A Arena Castelão, em Fortaleza

E não é que 2023 vai chegando ao fim?
E se não há mais tantos jogos para registrarmos, ainda existe uma lista de rolês que fizemos e que ainda precisam ser postados aqui…
Falemos então da visita relâmpago que fizemos à “Arena Castelão“, ou Estádio Governador Plácido Castelo, atualmente a principal casa do futebol cearense.

Embora seja um estádio no estilo moderno (“Arena”), o Castelão foi inaugurado em 1973 sendo reformado em 2002, e mais recentemente, completamente remodelado em 2012, por conta da Copa do Mundo de 2014 e da Copa das Confederações 2013.

Sua capacidade é de até 63.904 espectadores, o que faz do Castelão um dos 60 maiores estádios do mundo, quarto maior do Brasil e o maior do Norte/Nordeste. Fotos abaixo do site da prefeitura de Fortaleza:

O estádio foi inaugurado em 11 de novembro de 1973, com um clássico rei, que terminou em um 0x0 para mais de 70 mil torcedores.

A nova arena foi reinaugurada em 16 de dezembro de 2012, com um show do Fagner…

A gente esteve lá já na nossa volta pra casa, a caminho do aeroporto. Aliás, só achei que o estádio fica meio fora de mão… De resto… é mais uma arena. Eu particularmente não gosto e não vejo charme nesse novo modelo de estádio.

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O Estádio Brinco de Ouro da Princesa, a casa do Guarani FC

Bem vinda e/ou bem vindo mais uma vez à cidade de Campinas, e ao seu rico futebol!

Recentemente estivemos na cidade para registrar o Estádio Moisés Lucarelli, além de outros como:
o Estádio Doutor Horácio Antônio da Costa, casa da Mogiana,
a Praça de Esportes Sarkis Salamene, sede do Náutico e
o Estádio Municipal José Iório, o campo do Souzas FC.
Faltava fazer o registro do lado verde da cidade: o Estádio Brinco de Ouro da Princesa!

O Estádio foi inaugurado em 31 de maio de 1953 e é a casa do Guarani Futebol Clube e possui uma arquitetura linda e vários detalhes, como esse grafite que mistura heavy metal e o futebol (obrigado ao pessoal do Memórias de Arquibancada por fazer a foto pra nós!).

Outro detalhe incrível é o busto em homenagem a Carlos Alberto Silva, relembrando sua passagem como treinador do time em 1978.

Pra quem não lembra, esse foi o esquadrão comandando por Carlos Alberto Silva que conquistou o Campeonato Brasileiro daquele ano.

Sim, senhores e senhoras… Aí estamos nós em mais um estádio brasileiro!

Hora de dar um giro pra dividir a experiência com quem nunca esteve aqui:

As arquibancadas e o estádio como um todo tem um design diferente, obra de dois arquitetos modernistas: Oswaldo Corrêa Gonçalves e Ícaro de Castro Mello. Será que eles imaginavam, o quanto um projeto deles seria importante para tantas pessoas?

O Estádio foi inaugurado em 1953, e quem deu sua atual denominação como “Brinco de Ouro da Princesa” foi o jornalista João Caetano Monteiro Filho já que Campinas tinha a alcunha de cidade “Princesa D’Oeste“.

Palmeiras e Fluminense foram os convidados para as partidas de inauguração, em maio de 1953.

Sua capacidade atual segundo a CBF é de 29.130 torcedores, mas no passado o Brinco recebeu muito mais gente. Tanto que o seu recorde de público é de 52.002 presentes no jogo contra o Flamengo em 1982.

Em 1978, o estádio ganhou sua primeira e mais importante melhoria: o Tobogã (a arquibancada superior).

Mesmo com tanta história, em 2015, o estádio passou por um péssimo momento: foi posto a leilão para que o Guarani pagasse suas dividas. Muito se diz que tudo não passou de uma manobra para gerar visibilidade, pois inicialmente não houve compradores, porém, algumas semanas depois de aberto o leilão, o Grupo Zaffari arrematou o estádio por R$ 105 milhões. Desde então, o clube tenta reverter o leilão por considerar o valor muito abaixo do mercado imobiliário.

Estivemos no Brinco de Ouro por várias vezes, como torcida visitante, pelo Santo André.

Aí está a torcida do Guarani nas bancadas do Brinco de Ouro em dia de jogo:

A organizada do Guarani é a Fúria Independente:

Mas o time também possui uma grande parcela de torcedores autônomos, que se identificam exclusivamente com o clube e não pertencem à organizadas.

Olha aí o banco de reservas do bugre!

Aqui, o placar eletrônico do Estádio:

Aqui, o registro de uma falta perigosa para o Guarani

O Guarani tem também um projeto de sócio torcedor bem bacana:

Enfim… Mais um estádio visitado e registrado!

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O Estádio Francisco Ribeiro Nogueira e o futebol em Mogi das Cruzes

5a feira, feriado de 12 de outubro de 2023.
O rolê de hoje é por Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, muito conhecida pela produção de hortaliças em uma área de cultivo estimada em mais de 7.100 hectares.

A região era densamente ocupada muito antes da chegada dos portugueses. Vários povos como os Tupis, Guaianás, Carijós e os Tupiniquim, do qual fazia parte o cacique Tibiriça, pai de Bartyra com quem o misterioso João Ramalho se casaria.

