Domingo, 28 de maio de 2023. Momento de festa para a várzea de Santo André: é hora das quebradas ocuparem o Estádio Municipal Bruno José Daniel para acompanhar a final da divisão especial do Campeonato amador.
Olha que da hora essa faixa que representa a força das mulheres na várzea!
A várzea é a prova de que o futebol ainda é uma parte importante na vida dos brasileiros… Olha a festa na hora da virada do Alvinegro: 2×1 para os atuais campeões
Independente da vitória do Alvinegro, que o garantiu o bicampeonato seguido (tricampeonato no geral) não tira o mérito do Sacadura, nem dos demais times.
A várzea está muito bem organizada, e ainda vai chegar a hora do futebol profissional aprender com eles!
Esse post é uma homenagem ao Chong (Vinicius), presidente do CA Alvinegro que faleceu semanas atrás.
Mais uma linda tarde de sol, ideal para quem ama futebol acompanhar o time da sua cidade em uma partida valida pela série D do Campeonato Brasileiro.
A Fúria mais uma vez levou seu bandeirão e fez uma bonita festa no Estádio Bruno José Daniel.
Talvez o preço dos ingressos tenha assustado as pessoas e somando pagantes e não pagantes, pouco mais de 1.000 torcedores se fizeram presente.
A Esquadrão Andreense também fez sua parte!
Em campo, um jogo sem grandes emoções… Enfrentando o último colocado do grupo, o Santo André saiu melhor e dominou a primeira metade do jogo, inclusive abrindo o placar com Vitinho.
O Santo André teve chances para. matar o jogo, mas o futebol é cruel e no segundo tempo o Resende empatou 1×1. E embolou o nosso grupo:
Mas quem disse que o placar desanimou a molecada que compareceu ao jogo? Olha aí a busca pelo autógrafo dos jogadores
Abraços aos amigos Álvaro que veio lá de Resende apoiar o time da cidade dele e do Marcos, de Serra-ES, que estava um pouco perdido geograficamente, mas sem dúvida nenhum no lugar mais certo que se pode estar: entre amigos!
O Álvaro ainda ganhou a foto com o Paulinho (que jogou no Santo André, por coincidência…)
Mesmo existindo um boato sobre uma greve dos ferroviários, como os trens custam barato nessa época do ano, decidimos arriscar e conhecer a histórica cidade de Porto, e um pouco do futebol local.
Os trens são bem rápidos, nesse momento da foto, estava a 220 km/hora.
E assim, chegamos, na estação Campanhã, em Porto!
Claro que aproveitamos pra conhecer os lugares legais da cidade que tem uma história milenar, com origem num povoado celta, antes mesmo da chegada dos romanos. Quando da ocupação romana passou a ser chamado de Cale ou Portus Cale (de onde surgiria o nome Portugal). No ano de 711 d.C. os muçulmanos ocupam a Península Ibérica, liderados por Táriq Ibn Ziyad, que daria origem a uma série de desenvolvimentos tecnológicos utilizados nas grandes navegações e outras ações. Um período mágico para a região!
Como você deve imaginar, Porto é uma cidade litorânea e portuária hehehe.
Essa é a Ponte de D. Luís I, construída no século XIX por um aluno de Gustave Eiffel (que projetou a Torre Eiffel), que conecta Porto e Vila Nova de Gaia, por cima do rio Douro.
Quando D Pedro I voltou a Portugal viveu momentos complicados por ali na luta contra seu irmão.
A praia em Porto tem uma pegada bem diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil.
Além disso, estava bastante frio e eu ainda não tava acostumado a usar as roupas certas pra essa temperatura, acreditando que o bom e velho bermudão daria conta…
Aqui, o “Molhe de Carreiros” que seria a base para o Porto de Carreiros.
As imagens são bem bonitas, e o mar bem arredio, ainda mais em um dia de vento e chuva.
Só faltou um futebol na praia, mas…. eis que um garoto e uma bola aparecem bem a tempo de matar a saudade!
Falando em água, na época, a água estava bem barata por lá… 16 centavos de euro!
Porto é o quarto município mais populoso de Portugal, e por lá vivem quase 250 mil pessoas, mas por conta da data e da greve eminente, as ruas estavam vazias…
Eu gosto quando a arquitetura de um lugar é inesperada, ou ao menos fora do que estamos acostumados a ver…
O centro da cidade também é muito bonito e bem antigo… Me sentia em meio às páginas de um livro de história.
Falando um pouco sobre o futebol local, existem 3 clubes que merecem destaque, começando pelo Sport Comércio e Salgueiros.
O Sport Comércio e Salgueiros foi fundado em 8 de dezembro de 1911 e fica na freguesia de Paranhos. O clube é um símbolo da resistência antifascista por suas ações na época do governo salazarista.
Disputou 24 ediç˜ões da 1ª Liga Portuguesa além de uma histórica presença na Taça da UEFA, na temporada 1990/91. Atualmente manda seus jogos no Complexo Desportivo de Campanhã, depois de vários anos jogando em Matosinhos e na Maia.
O segundo time da cidade que chama a atenção pela sua história e principalmente pelo seu presente é o Futebol Clube do Porto!
Fomos até o Estádio do Dragão para conhecer mais de perto sua história!
O FC Porto foi fundado em 1893, e teve um começo modesto, mas logo se estabeleceu como uma força dominante no futebol português.
Nos anos 1980, sob o comando do lendário José Mourinho, o FC Porto conquistou sucesso nacional e internacional, ao venceram a Liga dos Campeões da UEFA em 1987.
E desafiaram todos os prognósticos vencendo-a novamente em 2004.
Essas conquistas colocaram o FC Porto no mapa como um dos principais clubes europeus.
O FC Porto possui um impressionante histórico de sucesso na liga portuguesa, com vários títulos, tornando-se uma das equipes mais importantes de Portugal.
Durante a ditadura de Salazar, o clube também foi visto como um símbolo de oposição ao regime autoritário. Os seus torcedores, conhecidos como “Super Dragões”, sempre demonstraram uma paixão fervorosa pelo clube e uma fidelidade inabalável.
