Estádio Hide Maluf, a casa do EC Vera Cruz e um pouco dos demais times de Piracicaba

Esse aí em cima é o famoso rio de Piracicaba, talvez o maior ícone da cidade.
Ok, alguns vão dizer que conhecem a cidade pela também tradicional Pamonha de Piracicaba, uma iguaria que uniu os povos originários e europeus nesse país maluco em que vivemos…

Já o leitor mais assíduo, deve ser minimamente envolvido no universo do futebol e vai dizer que não dá pra não associar Piracicaba ao seu time, o XV de Piracicaba

Ou ao seu Estádio, o Barão da Serra Negra!

Sem dúvida, Piracicaba tem esses três elementos ligados ao seu cotidiano, e por isso os revisitamos mais uma vez, mas sempre importante reforçar que existe um montão de outras coisas que tornam a vida Piracicabana muito mais rica do que se imagina, afinal são mais de 400 mil pessoas construindo suas histórias nessa terra que não para de crescer como percebemos nessa foto do site da Prefeitura:

Voltando para a cultura futebolística, e tentando ser um site de pesquisa e vivência no futebol, admito que temos grandes lacunas para com a cidade e para minimizá-las aproveitei uma estadia em Piracicaba para visitar alguns pontos importantes para a história do futebol local, começando pelo local onde existia o incrível Estádio Dr Kok, demolido em 2009 e atualmente dando lugar a um supermercado.

Ao menos existe essa singela identificação na rua dona Lídia 162 que permite aos peregrinos da bola um momento de vislumbre.
Aparentemente já não há qualquer Centro de Treinamento como a placa indica…

Na página Piracicaba antiga encontrei a foto abaixo citada como provavelmente dos anos 40:

O Estádio chegou a ter capacidade para 1500 torcedores e foi a casa do Clube Atlético Piracicabano.

O CAP foi fundado em 8 de fevereiro de 1914, apenas um ano após o XV com quem nutriu forte rivalidade até os anos 50.
O time foi criado pelos trabalhadores da Socièté Sucrerie Bresiliense, uma Usina de Açúcar francesa, com o nome de Associação Atlética Sucrerie. Este era seu escudo:

Segundo o livro 125 anos de história – A Enciclopédia do Futebol Paulista, a AA Sucrerie disputou o Campeonato do Interior da APEA de em 1930 e 31(que teve o XV de Piracicaba como campeão).
Nesta época, pelo menos outros dois times da cidade apareciam nas disputas desta competição: a SR Palestra Itália (fundada em 27 de julho de 1926) e o São João FC (fundado nos anos 20).

Por conta da Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a proibir nomes estrangeiros e em 1941, a equipe foi rebatizada de Clube Atlético Piracicabano, assim como o Palestra Itália de Piracicaba se tornou Palmeiras.
Assim, o agora “CA Piracicabano” faz em 1948 sua estreia no futebol profissional, na Segunda Divisão Profissional em um campeonato que não deve ter caído bem entre os rivais citadinos, visto que o XV de Piracicaba sagrou-se campeão.

Em 1949, mais uma campanha fraca, terminando na 12ª colocação da Série Vermelha da Segunda Divisão Profissional, o penúltimo da tabela.
Em 1950, novamente termina em penúltimo, desta vez na 9ª colocação do 4º grupo.
Em 1951, disputa a Zona Azul da Segunda Divisão Profissional e termina em 12º lugar, o último do grupo.
Em 1952, uma campanha melhor, terminando na 4ª colocação da 4ª região, onde os dois primeiros se classificaram para a 2ª fase:

Em 1953, despede-se do futebol profissional e mais uma vez termina em 4º, porém num grupo de apenas 6 times.

Depois de tantos sonhos esquecidos, em 1976 disputa sua derradeira competição profissional, a Segunda Divisão Profissional (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista daquele ano atrás da especial e da primeira), em dois turnos, mas sem obter a classificação para a fase final.

Para deixar o passeio mais completo, fomos dar uma olhada na sede social do clube, que segue em funcionamento.

Ali perto da sede social do CA Piracicabano fica o campo de outro time piracicabano que sempre despertou nossa curiosidade: o EC Vera Cruz, fundado em 22 de Fevereiro de 1950.

Veja como são próximos a sede social do CA Piracicabano e o campo do EC Vera Cruz!

O local também é conhecido como Estádio Hide Maluf, mas possui uma estrutura bastante simples, provavelmente servindo apenas a partidas amadoras e das categorias de base do time do EC Vera Cruz!

O EC Vera Cruz se filiou na Federação Paulista em 1954 e em 1958 disputou o Campeonato Paulista da 3ª Divisão, perdendo a vaga para a fase seguinte num jogo de desempate com o Lapeaninho.

Depois, o Vera Cruz voltou para o amador por questões financeiras, sendo campeão local por várias vezes como se pode ver pelos troféus em sua sede:

Olhando da sede do time, esse é o gol da direita:

O meio campo (lá ao fundo, depois da estrada que corta a cidade e um pouco para a direita está a sede social do CA Piracicabano).

E o gol da esquerda:

Olhando pelo outro lado do campo, no meio campo se vê a pequena sede / bar do time:

O gol da direita:

E o gol da esquerda:

Na sede existem algumas fotos bem importantes da história do EC Vera Cruz, como a do título de campeão amador de 1971:

Vários troféus:

E aí está a camisa rubro negra do time:

Antes de terminarmos o rolê, uma menção a outros dois times que marcaram época no início do século XX: o União Monte Alegre, fundado em 23 de abril de 1923.

O União Monte Alegre mandava seus jogos no Estádio Comendador Pedro Morganti. Veja essa foto além de muitas histórias do time e outras imagens no Blog do Gaeta!

Vi aqui pelo Google Maps que não é muito difícil ir até lá, fica para uma próxima viagem!

Em 1945, disputaram o Campeonato do Interior em um grupo fortíssimo e… saíram campeões do grupo! Na fase eliminatória, cruzaram com a Ponte Preta e perderam por 5×0 em Campinas e 2×0 em Piracicaba.

Ah, e quem sabe consigo ve rum jogo deles, já que o time segue nas disputas amadoras da cidade!

Por fim, um outro time lendário de Piracicaba: o MAF, fundado 19 de abril de 1950.

O empresário Manoel Ambrósio Filho, dono da indústria de Máquinas de Costura Leonan, doou o jogo de uniformes do time e em homenagem nomearam a equipe com as iniciais do seu nome, surgindo então o MAF Futebol Clube.