Em torno de 1560, é registrada a primeira entrada de um bandeirante na região de Mogi das Cruzes, em busca de ouro: Braz Cubas, registrado abaixo por Benedito Calixto, séculos depois:

Outro bandeirante, Gaspar Vaz, foi quem abriu o primeiro acesso a Mogi, facilitando a formação do povoado, elevado à Vila de Sant’Anna de Mogi das Cruzes em 1611.
Aqui, a igreja matriz de Mogi retratada em bico de pena por Tunico de Paula sobre aquarela de Thomas Ender:

Atualmente, a cidade é constituída por 8 distritos: distritos: Mogi das Cruzes, Biritiba-Ussu, Brás Cubas, Cezar de Souza, Jundiapeba, Quatinga, Sabaúna e Taiaçupeba.
Estivemos lá há 10 anos, em 2013, para acompanhar um jogo entre o Atlético Mogi e o Jacareí pela Segunda Divisão. Clique aqui e veja como foi.

Somente em 2023 pudemos voltar com mais calma para visitar o Estádio e entender um pouco mais da história do futebol na cidade.

Para isso, usei como base o livro “História do futebol em Mogi das Cruzes” de João Renato Leandro Amorim.

O livro cita um artigo do jornal “O Diário de Mogi”, de 1957, que indica o responsável pela introdução do futebol em Mogi das Cruzes: o sapateiro Alfredo Cardoso, mais conhecido como Alfredão (foto retirada do livro e creditada ao Acervo Glauco Ricciele).

O livro esclarece que a primeira partida de futebol de Mogi das Cruzes envolveu um time de “camisas brancas” contra o de “camisas azuis”, em 6 de maio de 1906.
O registro de uma partida em 30 de junho de 1911, apresenta o Operário Futebol Clube como o primeiro clube da cidade.
A partir da década de 20, surgem outros clubes e já uma primeira grande rivalidade: de um lado, o Mogi Futebol Clube, que jogava de vermelho e do outro, o Falena Futebol Clube (que teve o Operário FC como origem), que jogava de branco e era o time do Alfredão.
As partidas eram disputadas em um terreno próximo ao antigo convento que ficava na rua Campo Santo, atualmente rua Otto Unger.
E foi ele quem propôs a unificação dos dois times, dando origem, no dia 7 de setembro de 1913 a um clube que agregaria o futebol mogiano como um todo: o União Futebol Clube. Evolução do distintivo vindo do site Gino Escudos:

O União Mogi começou jogando no campo do Parque, atualmente Rua Major Pinheiro Franco.
Segundo o livro Os Esquecidos, depois de partidas amistosas, fez sua estreia no Campeonato do Interior da APEA em 1928, sendo desclassificado em uma polêmica partida desempate com a Caçapavense, um 3×2 com arbitragem duvidosa. Como consequência, os dirigentes do União mandaram um ofício à APEA pedindo desligamento da entidade. Rolou até um “enterro simbólico” da associação reunindo cerca de duas mil pessoas.
O time retorna às competições oficiais em 1942, e nesse ano, nada menos do que 6 times da cidade disputaram a 24ª região do Campeonato do Interior (contando o AA Poaense, já que na época, Poá era um distrito de Mogi das Cruzes).

Destes, a AA Comercial, fundada em 14 de abril de 1931, ainda está viva disputando o amador e com seu Estádio em funcionamento.

Achei uma única foto do pessoal do Mogytex FC:

Do Santo Angelo FC, que representava o distrito de Jundiapeba encontrei uma foto dos anos 70:

A AA Poasense ainda mantém se na ativa, com uma bonita sede própria.

Do São João FC eu não encontrei nada, mas o Vila Santista teve uma importante história que resumiremos daqui a pouco.

Voltando à história do time do União Mogi, destaque para o Campeonato do Interior de 1947, quando vence o Setor 1 da Zona 1 com o time abaixo:

Este é o Estádio Francisco Ferreira Lopes, na Rua Casarejos:

Em 1951, o União se profissionaliza. Time daquele ano:

Em seu primeiro ano, disputa o Campeonato Paulista da Segunda Divisão e licencia-se no ano seguinte.
Retorna em 1955, quando disputou mais uma vez a Segunda Divisão, onde permaneceu por outros quatro anos.
Aqui,o time do União em partida contra o Vila Santista, pela segunda divisão paulista de 1958, no estádio da Rua Francisco Franco, do Vila. O jogo terminou em
empate por 2×2.

Em 1960, o clube pediu licença mais uma vez, ficando fora por quase duas décadas.
O União retorna em 1979, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão, até 1981, quando foi promovido à Segunda Divisão.
Permanece na segunda até 1993.

Em 1998, o clube mudou seu nome para União Mogi das Cruzes Futebol Clube.
Em 2002, a equipe foi rebaixada à Série B1.
A partir de 2004, passa a disputar a Segunda Divisão, da qual sagra-se campeão em 2006, retornando à Série A3. O pessoal do Jogos Perdidos esteve cobrindo a final (veja aqui como foi), as fotos abaixo são do Fernando Martinez:

Em 2008, o clube volta ao nome União Futebol Clube.
Em 2009, passa por dificuldades financeiras e faz uma má campanha na A3, ficando em último lugar, voltando para a “Série B”.
Em 2011, além d crise financeira, o União Mogi acaba acusado (por conta de atos de seu treinador) de estelionato, injúria, difamação e até assédio moral e sexual.
Em 2023, o União Mogi foi rebaixado para a quinta divisão paulista de 2024.

O time manda seus jogos no Estádio Municipal Francisco Ribeiro Nogueira, o “Nogueirão”, inaugurado em 31 de maio de 1995. Para viver um pouco desta história na prática, fomos até lá conhecê-lo.

Vamos ao campo!