Encontrei um adesivo do pessoal da Resaca Castellana colado no estádio!
Fiquei anos sem publicar esse post porque não tinha fotos da parte interna do Estádio, mas com o primo Gustavo morando por lá, finalmente chegou a hora de oficializar o post!
Por fim, o terceiro time que quero destacar nesse post é o Boavista Futebol Clube.
O Boa Vista foi fundado em 1º de agosto de 1903, e, pra mim, tem uma das camisas mais bonitas do mundo… A era “quadriculada” se inicia em 29 de Janeiro de 1933 e é considerada como um segundo batismo do time. Na estreia da nova camisa, o Boavista bateu o Benfica por 4×0.
O Boa Vista FC manda seus jogos no Estádio do Bessa e lá fomos nós tentar conhecer mais esse templo do futebol…
O Boa Vista FC é o quarto time com mais títulos nacionais profissionais , atrás apenas de Porto, Benfica e Sporting. Esse foi o seu distintivo até 1933.
Infelizmente o estádio também estava fechado e se mostrou impenetrável!
Originalmente inaugurado em 1972, o Estádio do Bessa foi reconstruído em 2003, por isso é chamado de “Estádio do Bessa século XXI“.
O Estádio do Bessa possui lugares para 30 mil torcedores.
A cultura dos adesivos é muito forte entre as torcidas da europa…
E aí está Mari, em frente à porta 2!
E olha a pantera negra (símbolo do time) escalando o obelisco!!
Foi um role inesquecível e que merece uma segunda visita para conhecer a parte interna do estádio!
Domingo, 21 de maio de 2023. Nosso destino nesse domingo matinal é a cidade de Caieiras para acompanhar mais uma partida da série B do Campeonato Paulista.
Mas antes de falar sobre o jogo, vamos relembrar um pouco da história da cidade e do futebol local!
Praticamente colada à cidade de São Paulo, o teritório de Caieiras foi ocupado principalmente por tupinikins mas também por outros grupos indígenas até que os portugueses começaram a formar a cidade de São Paulo. A partir daí, as aldeias que não se deixaram incorporar pela nova ocupação foram se dirigindo cada vez mais para o interior, abandonando suas terras. Somente no século XIX houve o início da ocupação de Caieiras, graças a uma fazenda ao longo do Rio Juquery-Guaçu que iniciou a produção de cal, em fornos como esse:
Os primeiros moradores do novo povoado foram em sua maioria imigrantes italianos. Em 1883, é inaugurada a Estação Ferroviária Caieiras, que atualmente está tombada pelo CONDEPHAAT. Aqui, a estação em 1926:
Em 1890, teve início a fabricação de papel, com a Companhia Melhoramentos de São Paulo e desde então, a natureza local é formada basicamente por floresta de pinheiros e eucaliptos para alimentar a indústria. Em 1958, surge oficialmente Caieiras, emancipada por meio de um plebiscito.
O futebol em Caieiras começou no início do século XX. Segundo a página Caieiras Antiga, esse seria o primeiro time, em 1923:
O Colorado Caieiras é a quinta equipe da história de Caieiras a disputar competições oficiais. A primeira delas foi o Club Recreativo Athletico Ítalo-Brasileiro (CRAIB), fundado em 1º de junho de 1925, quando Caieiras ainda era um distrito de S˜ão Paulo (distintivo do site História do Futebol).
Em 1932, disputou a Primeira Divisão da APEA (importante reforçar que embora leve esse nome, este era o segundo nível do campeonato), terminando em 2º do seu grupo (apenas o primeiro – no caso, o Lusitano FC – se classificaria para a final). O CA Albion, do outro grupo, foi o campeão.
Em 1933, o CA Ítalo-Brasileiro foi o campeão do seu grupo, perdendo a final para o time da Fábricas Orion.
Em 1934, acabou em 7º lugar. Com a segunda guerra, o time muda de nome para Brasil Futebol Clube, cuja sede ficava no Monjolinho. E pouco se sabe do time, uma vez que abandonou as competições oficiais. Aqui um registro do time nos anos 50:
Este o time de 64:
A segunda equipe na verdade apenas usou a cidade como sede: o Sport Club Paulista. Distintivo direto do site Escudos do Mundo Inteiro:
O time foi fundado em 13 de abril de 2000 como Sport Clube Campo Limpo Paulista, na cidade de Campo Limpo Paulista.
Assim, em 2001, jogando em Caieiras, o SC Paulista fez uma ótima campanha pela série B3, terminando a primeira fase em 2º:
Também termina a segunda fase em 2º lugar.
Acaba eliminado na semifinal pelo Corinthians B, após um empate em Caieiras por 2×2 e uma derrota na capital por 2×0. Ainda assim, conquista o acesso à série B2 de 2002, onde fez uma campanha muito ruim, terminando em 14º lugar. Em 2003, retornou a Campo Limpo Paulista reassumindo seu nome antigo. Mas neste mesmo ano, a cidade teve seu 3º time disputando as competições profissionais: o Força Esporte Clube.
O Força Esporte Clube foi fundado em 16 de maio de 2001, como um desdobramento do movimento sindical para o esporte. Em 2003 estreou em competições profissionais, e começou bem. Classificou-se em 2º lugar na primeira fase…
E termina a segunda fase em 1º, conquistando o título da Série B3!!
Em 2007, jogou a Bezinha (essa mesma onde hoje está o Colorado Caieiras) e conquistou o acesso, terminando na 3ª colocação.
Em 2010 acaba rebaixado e se licencia do futebol.
A 4ª equipe de Caieiras a disputar competições profissionais foi o Caieiras Esporte Clube, fundado em 4 de março de 2016.
Ainda em 2016, o Caieiras EC disputou a 1ª edição da Taça Paulista, organizada pela Liga de Futebol Paulista, mas o time não chegou a disputar as competições organizadas pela Federação Paulista.
Assim, chegamos ao 5º clube de Caieiras a disputar competições oficiais e o foco da nossa visita de hoje ao Estádio Municipal Carlos Ferracini: o Colorado Caieiras FC!
