Correndo sem parar…

Para aqueles que acompanham o blog há algum tempo, não é novidade que eu incentivo e tento praticar esportes, e nessa época do ano, já com pouco futebol para se assistir, é tempo da nossa participação na tradicional prova da COOP, o “Mexa-se”.

São 10 km de corrida pelo coração da nossa cidade, e mais uma vez, eu e a Mari estivemos ali. O ano passado a gente até se preparou (veja aqui como foi), mas confesso que para este ano, estávamos há mais de um mês sem qualquer atividade física. Só nos restava “olhos de tigre”…

Um detalhe importante é que a prova tem a largada às 8hs da manhã do domingo, ou seja, no sábado a noite, a pizzada organizada pelo amigo Mário Jara foi um obstáculo a mais para a corrida!

Mas, desculpas de lado, ali estava ela; a largada. Uma prova que reúne tanta gente (mais de 20 mil pessoas estiveram presentes) faz com que você demore até pra alcançar a largada…

O tempo que até então estava fechado, começou a abrir, o que pra mim, significava um cansaço ainda maior… Mas, vamos lá!

Depois da largada embolada, com aquele monte de gente, a prova fica mais gostosa (principalmente se você fica pra traz, como eu hehehe), dá pra apreciar uma vista que normalmente só se faz por traz da janela do carro.

E quando eu menos esperava. lá veio a marca do primeiro quilômetro!

E logo, os primeiros colocados foram aparecendo no sentido contrário, mesmo faltando um bom percurso até fazer a volta na Av. D. Pedro II. Eu estava mesmo devagar…

Mas minha meta era chegar até onde aguentasse e quem sabe, até terminar a prova… Quando eu já estava quase estourando de calor, chegou a primeira “base”, onde distribuiam água. Embora o sol começasse a baixar, os quase 2km percorridos até ali já tinham judiado de mim…

Pouco antes do terceiro quilômetro avistei a Mari “voando” já no sentido contrário.

Pra quem conhece Santo André, essa parte inicial da prova é saindo do paço municipal e pegando a Av. D. Pedro II sentido São Caetano, ou seja, uma bela subida…

Já estava no quarto quilômetro quando achei que a prova tinha acabado pra mim ao ouvir aquele som…

Alcançar a metade da prova foi emblemático para mim. Primeiro, porque confesso que fui correr com o objetivo de fazer 5km e parar, segundo porque a partir daí era uma questão quase matemática de apenas repetir o que já havia sido feito e terceiro porque as subidas eram menores na última parte. Sendo assim… segui em frente!

Logo após chegar ao Paço Municipal, um pouco apó o quilômetro 6, começou o maior dos problemas de quem corre muito devagar: acabei encontrando o pessoal que iria fazer a caminhada dos 5km, o que me obrigava a correr em zigue-zague para desviar dos “caminhantes”. Ao menos passei a não me sentir tão lento! Mas dá a impressão que até minha fala tava mais enrolada…

A chegada ao quilômetro 7 me deu nova injeção de ânimo, pois consegui encontrar a Mari, já percorrendo o último quilômetro. Pensei: “Ao menos um de nóa vai terminar a prova”.

Minha respiração não estava tão incomodada. Minhas pernas pesavam, mas não mais do que nos quilômetros anteriores. O maior dos meus problemas estava no superaquecimento da minha cabeça. Não sei se mais alguém sente isso quando corre, ou faz alguma atividade esportiva mais intensa, mas é o que mais me incomoda quando estou correndo. Pra minha sorte, no quilômetro 8 consegui pegar 2 copos de água, quase totalmente gastos para refrescar a “cachola”.

Confesso que do quilômetro 8 até o 9, corri quase como um zumbi, sem pensar em nada, tanto que nem reparei a marcação do quilômetro 9. Quando me dei conta, estava já na parte final da prova. Agora não tinha jeito. Eu tinha que acabar. Estava completamente molhado, graças à mistura de suor e água que usei para me refrescar, já começava a me sentir meio tonto e as assaduras começavam a brotar em minhas pernas… Mas eu tinha que conseguir. Fechei os olhos, me imaginei jogando pelo Santo André e dando um último e necessário pique para ajudar na marcação…

E assim, consegui completar mais uma prova de 10km! Vamos ver se eu volto a me preparar pra fazer um tempo melhor.

