Juventus na Rua Javari. O jogo é Juventus x Portuguesa Santista, pela Copa Paulista 2009, e aparentemente, o estádio Conde Rodolfo Crespi recebe um público interessante para uma tarde ensolarada de sábado.
E não é que o pessoal da Briosa subiu a serra e veio até a Javari tentar empurrar a Portuguesa Santista? Até porque, com uma vitória a Lusinha passava para a próxima fase da competição.
Na Javari é assim, a Setor 2 comanda a festa. A primeira barra a surgir nos estádios brasileiros, canta o tempo todo, num tom muito diferente do que os estádios brasileiros estão acostumados. E não faltam tirantes, bandeiras e … até uma sombrinha grená… Destaque e abraços aos amigos Piva, Toro, Trafani e companhia!
É interessante ver que começa a surgir um movimento entre torcedores das equipes fora do “grande eixo” para se integrarem, independente das rivalidades. E assim, misturamos andreenses, lusitanos e juventinos numa mesma bancada. Sobre o estádio, fiquei triste ao ver que o Pão de Açúcar, substituiu aquele antigo placar manual por um “moderno” placar eletrônico (que nem sempre consegue ser lido). Tirando o novo placar, tudo na Javari ainda tem uma cara oldschool, meio alternativa. Das cabines especiais, ao teto de madeira, passando até pelo banco de reservas, tudo tem seu ar nostálgico… O grande nome do jogo pra mim foi o bandeira, que além de encarar de frente os jogadores, ainda encarou (de costas) a pequena, mas reclamona torcida da briosa. Em determinado momento, pareceu me que o bandeira chegou a virar pra torcida e disparar algumas injúrias contra o povo que ali alentava. Não há nada como assistir ao jogo de pé, apoiado na grade , respirando na nuca do goleiro (e gritando ooooooooo filho da p*** a cada tiro de meta). O jogo seguiu tranquilo. Fim do primeiro e… um início de confusão. Dedo em riste, aglomeração e gritaria. Briga de torcida? Protestos? Desencontros? Não, não, são apenas os tradicionalíssimos canoles de creme e chocolate vendidos durante os intervalos, higienicamente enrolados em guardanapos (dos duros). Acredite, são irresistíveis. Mais importante que uma foto em frente ao jogo é eternizar-se em frente à barraquinha dos canoles. E óbvio, mais importante do que foto, é comer um. Ou dois. Ou três. A R$2 cada, você deixa todo o dinheiro que levar. Saboreados ao som de música italiana, que animou todo o intervalo do jogo. Segundo tempo começa, de longe a setor 2 parece ainda mais guerrilheira, acreditando no Juventus, acima de qualquer coisa. O 0x0 persiste, os quase 500 torcedores se frustram pelo provável empate, mas não deixam de curtir a festa, a vida social e a energia que existe no último Estádio Mágico da cidade de SãoPaulo. Escanteio pro Juventus, mas… Não é tarde de gol. Confiante na vitória grená, apostei com o Élcio, um canole no Juventus. E como temos adotado a mania de eternizar nossas passagens pelos estádios por meio de fotos, segue uma sequência da gente, a começar pelo Gui, do www.explusosdecampo.blogspot.com , em seu momento ACAB: Já a Mari e eu, preferimos um visual mais convencional, ali, ao lado da grade… Com esse cabelo, desisti de fazer pose de mal… Agora saio sorrindo e com cara de besta. A mesma cara que fiz ao pagar o canelo pro Élcio, já que o Juventus ficou no 0x0, classificando-se para a próxima fase da Copa Paulista 2009. Por fim, um retrato do que a Moóca tem enfrentado como maior adversário, a verticalização do bairro. Verticalização traduzida em prédios e mais prédios que trazem um novo tipo de morador, muito menos identificado com as origens romanticamente obreiras do lugar. Sou torcedor do Santo André, todos sabem, mas sigo torcendo para que o Juventus mantenha viva a chama do amor ao bairro, da cultura local, da diversão humilde, mas real. Que a rua Javari continue reunindo diferentes vozes, cores e valores em torno do pequeno campo do time grená. Apoie o time de sua área!