O Colorado Caieiras Futebol Clube LTDA foi fundado em 2019 e filiado à Federação em 2021, disputando no mesmo ano o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, e assim como os demais times da cidade, citados acima, manda seus jogos no Estádio Municipal Carlos Ferracini, e por isso, fomos lá conhecê-lo!
O estádio fica numa baixada: do lado direito é a entrada para os visitantes, subindo um escadão lá pelo lado esquerdo, temos a entrada dos torcedores locais!
Olha aí a antiga bilheteria! Mas hoje compramos os ingressos ali na sede do clube mesmo.
E não é que a Mari levou o pé quebrado pra passear…
E outra presença importante são estas duas gerações responsáveis pelo incrível canal Interior Total!
Olha como ficou da hora o trabalho deles neste jogo:
Vamos dar uma geral no Estádio?
Algumas placas indicam obras realizadas nos anos 90, mas o Estádio Municipal Carlos Ferracini foi inaugurado em 10 de abril de 1980, tendo como primeira partida a vitória do time amador SAFUL (Sociedade Atlética Famílias Unidas de Laranjeiras), fundado em 7 de setembro de 1975, por 2×1 contra o time do EC Luso Brasileiro, do Bairro do Serpa.
Olha que lindo o distintivo do time ao lado dos brasões da Federação e da cidade!
Em campo, o então último colocado recebia nada mais do que o líder do campeonato, vindo de Santana de Parnaíba com um incrível retrospecto, invicto até então.
O estádio está muito bem aparelhado, tem até um espaço para garantir as transmissões esportivas.
Registramos o lado esquerdo do campo:
O meio campo:
O lado direito:
Confira comigo no replay esse olhar pelo campo:
E vale também curtir um pouco da batucada da torcida local!
Falando do jogo, o Colorado Caieiras fez 2×0 em menos de 20 minutos (Thomas e Matheus fizeram os gols) e botou o Ska Brasil pra correr atrás do resultado.
A partida se transformou em ataque contra defesa. Com um a menos, os mandantes se defendiam e tentavam de tudo para manter o placar e conseguir a primeira vitória na competição.
E a gente esteve aí presente pra tentar eternizar (ao menos enquanto a Internet persistir…) esse dia!
Um ponto negativo é que a capacidade do Estádio Carlos Ferracini é de pouco mais de 6 mil torcedores, mas nesta manhã, menos de uma centena de pessoas decidiram pagar ingresso e assistir à partida. Infelizmente, o que parece cada vez mais é que o brasileiro esqueceu sua paixão pelo futebol, e preferiu passar a manhã em casa, ou em outro lugar…
A torcida visitante também não se fez muito presente, mesmo tendo uma distância pequena entre Santana de Parnaíba e Caieiras.
Além de um dia ensolarado, as nuvens também deram um visual único ao estádio:
Um ponto interessante é que o estádio tem alguns pontos que dá pra galera assistir o jogo do lado de fora!
Lá do outro lado da arquibancada também é possível ter uma visão do campo, mesmo atrás do alambrado que cerca o estádio.
O 2º tempo foi praticamente ataque contra defesa, mas o bom goleiro do Colorado Caieiras garantiu os 3 pontos.
E como trabalhou o goleiro do Colorado Caieiras… Boa revelação!
O time do Ska Brasil fez de tudo, mas não conseguiu sequer diminuir o placar.
Matheus que foi expulso após o segundo amarelo acabou indo assistir a partida na arquibancada.
Fim de jogo, tempo pra aplaudir o time e quem sabe torcer por uma recuperação no decorrer do Campeonato…
Mas hoje, é hora de falarmos sobre a história, a sede e o Estádio do Palmeiras FC.
A primeira coisa interessante é que o Palmeiras de São João da Boa Vista não é uma homenagem ao homônimo da capital. O time foi fundado em 12 de janeiro de 1924, quando o alviverde paulista ainda era o “Palestra Itália”. Outra curiosidade é que seu distintivo tem as cores menos esperadas para um “Palmeiras“: preto e branco.
Uma das origens do nome do time é o antigo Largo das Palmeiras (atual Praça Coronel José Pires), onde se reuniram os atletas que não se encaixavam em nenhum dos times da cidade e decidiram fundar o Palmeiras FC, tendo sua sede construída na mesma avenida.
Até hoje mantém duas palmeiras em frente o lindo prédio (só o tempo estava com uma carona de chuva kkkk).
Sua sede é imponente e chama a atenção até os dias de hoje. Segundo o amigo Dawison Rodrigues Romeiro o clube tem uma cessão de comodato com a Unifeob (uma universidade da cidade) e mantém uma diretoria eleita com sócios patrimoniais do clube, ou seja, o patrimônio ainda é do clube.
Assim, o Palmeiras FC começa a disputar as competições locais, amistosos e torneios, tornando-se cada dia mais conhecido. Aqui, o time de 1938, ainda no campo da Vila Manoel Cecílio:
A partir de 1942, passa a disputar o Campeonato do Interior, competição de grande prestígio e importância. Utilizamos o livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista” para levantar os dados dessa competição de 1942 a 1947.
O livro apresenta o grupo da 7ª região, onde estava o Palmeiras FC.
Em 1943, mais uma vez participou da disputa. O que eu mais amo nesse livro é a possibilidade de conhecer outras equipes que em alguns casos sequer chegaram a participar de edições do Campeonato Paulista (com direito a conhecer seus escudos).
O Campeonato de 1944 traz como novidades outros times de São João da Boa Vista: o Clube Atlético Prata e o Comercial EC.
Aqui, o grupo de 1945:
Em 1946, mais uma disputa!
Em 1947, esse foi o grupo do Campeonato do Interior:
Sua rotina de fazer história no Campeonato do Interior segue, até que em 1950 sagra-se campeão! Pena que no poster abaixo não dá pra ler a campanha…
Em 1955 inaugura seu estádio contra o Guarani, mas após empatar em 1×1 no primeiro tempo, acaba derrotado pelo onze campineiro por 5×1.
O time segue evoluindo e em 1955 novamente sai campeão do seu setor no Campeonato do Interior!
Em 1956, disputa um amistoso com o SC Corinthians da capital (o alvinegro paulistano vence por 4×2) em 13 de maio. O público é considerado recorde do estádio!