Abraços

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123- Camisa da Sociedade Esportiva Brazlândia – DF

A 123a camisa da coleção vem de uma cidade satélite do Distrito Federal, com pouco mais de 50 mil habitantes chamada Brazlândia.

O time dono da camisa é a Sociedade Esportiva Brazlândia, que graças às cores do seu uniforme (azul, verde e branco) e à localização da cidade, é também conhecido como o “Tricolor da Chapadinha“.

Aliás, que camisa, hein? O desenho é uma homenagem à calçada do lago Veredinha, um ponto turístico da cidade desenvolvida pelo artista plástico Francisco Galeno. O time foi fundado em 1995 e começou a disputar o Campeonato “Candango” em 1996, conseguindo chegar à segunda fase do torneio, surpreendendo pelo bom resultado, no primeiro ano. Mas não é fácil manter um time, e em 1997, o Tricolor da Chapadinha foi rebaixado para a segundona, reconquistando o acesso no ano seguinte, com o vice campeonato de segunda divisão. Embora um time sem grandes recursos financeiros, o Brazlândia se segurou na primeira divisão nos anos seguintes. Em 2001, conseguiu chegar às semifinais, após liderar a primeira fase do campeonato. Acabou eliminado pelo Gama. Em 2002 e 2003, chegou em 6° lugar, mas 2004 foi cruel para a torcida e o time foi novamente rebaixado. Somente em 2007, conseguiu voltar à primeira divisão estadual, vencendo na final, o badalado time do “Legião“, no Estádio Mané Garrincha, sagrando-se assim campeão da segundona, com o time abaixo (foto do pessoal do Jogos Perdidos, que acompanhou uma partida do time lá, no ano da conquista): Conseguiu se manter na elite, em 2008, conquistando mais uma vitória sobre o Legião, como mostra o vídeo que encontrei no Youtube:

Em 2009, outra fraca campanha culminou com novo rebaixamento à segunda divisão candanga. Existe uma matéria legal sobre um jogo deste ano no blog “Campo de Terra”, confira em: http://www.campodeterra.blogspot.com/2009/02/brazlandia-vence-primeira.html.

A crise se aplacou de vez e a equipe nem chegou a disputar a segundona de 2010, por falta de recursos. Somente em 2011, o time voltou a disputar a segundona e com uma excelente campanha, sagrou-se novamente campeão da Segundona e voltou à elite do futebol candango em 2012. mostrando que o coração ainda pode falar mais alto que o dinheiro!

O clube manda seus jogos no Estádio da Chapadinha, um alçapão com capacidade para 3.000 pessoas. Achei poucas fotos pela internet, dá uma olhada:

O mascote do time é uma Garça:

Ah, e não podia faltar uma organizada, a do Brazlândia é a Brazloucura, a comunidade deles no orkut: http://www.orkut.com/Community?cmm=44352189&hl=pt-BR. Em 2018, um grupo de empresários comprou a Sociedade Esportiva Brazlândia e transformou em Grêmio Esportivo Brazlândia.

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!

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O futebol da Associação Atlética Ferroviária de Botucatu

Estrada.

Sem dúvidas, minha vida é marcada pela estrada. Ir, voltar… A estrada materializa toda a minha vontade de permanecer em movimento.

Essas fotos são de julho de 2011, quando fomos até Assis, acompanhar o jogo do Assisense. Nosso destino? Siga em frente…

Botucatu era nossa meta antes de chegarmos em Assis. O grande objetivo era visitar o Estádio onde a lendária Ferroviária de Botucatu mandava seus jogos.

AA Ferroviária de Botucatu

E lá estávamos nós, eu, a Mari e meu pai, que ultimamente tem estado em quase todas as visitas a Estádios…

O Estádio, localizado dentro do ainda ativo clube da Ferroviária, chama-se Dr. Acrísio Paes Cruz.