A história do Estádio está ligada à da própria cidade, já que toda essa área pertencia à empresa Mineração Geral do Brasil desde 1942. Ali foi construída uma usina siderúrgica, 550 moradias para seus funcionários e… um campo de futebol que serviu de base para o time do Esporte Clube Mineração Geral do Brasil, organizado pelos trabalhadores da usina.
Em 1957, o campo passa a ser denominado Estádio Cavalheiro Nami Jafet, ganhando estruturas ligadas a outros esportes.

Dá uma oilhada como está o campo hoje em dia:

Atualmente a capacidade do estádio é de 10.000 torcedores.

A siderúrgica entra em concordata, em 1965 e foi incorporada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em 1967. Em 1973, o Estádio Nami Jafet foi municipalizado e incorporado ao patrimônio público da Prefeitura de Mogi das Cruzes.

Esse grafite com a indústria de fundo é uma área bem característica do Estádio!

As cadeiras na área coberta deixaram o estádio realmente bem bonito!

Aqui, o gol da esquerda:

Aqui, o gol da direita:

Aqui, o meio campo:

Dê uma olhada nas demais arquibancadas, atrás dos dois gols:

Alguns vídeos para ilustrar o rolê:

E ali fica o placar:

E como estávamos em Mogi das Cruzes, importante falarmos também do Vila Santista Futebol Clube, fundado em 14 de julho de 1919:

O Vila Santista FC homenageia o bairro próximo do centro da cidade, e iniciou sua história disputando amistosos com times da cidade e da região.
Em 1922, inaugura-se seu Estádio, na atual Rua Francisco Franco.

O presidente do clube era Ângelo Pereira Passos, que viria a dar nome ao campo.

Com a criação da Federação Paulista de Futebol (FPF) em 1941, o Vila Santista passa a disputar o Campeonato Paulista do Interior.
Aqui, o time de 1949:

Em 1957, o Vila Santista segue o caminho do União e disputa o Campeonato Paulista da Terceira Divisão.
Na primeira fase, seu grupo contava com apenas outros 2 times: o Elvira, e o E.C. São José e o Vila classifica-se para a segunda fase em um novo grupo com Velo Clube, Expresso São Carlos, Guarani Saltense, Legionário (Bragança Paulista), São José, Ferroviária de Pindamonhangaba e o E.C. Aparecida, do qual apenas um time se clasificou: o Expresso São Carlos, tendo o Vila Santista terminado em 2º lugar. O Expresso São Carlos alcança o acesso à segunda divisão, mas decide abandonar o profissionalismo, deixando sua vaga ao próprio Vila!
O time disputa a segundona de 1958 e 59, quando volta à terceira.
Em 1960, cai para a quarta divisão e em 61 faz ali sua última participação no futebol profissional.

Outro time de Mogi das Cruzes, surgiu em 1952: o CA Ypiranga.

Ninguém sabe direito a história do CA Ypiranga se foi inspirado no time da capital ou se foi até mesmo uma filial em Mogi das Cruzes. Aqui, o time dessa primeira fase pré profissional:


O que se sabe é que o CA Ypiranga disputou a quarta divisão paulista em 1964, no grupo chamado “6ª Série”, ao lado do General Motors E.C. (São Caetano do Sul), o C.A. Pirelli (Santo André) e o Expulancex F.C.,de Cruzeiro, times que aproveitaram os benefícios para empresas que criaram seus times profissionais. No grupo, ainda estava o Atlético Vila Alpina e o E.C. São José. O time de Mogi terminou em penúltimo lugar, e acabou extinto.

Mas, já no século XXI, a cidade de Mogi das Cruzes viu o surgimento de um novo time: o Clube Atlético Mogi das Cruzes de Futebol, fundado em 19 de abril de 2004, na época como “Mogi das Cruzes Futebol Limitada”.

O time foi fundado por Joaquim Carlos Paixão Filho, um mogiano apaixonado por futebol que tentou fazer uma parceria com o União sem conseguir o que esperava.
Assim, em 2005, estreia no Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Mas se licencia em 2008 retornando em 2009, aí sim com o nome de Clube Atlético Mogi das Cruzes.
Em 2011 e 2015 novamente esteve licenciado das disputas.
Recentemente, o Clube Atlético Mogi passou por uma péssima fase, conquistando a alcunha de o “Pior Time Do Mundo” ao bater a terrível marca de 56 partidas sem vitórias, que até então pertencia ao Íbis!


O time ficou 62 jogos sem vitórias até que em 27 de Maio de 2023, venceu o Guarulhos por 1×0.
Mais um estádio, e uma cidade com muita história no futebol

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As Mil Camisas no Estádio Moisés Lucarelli

Já estivemos muitas vezes em Campinas, seja a passeio, a trabalho ou mesmo pelo futebol, mas faltava registrar o Estádio Moisés Lucarelli como ele merece.

Desde 1948, o Estádio é a casa da Associação Atlética Ponte Preta, time alvinegro de Campinas, localizado à Praça Dr. Francisco Ursaia, 1900, o número é uma referência ao ano de fundação do clube.

Campinas é hoje uma grande cidade, que reúne em torno dela outras tantas que formam a Região Metropolitana de Campinas, um importante polo econômico e social.

A história da cidade, como todo o território brasileiro, inicia-se muito antes da chegada dos europeus. Os povos originários que ocupavam a região eram bastante diversos, entre eles os guanás, caiapós e guarani, e tinham em comum um estilo de vida bastante integrado à natureza.

Depois de séculos desse estilo de vida, portugueses começaram a chegar na região para criar gado, depois o cultivo de café ganhou destaque, tornando-se essencial para a economia local, atraindo imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e japoneses, que contribuíram para a diversidade cultural da região.