Ainda em 1956, faz sua estreia na Terceira Divisão do futebol paulista, classificando-se em primeiro no seu grupo, a “série C”:
Na segunda fase, acabou caindo de produção e o Elvira chegou à final.
O time abandona o Paulista mas em 1957 faz incrível campanha no Campeonato do Interior, conquistando o título do seu setor:
Aqui, uma linda imagem do derby contra a Sanjoanense, válido pelo 1º turno.
Em 1958, inaugura as arquibancadas do seu estádio:
No mesmo ano (1958) vence o setor 36 da zona 23 do Campeonato do Interior tornando-se tetra campeão.
Em 7 de janeiro de 1961, o Palmeiras FC inaugura os refletores do Estádio Getúlio Vargas Filho novamente contra o Guarani. Outra vitória dos campineiros (2×0).
Em 1962, retorna ao profissionalismo disputando a Segunda Divisão Profissional (o terceiro nível do futebol paulista), terminando na 6ª colocação da série João Havelange.
Em 1963, apresenta-se como um adversário difícil de ser batido! E assim, classifica-se em 2º lugar do grupo.
Na segunda fase, novamente classifica-se em 2º, dessa vez para a fase final.
Na fase final, termina em um honroso 4º lugar.
Em 1964, termina em 3º lugar e não se classifica para a fase seguinte.
Em 1965, termina em 2º no seu grupo (apenas a AA Orlândia se classifica para a fase final). Em 1966 vence o seu grupo, na primeira fase.
Na segunda fase acabou desclassificado, ainda que tenha terminado em 3º lugar.
Em 1967 foi convidado a disputar o segundo nível do Campeonato Paulista, mas vai mal na competição, terminando a primeira fase em 6º lugar. Ao fim do campeonato, o Palmeiras FC abandona o profissionalismo, retornando apenas em 1971, ainda na segunda divisão, terminando em 4º e não se classificando para as fases finais.
Em 1972, novamente não disputa, mas mantém-se na segunda divisão de 1973 quando também não avança à fase seguinte. Em 1974, desiste da competição antes do seu início, retornando em 1975, quando classifica-se para a segunda fase, mas não chega à final.
Em 1976 faz uma má campanha e passa a jogar o terceiro nível do futebol paulista a partir de 1977. Em 1978, joga a Primeira Divisão Profissional (o equivalente à terceira divisão do Campeonato Paulista), classificando-se para a segunda fase.
Na segunda fase, consegue se impor frente a difíceis adversários e classifica-se para a terceira fase, quando é eliminado da final.
Em 1979, faz história! Classifica-se para a segunda fase com uma campanha um pouco irregular…
Mas na fase final, vence 11 dos 12 jogos e torna-se campeão da 3ª divisão!!!
O Facebook do amigo Manolinho Gonzales (grande pesquisador do futebol do interior paulista) apresenta uma incrível foto do time que garantiu o acesso à segunda divisão!
Na foto abaixo, o capitão Gaúcho Lima e o presidente Dr. Antenor José Bernardes recebem o troféu!
Aí a foto do time com a faixa de campeão:
Naquele ano, o Palmeiras F.C. enfrentou a Ponte Preta celebrando a transferência do atacante Mirandinha Newcastle para São João da Boa Vista.
Em 1980 volta à segunda divisão e faz uma campanha mediana, terminando em 6º lugar na primeira fase e em 3º na segunda fase. Em 1981, um campeonato longo viu um Palmeiras FC bastante maduro, terminando a 1ª etapa da 1ª fase em 2º lugar.
Na 2ª etapa da 1ª fase, termina em 5º lugar.
Na 2ª fase, termina um honroso 3º lugar.
Assim, classifica-se para a fase final, quando termina em último do seu grupo.
Em 82,83 e 84 consegue bons resultados mas o Palmeiras FC não chega na fase final. Em 1985 tem uma campanha mais fraca, terminando a fase inicial em 7º lugar. Em 1986 e 87, volta a apresentar bons resultados mas sem chegar à fase final. O time de 1988 acabou se tornando emblemático porque vários daqueles jogadores vieram para o Santo André no ano seguinte, casos de Luciano, Rizza, Chaléu, Preta e Rildo. Mas na prática o time foi mal e não passou da 1ª fase…
Em 1989, embora tenha sido eliminado na primeira fase da chamada “Divisão Especial”, disputou em 3 de setembro de 1989 um amistoso contra o Corinthians no Estádio Octávio da Silva Bastos (CIC).
Não disputa o paulista de 1990, mas em 91 mantém se na segunda divisão, terminando a primeira fase em 5º lugar. Em 92, uma campanha ruim, terminando na última posição de seu grupo. Em 93, novamente termina em último. Com a reorganização do campeonato paulista, o Palmeiras FC joga a 4ª divisão, mas o time perdera sua força e termina em penúltimo. Em 1995, joga a série B1B e termina em 6º lugar, licenciando-se do futebol. Volta para o último suspiro, na 5ª divisão de 98, quando abandona o profissionalismo até os dias atuais.
Com tanta história, ficamos animados de poder conhecer e registrar o Estádio Getúlio Vargas Filho!
Em meio à tradicional arquibancada, existe uma cabine de imprensa que homenageia o narrador Luis Roberto de Múcio, natural da cidade de São João da Boa Vista.
Quem será o atleta retratado na parede ao fundo da arquibancada?
O estádio conta com sistema de iluminação até os dias de hoje.
Um olhar mais de perto da arquibancada…
O estádio fica literalmente colado à estrada de ferro.
Olha aí o portão 2:
Aqui, dá pra ter uma ideia geral do estádio e do campo:
É um verdadeiro alçapão!
Dá pra sentir no ar uma certa nostalgia de dias em que milhares de torcedores ocupavam suas arquibancadas para vibrar com o Palmeiras local!
Até uma pequena arquibancada coberta existe ali do outro lado:
E claro, registro minha presença em mais um templo do futebol!
Alguns degraus de cimento em torno de um gramado… Tem algo mais simples e mais romântico?
Lá ao fundo, é onde passa a linha do trem.