Ele foi inaugurado em 1945, época em que o futebol do interior paulista era fortíssimo e recheado de lendas, mitos e fábulas.

Época em que o futebol de Botucatu era uma potência local, como nos mostram as diversas fotos muito bem distribuídas pelo clube, colaborando com a manutenção da história local.

Encontrei algumas fotos de times antigos no site Acontece Botucatu:

Estar presente num local desses desperta dois sentimentos interessantes. Primeiro, a satisfação de poder ao menos pisar em um lugar histórico para quem gosta de futebol. Mas logo em seguida vem uma “saudade de algo que não vivi” que me dá vontade de voltar no tempo só pra ver como era um jogo por aqui…

Pra quem quer saber como é o estádio, como um todo, fiz um breve vídeo dele, confira:

Detalhe para as arquibancadas, de madeira, com mais de 50 anos de idade… É de se emocionar ou não? Incrível como o futebol ensina arquitetura, história…

E as arquibancadas parecem ter parado no tempo, como que aguardando o retorno dos tempos de glórias…

O clube parece ter se preocupado com o resgate da história e usa a imagem dos seus heróis para embelezar ainda mais o lugar!

Outro cuidado que pode se perceber é com o gramado. Ao menos na época da visita, estava muito bom!

E aí não tem jeito. Ao ver um clube assim com tanta história tão bem cuidado, vem na cabeça a manchete sonhada: “Ferroviária de Botucatu celebra seus 70 anos e disputará a série B do Campeonato Paulista“.

Ok! Algumas coisas do estádio, embora pitorescas e valiosas exatamente por isso, talvez precisem ser reformadas para um retorno ao profissionalismo…

Mas é olhar de novo pro campo e ver que a energia do futebol ainda paira sobre ele. Décadas de disputas, rivalidades, amor e ódio compartilhado nas arquibancadas de madeira que merecem ser reacesas!

Um distintivo, que embora homenageie o poderoso São Paulo, da capital, tem seu valor próprio!

Um céu azul, característico do interior de São Paulo que pede de volta os rojões e fogos de artifício avisando que a Ferroviária está de volta aos céus…

Bom… São apenas sonhos de uma pessoa que não acredita nesse progresso que invade todas as cidades do Brasil. Sonhos de alguém que fica feliz em ter mais uma foto em frente de um estádio, como se isso ajudasse a manter viva a história de um clube, de um esporte, de uma cidade, no fundo… sua própria história.

Olha o time da Ferroviária de 1958, as vésperas de um jogo contra a Ferroviária de Assis!

Olha que linda imagem de parte do time de 1966:

Além de tudo o tempo atual é cada vez mas curto e corre mais ligeiro. É hora de um último olhar para o campo.

Uma última memória, um último gol fantasiado, assim como meu irmão fazia no tapete com seus jogos de botão.

O registro daquele que me ensinou e daquela que me apoia nessa busca incessante.

Antes de ir, ali no piso, o adeus de um distintivo que quem sabe ainda voltará a brilhar no profissionalismo.

Privar uma cidade de um time de futebol no campeonato paulista, independente da série, é privá-la de uma expressão cultural importante. Por isso APOIE O TIME DA SUA CIDADE!

Hora de seguir adiante. Atravessamos a cidade, vendo que aos poucos a força mercantilista das grandes corporações como o “inofensivo Habib’s” começa a calar os pequenos botecos.

O futebol não é exceção. É reflexo. O mundo está mudando e pra pior. E vai seguir assim enquanto as poucas pessoas que pensam diferente e que não concordam com isso continuarem caladas. Mudar não é tão difícil quanto parece. Basta atitude. A estrada aliviaria meus pensamentos até Assis…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

As mil camisas no FATV

Po, essa semana estivemos no Futebol Alternativo TV, um pessoal que entende e gosta bastante do lado B do futebol.

Foram mais de duas horas ao vivo! Pois é… Eu gosto de falar… hehehe Pra quem aguentar assistir, segue o vídeo:

Agradecemos demais a todos do programa pelo convite e pela atenção.

Abraços aos amigos que assistiram e comentaram ao vivo!