, festa nas bancadas…

Esse aí, talvez nem lembre direito, mas já tem história pra contar daqui alguns anos…

A torcida local fez mesmo uma grande festa para o Velo Clube

Em campo, o Velo ainda chegou outras 2 vezes às redes, confira na matéria da TV Claret:

Despedimo-nos de um dia inesquecível para a torcida do Velo Clube e nos preparamos para pegar a estrada.

Fizemos as últimas fotos…

De todos os ângulos possíveis para registrar esse momento. 

E também registrar a presença nesta data histórica…

A mesma coisa pra Mari…

Uma última olhada na bonita festa…

E voltamos para Cosmópolis…

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67- Camisa do Rio Claro

A 67ª camisa a ser postada é uma camisa comemorativa aos 100 anos do time do Rio Claro, presente do sr. Nevoeiro, prefeito da cidade de Rio Claro, também conhecida como a “Cidade Azul”, no interior paulista.

Também recebemos de presente mais duas camisas de um amigo leitor que se identificou com nossa missão:

Rio Claro possui uma série de atributos (principalmente ecológicos) que fazem valer apena conhecê-la, veja um pouco mais no site www.visiterioclaro.com.br. Eu conheci a cidade alguns anos atrás quando fui tocar com a banda “Tercera Classe” no bar Kenoma, antigo reduto do rock, na cidade. Mas, falando de futebol, o Rio Claro Foot-Ball Club foi fundado em 9 de maio de 1909 por trabalhadores da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, sendo um dos clubes mais antigos do estado. Desde aquele tempo, o mascote do time é o Galo Azul.

E é uma boa hora para citar seu maior rival, o Velo Clube (também da cidade de Rio Claro) que tem como mascote um Galo Vermelho.

De 1909 a 1914 o Rio Claro mandou seus jogos no Estádo do bairro Cidade Nova. A partir daí, até 1930 jogou no Estádio do Grêmio Recreativo dos Empregados da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, campo que existe até hoje (veja o site do clube: www.gremiocp.com.br). Assim como vários outros times que já apresentei por aqui, o Rio Claro também teve seu início muito ligado è estrada de ferro. Em 1931, foi construído o Estadio Municapal da Rua 7, que mesmo sendo Municipal, tinha uso prioritário para o time. Ali, o Rio Claro , onde foi campeão regional por quatro vezes, em 1931 (o time da foto abaixo), 1935, 1936 e 1937.

É impressionante ver quanta gente apoiava os times do interior, décadas atrás. Na foto abaixo, de 1947, dá quase pra sentir a vibração do pessoal presente…

Abaixo, imagem de 1948, de um jogo contra o XV de Piracicaba.

A partir de 1973, o Rio Claro passa a utilizar o estádio Dr Augusto Schmidt Filho, e até os dias de hoje, essa segue sendo a casa do Galo Azul, com capacidade para 16 mil pessoas.

O destaque é que para a inauguração do Estádio foi realizado uma série de três jogos: Rio Claro 1×2 Corinthians Rio Claro 1×0 São Paulo Rio Claro 1×0 Velo Clube E adivinhe qual foi o maior dos públicos?
O da partida entre Rio Claro e Velo Clube. Abaixo uma imagem da zaga do time, de 1973:

E aqui a torcida em 1973, mostrando que houve sim uma época em que a paixão do brasileiro pelo futebol era maior que qualquer outra coisa…

Abaixo, na época das cabeleiras diferentes, o time de 1976:

Nos anos 90, o clube procurou fazer parcerias para disputar o paulista, e por meio de uma dessas parcerias, sabe quem chegou a ser Coordenador de Futebol do time?

A última década (os anos 2000) foram marcados com vários acessos. Em 2001, o time subiu da extinta série B-2 para a Série B-1.

Em 2002 , com o título da Série B-1 veio o acesso à Série A-3.

De 2003 até 2005 o Azulão disputou a terceira divisão foi disputada, até que veio o acesso à Série A-2.

E já no ano seguinte, em 2006, o Rio Claro veio o sonhado acesso à Série A-1 do Paulistão, conquista feita pela primeira vez em sua longa história.

Em 2008, uma má campanha levou o Azulão de volta à série A2, mas já em 2009, em pleno centenário, o Rio Claro obteve o acesso à Primeira Divisão Paulista, que disputa atualmente (2010). O time de 2009:

O site oficial do time é: www.rioclarofc.com.br Mas vale a pena conhecer o trabalho feito pela sua torcida, acessando o www.torcidasangueazul.com.br Aliás, veja o belo vídeo dos 10 anos da torcida: Para este post contei com a ajuda do pesquisador e torcedor José Carlos Arnosti, que junto de outro apaixonado pelo Rio Claro, escreveram um livro retratando a história do time. Em breve o conteúdo do livro será disponibilizado em www.memorialrioclarofc.com.br

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