Achou que faltava o nome do Estádio? Aí está ele!
Até ali atrás do gol existe um pequeno espaço para torcedores.
Agradeço a vizinha que permitiu fotografar o estádio de cima do seu quintal!
Encontrei essa linda camisa exposta em um bar local!
E assim como a ferrovia coloca tudo em movimento, sigamos em busca de novas aventuras!
Domingo, 14 de maio, dia das mães, mas elas sabem que podem esperar, afinal é dia de dar um rolê até Limeira, e registrar a partida entre o Independente de Limeira e o Mogi Mirim, no Estádio Comendador Agostinho Prada, o “Pradão”.
Peguei meu ingresso ali na secretaria mesmo, mas está aí a antiga bilheteria:
O Estádio é a casa do Independente FC, fundado em 19 de janeiro de 1944.
Antes de entrar, vamos dar uma olhada em dois troféus que estão ali na secretaria do clube.
Esse mais recente é do vice campeonato da série A3 de 2014:
O time começou sua história disputando amistosos e torneios regionais, mas em 1972, passou a jogar o profissional, estreando no Campeonato da Segunda Divisão (que equivale à terceira divisão). Em 1973, foi campeão deste campeonato, conquistando direito a disputar a Divisão Intermediária (o segundo nível do campeonato), porém não pôde jogar porque seu estádio tinha limite para 2 mil torcedores. Em 1975, houve uma mobilização da cidade para construir as arquibancadas do Estádio Municipal Agostinho Prada, o Pradão, aumentando sua capacidade para 10 mil lugares.
Então pra quem tem curiosidade de saber como é o estádio, vem comigo no caminho pra arquibancada do Pradão!
Quanto custou o ingresso? R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia entrada.
Que bela manhã para uma partida!
Ideal para encontrar os amigos, familiares e até mesmo o companheiro de quatro patas!
Sinta um pouco o clima da arquibancada:
Quem deu o tom na bancada durante a partida foi o pessoal da Galo Beer!
Sempre que alguém critica as organizadas eu lembro que se não fosse por elas, os estádios atuais estariam muito desanimados.
A arquibancada estava bem bonita e com um ótimo clima! Ainda que o público não tenha sido dos maiores ( uma realidade do futebol brasileiro, principalmente no quarto nível do Campeonato Paulista), acompanhar o IndependenteFC em campo é um passeio que agrada diferentes perfis: da turma mais velha aos mais novos, meninos e meninas… As famílias de Limeira tem no Pradão a certeza de um rolê que permite momentos de interação cada dia menos comuns nesse mundo tão corrido…
Outro ponto curioso, é que o Estádio Comendador Agostinho Prada tem uma área bacana, e permite a presença na área lateral e também atrás do gol lá próximo ao bar. Foi de lá que eu fiz essa foto:
Na outra lateral, a área dedicada à imprensa, diretoria e demais convidados especiais.
Mais um estádio incrível com uma linda história e que merece mais apoio e maior presença do público.
O Independente é um time que mantém uma forte base de torcedores. Surpreende o número de pessoas com a camisa do time!
Aqui, o gol da direita:
O gol da esquerda:
O meio campo:
Muito bacana poder participar de um dia desses.
Olha os bancos de reservas:
O time do Independente começou o jogo nervoso e em uma falta da intermediária, o goleirão espalmou uma cabeçada para dentro da área e o atacante do Mogi Mirim não perdoou: Sapão 1×0. Com o gol eu encontrei a torcida do Mogi, não láááá atrás do gol, mas na lateral.
Fim do primeiro tempo e é hora de conhecer o bar do Estádio Pradão.
E nem as lindas faixas da torcida local, ajudaram… Mesmo enquanto o Independente jogava melhor, o Mogi fez 2×0 e praticamente matou o jogo…
A diretoria do time local (parece que eram eles) ficou louca lá naquela área do “predinho”.
A torcida deu uma desanimada, mas manteve o apoio até o fim.
Pela manhã, ainda tivemos tempo pra acompanhar parte da rodada dupla (sub 15 e sub 17), onde o Ramalhinho enfrentou o Água Santa, com presença da torcida de Diadema no Brunão e um recebimento respeitoso como sempre deve ser!
Mas voltando ao jogo da tarde, o adversário foi o Vitória FC, do Espírito Santo. O “Alvianil de Bento Ferreira” é o time profissional mais antigo do Espírito Santo, com 111 anos em 2023.
Manda seus jogos no Estádio Salvador Venâncio da Costa, já estivemos por lá, lembre aqui como foi.
Voltando ao Brunão, olha aí a Esquadrão, presente como sempre!
A nossa turma também se faz presente!
Olha a TUDA aí também!
A Ramalhão Chopp está de volta!!
E aí a Fúria!
Uma tarde agradável de sol, que contou com pequena participação da torcida… Menos de 1000 pessoas compareceram ao jogo 🙁
Em uma linda jogada de Will, que cruzou para a área encontrou o atacante Vitinho livre pra marcar o gol da partida!
Festa na torcida Ramalhina!
Olha o Gó, aí!
Mais uma vez, o time se mostra bastante integrado à torcida. Olha que bacana o fim do jogo:
São João da Boa Vista foi um dos lugares que nos incentivaram a registrar estádios, mas, quando começamos, nem sabia como fazer isso direito…
Por isso, em Abril de 2023, depois de me formar em História, voltamos à cidade para registrar com mais detalhes e metodologia, os estádios de São João da Boa Vista, que receberam jogos dos 3 times profissionais!
Segundo o livro Indígenas em São Paulo – Ontem e hoje, os povos originários que ocupavam a região eram do macro grupo Jê, conhecidos como “Tapuias”, e possivelmente Kaiapós, que acabaram expulsos ou assassinados pelos portugueses que chegavam à terra. A cidade surge em torno da Fazenda Boa Vista, onde vivia o Padre João Ramalho, e se expandiu no terreno doado por Antônio Machado.
A cidade nasceu de modo planejado com um projeto para o progresso de toda a região, explorando atividades agropecuárias e industriais. Curiosamente não há registros de quilombos ou terras indígenas, facilitando o agronegócio.