O futebol na cidade tem uma história incrível.
A “Liga Campineira”, primeira organização da cidade foi fundada em 11 de abril de 1907. Depois, em 1916 surge a Associação Campineira de FootBall e na sequência, a Liga Operária!
De 1932 a 1934, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) organizou a Série Campineira da Divisão do Interior e em 1935, Guarani e Ponte fundam uma nova Liga Campineira, da qual a Macaca sagra-se campeã em 1935, 36, 37, 39, 40, 44 e 47.
Esse era o time de 1944 (fonte: Wikipedia), que inaugurou a faixa diagonal, mas saindo do ombro direito:

E nesse mesmo ano se iniciava a construção do futuro Estádio da Ponte:

Alguns anos depois, em 12 de setembro de 1948 foi inaugurado o Estádio Moisés Lucarelli, construído graças ao esforço dos seus torcedores. Este era o time de 1948:

A Ponte teve alguns times marcantes, como o de 1970 que chegou à final do Campeonato Paulista terminando como vice-campeã. Foto do site Zé Duarte Futebol Antigo.

Outro time incrível é o de 1977, que foi até a Terceira Fase do Campeonato Brasileiro e vice campeã do Campeonato Paulista (os públicos das finais contra o Corinthians, somados chegam a mais de 200 mil torcedores). Esse foi o time daquele ano:

Em 1981, a Ponte Preta teve outra campanha notável no Campeonato Brasileiro, terminando em terceiro lugar, passando por Náutico e Vasco no mata-mata caindo na semifinal contra o Grêmio.

Mais recentemente, em 2013, a Ponte Preta mais uma vez fez história e chegou à final da Copa Sul-Americana, tornando-se vice-campeã após enfrentar o Lanús na final.

E em 2023, a Macaca sagrou-se campeã da série A2 do Campeonato Paulista. Foto do site Esporte News Mundo:

A Ponte é mesmo um baita time!
Então é hora de conhecer o Estádio Majestoso, e que fachada linda, não acha?

E ela já foi bem diferente, décadas atrás…

E mesmo estando lá dentro, os cuidados com os detalhes não são minimizados.

É sem dúvida uma experiência emocionante poder estar em um estádio tão f*da e tão importante para o futebol!

Sua capacidade original era de 35 mil lugares, o que fazia dele o terceiro maior do Brasil, daí o apelido “Majestoso“. Mas com as mudanças obrigadas pela lei, a capacidade passou a 19.728 torcedores.

O Moisés Lucarelli é uma daquelas lindas histórias, de mobilização da torcida e homenageia Moysés Lucarelli, um personagem muito importante para a Ponte e para o futebol do interior como um todo, já que ele participou da criação da Lei de Acesso no Campeonato Paulista implantada a partir de 1948.
Veio a falecer em 24 de março de 1978.
Como não queria ser o patrono do estádio alguns dizem que por isso a diferença da grafia dos nomes (Moisés x Moysés).
É dele o busto ali na entrada:

Sigamos no rolê pelo Estádio!

A Ponte Preta escreveu a maior parte da sua história neste estádio e viu a cidade de Campinas crescer no seu entorno. Uma olhada no gol da esquerda:

O meio campo:

O gol da direita:

E mais detalhes interessantes…

O recorde de público ocorreu em 16 de agosto de 1970, quando 33.228 torcedores foram assistir ao embate Ponte Preta 0x1 Santos FC, e alguns dizem que havia quase 45 mil torcedores dentro do estádio e mais 4 mil pessoas do lado de fora, sem conseguir entrar para ver o time que seria vice-campeão.
Oficialmente, o maior público é da derrota por 3 a 1 da Ponte Preta para o São Paulo FC, em 1 de fevereiro de 1978 com 37.274 torcedores.

Atualmente teve a capacidade diminuída para 19.728 torcedores.

Nos ambiente internos também pode se ver o zelo com que é gerido o Estádio da Ponte Preta, aqui a lembrança do título deste ano:

Aqui, o busto ao mestre Dicá!

Os corredores estão repletos de fotos da torcida, distintivos…

E tem também fotos dos times mais marcantes espalhadas pelas salas!

Sem contar a sala de trofeus!

São a prova de que a Ponte Preta já conquistou vários títulos em sua mais que centenária história!

Esses detalhes dos portões dos estádios não existem mais…

Olha aí o vestiário da Ponte!

Vamos voltar para o campo, mas vamos com estilo!

E não é que no rolê daqui pra lá acabei trombando umas figurinhas carimbadas da Ponte Preta? A primeira delas é o Eliel, do time deste ano!

O outro que apareceu ali foi o grande zagueiro Ronaldão, que fez história no São Paulo mas que também teve importante participação na Ponte Preta no fim dos anos 90.

O outro que estava por lá era o eterno capitão Cafu!

Como sempre digo, registrar a historia inloco te fazer entender melhor o contexto da realidade que vivemos e poder experimentar um role desses em um estádio como o Moisés Lucarelli é simplesmente inesquecível e eu só tenho a agradecer aos deuses do futebol pela oportunidade!

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O 2º Estádio do Corinthians

16 de setembro de 2023.
No mês de aniversário do SC Corinthians, fomos registrar o Estádio Alfredo Schürig, que foi a casa do Timão por várias décadas e atualmente, com 95 anos de história, faz parte da estrutura poliesportiva do clube além de receber partidas das categorias de base e dos times femininos.

Fiquei espantado em ver a movimentação em torno do clube por atletas de diversas modalidades e por famílias que estavam ali pra acompanhar ou praticar esportes ou mesmo curtir uma piscina.