Após anos de campeonatos municipais, a equipe decide participar do campeonato paulista de futebol, disputando a segunda divisão no ano 1976 (naquele ano denominada de “Primeira Divisão”), terminando a Série Alfredo Metidiéri na última posição…

Em 1977, disputou a Segunda Divisão Profissional (que equivalia ao 4º nível do futebol paulista) e mais uma vez terminou na última posição.

Mas, o MAF ainda seria duas vezes vice-campeão do Amador do Estado.
E assim, terminamos um pouco este recorte sobre o futebol em Piracicaba.

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XV de Jaú x Rio Branco: Semifinal da série A4-2024

28 de abril de 2024.
Incrível com as divisões de acesso tornaram-se donas das manhãs de domingo. Principalmente em suas fases finais.
E em Jaú, não foi diferente…

Valendo a vaga para a final e consequentemente o acesso à série A3 de 2025, a imprensa local noticiou que mais de 8 mil ingressos haviam sido (pós jogo foi anunciado público de 8.335 torcedores).

O resultado é esse mar verde amarelo no Estádio Zezinho Magalhães.

A torcida do XV de Jaú mostrou ter deixado pra traz o mal momento vivido em 2023, na derrota para o Joseense, quando perdeu a classificação para a próxima fase dentro de casa, mesmo após ter a melhor campanha da competição…

Até as tribunas estavam cheias!

Em Jaú, quem comanda a festa é a Galunáticos!

E sim, a festa estava bonita antes mesmo da bola rolar…

O povão em geral, que não faz parte de torcida organizada também se fez presente!

Acho que não seria exagero dizer que a cidade novamente se uniu em torno do time acreditando no acesso!

O mais legal foi ver uma partida com duas torcidas competindo no apoio do seu time…

Dessa vez, ficamos na torcida visitante. Muito porque a minha relaç˜ão com o Rio Branco e com sua torcida é bastante especial…

E sinta um pouco da vibração do estádio:

O pessoal da Sangue Rubro, torcida do Noroeste, esteve presente apoiando os amigos da Malucos do Tigre.

O jogo começou com tudo! E por incrível que pareça, o time visitante que normalmente entra pra segurar, veio disposto a propor o jogo e logo ficou claro que estávamos presenciando um embate que seria bastante agressivo!

Mesmo em um jogo tão cheio de oportunidades desde o princípio, não imaginava que as coisas fossem começar a se definir tão cedo… Não lembro como começou a jogada, mas quando percebi havia uma descida pela direita que parecia importante…

E foi assim que aos 10′, Brian após uma linda jogada pela direita marcou o 1º gol do Rio Branco.

Festa na torcida visitante!!!

Dá lhe bateriaaaaa!!!

Cara, que lindo momento!!! Se o mascote do XV de Jaú agitava em campo…

O do Rio Branco ignorava o calor e literalmente ia à loucura com a própria torcida!

O que é que eu posso dizer? Só me resta agradecer…

Aos 25’do primeiro tempo, David Lazari marcou o segundo gol do Rio Branco:

O segundo gol caiu como se fosse gasolina na “fogueira” da torcida do Rio Branco!

O XV de Jaú volta a dar um abafa no fim do primeiro tempo, pensando em ir pro intervalo com apenas um gol de diferença no placar, mas não conseguiu marcar o seu gol…

Aproveitei o intervalo para registrar as lindas faixas que a torcida visitante levou para o Estádio Zezinho Magalhães:

Deu tempo também pro pessoal das torcidas se conhecerem melhor naquela tradicional troca de elogios…

Importante dizer que mesmo sendo rivais, não houve nenhum problema maior que envolvesse violência ou enfrentamentos. Ao menos não que eu tenha visto. E como cheguei e saí pelo setor visitante também não houve nada por ali.

Deu também para registrar a estrutura do espaço para os visitantes…

Talvez, sabendo da presença da torcida do Rio Branco, a estrutura poderia ter sido melhor dimensionada… Mas, deu pra atender às necessidades básicas de um dia quente como este.

O 2º tempo começou e achei curioso um senhor segurando a bandeira do Chile, e fui conhecer o senhor Ramón, chileno radicado em Americana há mais de 30 anos e que tem pelo tigre o mesmo amor que costumava ter pelo Colo Colo em seu país natal!

O 2º tempo trouxe um XV de Jáu ainda mais aguerrido em busca do resultado. Aliás, o treinador Tássio (eterno ídolo do Santo André) bem que tentou mexer com a estrutura do time…

Mas, o jogo acabou ficando ainda mais aberto… E os ataques do time local eram combatidos com contra ataques cada vez mais perigosos…

E os atacantes do Rio Branco souberam segurar a bola no ataque…

O sol forte fez necessária a parada técnica, e foi quando caiu a ficha que faltavam menos de 25 minutos para o fim do jogo…

E com 2×0 no placar e o tempo passando, só restava à torcida do Rio Branco cantar como se não houvesse amanhã…

Confesso que fiquei triste em ver mais uma vez o XV de Jaú perder a oportundiade de voltar à série A3 jogando em casa em frente da sua apaixonada torcida…

A cada minuto que se avançava, diminuía o número de torcedores no setor local…

Mas mesmo assim, a torcida do Rio Branco não cantou vitória antes da hora e por vários momentos, sentiu que o momento do XV de Jaú no 2º tempo era melhor…

E qual o caminho quando as coisas parecem complicadas? A torcida do Rio Branco responde: cantar!

E haja fôlego!

E a rapaziada da bateria também mostrou estar com o preparo físico em dia…

O sol forte só dava descanso a quem se sentou ali na lateral embaixo da árvore…

Mas com o fim do jogo se aproximando a torcida toda se uniu, embaixo do sol do meio dia, somando o pico da temperatura com o pico da alegria…

E aí, até o tradicional porópopó rolou!!!

Agora era esperar o apito final…

Quando a alegria parecia total, já aos 48’ do 2º tempo, Vitinho definiu o placar com o 3º gol.

O juiz até deu mais alguns minutos de jogo a mais, mas a verdade é que o acesso já era uma realidade… Pode apitar, “seo juiz”:

Daí pra frente, não tem muito o que descrever… Muita felicidade, muita raiva que andava guardada presa no peito por tanto tempo…

Subir no alambrado até pode enquanto a polícia não reclamou… Mas deu pra comemorar como se merece…

Na hora de ir embora, a Polícia Militar foi cuidadosa e manteve a torcida

Ao amigo Rogerião que assistiu tudo isso lá do céu… O Tigre voltou, mano! Ainda faltam passos pra chegar onde merece, mas o seu time segue na luta!

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O Estádio Benito Agnelo Castellano, a casa do Velo Clube

Pois é, com o acesso do Velo Clube à primeira divisão depois de 46 anos, estamos vivendo uma verdadeira Velomania e já que o tema é inesgotável, vamos dar nossa contribuição registrando um rolê que fizemos para registrar o Estádio Benito Agnelo Castellano!

O Estádio Benito Agnelo Castellano, carinhosamente conhecido como o “Benitão” é a casa do lado rubro verde da cidade de Rio Claro: a Associação Esportiva Velo Clube Rioclarense.

Na parte interna do estádio, antes de se adentrar à arquibancadam existe uma série de fotos e registros sobre o passado do time junto do Bar “Toca Rubro Verde”.

Várias fotos relembrar os esquadrões que marcaram época defendendo a camisa do Velo Clube!

Por falar em imagens, taí a lenda responsável pelo canal @VeloemImagens!

Estivemos no estádio em um dia em que as categorias de base estavam disputando suas competições contra o XV de Piracicaba.

Assim, mesmo contando apenas com os familiares e aqueles que acompanham a base, pudemos viver uma tarde com o estádio vivo!

Vale lembrar como é a organização do estádio: são duas arquibancadas junto às laterais do campo sendo que no passado – e talvez isso volte no futuro- o estádio teve uma tubular atrás do gol. Desse lado em que estamos está a arquibancada coberta.

Do outro lado, uma arquibancada maior e descoberta. Ah, perceba que o campo está reduzido porque estamos falando do sub 9 e sub 11. E ali está o gol da direita:

E aqui, o gol da esquerda:

E aqui o meio campo:

Em 7 de setembro de 2022, o Estádio Benito Agnello Castellano completou 50 anos de inauguração, que se deu em 1972, na partida: Velo Clube 1 x 4 Palmeiras. Há uma placa registrando a data:

E é muito legal poder ver que tanto tempo depois, passando e vencendo tantas crises, o Benitão voltou a ser um local de felicidade!

Benito Agnello Castellano, que dá nome ao estádio, foi um esportista, dirigente, cronista esportivo (correspondente local da Gazeta Esportiva) e torcedor fanático do Velo Clube nascido na cidade em 1927. O J1 Diário publicou uma entrevista com o filho dele (na foto abaixo) no lançamento do seu livro “Benito e Velo” (veja aqui a entrevista).

O estádio nasceu como propriedade do Velo Clube, mas em 2008, a prefeitura de Rio Claro decidiu desapropriá-lo para inviabilizar seu leilão judicial, que ocorreria no mesmo ano como forma de pagamento das dívidas do clube.

O dinheiro será depositado em juízo para a quitação de dívidas trabalhistas e com Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que o Velo tem com a Prefeitura desde 1988 e apenas em 2015, na última parcela, a prefeitura recebeu o título de posse do imóvel.

Dei uma pesquisada aqui para ler sobre quando estivemos lá em 2011 para acompanhar o acesso do time para a série A2, veja aqui como foi!

Mais recentemente estivemos no Benitão para acompanhar a partida contra o São José, válida pelas quartas de final da série A2 (veja aqui como foi)!

Curiosamente, o público recorde do Estádio é de uma partida contra o São José (vitória do Velo pro 1×0) com um total de 15.782 torcedores, em 1978.

Mais um post em homenagem ao Velo e sua torcida! Desejamos boa sorte na série A1 de 2025!

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O futebol em Sorocaba – Parte 2

Este post é complementar ao primeiro que escrevemos sobre o futebol em Sorocaba (veja aqui como foi) quando falamos dos times e estádios do início do século XX:

Neste post vamos falar do Estádio Dr Rui Costa Rodrigues, casa do Estrada de Ferro Sorocabana FC e depois do Clube Atlético Sorocaba, do Estádio Severino Pereira da Silva, casa do Fortaleza Clube e do Estádio Euzébio Moreno, a casa do Clube Atlético Barcelona.

Mesmo visitando tantos estádios, confesso que alguns geram maior identificação e curiosidade, principalmente quando não consigo visitá-lo logo de cara e esse é o caso do Estádio Doutor Rui Costa Rodrigues.

O Estádio Doutor Rui Costa Rodrigues é a casa do Estrada de Ferro Sorocabana Futebol Clube.

Já estivemos em Sorocaba algumas vezes, e nunca havíamos conseguido entrar no Estádio…

Nunca até esse rolê… Até então, esse local era o máximo que eu já tinha conseguido ver do estádio, mesmo não conseguindo entrar, mas dali pra frente, seria tudo novidade…

E aí está nosso primeiro encontro…

Emocionante ver o distintivo do Estrada nas paredes do Estádio, mesmo que seja o que sobrou do time de Malha…

E a surpresa lá dentro foi total… Ainda que a arquibancada da lateral esteja praticamente destruída, o clima do estádio é incrível! Aqui, o gol da direita:

O meio campo, com a triste visão da arquibancada destruída:

Aqui, o gol da esquerda, com as arquibancadas aparentemente lavadas, como se tivesse sido recém construída.

Aqui, uma visão de como era a antiga marquise do estádio, creio que do lado da lateral…

Olhando de perto dá uma certa tristeza imaginar que esse Estádio não é mais utilizado pelos times profissionais.

Ouvi tantas histórias de jogos emblemáticos que aconteceram aqui que estar aqui, sozinho em meio a essa energia toda me deixou emocionado…

Claro… Dói ver esse lado abandonado e esquecido, mas também é compreensível ver os efeitos do tempo, afinal, o Estádio Dr Rui Costa Rodrigues foi fundado em 25 de novembro de 1930.

Olha como era a arquibancada há certo tempo atrás:

Pô, dá pra imaginar a emoção de estar nesse lugar?

O Estrada de Ferro Sorocabana FC foi fundado por ferroviários em 25 de novembro de 1930, com o nome de São Paulo FC, só adotando o nome “Estrada” em 1939 e depois de jogar muitos campeonatos e torneios amadores, estreou na Segunda Divisão do Campeonato Paulista em 1959, terminando em 4º na Série Vicente Feola.

Em 1960, o time lidera a primeira fase, na série Juscelino Kubitschek, e na fase final, termina em 4º lugar.