Em 2020, se confirmou a data de fundação da cidade como 24 de junho de 1824. É bacana saber que existem diversos livros sobre a história da cidade.
Em 1853, foi inaugurada a Igreja Matriz, com uma missa celebrada pelo Padre João Ramalho, que acabou morrendo no meio da celebração, marcando de forma emotiva a data!
Em 1880, São João é elevada a Município, compreendendo as vilas de Aguaí, Águas da Prata e Vargem Grande do Sul que, com o tempo, também se emanciparam. Em 1886, a estrada de ferro chega até a cidade, com a Companhia Mogiana, colaborando com a exportação de sua produção agrícola.
O rio Jaguari-Mirim corta a cidade e dá um clima bem gostoso à cidade!
Uma das praças, há uma homenagem dos alunos da UNIFAE em homenagem ao Cachorro Zé, mascote da Instituição.
Falando do futebol local, Luiz de Freitas, ex-jogador da Esportiva Sanjoanense, diz que o esporte chegou à cidade em 1904, com as primeiras partidas disputadas no campo do Largo da Estação, usando como bola, a bexiga de um boi!
Logo, um esportista mais “moderno”, Eudálio Camargo, de Mogi Mirim, trouxe uma bola oficial para substituir a “bola” usada até então. O primeiro clube de futebol de São João da Boa Vista foi o Sport Football Club Sanjoanense, fundado pela família Rehder.
Em 1907, entra em uso um novo campo: o da Av. Dona Gertrudes, ainda teríamos novos campos na praça Joaquim José e na Av João Osório. Em 1915, surge a Associação Atlética São João, jogando no campo da rua Santo Antônio.
A grande dificuldade da Associação Atlética São João era a falta de um campo oficial e pra resolver isso, Oscar de Andrade Nogueira, sugeriu fundar um novo clube, com a fusão entre a AA São João e o SFC Sanjoanense unindo a cidade em torno de um clube e da construção de um estádio. É aí que surge a Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 1º de julho de 1916.
A SE Sanjoanense nasce com a preocupação inicial de construir uma estrutura importante para os esportes, assim, nos primeiros anos, a Associação Atlética São João ainda jogaria com seu nome, e assim conquistaria o primeiro troféu da cidade: a Taça Tulé, vencida por 2×0 em cima do Paulistano (time de Arthur Friedenreich), em 1918!
A AA São João passa a fazer parte do novo clube que logo se filia à Associação Paulista de Esportes Atléticos fazendo sua estreia nas Campeonato do Interior de 1920 (as informações dessa competição vêm do livro “Os Esquecidos – Arquivo do futebol paulista“):
O time foi vice campeão, perdendo a final para o Corinthians Jundiaiense.
Em 1921, acaba desclassificada por inscrever jogadores irregulares, mas é também nesse ano que o campo da SE Sanjoanense é inaugurado com um amistoso contra o Palestra Itália. E veja a linda foto do estádio naquele dia:
Que lindo ver uma imagem de 102 anos atrás…
102 anos depois lá fomos nós conhecer e registrar a casa da Sociedade Esportiva Sanjoanense, que passa a ser chamada de “Esportiva“.
Atualmente, o estádio fica dentro do clube, que é uma verdadeira potência na cidade!
Existem duas entradas, uma lá pelos lados da ferrovia e outra a principal.
Vamos então conhecer o incrível estádio da Esportiva!
O nome escolhido (Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira) homenageia o idealizador do clube.
Existe ainda um espaço homenageando os campeões mundiais Mauro Ramos e Bellini, que fizeram parte do futebol local.
De todos os estádios registrados, eu diria que o Estádio da Sanjoanense é um dos que mais prestam homenagens à sua história!
Olha aí que lindo o placar!
Olhando ali do espaço em homenagem aos campeões mundiais, aqui está um registro, começando pelo meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
Mas pudemos andar pelo campo e registrar outras vistas.
Essa arquibancada fica no antigo espaço ocupado pela “torcida do barranco”.
Um pouco mais a frente, está registrada a frase imortalizada pelo ex presidente Christiano Osório de Oliveira para incentivar seus jogadores.
Ao fundo da arquibancada coberta está o ginásio do clube, com o desenho do tigre da mogiana estampado em sua parede.
E que linda, a arquibancada do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira!!
Fico contente de registrar um momento especial como esse. A presença em um estádio que já tem mais de 100 anos!!!
Do outro lado da arquibancada coberta, há um grande lance de arquibancada descoberta, que cobra toda a lateral do campo.
Quase na metade do campo, existe um distintivo na cobertura da saída dos vestiários!
Vale mais um rolê? Vale sim!!!
Lá do placar, essa é a vista que se tem do campo, da estrutura social ao fundo e da arquibancada no antigo barranco:
Esse é o gol da arquibancada do barranco:
Olhando da arquibancada descoberta, essa é a vista do meio campo, com vista da arquibancada coberta do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira:
Aqui, o gol da esquerda:
E o gol da direita:
O Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira tem capacidade oficial para 4.500 torcedores, mas é incrível como tem arquibancada pra todo lado que se olhar…
Olha ai a saída dos vestiários:
Lá do outro lado estão os bancos de reserva, junto à arquibancada coberta:
Ah, e lembra que eu disse que havia uma outra entrada junto à estrada de ferro, olha como os trilhos estão próximos do campo:
Antes de ir embora, uma passada no incrível Memorial Rubro Negro!
É ali que estão incríveis troféus e imagens não só ligadas ao futebol mas a outros esportes também.
Ah, se todos os times tivessem o mesmo cuidado com a preservação de sua história como a Sociedade Esportiva Sanjoanense…
Mas, voltemos ao passado para conhecer as histórias que tiveram o Estádio Dr. Oscar Andrade Nogueira como palco… No Campeonato do Interior de 1922, mais uma vez a SE Sanjoanense se classifica como líder da Zona Mogiana.
E no quadrangular final, termina como vice campeã do interior!
Segundo o livro “Esquecidos“, a SE Sanjoanense só voltaria a disputar a edição de 1927, e ainda sim desistiu da competição no segundo turno da 1a fase.