A loja oficial do Corinthians também está muito bonita. Uma pena que os preços praticados não condizem com o tema “o time do povo”.

O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado em 1º de setembro de 1910, por cinco trabalhadores.

A inspiração para o nome veio do Corinthian Football Club (atual Corinthian-Casuals Football Club), o maior time amador da Inglaterra, e que passou pelo Brasil, jogando e vencendo o Fluminense, o Club Athletico Paulistano e a Associação Atlética das Palmeiras.

O primeiro campo do Corinthians era na verdade um terreno baldio na Rua José Paulino (conhecida como Rua dos Imigrantes, naquela época), no Bom Retiro.
O campo era conhecido como “Lenheiro”, por ter sido um depósito de lenha.

Com o passar dos anos, o time precisou de um estádio mais estruturado e passou a jogar no Estádio da Ponte Grande, inaugurado em 17 de março de 1918 e considerado o primeiro estádio do Corinthians.

O Estádio da Ponte Grande ficava onde hoje está o Centro Esportivo Tietê.

Parece difícil imaginar aquela São Paulo do início do século XX, com as greves anarquistas assolando uma capital ainda bastante rural e às margens de um rio Tietê ainda limpo, um estádio de futebol…

Para sua inauguração, foi convidado o rival Palestra Itália, em 17 de março de 1918, terminando em 3 x 3. Uma semana depois, os clubes voltaram a se enfrentar também na Ponte Grande, e o Palestra Itália venceu por 4 x 2.

Para jogos com maiores públicos, o Corinthians utilizava o Estádio do Parque Antárctica e o Campo da Floresta.
Mas o Estádio da Ponte, com capacidade para 8 mil torcedores era bastante utilizado e recebia bons públicos como podemos ver na foto abaixo:

O Estádio da Ponte Grande viu o tricampeonato estadual de 1922, 1923 e 1924.
Aqui, o time de 1924:

O estádio foi a casa do Corinthians até 1928, quando o Estádio da Fazendinha passou a ser utilizado. E olha como era charmosa a arquibancada da Fazendinha:

O terreno do novo estádio pertencia ao Esporte Clube Sírio, e por se localizar no subdistrito do Parque São Jorge, a identificação da torcida com o santo guerreiro foi fácil e logo se tornou apelido do estádio.
Aqui estão as atuais bilheterias:

Junto do Estádio, o clube construiu uma grande sede social, com equipamentos parra outros esportes e depois uma série de outros serviços que fazem do Corinthians um baita clube atualmente.

Em 1933, o estádio foi reinaugurado e substituiu definitivamente o Estádio da Ponte Grande como local de jogos do Corinthians na cidade de São Paulo.
Vamos enfim conhecer o campo?

Assim, seja bem vindo ao Estádio Alfredo Schüri, ou ao Estádio do Parque São Jorge ou se você preferir ao Estádio da Fazendinha.

Aqui, o gol do lado esquerdo (onde está o clube):

Aqui, o meio campo:

E aqui, o gol da direita:

Como existia uma pequena fazenda no local, o Estádio acabou conhecido como “Fazendinha” que se mantém até hoje em dia.

O nome oficial, Alfredo Schürig, homenageia o ex presidente do Corinthians entre 1930 e 1933, que ajudou no pagamento das prestações do terreno e forneceu ferros, pregos e parafusos de sua própria fabricação para que as novas arquibancadas fossem construídas.

Uma característica do estádio é a proximidade da torcida com o campo, mas infelizmente nos dias de hoje não se pode assistir jogos ali, apenas sentadinho ali na arquibancada.

A medida em que o futebol foi se desenvolvendo, os jogos mais importantes do Corinthians passaram a ser disputados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.
Mas o estádio nunca foi inutilizado e mantém toda essa história ali, viva!

O Estádio recebeu várias reformas, saindo de uma arquibancada que era literalmente no morro onde a torcida ficava encostada, depois recebeu as arquibancadas de madeira, até chegar nas de cimento. Mas parte da torcida protestou contra essa modernização, argumentando que o Corinthians estava perdendo sua essência. O que diriam hoje da Arena Neoquímica?

O recorde de público do Parque São Jorge é de 32.419 pessoas, numa partida contra a Ferroviária de Araraquara em 1959.

Além desta partida contra a Ferroviária, em 1962, um jogo contra o Santos teria levado aproximadamente 33 mil pessoas (incluindo imprensa e dirigentes) ao estádio, sendo assim o maior público, que vaiou Pelé, responsável pelo gol da vitória de 2×1 do time visitante.

Houve um momento em que se sonhou com um projeto de modernização do Estádio, nos anos 80, durante o período da Democracia Corinthiana, com o presidente Waldemir Pires. Os setores de arquibancadas seriam cobertos e ampliados, com capacidade estimada em 40 mil lugares.

Mas infelizmente, o sonho não saiu do papel e em 3 de agosto de 2002, a Fazendinha recebeu o último jogo oficial, o amistoso: Corinthians 1×0 Brasiliense.
Em 22 de julho de 2018, a Fazendinha completou 90 anos e o Estádio ganhou uma revitalização. Agora as arquibancadas estão pintadas de preto!

No jogo de hoje, pelo Campeonato Paulista sub 20, o Timão foi vencido pela Portuguesa por 2×1…

Mas poder acompanhar uma partida, ainda que das categorias de base, em um estádio com tanta história, já é uma vitória, independente de qual time você torce.

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O Estádio Distrital do Jaçatuba (EC Santo André)

Esse post foi feito com base em um texto produzido por um grande torcedor e ex-presidente do EC Santo André: Sidnei Riquetto.

