O futebol em 3 Corações: o AC Três Corações, o CA Tricordiano e o Estádio local

Em junho de 2023, fomos assistir um jogo do Santo André pela série D, contra o Athletic Club, em São João del Rei.

Fizemos 4 posts sobre o nosso rolê por São João del Rei, um para cada estádio que visitamos: Estádio Joaquim Portugal (do Athletic Club), Estádio João Lombardi (Minas FC),Estádio Paulo Campos, (Social FC e emprestado ao Figueirense EC) e Estádio Ely Araújo (do América RF)

Mas para chegar até lá, foi uma longa estrada, e para torná-la mais animada, entramos em Três Corações para conhecer a cidade onde nasceu o rei Pelé e que graças a isso, a cada dia tenta se aproximar mais do futebol.

Segundo o mapa de ocupação indígena “Native Land“, a região que viria se tornar Três Corações era ocupada por indígenas Puri que acabaram fugindo, expulsos ou mortos pelos europeus e bandeirantes que passaram a ver Minas Gerais como a possibilidade de fácil enriquecimento.

Em 1737, o ouvidor Cipriano José da Rocha informa que existem pontos de mineração na região do “Rio Verde”, levando pessoas, como o português Tomé Martins da Costa a buscar ouro ali.
Em 1832 é instalada a freguesia dos Três Corações do Rio Verde, elevada à Vila em 1860.
Em 1884, a Vila recebe a visita do Imperador D. Pedro II para a inauguração da polêmica estrada de ferro Minas & Rio, que ia até Cruzeiro-SP.

Três meses depois, em 23 de setembro de 1884, a Vila foi elevada à cidade, chamada apenas de “Três Corações” a partir de 7 de setembro de 1923.
Em 23 de outubro de 1940 nasce aquele que seria o filho mais conhecido da cidade: Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé!

E nos anos seguintes, a cidade cresceu bastante e hoje vivem lá quase 80 mil pessoas.

O futebol na cidade também nasceu cedo: em 13 de setembro de 1913, era fundado o Atlético Clube Três Corações.

A cor vermelha e suas iniciais (na época “Atlético Futebol Clube“) eram uma homenagem ao América do Rio de Janeiro. Tempos depois, o nome do time passou a ser “Atlético Clube Três Corações“.

O time passa a jogar com adversários da região, como o da cidade vizinha de Varginha. A primeira partida, em 1914, foi marcada por muita confusão e pancadaria (o Atlético venceu por 2×0).

Em 1941, a Liga Esportiva Tricordiana (LET), conquista a Taça Guaraína, a mais importante competição do sul de Minas Gerais. Naquele time jogava Dondinho, pai do Pelé.

De 1941 até 1966, manteve-se no amadorismo, conquistando em 1960, o Torneio sul-mineiro.

Em 1966, inaugura a sua sede social e, no ano seguinte, em 1967 estreia no profissionalismo, ficando em 5º lugar em seu grupo, o da Zona Sul.

Em 1968, termina em 4º no seu grupo:

Assim como em 1969:

Em 1970, disputa o Campeonato Mineiro da Primeira Divisão e consegue manter-se aí por alguns anos.

Destaque para a campanha de 1972, quando termina na 4ª colocação!

Em 1974, o time vai mal e se licencia do profissionalismo até 1977 quando joga o Módulo II, terminando em 5º lugar. Em 1980, disputa a 1ª divisão (11º lugar entre 21 participantes).
Sua próxima participação é em 1986, quando sagra-se Campeão Mineiro da Segunda Divisão,

O time virou até matéria na Revista Placar!

Em 1987, o time termina na penúltima colocação e volta à segunda divisão, onde fica até 1992 quando novamente é campeão desta divisão!

O time disputa mais duas edições da Primeira Divisão (1993 e 94).
Em 95 disputa a segunda divisão e paralisa suas atividades até 1998, quando volta na Terceira Divisão.
Mesmo indo mal, volta para a segunda divisão em 1999 onde fica até 2006, quando passa por uma fase tão ruim que decidem encerrar as atividades.

Mas, os diretores do time tiveram uma ideia: e se pudessem começar de novo? Sem dívidas nem problemas, nascia em 13 de agosto de 2007: o Clube Atlético Tricordiano, que seria a sequência do futebol na cidade!

Assim, o Clube Atlético Tricordiano herda as cores e a torcida do antigo Atlético e estreia no futebol profissional em outubro de 2008, na 2º Divisão, terminando a competição na 4ª colocação.

Em 2009, o CA Tricordiano conquista o acesso para o Módulo II do Campeonato Mineiro, ficando na 3º colocação, com a melhor média de público da competição, cerca de 1.800 torcedores por jogo sendo que na decisão mais de 6 mil pessoas foram ao Estádio Elias Arbex, na vitória por 2×0 contra a Unitri. Foto do incrível Jogos Perdidos:

Em 2010, o CA Tricordiano faz sua estreia no Módulo II, porém acabou punido com a perda de 4 pontos, terminando a competição na 5ª colocação (com os pontos perdidos, estaria em ).

Em 2011, o CA Tricordiano classificou-se para o quadrangular final, brigando pela vaga e perdendo o aceso à Primeira Divisão em casa contra o Ituiutaba.
Em 2012, disputa o Módulo II e por pouco não vai parar na 2º divisão.
Em 2013 tem um desempenho melhor, mas sem grande destaque.
Em 2014 mais uma vez teve chances de subir para o modulo I, mas acabou batendo na trave.

Enfim, chega 2015, o ano do acesso!

Vale a pena ler um texto fodástico que fala do sentimento de amor ao time local, chamado: Não é ódio pelo futebol moderno, é que o Rudimar é maior que o Pelé, que fala sobre a realidade social da cidade e sua relação com o futebol.

Em 2016, estreia no Módulo I do Campeonato Mineiro, terminando em um honroso 7º lugar.

Infelizmente, em 2017, acabou rebaixado para o Módulo II do Campeonato Mineiro com uma campanha sem nenhuma vitória 🙁

Em 2018, uma campanha mediana no Módulo II e em 2019, uma série de problemas, entre eles a interdição do Estádio Elias Arbex, fizeram o time abandonar a disputa do Campeonato, e assim acabou rebaixado à Segunda Divisão, além de ser suspenso de competições oficiais por 2 anos.
Assim termina a participação do Tricordiano no futebol mineiro, porém…

Os diretores novamente se perguntam… E se pudessem começar tudo de novo?

Assim, o Atlético Três Corações ressurge e volta a ocupar a posição de time da cidade, disputando a “Segunda Divisão” (nome dado ao terceiro nível do Campeonato), onde está até hoje.

E toda essa história teve como palco o Estádio Elias Arbex, que até pouco tempo atrás tinha essa cara:

A cara mudou pois, desde 2023, o Estádio homenageia em seu nome o rei Pelé:

Fomos até lá para registrar um pouco do Estádio, a começar pelo portão de entrada:

Fomos recebidos por dos responsáveis pelas categorias de base do Atlético.

E aí está a bilheteria do estádio:

Aqui, a lateral do Estádio:

Mas vamos dar uma olhada na parte interna para conhecer um pouco da realidade do futebol de Três Corações:

O Estádio é incrível! Tem uma linda estrutura. Olhando da arquibancada coberta, aqui pode se ver o meio campo:

O gol da esquerda:

E o gol da direita:

Olha a faixa da torcida:

Ah, outra alteração em homenagem ao rei Pelé foi a inserção das coroas nos corações de seu distintivo:

A arquibancada coberta é mesmo linda!

E lá vai o Atlético contar uma nova história na terra do rei…

No Estádio, encontrei essa linda homenagem feita em 1984:

Existe uma loja dentro do estádio, mas infelizmente estava fechada 🙁

Olha que charmoso é o estádio:

O gramado está muito bem cuidado e pelo que entendi, recebendo os jogos da base.

Enfim, mais uma história registrada e mais um estádio incrível visitado!

Que a torcida siga fazendo dele um dos espaços de convivência que misturam o povo da cidade, ricos ou pobres, pretos ou brancos….

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O futebol em São João del Rei (MG) – parte 2: o Minas FC e o Estádio João Lombardi

No feriado de Corpus Christi de 2023, tivemos a oportunidade de acompanhar uma partida do EC Santo André em São João del Rei contra o time do Athletic Club.

Claro que aproveitamos para registrar o Estádio Joaquim Portugal e você encontra maiores detalhes no post que fizemos só sobre isso (veja aqui):

Mas a história do futebol em São João Del Rei é muito rica e acabamos indo atrás de maiores detalhes de outros times da cidade.

Nesse segundo post vamos falar sobre o Minas Futebol Clube, fundado em 15 de agosto de 1916. O distintivo, que veio do site História do futebol, tem suas cores (azul e branco) em homenagem à Nossa Senhora da Glória.

O time do bairro Tejuco é conhecido como o “Leão da biquinha“, por conta de um circo que ficou muito tempo nas cercanias e tinha um leão como principal atração e pela bica d’água que existia por ali (eu nã.
Olha o leão eternizado em frente ao Estádio João Lombardi!

O Minas FC iniciou sua vida disputando partidas e torneios locais, entre eles amistosos com grandes potências, como o Botafogo-RJ.

Quem fez história pelo clube foi Tancredo Neves, que além de atleta, foi presidente entre 1942 e 1946.
Aqui, o time de 1960:

Em 1961 foi a vez do Fluminense visitar o Minas FC e os visitantes venceram por 3×0. Olha o Telê Santana com a camisa do Flu:

Em 1966, o Minas FC aderiu ao futebol profissional, classificando-se para as finais do Campeonato da Segunda Divisão.
Na fase semifinal acabou eliminado para o USIDA.

Em 1967, novamente disputou a segunda divisão, mas terminando na 6ª colocação.

Aqui, a classificação do Campeonato Mineiro da segunda divisão de 1968:

Em 1969, o time acabou desistindo antes do início do campeonato e limitou-se a seguir nas disputas da Liga Municipal de Desportos de São João del Rei, vencendo-a por 14 vezes.

E para ajudar a eternizar tanta história, lá fomos nós conhecer o Estádio João Lombardi!

Então, vamos lá para mais um estádio de futebol que recebeu o futebol profissional!

E olha o distintivo do Minas FC aí na entrada do Estádio João Lombardi:

Lá dentro, o estádio segue muito bem cuidado e fizemos o nosso tradicional olhar no meio campo…

O gol da direita:

E o gol da esquerda:

Olha aí o banco de reservas:

Foi aqui que o Minas FC fez suas disputas que marcaram a história do time! Curta mais um momento lá dentro!

Existe uma singela arquibancada atrás do gol de entrada:

E tem arquibancadas também em ambas as laterais:

O Estádio João Lombardi é mais um que sobrevive bem em meio ao centro da cidade, mas o ponto positivo é que fiquei com a impressão que ele é bastante movimentado!

Bom ver que a molecada tem participado com entusiasmo dos dias atuas do Estádio João Lombardi!

No dia em que estivemos por lá, ia rolar um jogo contra a AA São Caetano, local, um time cujo estádio não visitamos, mas que também tem sua importância.

Uma imagem retirada do Google Maps para registrar sua sede:

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O Estádio "O Pirangueiro" e o futebol profissional em Presidente Epitácio

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu-MS.
Veja os posts já feitos sobre as primeiras cidades dessa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul
7) Estádio Manoel Leão Rego e Estádio Miguel Assad Taraia, em Palmital

Agora é a vez de conhecer o futebol de Presidente Epitácio, onde chegamos já de noite, depois de passarmos em Assis pra rever os parentes.

A ideia até era ter entrado em Regente Feijó e visitado novamente o Estádio Municipal Dr. Mário dos Reis (veja aqui como foi nossa primeira visita), mas a chuva antecipou a noite e impediu novos registros… Acabamos indo direto pra Presidente Epitácio onde passamos a noite para enfim conhecer o Rio Paraná na manhã seguinte.

Essa é a margem do rio em São Paulo. A cidade vem tentando transformar o local em uma verdadeira praia com foco no turismo e isso fica ainda mais nítido no Parque “O Figueiral” (dá uma olhada nas fotos do Trip Advisor).

Mas mesmo ali na margem próxima à ponte que liga o estado de São Paulo ao Mato Grosso do Sul você já se diverte!

A ponte merece um capítulo a parte… Tem quase 3 km passando por cima do rio Paraná…

A cidade conta ainda com uma orla cheia de restaurantes e boas opções para os visitantes e no dia em que fomos embora ainda ia rolar um show do IRA! E, claro, também tem a igreja matriz!

Mas nosso “turismo” tinha como objetivo conhecer e registrar o “Estádio Francisco Guímaro” mais conhecido como “O Pirangueiro“, inaugurado em 1953.

Uma pena que não tem nenhuma identificação com o nome do estádio… Veja como era até pouco tempo atrás:

Atualmente, uma placa de metal aguarda a nova sinalização. Aliás, você sabe o que significa “Pirangueiro“?? Segundo o o dicionário refere-se ao que é reles, desprezível… Triste né?

Olha que imagem bacana vendo o estádio láááá de cima:

Vamos dar uma olhada no entorno do estádio:

O Pirangueiro foi inaugurado em 1953 para receber os jogos da AA Epitaciana na disputa do Campeonato Amador, cujo setor foi organizado pela Liga Prudentina. O site Escudos Gino apresenta o distintivo do time:

Mas o futebol na cidade começa com outro time também: o EC Fluvial Porto Tibiriça.

Mas a AA Epitaciana acabou ganhando o nome por ter sido o primeiro a disputar o Amador do Estado, em 1953, e pra isso, contou inclusive com atletas do rival EC Fluvial, apesar da rivalidade entre eles.

Aqui, o time da AA Epitaciana em 1953 em jogo contra a Prudentina, pelo Campeonato do Interior:

A AA Epitaciana disputou o Campeonato do Interior por vários anos. Aqui, uma imagem dos anos 60:

E olha como ficava o Pirangueiro nos jogos decisivos da AA Epitaciana:

Olha aí a mesma arquibancada, nos dias atuais:

Caso queira conhecer mais sobre a história do time e do futebol em Presidente Epitácio, vale assistir o vídeo:

Em 1954, o EC Fluvial passa a fazer companhia à AA Epitaciana na disputa do amador:

Aqui, o EC Fluvial dos anos 60, Bi-Campeão Amador da Região da Alta Sorocabana.

Mas, mais uma vez a AA Epitaciana sai na frente e em 1970 disputa a Terceira Divisão do Campeonato Paulista.
Mas não realiza uma campanha capaz de classificá-lo para a segunda fase:

Encontrei 4 resultados daquele ano:
Nevense 4×3 AA Epitaciana
AA Epitaciana 2×1 Municipal de Paraguaçu
Rio Branco 3×0 AA Epitaciana
AA Epitaciana 2×2 Cafelandense

Esse foi o time que disputou a Terceira Divisão de 1970:

Ainda nos anos 50, um terceiro time vem se somar ao futebol de Presidente Epitácio: o Beira Rio Esporte Clube. Distintivo do site Escudos Gino:

E olha aí o grupo do Amador de 1958, dessa vez com a AA Epitaciana e com o Beira Rio EC:

Aqui, o time dos anos 70:

Em 1976, o EC Beira Rio faz sua estreia no futebol profissional, na Terceira Divisão, fazendo uma campanha mediana, tendo um bom segundo turno, mas não se classificando para a fase final.
Em 1977, joga a Quarta Divisão e faz uma boa campanha na primeira fase (Série Manoel Nunes), terminando na liderança do grupo.

Veio a segunda fase e o EC Beira Rio surpreendeu mais uma vez, classificando-se à final contra o Primavera:

Para definir o campeão foram necessários 3 jogos: o primeiro 2×0 para o EC Beira Rio e os dois seguintes, vitórias simples de 1×0 para o Primavera, que sagrou-se campeão, mas levando o time de Presidente Epitácio para a Terceira Divisão novamente.
Em 1978, termina em posição intermediária sem se classificar.
Já em 79, passa da primeira fase, mas não chega às finais

Uma imagem de 1979:

Em 1980, mais de 80 times disputaram a Terceira Divisão, divididos em 5 grupos. O Beira Rio EC terminou em 6º lugar do grupo Azul sem se classificar para a segunda fase.
Em 1981, fez uma primeira boa fase, classificando-se para a semifinal do seu grupo no primeiro turno e ficando em quinto no segundo turno, mas não se classificou para o grupo final (apenas o campeão de cada grupo o foi).