Depois disso, o time volta ao Campeonato de 1930, sem se classificar para a fase seguinte. Isso só ocorreria em sua próxima participação, em 1942, quando venceu a 7ª região, mas perde a 1ª eliminatória para o Pirassununguense.
O time segue na disputa do Campeonato amador, com destaque para 1944, 45, 46 e 47, quando sagra-se campeão da sua série. A fotona abaixo é do título da 2ª zona da 3ª região, de 1946:
Porém em 1947, o time decide alçar vôos mais altos e decide disputar a segunda divisão do futebol paulista, terminando em uma honrosa 5ª colocação.
A zaga desse time contava com o craque Mauro Ramos de Oliveira que acabaria vendido ao São Paulo:
Em 1948, desistiu da disputa antes do seu início. Em 1949, termina a 1a fase em 7º no eu grupo. Em 1950, tinha ninguém menos que Bellini (o primeiro em pé) no seu plantel:
Ainda assim, fecha a primeira fase em 3º, mas apenas os dois primeiros se classificavam para a fase final.
Em 1951, termina o grupo da Zona Leste em 2º lugar e classifica-se para o quadrangular semifinal, mas quem chega à final é o XV de Jaú e o Linense:
Em 1952, uma primeira campanha incrível! 14 jogos e apenas 2 derrotas, deixando pra traz o Bragantino, o Velo, a Inter entre outros times!
Na segunda fase, porém, um grande absurdo… Ao empatar por pontos com o Linense e o Paulista, houveram confrontos entre eles e o Linense acabou indo para a final (sagrando-se campeão contra a Ferroviária).
Vale reforçar que em 1952 aconteceu também a primeira partida de futebol feminino na cidade, no campo da Esportiva, frente à 5 mil torcedores.
Mas de 1952 a 1955, a SE Sanjoanense abandona o futebol profissional. Em 1956, volta à 2ª divisão e faz uma campanha bastante fraca.
Também vai mal em 1957 e 58, quando novamente desistiu das disputas profissionais.
E dessa vez, foram mais de 20 anos até voltar em 1982, agora na 3ª divisão.
Com o apoio da cidade, a Esportiva Sanjoanense classificou-se para a próxima fase!
Na segunda fase, empata em pontos, mas perde no saldo de gols a classificação
No segundo turno, também se classifica mas fica de fora da fase final.
Em 1983, faz uma boa campanha: 3º lugar no primeiro turno e 1º lugar no segundo turno, perdendo a decisão do grupo para o Itapira. Em 1984, classifica-se em 2º lugar…
Disputa a segunda fase e lidera o grupo, jogando até com a União Funilense, de Cosmópolis!
Infelizmente no triangular final, acabou ficando em último, sem vencer nenhum jogo 🙁
Na terceira divisão de 1985, nova primeira fase exemplar, terminando como líder!
Vem a segunda fase e … novamente classificado como líder!
Mas agora, foi a vez do Mauaense eliminar a Esportiva…
Em 1986, mais uma primeira fase quase perfeita na Terceira Divisão, terminando como líder do grupo verde. O time contava com Paulinho McLaren!
Porém, na segunda fase, acabou desclassificado…
O Campeonato Paulista de 1987 foi bastante esquisito… Jogando a Terceira Divisão, a SE Sanjoanense mais uma vez liderou a primeira fase…
A segunda fase era composta por 2 quadrangulares, o Palmital EC liderou um deles, e a Esportiva o outro. Por isso, muitos consideram o Palmital EC campeão da TerceiraDivisão enquanto para outros, o título é da Esportiva. O livro “125 anos de história – A enciclopédia do futebol paulista” cita a Esportiva Sanjoanense como campeã. Ambos obtiveram o direito de jogar a repescagem da segunda divisão do mesmo ano.
Porém, em 1988, volta a jogar o terceiro nível do Campeonato Paulista, denominado a partir de então com o “Segunda Divisão”.
Em algum momento de 1988, alguns torcedores estiveram no Estádio Oscar de Andrade Nogueira para torcer pela Esportiva no Campeonato Paulista, e não sabiam que aquela seria a última vez…” Será mesmo a última vez?
30 de abril de 2023 Véspera de feriado em homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras, decidimos dar um role pela Grande SP e registrar um importante estádio na história recente do futebol paulista: Estádio Municipal Vereador José Feres!
Assim como todo o nosso continente, Taboão da Serra recebeu ocupação há milhares de anos por indígenas de diferentes etnias, que acabaram expulsos, escravizados ou mortos pelos primeiros bandeirantes, já nos séculos XVI e XVII.
Por conta das sangrentas bandeiras, aos poucos a região foi ficando conhecida por estar na rota para o sul do país. A região chegou a receber missões jesuíticas na tentativa de proteger os habitantes originais, mas com a expulsão dos Inacianos em 1759, os povos originários acabaram desaparecendo da região.
Por volta de 1910, surge o vilarejo Vila Poá nas margens dos córregos Poá e Pirajuçara, com foco na produção de frutas, legumes e verduras.
A então Vila Poá ficava distante de tudo e sem acesso às linhas de ônibus, obrigando seus habitantes a longas caminhadas. No início dos anos 50 torna-se um subdistrito de Itapecerica da Serra até obter no fim da década sua emancipação e aos poucos tornar-se o município que é hoje.
É nesta década de 50 que surgem os primeiros times amadores da cidade:
E até o fim do século XX os campos de várzea se fizeram muito presente na cidade, que ainda tinha muitas paisagens rurais, como esse, que ficava onde está o atual Shopping Taboão… Quem poderia imaginar essa transformação, hein?
A vida cultural e social de Taboão sempre esteve muito associada à da capital, uma vez que suas divisas são praticamente “invisíveis”, porém o time do CATS – Clube Atlético Taboão da Serra surgiu para fortalecer o sentimento de pertencimento da população local
Embora Taboão da Serra seja até que próxima de Santo André, é uma cidade que nunca tivemos oportunidade de pegar uma partida do CATS para registrar o Estádio Vereador José Feres.
Pena que não tem uma fachada apresentando este importante campo da história do futebol.