O Estádio Distrital do Jaçatuba foi construído pela Prefeitura Municipal para servir ao futebol amador e ser utilizado alternativamente pelo Esporte Clube Santo André. Atualmente é a sede do clube poliesportivo e fica localizado à rua dos Ramalhões, 126.

É lá que você encontra a loja oficial do clube:

Seu nome oficial é Estádio Distrital do Jaçatuba, tal como consta na Lei nº. 6.288, de 24/12/1986, que autorizou a sua cessão ao Esporte Clube Santo André, pelo prazo inicial de 30 anos, posteriormente alterado para 99 anos, pela Lei nº 9.057, de 25/06/2008.

Vale destacar que, conforme artigo 2º, item 6, da Lei nº 6.288, o Esporte Clube Santo André era obrigado a manter o campo de futebol apenas até o dia 31 de dezembro de 1987, mas a Diretoria do clube optou pela sua preservação até os dias atuais.
Estive lá acompanhado do Marques, outro apaixonado pelo Ramalhão, para ver como está o Estádio em pleno 2023.

Dê uma olhada no visual:

O Estádio esteve envolvido em uma história curiosa: em meados de junho de 1975, a imprensa esportiva noticiava a existência de um movimento para a criação de um novo clube de futebol profissional em Santo André.
O ex-dirigente do Santo André FC, Geraldo Novaes trabalharia para a fundação do Utinga Futebol Clube.
Como existia um movimento separatista onde Utinga queria sua emancipação, surgiram sugestões de novos nomes (Comercial FC, Industrial FC e Operário FC).
A questão é que o futuro time alvi rubro desejava mandar seus jogos no novo Estádio do Jaçatuba que estava prestes a ser inaugurado e que mantém se vivo até os dias de hoje.
Aqui, o meio campo, lá ao fundo está a Avenida do Estado.

O gol da esquerda (é o lado de Mauá):

E o gol da direita (sentido da capital e de Utinga):

O projeto ruiu em 7 de setembro de 1975, que seria adotado como a data de fundação do time e que foi quando perceberam que não havia coesão suficiente para isso.
Já no final daquele ano, em 17/12/1975, em uma quarta feira a noite, o Estádio do Jaçatuba foi inaugurado com o amistoso Santo André 0x0 Palmeiras e as suas arquibancadas ficaram lotadas!

O jogo contra o Palmeiras, em 1975, teve tripla finalidade: serviu para a comemoração do título da primeira divisão (equivalente a atual A2), com a entrega das faixas de campeão ao elenco do Santo André; homenageou o centenário da imigração italiana ao Brasil e marcou a inauguração do Estádio.

Os times foram a campo com:
EC Santo André: Ronaldo, Roberto, Rodolfo, Flávio e Luiz Augusto; Fernandinho e Souza; Celso Mota (Luizinho Gaúcho), Vicente Cruz (Fernandes), Tulica e Rômulo.
SE Palmeiras: Leão (Bernardino); Valdir, Arouca, Alfredo (Jair Gonçalves) e Donizetti; Dudu e Didi; Zuza (Zé Mário), Erb (Fedato), Mário (Itamar) e Toninho Vanusa.

Embora há muito tempo não se tenha uma partida oficial, o campo segue com muitos cuidados, como o distintivo do Ramalhão, ali na área onde ficam as bandeiras.

Santo André, a cidade e o clube, já faziam por merecer um estádio à altura de seu potencial.
Assim, no dia 14 de novembro de 1975, foi assinado o Edital de Concorrência nº 218/75, para a construção de arquibancadas com capacidade para mais de 13 mil pessoas no Estádio Bruno José Daniel.

Assim, o Estádio do Jaçatuba foi extremamente importante para o Ramalhão porque em 1976, o Estádio Municipal Bruno José Daniel passou por uma primeira grande reforma de ampliação e não pode ser utilizado no Campeonato Paulista daquele ano.

O Estádio Distrital do Jaçatuba foi utilizado pelo EC Santo André no Campeonato Paulista da Primeira Divisão de 1976 (equivalente à série A2 atual).
A campanha como mandante foi incrível: 10 vitórias e 3 empates. Invicto no Caldeirão do Jaçatuba!

O Estádio recebeu ainda 18 partidas amistosas, com destaque para o então campeão mundial de clubes e também hexa campeão da Libertadores: CA Independiente da Argentina, realizado em 11 de março de 1976.

Jogando um futebol exuberante, o esquadrão ramalhino liquidou os argentinos por impiedosos 4 a 0 (gols de Celso Mota, Roberto, Vicente Cruz e Rômulo).
O time argentino podia ser imbatível em seu continente, mas no Bruno Daniel ou no Jaçatuba, o imbatível era o Santo André.
EC Santo André: Ronaldo (Molina); Roberto, Rodolfo, Flávio (Tito) e Luiz Augusto (Luizinho Maia); Fernandinho e Souza; Celso Mota, Vicente Cruz (Muró), Tulica e Rômulo (Luizinho Gaúcho)
CA Independiente: Pogani; Lencina, Armendari, Villaverde (Trossero) e Bertoli; Palomba, Sagioratto (Rodrigues); Arroyo, Perci Rojas (Soria) e Brites (Pavoni)

Outro importante amistoso foi um 0x0 contra o Santos, para inaugurar os refletores do Estádio Jaçatuba em 21/01/1976, quarta-feira, à noite.


EC Santo André: Ronaldo; Robertão (Tito), Rodolfo, Flávio e Luisinho; Vicente e Messias; Luizinho Gaúcho, Muró (Celso Motta), Tulica e Rômulo.
Santos FC: Wilson Quiqueto; Zé Carlos, Lazinho, Marçal (Ney) e Fernando; Clodoaldo, Léo Oliveira (Didi) e Babá (Alceu); Totonho, Da Silva (Tostão) e Mazinho.

Ainda em 1976, o Estádio recebeu a primeira partida do “Troféu Grande ABC“, um confronto entre o EC Santo André e o Saad em duas partidas: a primeira no Estádio do Jaçatuba (um 0x0 que saiu faísca de tanta porrada em campo) e o segundo em São Caetano (também marcado pelos pontapés e que foi decidida na prorrogação: 3×1 pro Ramalhão e mais uma taça pra coleção!).
No jogo no Jaçatuba, o Santo André jogou com Ronaldo, Roberto, Rodolfo, Flavio e Luiz Augusto; Fernandinho e Souza; Celso Mota (Luizinho Gaucho), Vicente, Tulica e Rômulo. O Saad jogou com Leonetti, Mingo, Celso, Nega e Walter; Serelepe, Toninho I (Nascimento) e Henrique; Toninho II, Wanderlei e Wagner.

Pra terminar, um registro que encontrei no Facebook: uma foto do festival Rock in ABC, realizado no Estádio do Jaçatuba, evento foi em 87 teve a presença dos Titãs, Beto Guedes, Sandra de Sá e Capital Inicial!

Aqui, uma foto tirada no dia 07/09/1988 após o último jogo de Luiz Pereirapelo EC Santo André, no Estádio Jaçatuba.

E um abraço ao companheiro de arquibancadas, Marques por estar junto em mais uma aventura!

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O Estádio Cel Vicente José Netto e o futebol em Brotas

Em agosto de 2023 passamos por Brotas para rever as pacatas ruas da cidade que marcaram minha adolescência e registrar o Estádio Cel Vicente José Netto.

Infelizmente, foi um rolê de “passagem” e só me permitiu visualizar a área urbana da cidade…

A região em que Brotas se localiza era terra virgem, recoberta por florestas da Mata Atlântica até meados do século XVIII e os povos indígenas ainda ocupavam o território, sem grandes contatos com os invasores brancos.
Eram Guaranis, Caiuás, Xavantes e Caingangues, imagine o cenário daqueles tempos…

Por muito tempo foi assim, até que chegaram os novos povos: brancos europeus e seus descendentes.
Os povos originários permaneceram na região até serem expulsos, mortos (assassinados e por doenças), ou acabassem fugindo, ou ainda sendo assimilados pelas novas populações, que se apossaram de suas terras.

Em 1841, Brotas tornou-se distrito de Araraquara, em 1853 transferido para Rio Claro e tornou-se município em 22 de agosto de 1859, ainda que o aniversário da cidade é comemorado em 3 de maio, por uma antiga comemoração católica, a de Santa Cruz
O café chegou à cidade na década de 20, trazendo mão de obra de todos os cantos do mundo, principalmente, os italianos.

Aos poucos, Brotas passou a diversificar sua produção, com foco na economia rural principalmente com a cana-de-açúcar, e também se tornou um polo de atração de eco turismo por seus recursos naturais tendo como outro ponto de atração a culinária caipira. Aqui, a Paróquia Nossa Senhora das Dores, criada em 1843:

O futebol na cidade começa a se movimentar em 8 de junho de 1927, com o Brotas Football Club. Esse era o time de 1930:


Na sequência, surge na cidade a Associação Atlética Brotense.
Da fusão entre os dois times surge o Clube Atlético Brotense, em 22 de abril de 1931.

O time começa disputando as competições amadoras.
Em 1944 fez sua estreia no Campeonato Paulista do Interior na 15ª região. Jogou também em 1945 e 47. Aqui, o time de 1950:

Em 1952 e 58, encontrei registros de que o time jogou o Campeonato do Interior.

Não sei de que ano é a imagem abaixo (da fanpage do clube), mas é uma foto loca!!!

Aqui, o time de 1974, campeão do setor do Campeonato do Interior:

Olha a faixa de campeão:

Aqui, o troféu que marca um grande momento do time: o título de 1984 do Campeonato Amador do Estado:

E esse, o time bicampeão Paulista amador de 2004

Nosso objetivo em Brotas era registrar o Estádio Cel Vicente José Netto, a sede do CA Brotense.

Não encontrei na Internet nenhuma informação sobre o Estádio tendo como nome o Cel Vicente José Netto, mas ele está lá, na placa chumbada à parede…

Vamos entrar?

Adoro quando o distintivo do time está nas paredes do Estádio.

Foi muito prazeroso poder encontrar a molecada que atualmente representa as cores do time, nas categorias de base.

Com muita satisfação, pudemos realizar o registro do campo. Aqui, o meio campo:

O lado esquerdo do gol:

Aqui, o lado direito:

Em vídeo dá pra ter uma ideia ainda melhor do estádio:

E essa arquibancada coberta, tão charmosa e carregada de histórias e lembranças?

Do outro lado, uma arquibancada externa, com poucos degraus, mas que permitem uma presença maior da torcida…

Este é o placar da empresa:

Além de ver o campo, pude registrar um pouco da estrutura interna, e ainda conhecer a presidente do clube.

A sede administrativa tem ainda uma série de fotos e pôsteres:

E ela ainda mantém uma série de camisas históricas dos times do passado:

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São Bernardo FC 1×0 Ypiranga de Erechim (Série C – 2023)

Segunda Feira, 21 de agosto de 2023. O Estádio 1º de Maio recebeu uma verdadeira decisão para o São Bernardo FC, contra um time que eu nunca havia assistido antes: o Ypiranga de Erechim.