Em 1982, novamente se classifica para a segunda fase, mas não chega às finais:

Em 1983 o time não se classifica da primeira fase. Em 1984, passa para a segunda fase, mas não chega à final.

Esse foi o time daquele ano:

A campanha de 1984:

1a fase:
25 de março: Beira Rio 2×4 Mirassol
8 de abril: Nevense 1×0 Beira Rio
15 de abril: Beira Rio 2×1 Auriflama
22 de abril: Paulista de Nhandeara 1×2 Beira Rio
29 de abril: Beira Rio 1×0 José Bonifácio
6 de maio: Guararapes 0x0 Beira Rio
12 de maio: Mirassol 0x0 Beira Rio
26 de maio: Beira Rio 0x0 Nevense
3 de junho: Auriflama 0x3 Beira Rio
10 de junho: Beira Rio 3×0 Paulista de Nhandeara
17 de junho: José Bonifácio 1×0 Beira Rio
24 de junho: Beira Rio 2×0 Guararapes
2a fase:
1 de julho: Beira Rio 2×0 Pirajú
8 de julho: Ranchariense 2×0 Beira Rio
15 de julho: Beira Rio 1×1 Garça
22 de julho: Beira Rio 1×1 Cafelandense (Cafelândia), em Cafelândia
29 de julho: Beira Rio 0x1 Rio Branco (Ibitinga)
5 de agosto: Oeste 2×1 Beira Rio
12 de agosto: Beira Rio 1×0 Santacruzense
19 de agosto: Pirajú 1×1 Beira Rio
26 de agosto: Beira Rio 5×1 Ranchariense
2 de setembro: Garça 2×2 Beira Rio
9 de setembro: Beira Rio W0x0 Cafelandense
16 de setembro: Rio Branco (Ibitinga) 4×0 Beira Rio
23 de setembro: Beira Rio 2×2 Oeste
30 de setembro: Santacruzense 1×1 Beira Rio
3a fase:
7 de outubro: Mirassol 1×1 Beira Rio
18 de outubro: Beira Rio 0x0 José Bonifácio
21 de outubro: Beira Rio 0x0 Guararapes
24 de outubro: Guararapes 2×0 Beira Rio
28 de outubro: Beira Rio 1×0 Mirassol
4 de novembro: José Bonifácio 1×2 Beira Rio

Em 1985, mais uma vez passa de fase no primeiro grupo, mas não avança no segundo quadrangular.

Em 1986, não se classifica na primeira fase, nem em 87, levando-o a jogar a Quarta Divisão em 1988, e o Beira Rio passa da primeira fase mas morre na fase seguinte.

Em 1989, termina a primeira fase como líder do seu grupo.

Dessa vez, também liderou a segunda fase, só parando na terceira fase, num triangular com Jaboticabal e Operário de Tambaú.

Em 1990, o time abandona o profissionalismo. Em 1991, tenta voltar disputando a seletiva para a Terceira Divisão mas acaba não retornando.

E assim, chegamos aos dias de hoje, sem times disputando competições profissionais, mas com o querido Estádio O Pirangueiro de pé atendendo às competições amadoras…

Mais um estádio que tem “pedaços de trilhos de trem” em seu entorno:

Ao fundo, a natureza mostra sua cara…

O muro lateral do estádio:

O gol da esquerda:

O meio campo e sua arquibancada:

E o gol da direita:

De um lado, temos uma arquibancada bem estruturada que permite excelente visão do jogo:

Do outro lado, uma arquibancada descoberta e até algumas cabines para imprensa.

A sua solitária arquibancada bem no centro do campo, parece pedir uma sequência… Mas, será que um dia o futebol profissional voltará a exigir novas melhorias?

O estádio ainda tem uma boa área que pode receber novas arquibancadas, como essa parte atrás do gol:

Vale divulgar uma fanpage dedicada à memória da cidade: FanPage EC Fluvial Tibiriça e o Canal de Vídeos “Epitácio, minha história”.

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O futebol profissional em Ourinhos

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu-MS.
Veja os posts já feitos sobre essa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu

Agora é a hora de dividir um pouco sobre o futebol de Ourinhos!

Diferente dos posts anteriores, Ourinhos é uma cidade de maior porte, com mais de 115 mil habitantes. Surgiu na década de 1910 e seu nome é uma referência ao antigo município de Ourinho (atual Jacarezinho, no Paraná).

Ourinhos tem sua história muito próxima das demais cidades da região: até o fim do século XIX era habitada por indígenas kaingangues que de repente viram seus piores pesadelos se tornar viram realidade: foram invadidos pelos produtores de café e algodão.

A cidade também teve grande influencia da estrada de ferro (chegou em 1908), e mais uma vez apresento uma imagem da Estação do site Estações Ferroviárias

Atualmente, a cidade conta com um forte comércio e se tornou uma referência regional.

Assim como em outras cidades, também se encontram construções antigas que reforçam seu passado ferroviário.

Aliás, aproveitaram parte dos antigos galpões da ferrovia para construção de um espaço turístico com museu, uma locomotiva antiga aberta à visitação e assim um ambiente bem legal. Pena que no feriado a cidade estava mais vazia e essa estrutura fechada 🙁

Desce daí, garoto!

Falando um pouco do futebol da cidade, além de várias importantes equipes no futebol amador, Ourinhos teve 4 times disputando o futebol profissional:

Comecemos falando do mais tradicional: o Clube Atlético Ourinhense.

Dos times que disputaram o profissional, o Clube Atlético Ourinhense é o mais antigo, tendo sido fundado em 5 de junho de 1919, e há algumas décadas tem seu lindo estádio junto ao clube social.

Já estivemos por lá há 12 anos atrás (veja aqui como foi…):

Dessa vez, a primeira coisa a fazer foi registrar o pórtico de entrada do estádio, que esquecemos de fotografar na outra visita…

Infelizmente, parece que o clube social teve graves problemas financeiros piorados com a pandemia do Corona e … Não existe mais…. Restou apenas o campo, e com ele as lembranças …

Que sorte! Não apenas estava rolando um jogo como era do próprio CA Ourinhense!!!

O CA Ourinhense começou disputando tinha uma série de partidas amistosas (os times aproveitavam da estrada de ferro sorocabana para facilmente chegar à cidade) e o Campeonato Municipal (do qual seria campeão em 1942, 43, 48, 50 e 51). Veja a lista de jogos de 1939:

Divido algumas fotos que o blog “Ourinhos” apresenta como sendo dos anos iniciais do time:

A partir de 1942, o CA Ourinhense disputa o Campeonato do Interior, na 14ª região (Piraju), sendo campeão do grupo e sendo eliminado na fase seguinte pela Ferroviária de Botucatu (4×1, em Botucatu).

Em 1943, viu o outro time local participar do Campeonato, mas novamente sagrou-se campeão do grupo e perdeu a fase seguinte pra a Ferroviária de Botucatu (1×1, 1×1 e 2×0 no jogo desempate).

Neste ano, o Corinthians da capital veio a Ourinhos inaugurar uma sub sede e disputou um amistoso (com seus atletas amadores) do qual venceu por 2×0.

Não disputa a edição de 1944, e em 1945 vê o CA Farturense sagra-se campeão do grupo.

Em 46, também não se classificou para os mata-matas.

E novamente em 1947, não consegue ser o campeão do grupo.

A partir da edição de 1948, o Campeonato do Interior passa a ser amador, já que surge a segunda divisão, mas o CA Ourinhense segue disputando.

Em 1950, um amistoso com o XV de Piracicaba:

Em 1951, o CAO inaugura o seu estádio (antes dele, mandava seus jogos em um campo que ficava próximo do atual camelódromo da cidade):

Em 1952, um ato de grande ousadia de sua diretoria, o CAO se credencia a disputar a Segunda Divisão do Campeonato Paulista, mas faz uma campanha fraca. Alguns resultados encontrados:
31/8- Bauru AC 3×3 CA Ourinhense
14/9- CA Ourinhense 0x1 São Bento
28/9– AA Ferroviária (Assis) 5×1 CA Ourinhense
12/10- CA Ourinhense 2×2 Noroeste
19/10- Garça EC 1×0 CA Ourinhense
2/11- CA Ourinhense 3×1 AA Ferroviária (Botucatu)
9/11- CA Ourinhense 4×1 Corinthians PP
23/11- CA Ourinhense 1×0 Bauru AC
7/12- São Bento 5×0 CA Ourinhense
21/12- CA Ourinhense 6×2 AA Ferroviária (Assis)
3/1- Noroeste 1×0 CA Ourinhense
11/1- CA Ourinhense 0x3 Garça EC
25/1- AA Ferroviária (Botucatu) 2×1 CA Ourinhense
1/2- Corinthians PP 2×5 CA Ourinhense

Ainda em 1952, o time recebeu o São Paulo em um amistoso perdendo por 4×0 (ainda que todos os gols tenham saído apenas no segundo tempo):

Em 53, o CAO não disputa o profissional, mas faz um amistoso com o Palmeiras, sendo derrotado pelos visitantes por 2×1:

Ainda em 53, incrível vitória contra o Fluminense em um quadrangular que constava ainda com Jacarezinho (venceu o CAO por 2×1) e com o Cambaraense.

O CA Ourinhense permanece nas disputas do amador do interior, e até ensaia um retorno à Terceira Divisão em 1955, mas acaba desistindo e só em disputa em 1961, fazendo uma boa primeira fase (série pecuária):

Já na fase dois, o time da Usina São João falou mais alto…

Em 1962, mais uma boa primeira fase:

A segunda fase foi levada pelos vizinhos de Santa Cruz do Rio Pardo…

Em 1963, mais uma primeira fase terminada na liderança!

Novamente o time da Usina São João levou a segunda fase…

Em 64 e 65 bate na trave e não se classifica para a segunda fase.

Em 1966, volta a se classificar na liderança do seu grupo.

A segunda fase foi, mais uma vez, decepcionante…

Em 1967 desiste do profissionalismo e desde então apenas utiliza seu lindo estádio para as competições amadoras, como essa que estava rolando no momento da nossa visita.

Ali no chão, encontrei uma pequena lembrança do dia-a-dia do clube. Hoje pode ser apenas um pedaço de papel, mas logo se tornará lembrança.

O Estádio está sem grandes cuidados, com exceção ao campo, que tem a grama bem aparada. Essa é o gol da esquerda, tendo ao fundo a linda arquibancada coberta:

Aqui, o meio campo. Vale lembrar que antigamente aquela arquibancada era beeeem vermelhinha e tinha o distintivo do clube pintado no meio dela.

E aqui o gol da direita, olha onde a arquibancada termina. Ali atrás, ficava o clube social, ainda mais para a direita.

Aqui é a lateral de onde eu estava, e dá pra ver um pouco do clube social à frente e à direita:

Aqui o banco de reservas.

A passarela ligava a entrada do clube social a vários salões (olha que linda a inscrição do inesquecível CAO!) e servia de arquibancada local.

Se fora de campo o futuro do CA Ourinhense parece tenebroso, em campo sua camisa segue sendo usada com respeito e orgulho pelo time dos veteranos.

Um detalhe que poderia passar desapercebido… A bandeira de escanteio!

Os tuneis para os vestiários parecem um pouco mais esquecidos…

E no céu, o sol… Na verdade é só o flash do celular porque fiz essa última foto já dentro do carro hehehehe

Seguindo pela idade, o segundo time mais antigo de Ourinhos é o EC Operário (o site História do Futebol produziu os antigos distintivos do time):

Segundo Euclides Rossignoli, no livro Ourinhos, Histórias e Memórias, o campo do Operário ficava entre as Ruas Duque de Caxias e Dr Antonio Prado, em frente o camelódromo.

Interessante que, atualmente, ao lado esquerdo existe um grande campo de futebol.

Antes do estádio atual, o campo do CA Ourinhense ficava bem próximo do campo do Operário. O site contratempo fez uma imagem mostrando os dois rivais nos anos 40:

Essa arquibancada foi inaugurada em 1926, mas caiu durante um vendaval nos anos cinquenta.

O nascimento do EC Operário foi quase uma resposta das camadas menos favorecidas da cidade (a turma que morava pro lado debaixo da linha do trem) ao surgimento do CA Ourinhense, a própria ideia do nome, remete à essa ideia.

E assim, logo começam os derbis, aqui, um noticiado em 1922:

O futebol tinha uma grande força local, na cidade mesmo, por isso os primeiros anos foram marcados por campeonatos locais. Já em 1939, os times da região passam a ser os adversários.

Esta e outras fotos podem ser encontradas no site do Jornal Biz.

Em 1943, faz sua estreia no Campeonato do Interior, no mesmo grupo do CA Ourinhense (que saiu campeão, como vimos antes), e em 1944, sagra-se campeão do grupo (perderia o primeiro mata-mata da Ferroviária de Botucatu).

Aqui, um dos times do início dos anos 40:

A questão de se chamar “Operário” sempre foi colocada como certo ruído entre time e a população de Ourinhos, por isso, em 1944, o time passa a adotar o nome de EC Olímpico e adota um novo escudo:

Assim, como EC Olímpico, disputa o Campeonato do Interior de 1945 (a Farturense ganha o grupo).

Em 1946, vence a “zona” (o grupo) mas perde as finais da região para a Botucatuense, que venceu a zona vizinha. Era tudo uma grande zona kkk

O dérbi daquele ano nem chega a terminar pelo quebra quebra em campo.

Em 1947, mais uma vez o EC Olímpico sagra-se campeão da sua zona:

Assim, vai disputar com os campeões de outras zonas próximas (AA Botucatuense, AA Ferroviária de Assis, A Prudentina de EA e Paulista FC de Álvaro Machado), e quem sai campeão é a AA Botucatuense.

Aqui, o time de 1949, com uma faixa de campeão, mas não encontrei a confirmação de qual campeonato seria:

Em 1950, os gestores do clube decidem retornar ao nome tradicional. Alguns anos depois, em 1954, o time se inscreve no futebol profissional e disputa a Terceira Divisão.

O time volta ao amadorismo por 3 anos e retorna à Terceira divisão em 1958.

Esse foi o time daquele ano.

Depois dessas atuações no profissional, o EC Operário volta ao amadorismo e… Desaparece…
Falemos então do terceiro time da cidade em ordem cronológica: o Esporte Clube Gazeta.

O time foi fundado em 7 de setembro de 1948 como homenagem a equipe de futebol do jornal A Gazeta Esportiva de São Paulo que foi até Ourinhos disputar uma partida amistosa com o E. C. Operário. Tomaz Mazoni (diretor da Gazeta Esportiva) topou colaborar com os uniformes do novo time com a condição de que o nome da equipe fosse “Esporte Clube Gazeta Esportiva” em homenagem ao jornal.

O time é conhecido como “O Líder das Excursões” graças às partidas disputadas fora de casa. Aqui, o time de 56:

Esse é o time de 1958:

Mas com a saída do Clube Atlético Ourinhense, do Esporte Clube Operário e do Esporte Clube União Barra Funda (já vamos falar deles abaixo) do profissionalismo, coube ao EC Gazeta disputar o Campeonato Paulista e em 1979, fez sua estreia na 5a divisão.

O time classifica-se para a fase seguinte, mas acaba eliminado nas quartas de final para a Jalesense.

Com a reorganização do futebol paulista passou a jogar a terceira divisão em 1980, mas não se classifica para a próxima fase:

Não se classifica também em 1981 nem em 82 e se licencia do profissionalismo. Volta apenas em 2000, na 5a divisão (série B2). Em 2001 e 2002, joga a 6a (série B3) com péssimas campanhas, afastando-se definitivamente do futebol profissional.

Por fim, o último time a ser fundado: o Esporte Clube União Barra Funda, fundado em 23 de março de 1972.

O time disputa o amador mas em 1978, disputa a 5a divisão do Campeonato Paulista.

Por fim, menção especial ao novo time da cidade, o Grêmio Esporte Clube de Ourinhos, fundado em 1 de Agosto de 2015.

O time jogou a Taça Paulista de Futebol, tem um perfil sempre atualizado no Insttagram (veja aqui) e tem trabalhado bem as categorias de base.

O Grêmio Esporte Clube de Ourinhos tem mandado alguns de seus jogos no Estádio Municipal Djalma Baía.

O nome é uma homenagem ao jogador nascido na cidade e que acabou indo para Portuguesa, e que faleceu em um acidente de carro, jovem ainda.

Esse já é um estádio mais novo, do início dos anos 90 e que além do Grêmio, tem atendido ao futebol amador da cidade.

Ainda que seja mais acanhado, tem uma ótima estrutura, esse é o gol do lado direito.

A arquibancada deste lado de onde faço as fotos é descoberta mas tem lindas árvores (entre elas uma mangueira) oferecendo boa sombra.

Aqui o lado esquerdo da arquibancada e o gol ao fundo.

E lá no meio campo, está a arquibancada coberta.

Fomos até lá pra também registrar mais este espaço.

Olhando lá da arquibancada coberta, esse é o gol da esquerda:

O meio campo:

E o gol da direita.

Até uma pequena cabine de rádio existe no estádio.

Ufa…. Quanta história, quanto futebol… Espero que o futuro possa desenhar novidades para o futebol de Ourinhos…

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O Estádio Municipal Clube Ferroviário e o futebol em Bernardino de Campos

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu, no Mato Grosso do Sul. Entre as centenas de quilômetros percorridos, registramos 20 estádios que receberam partidas profissionais e amadoras em diferentes cidades.

Depois de registrar o Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo e o Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju nossa terceira parada foi em Bernardino de Campos para conhecer o Estádio Municipal Clube Ferroviário !

Bernardino de Campos tornou-se município, legalmente, em 9 de outubro de 1923, mas a história da região também passou pelas diferentes fases com ocupação indígena até a chegada dos portugueses, e depois uma aceleração com a chegada da ferrovia (Foto do site Estações Ferroviárias).

Encontrei esse galpão, achando que foi o que sobrou da estação.

Até o fim do século XIX, o local era um pequeno povoado conhecido como “Douradão”, que depois foi chamado de “Figueira” até finalmente se oficializar como “Bernardino de Campos” em homenagem ao político que presidiu o estado de São Paulo por duas vezes.

Bernardino de Campos tem como base da economia a agricultura e teve início com o café e o algodão, mas com o tempo, grande parte do cultivo foi dedicado a pastagens e canaviais. Atualmente, sua atuação está focada em gado de leite, gado de corte, cana-de-açúcar, milho e soja, além de um pequeno comércio e serviço.

Demos um rolê rápido pela cidade e deu pra sentir que o lugar ainda é bastante tranquilo. Por lá, vivem cerca de 12 mil pessoas.

Estivemos na cidade para conhecer e registrar o atual Estádio Municipal de Bernardino de Campos, que por muitos anos foi conhecido como o Estádio do Esporte Clube Ferroviário.

Fiquei triste de ver a pintura mal cuidada… No passado essa entrada era assim:

O Esporte Clube Ferroviário foi fundado em 16 de agosto de 1947, pelos funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana.

Olha aí a imagem de um goleiro que defendeu o clube no passado.

Como a maioria dos times, o EC Ferroviário começou no futebol amador e nessa fase, seu principal adversário era o outro time da cidade: a Associação Atlética Bernardinense, fundado em 13/08/1925.

Já em 1931, os jornais noticiavam partidas da AA Bernardinense:

A AA Bernardinense disputou o Campeonato Paulista do Interior em 1947:

Aqui, o time juvenil de 1957:

E o principal do mesmo ano:

Em 1956 e 58, rolou o derbi pelo Amador do Estado daquele ano.

E a vitória foi da Associação, mesmo jogando no campo do Ferroviário!

E também no jogo de volta…

O campo da Associação fica na Av da Saudade. O Estádio foi construído no início dos anos 30!

Aqui, uma imagem da torcida do EC Ferroviário no campo da Associação em 1978:

Aqui, uma matéria na Gazeta Esportiva falando sobre um amistoso disputado em Palmital:

Mas, em 1965, desafiando a lógica, o EC Ferroviário fez sua estreia no futebol profissional na 4ª do Campeonato Paulista, terminando a primeira fase de grupos em 8º lugar.

O time manteve no profissional em 1966, novamente com uma campanha muito ruim, terminando na última colocação.

O EC Ferroviário volta às disputas amadoras.

Com a crise na Ferrovia, o clube também passou por problemas e em 1994 a Prefeitura assume a gestão do time e do estádio, mas a sua memória segue por lá, nas paredes…

Vamos dar uma olhada em mais este templo do futebol:

Aparentemente, o time voltou a usar o estádio jogando partidas amadoras.

Suas cores seguem na pintura da arquibancada.

E nos olhos sonhadores da molecada que segue frequentando o campo e jogando bola lá, sonhando em quem sabe ser um jogador, ou simplesmente curtir os seus 90 minutos de craque local.

A pequena arquibancada segue lá, na lateral do campo. Dá pra ver que ela é feita em tijolos, uma construção para durar muito tempo.

O gramado cresce bonito aproveitando os nutrientes da famosa “terra roxa”.

Antes de ir embora, o registro do meio campo, com destaque para um detalhe que eu aprendi a observar com o historiador “seo” Adalberto, aqui de Santo André: perceba o que está sendo usado para segurar o alambrado.

Veja aqui, o gol da direita enquanto eu te respondo o que são esses “falsos” postes: na verdade são pedaços de trilhos, que provavelmente sobraram nos depósitos da época da Ferrovia.

E o gol da esquerda:

Um grande orgulho poder pisar e registrar o Estádio do Clube Ferroviário e de ter conhecido a bela e pacata cidade de Bernardino de Campos.

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PODCATS #4: Aclimação Esporte Clube de Santo André

 

Hoje, vamos falar sobre o time do Aclimação EC, mas o futebol do ABC tem outros times e outras histórias, caso queira conhecer mais, veja aqui o Mapa do Futebol no ABC, desenhado pelo Victor Nadal.

O episódio #4 do nosso PODCAST fala da história do time, com entrevistas com algumas pessoas importantes para a história do time, confira:

Mas vale reforçar algumas coisas, por exemplo, em alguns lugares, existe a exibição desse distintivo mais antigo:

Distintivo Aclimação Esporte Clube

E também de um distintivo mais atual:

Distintivo Aclimação Esporte Clube

O time possui seu próprio campo, lá no Jardim Guarará. Olha como ele era antes de colocar o sintético!

Estádio do Aclimação EC

Mas veja como está atualmente, com o gramado artificial recém instalado:

O Aclimação E.C. foi fundado em 2 de fevereiro de 1962 e passou vinte anos disputando campeonatos do futebol amador, até decidir disputar a terceira divisão de 1982. E o time até que fez uma boa campanha, num campeonato meio bagunçado como foi a A3 daquele ano!

Naquele ano, o time mandou os seus jogos no Estádio do Parque Jaçatuba, que fica junto da sede social do Esporte Clube Santo André.

Futuramente vamos escrever um post sobre o Estádio do Jaçatuba, que também foi a casa do EC Santo André em algumas partidas!

Para deixar essa história mais atual, estivemos no Campo do Aclimação no sábado, 20 de novembro, dia da consciência negra para acompanhar a quarta de final da Copa Santo André.

Mais uma vez, estivemos acompanhados do amigo ““, grande torcedor do Ramalhão e que conhece (e curte) a várzea de Santo André.

E aí está o tradicional “Leão do ABC“, o Aclimação EC:

Presente para a disputa assim como fez nos anos 80, com um time que hoje ocupa as arquibancadas acompanhando de perto a sequência da história!

Quantos estádios de times profissionais possuem uma estátua do mascote presente? Olha aí o leão!

E tem a faixa do leão também que costuma acompanhar o Aclimação EC onde quer que ele jogue!

Tudo pronto pro jogo, gramado impecável, e atletas concentrados!

A torcida também estava animada!

O adversário do Aclimação é o time do EC Jardim Sorocaba!

A foto abaixo está na fanpage oficial da Copa, vale a pena conferir outras fotos bem bacanas!

Em campo, o time da casa acabou surpreendido logo nos primeiros minutos e levou o 1×0 numa bola alçada na área que acabou enganando a zaga.

Destaque para o pessoal da TVila (a tv que mais cresce no Brasil!) que está cobrindo a Copa e fazendo dela um sucesso ainda maior!

Confira os gols pelo vídeo que eles fizeram:

Mesmo o placar adverso não desanimou a torcida da casa, que fez a festa durante todo o jogo.

E aí aproveitamos para bater um papo com o pessoal da velha guarda do Aclimação! (vc confere o papo no vídeo do PODCAST #4)

O pessoal do banco até tentou mudar o jogo, mas infelizmente (para a torcida local) não foi a tarde do Aclimação

Fica a mensagem de agradecimento do time à torcida e a certeza da sequência do time em outros campeonatos amadores e quem sabe um dia sonhar com um retorno ao profissional?

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O futebol profissional em Riolandia

Mais uma cidade a ser visitada, mais um estádio a ser registrado! Depois de passar por Monte Alto, Guariba, Bebedouro, Monte Azul Paulista e Severínia, é hora de conhecer Riolândia!

Antes de chegar lá, tivemos a oportunidade de ver a Usina de Marimbondo, construída entre 1971 e 77, sendo a segunda maior potência das usinas de FURNAS, mas que nesse momento, por conta da falta de chuvas está com apenas 6% de sua capacidade… Temos que usar água com consciência…

A entrada da cidade tem uma paisagem linda, mas também está sofrendo com a seca…

E lá vamos nós!

Antes da chegada dos europeus e dos primeiros “brasileiros”, a região era ocupada pelos índios Kayapós, que viviam da natureza (caça, pesca, mel, frutas…) até que um belo dia aparece por ali o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, chamado pelos índios de “Anhanguera” ou diabo velho. E lá se foi a vida que existia ali… Atualmente os Kayapós ainda resistem em aldeias espalhadas pelo norte e nordeste do Brasil.

Acompanhando os bandeirantes estavam padres que criaram uma missão catequista e logo, os índios foram dominados pela nova e invasiva cultura permitindo a vinda de diversas famílias para as terras do Turvo, constituindo um povoado junto ao córrego do Veadinho. Somente em 1935 foi criado o Distrito de Paz, com o nome de Veadinho. Em 1953, passou à denominação de Riolândia.

Com o crescimento da ciade, naturalmente o futebol aparece como manifestação esportiva e cultural, e o templo dedicado a esse esporte é o Estádio Municipal Luiz Ferreira da Silva.

E o Estádio Municipal Luiz Ferreira da Silva foi palco do futebol profissional graças ao Riolândia Atlético Clube, o RAC! O distintivo veio do site Escudos Gino:

O Riolândia Atlético Clube foi fundado em 5 de maio de 1962 e após duas décadas disputando campeonatos amadores estreiou no profissionalismo em 1986 na Terceira Divisão. Veja como foi a campanha daquele ano com os dados de pesquisa do Francisco TN, amigo torcedor do AD Guarulhos.

A campanha de 86 não foi tão boa e o time acabou se licenciando do profissionalismo em 87, voltando à quarta divisão de 1988, com uma campanha que o credenciou a voltar à terceira divisão em 1989.

O time chegou até a fase semifinal, mas perdeu a vaga na final para o CAU Iracemapolense, que por sua vez foi batido para o campeão: a AA Central Brasileira, de Cotia.

De 1989 a 92, o Riolândia AC permaneceu na terceira divisão do Campeonato Paulista, encerrando sua história no futebol profissional em 1993. Aqui, algumas fotos sem identificação do ano, retiradas daFanpage oficial do time):

E vamos conhecer o Estádio Municipal Luiz Ferreira da Silva, onde toda essa história foi escrita!

O Estádio segue muito bem cuidado, mesmo com tamanha seca. O futebol amador ainda movimenta o Estádio Municipal e precisa dele sempre em ótimo estado.

Ainda existe ali uma mini estrutura de vestiários, que comporta tranquilamente as partidas.

A antiga arquibancada coberta segue firme e forte, tendo ao seu lado um grande anel de arquibancada descoberta, o que permite a presença de quase 4 mil torcedores.

Um olhar em 3 fases, começando pelo meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Ah, e tem arquibancada também atrás do gol da direita!

Aí o pessoal que nos recepcionou e permitiu qu eesse registro fosse feito, quem sabe o futuro do futebol em Riolândia esteja aí?

Como sempre fazemos questão de dizer, é uma grande honra e motivo de orgulho pessoal poder pisar em um campo que teve tanta história (e quem sabe, tanto futuro) para o futebol…

Quantas boas histórias, quantas vitórias nos acréscimos, quantos sonhos e quantas emoções já não foram compartilhadas nesse pequeno espaço de concreto que costumamos chamar de arquibancada…

E o que dizer do campo em si… Quantos gritos de gol, quantas lindas jogadas… Que o povo de Riolândia não desista do futebol jamais!!!

Antes de ir embora, uma água de côco na barraca em frente à Igreja pois o calor é grande!

Um último olhar para a cidade, ants de voltarmos para a estrada…

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O futebol profissional em Monte Mor

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

Já é quase setembro de 2020… Ainda sob efeito da pandemia do COVID 19, e tomando todos os cuidados mais que necessários, aproveitei o fim de semana e dei um pulo na cidade de Monte Mor, para conhecer e registrar o Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães.

Monte Mor

Vale lembrar que a área onde hoje fica a cidade era um local ocupado pelos índios Tupi-Guarani e muitos vestígios da época (como fragmentos de cerâmica e até  uma urna funerária com cerca de 1000 anos de idade) foram encontrados em escavações nos sítios Tapajós e Rage Maluf, na década de 70.
Após os índios serem dizimados pelos bandeirantes, o homem branco chegou, e usava a região de parada dos que passavam por ali e logo as primeiras famílias se estabeleceram ali dando origem a núcleos que se tornaram Freguesia e, em 1871 elevada à Vila de Monte Mor.
No século seguinte, a cidade veria nascer o seu time de futebol, o Esporte Clube Monte Mor!

Distintivo do Esporte Clube Monte Mor

Destaque para a Cruz Orbicular (Cruz Templária) em seu distintivo, que era usada pelos Templários portugueses e pela Ordem de Cristo.
O Esporte Clube Monte Mor mandava seus jogos no Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães e lá fomos nós registrar mais um estádio, dessa vez tendo o “Tio” Lúcio como guia!

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

O rubronegro EC Monte Mor foi fundado em 2 de maio de 1957 e disputou a Quinta Divisão em 1978 e 1979. Veja a campanha de 1978:

Campeonato Paulista - 5a divisão - 1978
Campeonato Paulista - 5a divisão - 1978

O amigo e leitor do blog José Alves Borges, treinador de futebol profissional na Ásia há mais de 20 anos, enviou uma foto do time de 1978:

Aqui, a campanha de 1979:

Campeonato Paulista - 5a divisão - 1979
Campeonato Paulista - 5a divisão - 1979

O EC Monte Mor também chegou a jogar a série A3 em 1980 e 1982. Esse foi o time de 1980:

Da esquerda para direita, em pé: Helio Jalbut (Técnico), goleiro reserva, Renatão, Chiquinho, Edson, Caetano, Zé Luiz, Louca (Goleiro), Alemão e Joãozinho Jalbut (Presidente). Agachados: Dimas, Mimi, ??, Ademir, Celso, José Antonio, Benê e João.

Graças ao amigo Jamil Lisboa, conseguimos algumas fotos do time dessa época.

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

As fotos são de um amigo dele, o Adhemar Alves, e fica aqui nosso agradecimento por poder dividir com outros apaixonados pelo futebol!

Mais do que algumas fotos quaisquer, elas registraram um dia na vida do EC Monte Mor:

Especificamente, do último jogo da fase classificatória de 1980, no dia 28 de setembro, contra o Cruzeiro do Vale do Paraíba (veja aqui nossa visita ao estádio deles!).
O Cruzeiro dependia do resultado deste jogo para se classificar e não a toa, a torcida do time do Vale do Paraíba trouxe nada menos que 6 ônibus para Monte Mor!!!

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

Estádio lotado e com direito a transmissão pela Rádio de Cruzeiro e transmitida, com um telão colocado no centro da cidade de Cruzeiro, pela Tv de São José dos Campos!

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

Embora a data nas fotos seja de 1982, esse jogo foi mesmo pela A3 de 1980, uma vez que em 81, o EC Monte Mor não disputou o campeonato e em 1982, o Cruzeiro estava na série A2, justamente por ter sido campeão do ano anterior!

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

O placar final foi 2×2.

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

O centroavante Celso marcou um dos gols do time da casa:

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

Tem até o lance do gol dele:

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

E não é que até foto do trio de arbitragem (modelo padrão…) apareceu? Árbitro Antonio de Pádua Sales!

EC Monte Mor 2x2 Cruzeiro - série A3 - 1980

Mas a festa teve um final um pouco triste para a torcida local, já que no ano seguinte o EC Monte Mor não disputaria campeonato algum, retornando apenas em 1982 para fazer sua despedida oficial da série A3 e do futebol profissional… Ao menos, seu estádio segue por lá!

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

Aliás, pelo que pudemos ver, o Estádio Municipal “José Maria de Freitas Guimarães” está passando por reformas…

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

Aqui o gol do lado esquerdo, para quem está acomodado na arquibancada coberta.

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor
Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

O meio campo:

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

E o gol da direita:

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

O sistema de iluminação deixou de funcionar há alguns anos, devido ao furto dos cabos de energia.

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

O amigo Stuchi ainda nos passou essa foto de uma vista aérea do Estádio:

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

O convênio com o Governo Federal liberou cerca de R$ 360 mil para obras de revitalização do Estádio, mas pelo que eu entendi esse acordo é antigo e deveria recuperar o sistema de iluminação, os vestiários, alambrados e outras dependências do estádio.

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

Que tal uma olhada no estádio como um todo?

Ah, e antes que você me pergunte como eu consegui as fotos e vídeos, em uma época em que o estádio está fechado, fica aí o nosso segredo:

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor
Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

Mas também busquei outras fotos no Facebook da Prefeitura, até pra ter uma vista da arquibancada, e olha aí o que achamos:

Estádio Municipal Monte Mor

Esse é um time amador de muita força na cidade, o Santa Cruz:

E ainda achei alguns lance de partidas amistosos:

Estádio Municipal Monte Mor
Estádio Municipal Monte Mor

E, principalmente, uma visão da arquibancada coberta:

Estádio Municipal José Maria de Freitas Guimarães - EC Monte Mor - Monte Mor

É isso aí…. Mais uma linda história do futebol paulista…

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Uma volta pelos estádios portugueses em 2020 – Parte 2: Leiria

A segunda parte do nosso rolê boleiro em Portugal, após ter conhecido Lisboa, nos levou à Leiria, capital do distrito de Leiria (veja o mapa abaixo), na província da Beira Litoral, ne região central do país. Distrito de Leiria A cidade nos pareceu bastante completa, muitas opções de comércio, serviço, além de contar com várias indústrias e até uma boa oferta para o turismo, por conta do Castelo de Leiria (spoiler do estádio na foto abaixo). Castelo de Leiria O mais legal dos castelos de Portugal é que eles sempre tiveram papel importante com a história de muitos século atrás. O castelo de Leiria foi construído pelo primeiro Rei de Portugal: D. Afonso Henriques, no séc. XII!!! Durante os séculos XVIII e XIX esteve abandonado, mas foi restaurado e virou atração da cidade. Castelo de Leiria Porém… durante nossa visita ele se encontrava interidtado para novas reformas… Leiria - Portugal O jeito foi dar um rolê pelo centro da cidade… Leiria - Portugal Bem próximo de Leiria está o Mosteiro de Alcobaça, (fica na cidade “quase vizinha” de Alcobaça), a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português, iniciado em 1178 pelos monges da Ordem de Cister. Leiria - Mosteiro de Alcabaça Leiria - Mosteiro de Alcabaça O Mosteiro de Alcobaça é constituído por uma igreja (inaugurada em 1252) e três claustros (uma espécie de jardim interno) com edifícios de dois andares ao redor e sua arquitetura interna é bastante original. Igreja Mosteiro de Alcobaça Igreja - Mosteiro de Alcobaça Dentro da igreja encontram-se os túmulos dos reis D. Afonso II (1185-1223) e D. Afonso III (1210-1279), D. Pedro I (1320-1367), (não confunda, quem nós brasileiros chamamos de D. Pedro I é para os portugueses D. Pedro III) e o de D. Inês de Castro (1320-1355), sentenciada à morte pelo pai de D. Pedro I, D. Afonso IV que não concordava com o relacionamento. Túmulo de D Pedro - Mosteiro de Alcobaça Túmulo de D Pedro - Mosteiro de Alcobaça Túmulo de D Ines de Castro - Mosteiro de Alcobaça Túmulo de D Ines de Castro - Mosteiro de Alcobaça Durante a Invasão Francesa em 1810, os dois túmulos foram profanados pelos soldados: o corpo de D. Pedro foi retirado do caixão e a cabeça de D. Inês, atirada para a sala ao lado. Os monges reuniram posteriormente os elementos dos túmulos e voltaram a selá-los. Leiria - Mosteiro de Alcabaça Em frente ao mosteiro, uma feirinha de antiguidades e mercado de pulgas… Flea Market - Alcobaça Alcobaça possui seu time, o Ginásio Clube de Alcobaça: Ginásio Clube Alcobaça O time foi fundado em 1 de Junho de 1946 e que atualmente joga o campeonato Distrital de Leiria. Este é o time de 1981/82, campeão da segunda divisão: GC Alcobaça Time de 1982/83 que jogou a primeira divisão: Ginásio Clube de Alcobaça O Ginásio Clube de Alcobaça manda seus jogos no Estádio Municipal de Alcobaça, com capacidade para 5 mil pessoas. Estádio Municipal de Alcobaça Não passamos por lá, mas o site Estádio do Mundo apresenta algumas fotos do campo: estadio-municipal-de-alcobaca estadio-municipal-de-alcobaca estadio-municipal-de-alcobaca estadio-municipal-de-alcobaca estadio-municipal-de-alcobaca Outra vila mais ou menos próxima é a de Batalha, que também possui um mosteiro (o Mosteiro da Batalha). Leiria - Mosteiro da Batalha Foi contruído a mando do rei D. João I como agradecimento à Virgem Maria pela vitória contra os rivais castelhanos na batalha de Aljubarrota. Até por isso, o nome oficial é “Santa Maria da Vitória“. As obras iniciaram no séc XIV. Também foi uma obra de arquitectura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino. É considerado património mundial pela UNESCO. Leiria - Mosteiro da Batalha O Mosteiro da Batalha foi restaurado no século XIX e sofreu transformações como a destruição de dois claustros. Leiria - Mosteiro da Batalha Leiria - Mosteiro da Batalha No Mosteiro da Batalha estão sepultados D. João I, D. Filipa de Lencastre, o infante D. Henrique, o infante D. João, D. Isabel, D. Fernando, D. Afonso V, D. João II, D. Duarte e também o Soldado Desconhecido. Leiria - Mosteiro da Batalha Lá em Batalha, também existe futebol, o União Desportiva de Batalha. É um time super novo, de 29 de Junho de 2006 que surgiu para promover e desenvolver a prática desportiva nas camadas mais jovens. Eles utilizam o Estádio Municipal como casa. Estádio Municipal de Batalha Estádio Municipal de Batalha Estádio Municipal de Batalha Estádio Municipal de Batalha Voltando a falar de Leiria, a cidade foi escolhida para fazer parte do Euro 2004, e com isso o Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa sofreu uma grande remodelação, que acabou gerando um custo absurdo que ainda hoje está sendo pago pelo município e o endividou profundamente. Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa A União Desportiva de Leiria, UDL é quem faz uso do estádio atualmente. União Desportiva de Leiria A UD Leiria disputa a terceira divisão, conhecida como “Campeonato de Portugal” 2019/20. O time foi fundado em 6 de Junho de 1966 e surgiu da fusão do Sporting Clube Leiriense e o Colipolense Clube Desportivo. A sua sede social e campo de atividades fica no prórpio Estádio. Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Olha aí o escritório e a bela coleção de imagens e troféus:

Logo no ano imediato à sua fundação conseguiu o título de campeão distrital, mas o destaque foi a temporada 1978/79 quando alcançou, pela primeira vez a primeira divisão portuguesa.

UD Leiria 1978 / 1979

Em 1981, foi campeão da 2.ª Divisão Nacional com o time:

UD Leiria 1980 / 1981 - Campeão

Novo título da segunda divisão viria na temporada 1997/1998. Na primeira divisão, a melhor colocação foi o 5.º lugar nas épocas de 2000/01 e 2002/03.

Na taça de Portugal, o clube teve o seu ponto alto na temporada de 2002/2003, quando chegou a final contra o Porto, perdendo por 1×0.

A partir da temporada 2003/04, o União Desportiva de Leiria passou a usar o novo Estádio Dr. Magalhães Pessoa como casa.

Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Dá uma olhada no entorno:

Um super estádio, cheio de cores e detalhes… Não é a toa que custou tanta grana para os cofres públicos… Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) É um estádio dentro da concepção moderna de arena, coberto e que deveria se pagar por meio de shows e outros eventos, além do futebol. Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Mais uma bilheteria internacional pra nossa coleção! Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) A capacidade de suas arquibancadas é de 23.164 torcedores e quando eu achava que não ia consgeuir mostrar as bancadas com essa capacidade… abre-se um portal…

Aí estão as arquibancadas do Estádio Municipal Dr Magalhães.

  Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Pra quem achava que a parte externa era colorida, olha só o interior dele: Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Não há fosso entre a bancada e o campo! Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Muito espaço para a torcida local! Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Mas nem só de alegrias vive o Estádio de Leiria. Ele acumulou dívidas por anos e a União Desportiva de Leiria deixou de realizar jogos no estádio, deslocando-se para o estádio da Marinha Grande. estádio da Marinha Grande Chegou a se considerar a hipótese de demolição do estádio e substituí-lo por um centro comercial, mas não houve quem se interessasse pela compra (ufa….). Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Hora de irmos embora, já que nossas aventuras por Portugal apenas haviam começado (veja aqui como foi o rolê por Lisboa). Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Já que é pra pegar o caminho de casa, que tal irmos no ônibus do time local? Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) Um último olhar para o estádio colorido que ficará pra sempre na memória… Leiria - Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal) E olha só que da hora essa foto de 1977/78  com o castelo ao fundo: UD Leiria 1977/78

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Em busca do Estádio perdido em Cananéia!

A ideia do As Mil Camisas é registrar a lembrança dos clubes de futebol, mas em alguns casos, a história das cidades é tão interessante que merece um mínimo de detalhamento. Este é o caso de Cananéia, considerada por alguns como o primeiro povoado do Brasil, graças a um personagem polêmico da história brasileira: Cosme Fernandes, o “Bacharel de Cananéia“, retratado abaixo pelo pintor Carlos Fabra. Bacharel de Cananeia Existe uma linha de historiadores que defende que antes da chegada de Pedro Álvares Cabral, Portugal já enviara diversas expedições secretas ao Brasil, e em uma delas, teria desembarcado na Ilha do Cardoso, o tal “Bacharel” que seria responsável por em 1498, criar um povoado na região da Cananéia. Esse é uma representação do Duarte Pacheco, um dos que podem ter trazido o Bacharel: Duarte Pacheco Mesmo a versão aceita pela maioria dos historiadores também é incrível. Ela diz que o Bacharel teria chegado à Cananéia em 1502, na expedição de Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio (figura abaixo), e que teria ajudado Martim Afonso a fundar oficialmente a cidade, em 1531. Américo Vespúcio De uma forma ou outra, o Bacharel de Cananéia entrou pra história por ser um dos primeiros europeus a viver no Brasil, casando-se com a índia Caniné e se tornado parte do povo local, mais ou menos como João Ramalho (ilustrado abaixo) fez aqui pelas bandas do ABC. João Ramalho A presença do Bacharel serviu de muita valia em alguns momentos (por estar intergado aos índios), mas em outros ele foi um verdadeiro vilão para os portugueses. O povo de São Vicente que o diga, quando foi quase dizimado pelo Bacharel que aliado aos índios Carijós e aos espanhois, em retaliação a uma tentativa de ataque – que também foi fulminada – em plena Cananéia. indios carijos A cidade acabou sendo esquecida, quando a Espanha conquistou o Império Inca (conhecido como o “reino branco” por causa da prata abundante) fazendo com que Portugal desistisse de enviar expedições ao sul do Brasil na tentativa de encontrar essa prata. Esse abandono evitou ainda mais polêmicas, uma vez que o tratado de Tordesilhas passava especificamente pela cidade de Cananéia. Marco do tratado de tordesilhas Não é a toa que a entrada da cidade reforça sua importância nas navegações européias do século XVI! Cananeia Embora ainda pouco visitada pelo turista em geral, a cidade já se preparou para oficializar sua história, com o Museu Municipal. Museu histórico da Cananeia Museu da Cananéia Bacharel da Cananéia MApa Conseguimos pegar um pouco da Festa do Mar, um evento que reúne as pessoas em torno da gastronomia e cultura local. Festa do Mar - Cananéia 2019 Além de tanta história, Cananéia possui uma incrível fauna e flora, distribuídos entre suas ilhas. É sem dúvidas um paraíso ecológico, como comprova a Guará de cor vermelha, linda! Guará A série de ilhas que rodeiam o continente nessa região carregam consigo boa parte da história do nosso país desde a ocupação indígena até os dias atuais. Quem sabe bastante disso é o historiador local João Borges, que dividiu conosco um pouco sobre o passado da Cananéia. Cananéia Com tanta informação e inspiração, fomos atrás do templo local do futebol: o Estádio Municipal Édison Batista Teixeira, onde o Clube Atlético Cananéia mandou seus jogos. Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia O site Só Futebol soltou uma camisa réplica (ou quase isso) (clique aqui se você tiver interesse): Já o site Cacellain apresentou uma imagem diferente do que teria sido a camisa: Esse é o muro do Estádio: Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Cananéia Uma de suas entradas com o que costumava ser a bilheteria (ali já fechada do lado direito): Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Vamos dar uma olhada lá dentro?

O Estádio possui dois lances laterais de arquibancada. Coloridas e tudo!

Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Aqui, o gol esquerdo: Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia O gol direito: Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia O Clube Atlético Cananéia foi fundado em 1986 para representar a cidade na Terceira Divisão do Campeonato Paulista de 1986. E foi aí no Municipal que o time mandou seus jogos! Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia A Terceira Divisão do Paulista de 1986 ficou conhecida por ter o maior número de clubes na história: 77. O time não passou da primeira fase, mas fez boas partidas, embora tenha perdido na justiça os 3 pontos que conquistou no jogo em Registro e ainda deu um WO contra o Embu Guaçu. Confira todos os resultados: Campeonato Paulista - Terceira Divisão - 1986 A classificação ficou assim: Campeonato Paulista - Terceira Divisão 1986 Essas arquibancadas puderam ver boas partidas naquele ano! Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Como resultado na tabela, o Clube Atlético Cannéia não obteve grande êxito, num grupo com nove times, terminou em quinto, não se classificando para a próxima fase, mas o time acabava de colocar Cananéia no mapa do futebol profissinal para a eternidade. Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Olha aí o banco de reserva: Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Ao fundo, as montanhas relembram o valor ecológico da região (praqueles lados está a divisa com o Paraná). Estádio Municipal Édison Batista Teixeira - Clube Atlético Cananéia Só por curiosidade, embora não possua um time profissional, na hora de voltar à Itanhaém passamos por Pariquera-Açu (que na na língua tupi, significa “barragem grande e velha de peixes”) e registramos o Estádio Municipal Lauro Lobo que se limita a receber partidas amistosas e o futebol amador regional. Estádio Municipal Lauro Lobo - Pariquera-Açú O gramado apresenta-se muito bem cuidado! Estádio Municipal Lauro Lobo - Pariquera-Açú E ali na parede se pode conferir o registro do nom do estádio. Estádio Municipal Lauro Lobo - Pariquera-Açu

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