As bilheterias seguem por ali…
A principal identificação está na parte interna do Estádio Municipal Vereador José Feres, uma placa que informa a data da inauguração do Estádio: 20 de setembro de 1992.
Ficamos contentes em ver que o futebol amador estava ocupando o estádio no dia da nossa visita, permitindo nossa presença e o registro da parte de dentro!
O jogo da inauguração foi um amistoso entre a Seleção de Master do Brasil e a Seleção de Veteranos de Taboão da Serra. Vitória do Brasil por 14×0. Confira os melhores momento da partida:
Ao entrar pelo portão principal você terá esta visão:
Pra quem não conhece o Estádio, vamos a um rápido olhar, para quem está em sua grande arquibancada, este é o gol da esquerda (é atrás dele que está a entrada do estádio):
A arquibancada acompanha toda a lateral do campo:
Aqui, o meio campo:
E o gol da direita:
A arquibancada da direita também acompanha toda a lateral e ainda permite um espaço isolado láááá ao fundo, onde provavelmente acolhe-se a torcida visitante.
Aqui dá pra se ter ideia da arquibancada como um todo:
Do outro lado, apenas a estrutura interna do estádio e um tímido prédio para as transmissões:
O futebol amador trouxe alguns torcedores locais ao campo, em uma manhã ensolarada de domingo!
Mas, assim como o gramado sintético que já dá sinais de desgaste, a atual situação envolvendo o CATS e a Prefeitura também precisa ser renovada, afinal depois de tantas conquistas essa história não pode ser jogada fora…
Tudo começa com a fundação do CATS em 12 de dezembro de 1985 (impulsionado pelo vice campeonato do time de futsal que representava a cidade, nos Jogos Regionais de 1984) por Odair Franco Menegueti, primeiro presidente, e o professor de educação física Domênico Celestino Feligno.
O Clube Atlético Taboão da Serra passa a disputar amistosos e competições amadoras, e fica conhecido na região como o “Cão Pastor“, homenagem ao cachorro do caseiro que “residia” no interior do estádio.
Em 2003, CA Taboão da Serra decide alçar vôos mais altos e estreia no futebol profissional disputando a série B2, o sexto nível do futebol paulista. Mas a primeira participação foi bastante fraca.
Em 2004, o futebol paulista passa por uma mudança e de 6 divisões passa a ter apenas 5 e o CATS passa a jogar o quinto nível. O time surpreende e termina a primeira fase como líder!
Vem a segunda fase e mais uma vez, o time lidera seu grupo!
No último quadrangular que encaminhava um dos finalistas, uma campanha quase impecável, com 5 vitórias em 6 jogos.
Na final, jogando em Itararé, o time da casa fez 2×1 no CA Taboão da Serra, mas no jogo de volta: CA Taboão da Serra 3×1 Itararé. O CATS sagra-se campeão paulista da série B2!
Em 2005 o futebol paulista passou por mais uma mudança levando o CATS à série A3, mas infelizmente em sua estreia no terceiro nível, o time acaba rebaixado.
Assim, a partir de 2006, o CATS passa a disputar a 4ª divisão – chamada de “Bezinha“-. fazendo campanhas medianas até 2009. Em 2010, classifica-se para a segunda fase, na quarta colocação.
Na segunda fase, uma campanha melhor, classificou o time em primeiro (jogando ao lado da Inter de Limeira, que passou em 2º!!!):
Mas a Bezinha já era um verdadeiro labirinto e mandou o CATS para mais um quadrangular, do qual o Cão Pastor escapou com facilidade, em primeiro lugar!
Um último quadrangular definiu um dos finalistas daquele ano, e deste grupo saiu o CATS (assistimos o jogo deles contra o Paulínia em Paulínia, mas por alguma curiosidade não achei nenhum registro desse jogo).
Do outro grupo saiu o Velo Clube. Jogando em casa o CATS fez 2×0 e em Piracicaba (não lembro porque o jogo não foi em Rio Claro), o time de Taboão da Serra mandou logo 4×0, sagrando-se campeão da 4a divisão!
Em 2011, acabamos pegando um jogo do CATS na Mooca contra o Juventus (veja aqui como foi!), pela série A3, onde fez uma campanha fraca.
Em 2012, não aguentou a pressão da terceira divisão e caiu de volta para a Bezinha. Jogando a edição de 2013, classificando-se para a segunda fase, na de 2014, chega à terceira fase.
Em 2015, contando com a presença do craque Viola, aos 46 anos e de Fabrício Carvalho, o CATS chega na segunda fase, mas não passa do hexagonal. Veja aqui a matéria da Globo!
Em 2016, chega Edilson Capetinha:
Com o capetinha, o time classifica-se em terceiro para a próxima a fase:
Na segunda fase, classificou-se em segundo lugar:
Vale conferir o último jogo daquela fase:
O time passa ainda pela terceira fase mas perde a semifinal para a Portuguesa Santista, a campeã daquele ano, garantindo ao menos o acesso à série A3!
Em 2017, faz uma campanha bacana na série A3, classificando-se em 5º lugar, pegando o Monte Azul nas quartas de final, quando foi eliminado após um empate e uma derrota.
Em 2018, uma campanha mediana, terminando em 10º na primeira fase.
Em 2018, ainda jogou a Copinha, olha o público no Estádio Municipal José Feres.
Para 2019, o CATS apostou em mais um artilheiro das antigas: aos 49 anos Túlio voltou ao futebol pra jogar pelo time do Taboão!
A ideia era buscar o gol 1001, o “gol superação”.
E aí está o gol…:
Mas em campo, o time não foi bem, o CA Taboão da Serra ficou sem estádio e jogou a Série A-3 em Guarulhos. O resultado? Acabou rebaixado para a Bezinha… Entretanto, havia uma possibilidade do não rebaixamento, caso o Batatais fosse punido por uma possível participação em um esquema de manipulação de resultados. Como a Federação não puniu o Batatais, o CATS abandona o profissionalismo. Para acessar notícias sobre o clube e torcida, vale a pena ler e seguir o blog Valente Cão Pastor!
É, como escreveu Milton Santos “Cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente”