Nossa última parada nesse rolê de pré inverno pelos estádios do interior paulista nos levou de Américo Brasiliense até a cidade de Ribeirão Bonito, onde vivem cerca de 15 mil pessoas!
A cidade fica próxima da região de Araraquara e São Carlos e foi um ótimo lugar para ser a última parada da nossa aventura.
Um ponto especial é a igreja que fica no alto de um morro, de onde podemos ver uma bela vista da cidade.
A cidade manteve boa parte da arquitetura do século passado…
Ah, e também tem uma igreja central, sem precisar subir o morro…
Nossa missão em Ribeirão Bonito era conhecer o Estádio Tonico Varela, antigo campo da Vila Mariana, onde o Ribeirão Bonito EC e antes dele o Futebol Clube Ribeirão Bonito mandavam seus jogos.
Aqui, um cartaz de quando, em 1928, o Futebol Clube Ribeirão Bonito jogou contra o Esporte Clube São Caetano.
A equipe, fundada em 1946 disputou o Campeonato Paulista da terceira divisão em 1961 e 1963. Aqui, o time de 1959, foto da página Closeup Ribeirão Bonito:
Atualmente, o Estádio serve apenas ao futebol amador,
Essa é a entrada “oficial”, com as placas informativas.
E a bilheteria, é claro!
Atualmente, o jeito mais fácil de entrar é pelo lado do Centro Social Comunitário, na rua ao lado.
Lá dentro, grande surpresa, um lindo estádio, com arquibancadas em torno de todo o campo.
O Estádio já foi chamado de Estádio da Vila Mariana, mas atualmente é conhecido como Estádio Tonico Varela.
Vamos dar uma olhada por dentro com o nosso tradicional vídeo!
Mais do que árvores, temos até flores!
E que tal um espaço desse para mesários, narradores….
Mais um registro de um estádio inesquecível!
O estádio está bem arrumadinho!
Mas, cuidado…
Recentemente houve uma reforma, conforme indica a placa.
Lindo cenário, que merecia uma nova oportunidade na série B do Paulista!
E assim, terminamos o rolê pelas 11 cidades que nos brindaram com diversos estádios!
De volta à estrada…. E de volta à Santo André!
Nosso rolê vai chegando próximo do fim, e após visitarmos alguns dos estádios de Araraquara, fomos até Américo Brasiliense, conhecer o Estádio local.
A cidade fica colada à Araraquara e lá vivem cerca de 40 mil pessoas.
E não podia faltar um time para defender as coras de Américo Brasiliense:
O Américo Esporte Clube foi fundado em 25 de setembro de 2007 e manda seus jogos no Estádio Municipal Joaquim Justo.
Segundo laudo técnico obtido pela prefeitura, o Estádio Municipal Joaquim Justo tem capacidade para 5.000 pessoas.
Embora muitos digam que sua inauguração ocorreu em 1982, informações do laudo técnico dizem que o estádio foi inaugurado em 1974 e passou por algumas melhorias até os dias atuais.
O nome é uma homenagem a Joaquim Justo, um atleta de destaque nos anos 40, e presidente do Americano Futebol Clube nos anos 50 e 60 (clube local da época em que a cidade ainda não havia se emancipado de Araraquara).
A primeira partida do time de Américo Brasiliense ocorreu em 10/08/2008 contra o Grêmio Esportivo Osasco (Américo venceu por 2 x 1).
O time possui até uma organizada: a Inferno Azul, com o site: www.infernoazul.blogspot.com.br
O Américo Esporte Clube disputou pela primeira vez, em 2008, o Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Encontra-se hoje com as atividades paralisadas.
Mas vale lembrar, que até 1965, Américo Brasiliense era um distrito de Araraquara, e antes disso, outro time já existira, o Americano FC, fundado em 1921, sendo assim o primeiro time de futebol de Araraquara!
Como eles já eram filiados à Federação Paulista de Futebol, houve uma fusão do time com a Ferroviária que deu acesso ao time grená de disputar a segunda divisão.
Seguimos registrando as mensagens nos muros dos estádios…
De Américo Brasiliense rumamos à última parte do nosso rolê: a cidade de Ribeirão Bonito!
Pra entender a história dos estádios é preciso lembrar como surgiu o futebol profissional na cidade.
O primeiro time a representar Araraquara nas competições profissionais da Federação Paulista de Futebol foi o Paulista FC.
O Paulista Futebol Clube foi fundado por Carlos Bersanetti em 3 de dezembro de 1930, no bairro de São José e chegou a participar de 5 edições da Série A2 entre os anos de 1948 e 1954.
O Galo (como era carinhosamente chamado pela torcida local) fez sua primeira partida em 28 de dezembro de 1930, em um empate de 2×2 contra o Ruy Barbosa de São Carlos no Estádio Municipal de Araraquara.
Aqui, o time de 1950 que enfrentou o Palmeiras em um amistoso (vitória de 5×3 para o time da capital):
Porém, outro time surgiu na cidade: o São Paulo de Araraquara!
O time foi fundando em 4 de fevereiro de 1937 e sagrou-se campeão do amador do interior de 1948, vencendo na decisão o Radium de Mococa por 3×0.
Com a conquista, passou a disputar a segunda divisão do paulista em 1949, permanecendo até 1951.
Porém, em 9 de janeiro de 1952 os dois clubes se fundem dando origem à Associação Desportiva Araraquara, a lendária ADA!
O fundador da ADA foi Pereira Lima, também responsável pelo nascimento da Ferroviária, anos antes.
A ideia era ter um time mais aberto, já que a Ferroviária estaria ligada apenas à EFA (Estrad de Ferro Araraquara).
Esse era o time da ADA, em 1954:
Como era de se esperar, logo surgiu uma grande rivalidade entre as duas equipes locais, principalmente na série A2, nos anos 50.
Em 1955, a ADA foi a vice-campeã da sua regional e seguiu para disputar o torneio dos campeões, porém, quem acabou se classificando para a primeira divisão foi a Ferroviária.
O time se licenciou em 1966 e parecia ter se transformado apenas num mito, quando em 2016, a ideia da “Liga de Futebol Paulista” (uma organização profissional paralela à Federação Paulista) trouxe de volta a vida o time da ADA.
Inicialmente, todos esses times mandavam seus jogos no Estádio Municipal Tenente Siqueira Campos, inaugurado em 1912, e que, atualmente pertence ao Clube Araraquarense.
Veja como era o estádio na época:
Em 2006, com objetivo de saldar as dívidas da Ferroviária, o governo do prefeito Edinho Silva fez uma negociação com o Clube Araraquarense, que já tinha interesse no Estádio Municipal e vendeu o estádio.
Desde 1994, o Estádio levava o nome de “Estádio Municipal Cândido de Barros“.
Segundo a Prefeitura, o espaço foi vendido por R$ 3 milhões e anexado ao patrimônio do clube e, com esse dinheiro, o Executivo municipalizou o Estádio “Doutor Adhemar de Barros”, a Fonte Luminosa, que então era do time grená, que vivia uma crise financeira.
Parte da arquibancada segue lá!
O campo ganhou gramado artificial e receber muitas partidas do pessoal associado do clube.
No dia em que estivemos lá, estava sendo disputado um festival com várias equipes.
O lado de fora sofreu poucas alterações. Apenas ganharam alambrados pra evitar a tradicional bola na rua…
O maior charme, ainda que pouco explorado é mesmo o portão de entrada original…
A parte triste da visita foi constatar que parte de suas arquibancadas originais foram demolidas em 2013. Encontrei essa foto da época da demolição:
Mas pelo menos, o estádio ainda segue lá… Localizado no centro da cidade, na Rua Adélia Izique (rua 9), ao lado do Cemitério Municipal…
E se tá do lado do cemitério, que tal um gole no bar “Pé na cova”???
Antes de irmos embora, ainda demos uma passada em frente ao atual Estádio Municipal, no Jardim Botânico, mas confesso que não me animei de entrar…
Depois me arrependi, vendo algumas fotos de quando a Ferroviária mandou seus jogos por lá:
Mas ainda faltava rever o principal estádio da cidade da atualidade, onde a Ferroviária manda seus jogos.
O Estádio Doutor Adhemar de Barros ou também denominado Estádio da Fonte Luminosa ou Arena da Fonte foi inaugurado em 1951, num amistoso contra o Vasco da Gama.
Depois de uma série de reformas e melhorias, o estádio ganhou status de Arena e possui capacidade para 20 mil torcedores.
Além disso, existe um museu dedicado ao futebol da cidade, que fica lá no próprio estádio.
É um dos mais modernos e bem equipados estádios do interior paulista e receberá mais uma vez a série A1 do Paulista em 2018.
Atualização em 2019: Estivemos na Fonte Luminosa para acompanhar Ferroviária x Santo André pela Copa Paulista e pudemos fazer algumas fotos:
Tivemos a companhia do Gabriel, nesse role!
E agora sim, as imagens da parte interna do Estádio, ainda que com baixíssimo público…
Vamos dar uma olhada no campo!
Olha aí o banco de reservas ocupado pelo Ramalhão, o visitante do dia!
A tradicional torcida AFEGANISTÃO, se fez presente também.
Por fim, ainda tínhamos uma última missão: registrar o Estádio onde o EC DER, o time do Departamento de Estradas de Rolagem mandou suas partidas nas oportunidades em que disputou as competições oficiais da Federação Paulista.
Na verdade, não tínhamos ideia de onde o EC DER mandava seus jogos então decidimos arriscar uma visita à sede do DER, na cidade.
E qual não foi a surpresa ao perguntar para o segurança se existia um campo de futebol lá dentro e ele dizer que sim. Que bastava entrar e acessar uma trilha…
E lá fomos nós, crentes que tínhamos descoberto um estádio esquecido…
Mas… Aprendemos que provavelmente o EC DER mandou seus jogos também no Estádio Municipal…
Já era tarde, hora de curtir o visual da cidade, tomar um sorvete de creme suiço! E nos preparar para a sequência final da viagem, com duas últimas paradas em Américo Brasiliense e Ribeirão Bonito!
A parte 8 do nosso rolê de “Pré Inverno” nos levou até a cidade de José Bonifácio.
Na verdade, o primeiro post feito sobre essa viagem foi sobre a partida que assistimos lá, entre o time local e o VOCEM. Você pode ler um post só sobre essa visita com mais detalhes clicando aqui.
Mas, para quem não leu, e para registro oficial, vamos a uma versão resumida.
O time da cidade é o José Bonifácio EC.
O time teve seu grande momento, quando sagrou-se campeão da Terceira Divisão Paulista, em 1972, com o time abaixo:
Fizemos o tradicional rolê pela cidade, registrando os principais pontos que fazem de José Bonifácio um lugar tão bacana…
Fomos até lá para conhecer e registrar o Estádio Municipal Antonio Pereira Braga!
E nada melhor do que fazer isso em um dia de jogo…
Logo de cara, ficamos mais do que contentes de ver que a cidade tem no estádio, um importante registro da história do futebol local.
O Estádio Antonio Pereira Braga, ou “Pereirão” tem capacidade para quase 10 mil torcedores.
Vamos dar uma olhada por dentro?
Atrás do gol, fica sua torcida organizada: A “Serpente do Vale”.
O placar não saiu do zero no embate frente ao VOCEM:
Mas para nós foi mais do que especial, já que nos permitiu conhecer mais um templo sagrado do futbeol do interior de São Paulo.
Além disso, pudemos conhecer um pouco da torcida do José Bonifácio, que tem se feito presente cada vez mais.
Saímos com a alma lavada e com a certeza de que mais do que um time, a cidade possui um ícone cultural que dificilmente será apagado da memória!
De José Bonifácio, começamos nosso caminho de volta, rumando até Araraquara!
SalvarSaAtualização: em 2022, demos uma nova passada na cidade, e mesmo sem ter o time do José Bonifácio EC disputando as competições oficiais, demos um pulo para ver como estava o estádio:
Como sempre, fizemos um rolê pelo centro da cidade, vivendo um pouco do que é o dia a dia de mais uma tranquila cidade do interior paulista.
Já sabíamos que estávamos pisando no sagrado solo de onde vêm os refrigerantes Poty, mas não sabíamos que Potirendaba também tem uma cervejaria que produz uma cerveja muito boa, a Trieste!
As águas dessa cidade devem mesmo ser mágicas! Potirendaba pode ser considerada a terra do basquete, afinal, foi lá que nasceu a rainha Hortência!
E o futebol local também merece destaque importante, graças ao União FC, time que representou a cidade de Potirendaba nas disputas dos campeonatos da Federação Paulista de Futebol, jogando a terceira e a quarta divisão, entre 1964 e 1968 e depois em 1986.
A terceira divisão de 1986, rendeu uma importante matéria na revista Placar:
O time do União FC manda seus jogos no Estádio Josephino de Carli.
Fica a curiosidade em relação à data na placa: 30/03/1989 refere-se à inauguração ou à alguma reforma?
O União FC foi fundado em 8 de agosto de 1939. Aqui, um amistoso onde o União venceu os amadores do São Paulo FC por 3×2 em 1946:
Aqui, um jogo onde goleou o Tanabi por 8×2, em 1947:
Mas no início, o time só disputou campeonatos amadores, até os anos 60, quando passou a disputar a 4ª divisão paulista.