Olha aí que linda a camisa do time de 1960, posado no Estádio Dr Rui Costa Rodrigues (fonte na legenda da foto):

Em 1961, lidera a primeira etapa – Série Açúcareira:

Também lidera a segunda fase – Série Deputado João Mendonça Falcão:

Por fim, sagra-se campeão da Terceira Divisão ao bater a Usina São João na melhor de 3 partidas (6×2, 1×2 e 3×2), com esse time:

Em 1962, joga a segunda divisão terminando a primeira fase em 7º lugar.
Em 1963, classifica-se para a segunda fase terminando em 3º lugar na primeira fase.

Na fase final, acabou eliminado na 4ª posição:

Em 1964, termina a primeira fase em 3º lugar, classificando-se para a fase final.

Mas na fase final, acaba em 8º lugar…

Não se classifica para a fase final em 1965 (termina na 3ª colocação na primeira fase), nem em 1966 (quando termina em 9º) nem em 1967, quando faz sua última participação no Campeonato Paulista, terminando em 3º lugar no Grupo A.

Mas, as ferrovias começaram a perder o foco no Brasil e os times relacionados a elas sentiram o efeito, entre eles o Estrada FS que acabou abandonando as competições oficiais e dedicando-se apenas ao amadorismo.

O outro time importante a ser mencionado é o Fortaleza Clube, que surgiu em 24 de junho de 1903. O distintivo é do site Gino Escudos:

O Fortaleza Clube foi fundado por operários da Santa Rosália, uma indústria textil pela fusão de times da da fábrica (Sport Club Floresta, e o Fortaleza Foot-Ball Club) dando origem ao Sport Club Fortaleza. Time de 1921:

Em 1942 inaugurou o seu estádio próprio: Estádio Severino Pereira da Silva, primeiro estádio de Sorocaba a receber iluminação.

O Estádio existiu até 1971.

O time foi rival do Savóia de Votorantim, então bairro da cidade de Sorocaba. Um destaque interessante é que o Fortaleza venceu o Flamengo por 4 x 1 em 01 de março de 1947.
Além disso, foi campeão do Interior em 1948.
Em 1970, o clube extinguiu seu departamento de futebol e perdeu seu estádio para a especulação imobiliária.

Outro Estádio importante da cidade de Sorocaba é o Estádio Euzébio Moreno, a casa do Clube Atlético Barcelona.

O Clube Atlético Barcelona foi fundado em 15 de novembro de 1951 e mantém se na ativa até os dias de hoje em seu estádio.

O Estádio Euzébio Moreno foi inaugurado em 15 de novembro de 1983.

Foto do site História Futebol do time 1977:

Em 1990, o Barcelona faturou o Varzeano pela primeira vez.

Em 1993, aventurou-se no futebol profissional, disputando a Segunda Divisão (o terceiro nível do Campeonato Paulista daquele ano) em parceria com o Atlético Sorocaba e conquistou o acesso à série A3 via repescagem.

Atualmente disputa apenas campeonatos amadores de futebol, veja o time nos dias atuais:

A partir de 1994, o Atlético Sorocaba, oficialmente fundado em 1991, deu sequência na disputa do Campeonato Paulista ocupando a vaga do Barcelona! Escudos do site Escudos Gino:

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O Atlético Sorocaba nasce com a fusão do seu time amador com o Clube Atlético Barcelona com o Estrada de Ferro Sorocabana.
A ideia era reformar o Estádio Euzébio Moreno, o campo do Barcelona, mas como não seria possível ampliar sua capacidade para atender às exigências da Federação Paulista, a decisão foi usar o Estádio Dr Rui Costa Rodrigues então com capacidade para 6 mil torcedores, sendo reinaugurado em um Atlético Sorocaba 4×1 contra o Garça.
Em 1994, foram construídas arquibancadas de concreto, ampliando a capacidade para 15 mil torcedores. Em campo, o time terminou na 4ª colocação, sem obter o acesso à A2.

Em 1995, fica em 11º, em 1996 em 7º, em 1997 em 6º no grupo 1, em 1998, em 5º, em 1999, fica em 6º do grupo 1, em 2000 em 3º do grupo 2 (eram 4 grupos neste ano), em 2001, a série A3 foi dominada pela cidade de Sorocaba, com os 2 times liderando a competição e subindo à série A2!

Em 2002 faz sua estreia na série A2 e termina na 12ª colocação.
Em 2003, liderou a primeira fase, eliminou o CA Taquaritinga na semifinal e perdeu a final para o Oeste, mas ainda assim, chega à primeira divisão do Paulista!

Em 2004 faz sua estreia na principal divisão do futebol paulista, terminando na 8ª colocação no seu grupo.

Em 2005, é rebaixado para a série A2.
Em 2006, termina em 6º do grupo 2. Em 2007, em 10º. Em 2008, classifica-se para a fase semi final, mas termina em 3º no seu grupo, permanecendo na série A2.
Mas neste ano vêm seu principal título: a Copa Paulista.

Em 2009 e em 2010, termina apenas em 15º.
Em 2011, classifica-se para a fase semifinal de grupos, mas termina em 3º.
Em 2012, lidera a primeira fase…

Termina a fase semifinal em 2º do seu grupo, voltando assim para a série A1 do Paulista.

Em 2013, termina a série A1 na 15ª colocação.
Em 2014, foi rebaixado à série A2 do Campeonato Paulista.
Em 2015, patina na A2, terminando na 15ª colocação.
Em 2016 foi rebaixado para a Série A3 do Campeonato Paulista e licenciou-se das competições profissionais.

Durante as competições mais importantes, mandou seus jogos no Estádio Centro de Integração Comunitário Walter Ribeiro mais conhecido como CIC ou Estádio Municipal Walter Ribeiro.

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O último round da luta pelo acesso à série A1…

Domingo, 7 de abril de 2024, Santos nos recebe com uma manhã de outono bem mais fresca do que normalmente encontramos em jogos no Ulrico Murca.

Mas os corações estão quentes… Batendo forte e empolgados pelo duelo que levará uma das duas equipes de volta à série A1 do Campeonato Paulista.

Clima bem legal do lado de fora, com as duas torcidas convivendo em respeito e perfeita harmonia. Vale reforçar que ambos os setores tiveram seus ingressos esgotados muito antes do fim de semana chegar.
E sempre importante valorizar o torcedor visitante, que se faz presente sabendo das adversidades que isso representa.

Com ingresso em mãos, é hora de seguir para a bancada local!

O Estádio Ulrico Mursa é pequeno, mas muito bem cuidado e cheio de pequenos detalhes que ajudam a cativar os laços com sua torcida.

E a própria torcida acaba colaborando nesse sentido, via stickers, faixas e seu apoio incrível!

Uma das consequências desse trabalho é ver surgir na bancada rubro-verde uma nova geração de fãs da Briosa.

E isso, sem perder a identidade, ou o amor irracional ao time da sua cidade e vendo ao seu lado as outras gerações que marcaram e ainda marcam a história da torcida da Portuguesa Santista.

Escolhi ficar ao lado da Força Rubro Verde, em um lugar que me permitiu tanto registrar a festa da bancada local…

Quanto também acompanhar os visitantes:

Também deu pra registrar as cadeiras cobertas…

E era tanta gente que até os bancos de reservas pareciam estar superlotados!

Ah, e tinha gente também lá no lado da entrada do Estádio:

Times perfilados para o hino nacional…

As torcidas mandam seus recados, na voz, ou por escrito também…

Em campo, a Portuguesa Santista faz um bom início de jogo, muito graças as descidas do camisa 7 local, “Maranhão” pela direita do ataque!

No primeiro tempo, a Briosa ataca para o lado da sua torcida, pra azar do goleiro Reynaldo que teve que atuar com toda essa pressão contrária!

E embora a falta não tenha sido muito bem batida, sinta aí um pouco do clima do Ulrico Mursa nessa decisão!

Mas, o Noroeste parava estas iniciativas com boa marcação e faltas quando necessário.

As chegadas são infrutíferas para ambos os lados…

O Noroeste montou mesmo um paredão que parece impenetrável!

E as faltas para a Briosa não geravam grande perigo…

Lá do outro lado o goleiro Wagner sofria apenas nas investidas de contra ataque e nas bolas aéreas…

A torcida local faz sua parte…

E mais uma vez me sinto muito feliz em poder vivenciar tudo isso assim tão de perto…

O primeiro tempo termina em 0x0…

E é hora de dar um rolê pelo Estádio Ulrico Mursa e registrar o que faz esse estádio e esse rolê únicos!

E olha a Cachopinha aí!

Confesso que lembrei daquela imagem que viralizou de um cara fumando, com a fantasia de Minie e fiquei me perguntando quem está por baixo dessa fantasia kkkk

É fato público que a Portuguesa Santista está com problemas financeiros chegando inclusive a atrasar salários e sempre que estou em campo torço para que toda a grana que vejo circular esteja indo pro lugar certo… Foi muita gente fazendo o bar faturar além da bilheteria (cerca de R$ 123 mil reais líquidos), e pode não parecer muito para os padrões das arenas, mas deve fazer a diferença pra quem está nessa situação.

Começa o segundo tempo e se o apoio da torcida local já havia sido considerável nos primeiros 45 minutos, o que se vê a partir de agora é uma verdadeira família espalhada pelo estádio, gritando junto em torno do time!

Bandeiras e bexigas fazem o setor da torcida Força Rubro Verde vibrar!

Mas em campo, o efeito parece o contrário e é o Noroeste que volta melhor!

E não demora pro pior (para a torcida local) acontecer: penalty para o Noroeste… O resultado você vê abaixo:

Festa na arquibancada visitante!

Mas a Portuguesa Santista é conhecida pelo seu brio… Como diz a faixa… “A mais briosa”!

E a explosão na Força Rubro Verde só pode ter uma causa: aos 31′ do segundo tempo, sai o empate da Briosa, com Vavá!

E se tem gol de empate, o clima aumenta na bancada da Briosa…

E dá lhe, bandeirão!

Com a partida terminando em 1×1, e o jogo de ida tendo sido 0x0, vamos para a disputa de penaltys. Imagina como estão os jogadores de cada time…

A torcida local aposta suas fichas no bom goleiro Wagner Coradin…

E vem a 1ª cobrança da Portuguesa Santista:

E a 2ª…

Adiantando a história, a Briosa perde o terceiro penalty, enquanto o Noroeste segue com 4 conversões. Chegamos assim ao 4º e decisivo penalty pra Briosa… É necessário marcar o gol para poder torcer contra a última cobrança do Noroeste, mas… Não haverá uma última cobrança…

É muito difícil escrever qualquer coisa sobre esse momento se você não for torcedor da Portuguesa Santista. Não dá pra explicar o que cada um sentiu naquele pranto coletivo, sofrido por cada presente…

Assim, como não se deve desmerecer a conquista dos visitantes…

Junto do Velo Clube, o Noroeste será mais uma equipe do interior a fazer parte da série A1 do Campeonato Paulista a partir de 2025, por isso, vale sim e muito a festa do povo de Bauru!

Como não podia deixar de ser, os jogadores fizeram a festa junto de sua apaixonada torcida…

Mesmo com a tristeza momentânea por parte da torcida da Portuguesa Santista, basta ver as diversas decisões que a equipe esteve envolvida nos últimos anos pra entender que o time e torcida vivem uma fase incrível e tenho certeza de que em breve estaremos juntos registrando o acesso da Briosa!

Aproveitando que estou em Santos ainda deu pra curtir um pouco do fim de tarde nas águas da praia de Itanhaém

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212- Camisa do Americana FC

A 212ª camisa de futebol do nosso site foi presente do amigo Murilo de São Caetano, e graças ao Caio Tambara chegou pra mim, obrigado aos 2!!!
O dono da camisa é o Americana FC, um clube que gerou polêmica ao trocar sua cidade e nome de origem.

Mas o time foi fundado em 1º de outubro de 1998 como Guaratinguetá Esporte Clube.

No ano de 2000 estreou em competições profissionais na Quinta Divisão do Campeonato Paulista. Na primeira fase, os times do grupo 1 enfrentaram os do grupo 2 e depois enfrentaram os do próprio grupo (em ida e volta), no qual o Guaratinguetá terminou em 4º lugar.

Nos mata matas, passou pelo Corinthians do Vale do Paraíba (1×1 e 3×0), depois pelo Linense (1×0 e 2×1) e foi eliminado pelo Palmeiras B (1×2 e 0x1).
Em 2001, contava com Marcinho Guerreiro, que faria história no Palmeiras em 2004 e terminou na terceira posição, subindo para a 4ª Divisão do Campeonato Paulista (na época chamada de Série B1).

Em 2002, o Guaratinguetá terminou vice-campeão, perdendo a final para o Rio Claro (0x0 e 0x3), mas conseguindo o acesso para a Série A3.

Em 2003, em sua estreia na série A3 não passa da primeira fase.
Em 2004, muda de nome para Guaratinguetá Futebol Ltda e termina na terceira colocação, conquistando o acesso para a série A2 do Campeonato Paulista.

Em 2005, teve uma má campanha por pouco não voltando à série A3.
Em 2006, termina a primeira fase em 4º lugar, e na fase de grupos, em 2º do grupo 4, não indo à final, mas conquistando o acesso para a série A1 do futebol paulista

Assim, o time igualou o feito da Associação Esportiva Guaratinguetá! que jogou a primeira divisão entre 1961 e 64.

Em 2007, estreia na Série A-1 do Campeonato Paulista, agora como Guaratinguetá Futebol Ltda, terminando em décimo lugar e assim classificando-se para o troféu do interior.

Após bater o Paulista de Jundiaí e o Noroeste, sagrou-se Campeão do Interior.

Em 2008, termina a 1ª fase na liderança, classificando-se para as semifinais onde foi eliminado pela Ponte Preta.

No mesmo ano, disputa o Brasileiro da Série C, terminando na 9ª colocação e não conseguindo o acesso para a série B.
Em 2009, acabou rebaixado para a série A2.

Na Copa do Brasil, elimina o Caxias, mas acaba eliminado na fase seguinte pelo Atlético Mineiro. Na Série C, conseguiu o acesso ao Campeonato Brasileiro da Série B, após terminar em 2º lugar no grupo, depois eliminando o Caxias e sendo eliminado pelo América Mineiro nas semifinais.

Em 2010, volta à série A1 do Campeonato Paulista com o 3º lugar na A2. Além disso estreia na série B com uma campanha mediana.

Em 2011, algo parece estar errado e o clube se muda para a cidade de Americana e passa a se chamar Americana Futebol Clube.

No Paulistão faz uma campanha mediana e termina em 12º.

Na série B do brasileiro chegou a frequentar o G4, mas não conquista o acesso à série A.
Porém a mudança de cidade acabou se mostrando não tão interessante, talvez porque Americana seja a casa do Rio Branco, um time estabelecido e com uma torcida apaixonada, que sempre se colocou contra um novo clube.
Assim, o time acabou voltando para Guaratinguetá, mas… Aí era a torcida local que agora se sentia traída e acabou abandonando o time.
Com tanta turbulência, em 2012 o clube voltou à Série A2 e escapou por pouco do rebaixamento para a Série C.

Em 2013, classifica-se para a fase final, mas acaba eliminado, mantendo-se na série A2, mas acabou rebaixado para a série C do Campeonato Brasileiro.

No fim do ano o empresário Sony Alberto Douer vendeu o clube para um de seus fundadores fazendo com que ele permanecesse em Guaratinguetá em 2014, terminando a série A-2 na 15º colocação. O ano terminaria com novas turbulências já que uma parceria com o Clube Atlético Lemense, trouxe uma nova diretoria, comissão técnica e jogadores.
Como consequência de tantos problemas, em 2015, veio o descenso para a A3…

Em 2016, o Guaratinguetá FL foi rebaixado na Série A3 do Paulistão e na Série C.

Em 2017, pediu licenciamento das competições oficiais, alegando problemas financeiros e no calendário, sumindo do mapa do futebol…

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Mergulhe na emocionante memória da AA Votuporanguense

Em cada cidade há uma história viva que pulsa nas veias e na memória de seus habitantes.
É notório que a formação da sociedade brasileira deixou um legado de dor e de muita injustiça que precisa ser sempre lembrado, principalmente pelo que foi feito com os povos originários e com os povos africanos.
Mas, somos resultado dessa mistura, de toda essa dor e injustiça e de certa forma, o futebol carrega essa história consigo.
Em Votuporanga, temos uma nova obra que conta, através de suas páginas um pouco de como o futebol se envolveu com a cidade.

Para adquirir, fale com o Augusto pelo WhatsApp: ‪ 041 99280‑1953‬

O livro se chama “Associação Atlética Votuporanguense: a paixão de uma cidade“, e é uma obra que mergulha fundo na alma do futebol local e revela os segredos por trás da equipe que uniu uma comunidade, trazendo de volta momentos inesquecíveis como a conquista da 3ª Divisão de 1960.

O responsável pela obra é o Grupo Memorial Votuporanguense (GMV), fundado em 6 de março de 2021 com o objetivo de preservar e divulgar a memória do futebol de Votuporanga, incluindo o Memorial Franciso Santana (Fifi), que será o museu de imagem e som das equipes votuporanguenses, como a equipe de 1967, campeã sem vencer.

A leitura dessa obra é uma verdadeira celebração da comunidade, do esporte e da história!

Então se você ama futebol e gosta de saber as origens dessa cultura em uma cidade como Votuporanga, junte-se a esta jornada que atravessa décadas de glória, mostrando como um time de futebol pode transcender o campo e se tornar o verdadeiro símbolo de uma cidade, como o time campeão em 1978 da 2ª Divisão:

Quem tiver interesse em adquirir o livro, fale com o Augusto pelo WhatsApp: ‪ 041 99280‑1953‬

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211- Camisa do CA Nevense

A 211ª camisa de futebol do blog pertence ao Clube Atlético Nevense, time fundado em 30 de novembro de 1957.
Foi presente do amigo Rodrigo, o “Jacaré”, um grande entusiasta não só do time do Nevense, mas do futebol da região.


Os escudos abaixo foram disponibilizados pelo site Escudos Gino:

Já estivemos em Neves Paulista por algumas vezes seja pra curtir a cidade…

… ou registrando o Estádio Ignácio Vasques, casa do CA Nevense.
Veja aqui como foi um desses rolês:

Foi o Rodrigão que me arrumou essa camisa linda, então esse post é em homenagem a ele e a sua família, da qual nos sentimos parte também!

Neves Paulista fica na região de São José do Rio Preto em uma região que foi muito ocupada antes da chegada dos europeus. Ali viveram povos Tekohá, M’bya (ambos da família dos Guarani) e bem provavelmente Kaingangs.

O atual município homenageia o Capitão Neves, um dos que, em 1921, ergueram um cruzeiro entre os córregos da Água Limpa, o de Jacutingá e o Ribeirão do Jacaré, em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.
A região foi crescendo e tornou-se uma vila.
As terras férteis trouxeram mais gente para inicialmente explorar suas madeiras e depois produzir café nas terras abertas e assim atraindo muitos imigrantes.
Em 1927, torna-se distrito de Monte Aprazível com o nome de Neves.
Em 1937, o distrito de Neves foi transferido para Mirassol e, em 30 de novembro de 1944, transformado em município com o nome de Iboti.
O nome atual foi adotado em 24 de dezembro de 1948 para diferenciar de cidades homônimas de outros estados.
Logo, surge o primeiro time de futebol da cidade: o São Paulo FC.
Mas em 1957 a cidade vê surgir o time que seria o mais representativo: Clube Atlético Nevense!

Já no primeiro ano em que o time se aventurou a disputar o profissional, 1958, foi campeão da Terceira Divisão, numa incrível final contra o Estrela de Piquete!

C.A. Nevense

Aqui, Antonio Romildo Rosa, que além de atleta seria prefeito da cidade:

E que linda a campanha, liderando a primeira fase… Repare nos demais times que participavam do grupo.

Na fase semifinal, o CA Nevense terminou empatado com o Glória e o Municipal e por isso teve que disputar um mini torneio desempate do qual saiu vencedor:

Na final, o Nevense teve que enfrentar o Estrela de Piquete e após um empate no primeiro jogo, uma goleada por 4×0 dá o título ao time de Neves Paulista!

Matéria da Gazeta Esportiva sobre partida contra o Municipal de Vera Cruz:

Interessante que naquele ano o time também disputou o Campeonato do Interior, no Setor 65:

Em 1959, disputou pela primeira e única vez uma edição da Segunda Divisão (que teria o Corinthians de Presidente Prudente como campeão), jogando a Série Geraldo Starling Soares acabando na penúltima colocação deste grupo (fonte: História da 2a divisão do Futebol Paulista – Julio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Jr).

Série A2 1959

Assim, o Nevense volta ao terceiro nível do Campeonato Paulista, disputando as edições de 1960 e 61, terminando a 1ª fase em 4º lugar.
Encontrei o registro de um amistoso interestadual de 1960, contra o Bonsucesso:

Em 1962, é o campeão da Série Senador Lino de Mattos, a primeira fase do Campeonato:

Mas na segunda fase apenas o campeão classificava-se e o Nevense terminou em segundo!

De 1963 a 66, apenas campanhas medianas, e em 1967, se licenciou.

O Nevense retornou em 1969 no terceiro nível do futebol paulista, chamada, na época de “Segunda Divisão dos Profissionais”, terminando a primeira fase em penúltimo lugar. Aqui, outras fotos que não consegui identificar o ano, mas que são registros históricos:

Em 1970, termina em 3ª a primeira fase:

Em 1971, termina a 1ª fase na liderança:

E na fase final, um honroso 4º lugar:

Aqui, o time de 1971:

O Nevense faz campanhas medianas em 1972 (do time abaixo) e 73.

Mas em 1974, novamente liderou seu grupo na primeira fase:

Na segunda fase, foi eliminado terminando em 3º no seu grupo.

O Nevense faz uma campanha ruim em 1975, terminando a primeira fase em 8º (penúltimo) do seu grupo, no ano em que não houve campeão por irregularidades no campeonato.
Em 1976, termina em 4º na primeira fase.
Em 1977 a reorganização do futebol paulista leva o Nevense para o Quarto nível (chamado de Segunda Divisão Profissional) e o Nevense volta a terminar a primeira fase na liderança do seu grupo.

Na segunda fase, terminou em 4º:

Em 1978, termina em 8º, com o time abaixo:

Neste ano, iniciou-se a montagem das categorias de base do Nevense, que daria frutos anos depois… Esse é o time de juniores de 1978:

Legal ver que a população esteve envolvida até com a arrecadação dos uniformes!

Em 1979, o time termina a primeira fase em 9º. Veja algumas breves matérias sobre partidas deste ano:

Em 1980, mais uma reorganização do futebol e o Nevense volta ao Terceiro nível do Campeonato Paulista (chamado de Terceira Divisão), disputando o Grupo Azul na primeira fase e terminando na 11ª posição.
Em 1981, termina em 10º.
Em 1982, acaba em 5º, em um grupo de 8 times, mas a grande notícia deste ano é que o time sagrou-se campeão sub-20:

Em 1983, fica em 3º do seu grupo no turno e depois em 6º no returno, não se classificando para a segunda fase.
Foto do Jornal A Tribuna, gentilmente envida pelo amigo Rodrigo:

CA Nevense 1983

Em 1984, termina a primeira fase em 5º.
Em 1985, classifica-se para a segunda fase terminando o seu grupo em 4º, mas não chega às finais.

Entretanto, em 1985, o time sub 20 é vice campeão da Terceira Divisão!

Em 1986, o Nevense fica em 8º no Grupo Marrom, na primeira fase e não se classifica.
Em 1987, termina a primeira fase em 7º no Grupo D e novamente não se classifica.
Em 1988, volta a se classificar, mas termina a segunda fase em , sendo assim eliminado da competição.

Em 1989, termina a primeira fase em 4º e não se classifica.
Em 1990, tem sua última participação no Campeonato Paulista e acaba sofrendo uma punição pela Federação pela falta de segurança no estádio, o que acabou desanimando ainda mais os diretores e lavando-os a abandonar o futebol profissional… Ainda assim, mais uma vez classificou-se para a segunda fase.

A equipe ficou inativa entre 1990 e 2015.
Em 2016, o Lobo da Araraquarense foi reativado, quando se filiou à Liga de Futebol Paulista e disputou a 1ª Taça Paulista, com o time abaixo:

Na atualidade, os apaixonados por futebol, como o amigo Rodrigo, tem acompanhado os times da região (Mirassol, América, Rio Preto, Novorizontino), mas sem dúvida que a Prefeitura precisa dar uma força e trazer de volta o CA Nevense, patrimônio do futebol paulista!!!
Um último destaque para o livro “Neves Paulista e uma geração de meninos bons de bola“, de João Alfredo Cardoso Pinotti e Francisco Simão Rodrigues Filho:

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O futebol em São Roque – Parte 2: o Estádio Zito Godinho

Recentemente escrevemos sobre o Estádio Municipal Quintino de Lima, a casa do CA Paulistano e do futebol amador da cidade de São Roque, foi a parte 1 desse post (veja aqui)!

Hoje vamos falar sobre outro importante campo da cidade: o Estádio Benedito Godinho, vulgo “Zito Godinho“!

Confesso que encontrei o Estádio um pouco sem querer passando os olhos pelo mapa da cidade, e quando o encontrei, acabei bastante surpreso pela estrutura e importância do Estádio, que chegou a receber partidas oficiais da Federação Paulista em sua inauguração.

Olha aí a bilheteria do Estádio!

O Estádio Zito Godinho pertence ao Canguera Futebol Clube:

O Estádio Zito Godinho inaugurado em 21 de agosto de 1988, com a presença e apoio do Laudo Natel, presidente do São Paulo, na época.

No dia da estreia, o CA Paulistano (de São Roque) jogou pelo Campeonato Paulista e o São Paulo venceu o São Bento por 4×2 pelo Torneio Eduardo José Farah, Além dessas partidas, os veteranos do Canguera FC enfrentaram os Veteranos do Grêmio-RS.

Venha conhecer mais um Estádio incrível desse interior de São Paulo tão rico em futebol!

E olha que visual linda tem o Estádio com a natureza como moldura. Aqui, o gol da direita:

Aqui, a arquibancada da esquerda:

Olha que arquibancada linda encravada no morro!!!

A estrutura do time local, com vestiários e área VIP:

Pode marcar mais um estádio pras contas do As Mil Camisas… Será que o site deveria ter outro nome? Tipo… “Os mil estádios”? kkk
Acredito que a ideia das diferentes camisas, escudos, times, torcidas e estádios seja no fundo parte de uma mesma multicultura envolvida com o futebol…

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Velo Clube 2×1 São José (4ª de final da série A2)

Sábado, 23 de março de 2024.
O rolê de hoje é uma rodada dupla pelas quartas de final da série A2, que começou às 15hs, registrando EC Noroeste 1×1 EC São Bento (veja aqui) e continuou já no início da noite em Rio Claro no Estádio Benito Agnelo Castellano no jogo entre o Velo Clube e o São José!

O jogo é de suma importância, afinal, o time visitante teve a 2ª melhor campanha da primeira fase e se o o Velo Clube pensa em se classificar é essencial vencer a partida em casa.

Por isso, a torcida compareceu em um bom número ao Estádio Benito Agnelo Castellano!

Pelo que escutei durante a partida, o lado onde tradicionalmente ficam as organizadas do Velo Clube estava mais vazio por conta de um enfrentamento entre as torcidas que teve como consequência a proibição da entrada pela polícia de ambas as organizadas.

Pelo mesmo motivo, o espaço para os visitantes acabou muito mais vazio do que se esperava.

Veja aqui a nota oficial da Torcida Geral e Torcida Veloucura e aqui a nota oficial da Mancha Azul sobre o ocorrido.

Mesmo em um número reduzido, dentro do que se esperava, a torcida do Velo Clube apoiou o time o jogo todo!

Mas, vamos ao jogo!

Algo parece ter ocorrido com o time do São José que estava voando no início do Campeonato e há alguns jogos simplesmente parou de jogar…

Para se ter ideia, o time estava fazendo cera com 15 minutos do primeiro tempo, tentando amarrar a partida ao invés de propor jogo como vinha fazendo.

Tudo isso para desespero do técnico Guilherme, que armou um time pra vencer o jogo ainda na etapa inicial…

O time do Velo Clube contava com uma noite inspirada e dedicada de Caio Mancha, que correu literalmente o tempo todo, acreditando em cada jogada…

O time seguiu criando boas chances no 1º tempo:

Depois de tantos dias (e noites) de calor, o outono trouxe uma frente fria durante o final de semana que acabou estragando um pouco do que seria uma festa ainda maior, concentrando o público no lado coberto.

Aliás, eu havia comprado ingresso de arquibancada e acabei, não me pergunte como, entrando por engano na parte coberta kkk. Uma pena porque tinha levado minha blusa vermelha pronta pra voltar ensopada.

E olha a galera local dando uma secada no ataque do rival São José:

O legal de assistir no lado coberto é que a proximidade com o banco de reserva e com o bandeira é incrível…

Essa galera que assistiu o jogo ali encostada no “para peito” do estádio praticamente estava de pé em cima do bandeirinha kkk

O gol não saia e a cada nova chance a torcida seguia apoiando e incentivando:

O primeiro tempo terminou, com um domínio maior do time local, e mesmo com o 0x0, o Velo Clube saiu aplaudido pela sua torcida.

Aproveitei o intervalo pra dar um rolê pelo Estádio.
Existe um espaço embaixo das arquibancadas com várias placas, fotos e homenagens bem interessantes.

Sei que não deve ser fácil resolver, mas a verdade é que a estrutura interna (banheiros e bares principalmente) precisavam de uma melhoria para jogos importantes como este e, principalmente, com o Velo lutando para disputar a série A1 de 2025.

Hora de voltar para o segundo tempo…

Entre os reservas que aquecem está Guilherme Garré, ídolo do Santo André!

O jogo volta um pouco mais truncado e menos explosivo do que foi o primeiro tempo, e junto do frio e da chuva que aumentou os torcedores que ficam nas cadeiras cobertas parecem ter desanimado um pouco…

Sentindo que o clima poderia baixar, o pessoal do outro lado das arquibancadas começam a cantar ainda mais alto e acabam incentivando o pessoal das cobertas a seguir incentivando o time, afinal, o jogo estava parelho e a vitória era essencial!

O time sentiu o apoio e passou a atacar!

Sem dúvida o pessoal das organizadas do Velo fez falta nas arquibancadas, mas… Torcer para o time da sua cidade é realmente algo inexplicável, na minha opinião, muito diferente de ser torcedor dos chamados “grandes times”…
Acredite ou não, mas parte dos que não entraram para o jogo começaram a tremular as bandeiras e cantar lá de fora…

Isso acabou me chamando tanto a atenção que comecei a registrar esse apoio que vinha do lado de fora…
E, acredite ou não… É com essa imagem que começa o primeiro gol do Velo Clube, marcado pelo xodó da torcida Felipinho.
Confira e veja porque torcer pra um time é algo que não dá pra se explicar racionalmente:

Com o gol aos 13″ do segundo tempo, o São José passou a tentar sair pro jogo, e aí foi a vez do Velo Clube dar o troco e segurar o jogo, barrando o ímpeto dos visitantes.

A torcida local parecia satisfeita, demonstrando respeito pelo forte time do São José.

Mas… ao mesmo tempo cada torcedor ainda sonhava com a chance de levar um placar mais elástico, o que tornaria mais fácil a classificação para a etapa seguinte.

É falta na entrada da área. Não é tão próxima, mas alguém na arquibancada diz que tem jogada ensaiada pra esse lance. Será?

O segundo gol do Velo Clube transforma a noite fria em um sonho de verão… Os dois gols de diferença entregam para a equipe local uma vantagem importante para a classificação.
Tudo parecia estar dando certo!

Mas… em um lance esquisito, normal segundo o VAR, o São José mostrou que a Águia não está morta e diminuiu o placar para 2×1, o que deixa a vaga para a próxima fase complemente em aberto a ser decidida na partida de volta, na 4ª feira…

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