Aqui, uma foto de quando o time sagrou-se campeão amador de 1963:
Essa é a bilheteria do estádio, junto do bar.
Mais uma bilheteria pra nossa conta!
E mais um estádio registrado.
O Estádio possui aquela tradicional arquibancada coberta na parte central.
Além do alambrado, existe uma pequena “cerca viva” em torno do campo.
Outra parte coberta é dedicada aos mesários e auxiliares.
Aqui, um breve vídeo mostrando um pouco do estádio:
A vista lá de baixo para a arquibancada:
E mais um pouco do campo…
Infelizmente esse é mais um estádio e time que possuem poucas informações disponíveis. Provavelmente, devem existir fotos da época, principalmente nas mãos de quem viveu aqueles tempos. Espero que esse post incentive essas pessoas a digitalizar essas imagens e compartilhar com quem gosta do futebol, antes que essas memórias se percam em uma gaveta ou ainda acabem indo pro lixo. A nossa parte a gente tenta fazer liberando as fotos que fazemos para uso em qualquer publicação on ou offline.
Dando sequência ao nosso rolê, depois de termos passado por Itajobi (veja aqui como foi) a parte 6 desse projeto nos levou à cidade de Urupês.
Se você gostou daquele falcão carcará que mostramos no post sobre os estádios de Novo Horizonte, vale você dar uma olhada na “turma” que nos recepcionou no caminho para Urupês. Não 1, nem 2, nem 10, mas cerca de 20 Gaviões Carcará que estavam ali… tomando um sol e buscando um rango na terra recém revolvida…
Urupês fica na parte norte do estado de São Paulo, e tem uma população de pouco mais de 14 mil pessoas.
A cidade leva o nome da tradicional coletânea de contos e crônicas do escritor brasileiro Monteiro Lobato, publicada originalmente em 1918.
E Urupês parece mesmo ter nascido de uma fábula brasileira, fiel aos detalhes do imaginário coletivo quando se fala em uma pequena e pacata cidade do interior…
Nossa memória nos traiu e não lembramos que o casal de amigos Guido e Maria Aparecida, torcedores do Ramalhão e figurinhas sempre presentes nos jogos do nosso time pelo interior, moram em Urupês…
A gente acabou almoçando por lá e tomando um Guaraná Poty!
Valeu até um rolê pra conhecer o cemitério!
Mas, nosso objetivo na cidade era registrar o Estádio Municipal Augusto Gonçalves, antigo Estádio São Lourenço, onde o Mundo Novo FC mandou seus jogos em 1967, em sua única participação em competições profissionais da Federação Paulista, pela quarta divisão.
O amigo Guido nos ajudou com duas fotos da entrada oficial do estádio (a gente entrou pela lateral e ia acabar perdendo esse registro!):
A placa indica que a inauguração do Estádio Augusto Gonçalves se deu em 23 de setembro de 1989.
O time foi fundado em 1958 e acabou sendo refundado em 1982, mas dedicando-se apenas às disputas amadoras.
O nome “Mundo Novo FC” vem da antiga denominação da cidade de Urupês quando ainda era um distrito (passou a ser chamada de Urupês em 1944).
O amigo Raul Casagrande, morador de Urupês e colecionador de imagens da cidade, ainda nos enviou mais estes raros registros do time do Mundo Novo FC:
Esse é o endereço do estádio:
Aqui é a entrada lateral por onde chegamos:
A entrada lateral (por onde chegamos) tem até um espaço onde deve ter existido um banner com o nome do estádio.
Vamos entrar e conhecer um pouco do campo?
Além do gramado muito bem cuidado, o campo é inteiro cercado por um alambrado e por um banco de madeira.
No lado lateral, uma bela arquibancada onde cabem uns 800 torcedores.
O campo é todo cercado por árvores, características dos estádios do interior.
Possui sistema de iluminação que garante jogos noturnos.
O estádio fica num bairro que é praticamente o limite da cidade. As ruas laterais nem tem saída, e é uma região predominantemente residencial.
Os bancos de reserva parecem ter sido reformados, estão novinhos!
A inscrição que se seguida a risca deve diminuir bastante as chances de ataque….
Eu, todo contente de conhecer um estádio que possui tão poucas informações disponíveis, mesmo na era da Internet.
Alguns nunca entenderão a força de um estádio assim…
Uma última olhada antes de irmos embora e dar sequência à nossa viagem…
Nossa próxima parada: Potirendaba, terra mãe dos refrigerantes Poty!!