Ingresso em mãos? Então vamos lá! Ah, vale citar que os jogos do São Bernardo estão com a entrada gratuita!

Tudo pronto? Vamos lá!

Times perfilados… Sempre um momento emocionante!

E a torcida compareceu! E mais do que isso, fez uma festa danada no Estádio 1º de Maio!

Em campo, o time da casa foi para o ataque desde o primeiro minuto e dava a impressão que iria fazer um placar elástico, até.

Bom pra quem decidiu apoiar o time da cidade! Uma vitória dá ao Tigre a vantagem do empate na última rodada contra o Náutico, com quem disputa a última vaga da próxima fase.

Mesmo com um publico interessante para uma noite de segunda feira (pouco mais de 2 mil torcedores), ainda tinha bastante espaço livre no estádio, mostrando que a cidade ainda precisa acordar para esse momento mágico que o time vive!

Mas, o clima estava sim de decisão, nas bancadas do Primeiro de Maio!

Depois do vídeo que fiz no início, a torcida visitante complementou a presença dos parentes de atletas, com alguns torcedores do time.

Deu até pra bater um papo com um dos torcedores da equipe gaúcha, que atualmente vive em São Paulo e aproveitou a oportunidade para rever o time do seu coração.

O Ypiranga FC foi fundado em 18 de agosto de 1924, manda seus jogos no Estádio Colosso da Lagoa e tem uma torcida apaixonada!

Mas voltemos à partida!

Mas, mesmo com o apoio vindo das arquibancadas, o Tigre não conseguia abrir o placar…

E o time de Erechim mostrava que não estava disposto a entregar os 3 pontos de maneira tão fácil…

Abraço para o pessoal da Febre Amarela que vem construindo uma nova geração de torcedores do Tigre!

E também para todos que compareceram e pintaram de amarelo a noite de segunda feira!

Mas… O tempo foi passando e o Ypiranga não só segurava o zero a zero como ainda oferecia perigo, principalmente em bolas paradas.

A torcida do Ypiranga passou a acreditar que dava até pra voltar pra casa com 3 pontos!

E assim, o jogo foi se encaminhando para o final… Em um placar que no fundo não agradava ninguém…

A torcida ficando nervosa e pegando no pé do juiz e do bandeira…

Mas em campo, o São Bernardo FC se mostrava um time maduro, sem afobação, talvez o receio foi que se repetisse a enorme sequência de empates que tirou do time a liderança.

50 minutos do segundo tempo… Placar segue 0x0. Hoje não?

Hoje sim! Olha aí o que o time aprontou aos 55 do segundo tempo!

Mais uma noite incrível!!!

Fiz uma playlist com mais vídeos deste jogo, se você quiser ver um pouco mais do jogo clique aqui ou assista direto pelo vídeo abaixo:

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O Estádio Juscelino Kubitschek, a casa do Rio Branco de Andradas

Dando sequência na “reunião” de materiais, fotos e visitas feitas à Minas Gerais, falemos hoje do futebol da cidade de Andradas, a casa do Rio Branco de Andradas Futebol Clube.

Diversas etnias ocupavam o território de Minas Gerais, possivelmente Aimorés chegaram até a região e tentaram em sua ira rebelde frear a invasão europeia que se apoderou das suas terras, mas o progresso se fez substituindo os povos originários por uma nova civilização.

Os portugueses passam a ocupar a região no século XVIII com a criação de gado.
Surgiram assim as primeiras fazendas no local e o vilarejo passou a se chamar “Samambaia“.
Seus moradores sobreviviam com uma economia de subsistência utilizando a mão de obra escravizada e produzindo seu próprio alimento e roupas.
O século XIX viu o povoado crescer e ser elevado à Distrito de Paz, passando a se chamar São Sebastião de Jaguary.
Começam a chegar os primeiros imigrantes italianos e com eles a cidade passa a produzir vinho e dar origem a deliciosas cantinas.
Foto do círculo italiano de Andradas, da família Marcon:

O distrito passa a se chamar Caracol, referência à Serra do Caracol e somente em 1928, adota o nome atual: Andradas.
O decorrer do século XX trouxe novas atividades à cidade além do vinho: café, banana, rosas e algumas indústrias de cerâmica, que se tornaram referência na região, uma delas, a ICASA, viria a patrocinar o time da cidade:

Atualmente a cidade também é um ponto de atração para os que buscam esportes de aventura.

A cidade de Andradas tem no futebol uma grande paixão, e em 13 de junho de 1948, nascia o Rio Branco Futebol Clube, formado por ex atletas do Esporte Clube Andradense e que ficou conhecido como Rio Branco de Andradas.

Seu mascote, um pouco psicodélico, é um papagaio azul.

A estreia do Rio Branco ocorreu em 13 de junho de 1948 frente o time do “Gramínea”, e terminou com vitória por 4×2 para o Rio Branco,no então chamado “campo de futebol da Vila Caldas”, o atual Estádio Parque do Azulão.

O Rio Branco disputou competições amadoras até 1985, estreando no profissionalismo em 86, no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão.
Seu jogo de estreia foi contra o Minas EC, de Boa Esperança, uma vitória por 1 a 0 e terminou a primeira fase em 1º lugar.
Tabelas do site RSSSF Brasil:

O time acabou surpreendendo e também liderou a segunda fase, chegando à fase final.

Ao término do campeonato, como estava empatado com o Ituiutabana, houve um jogo desempate, dando o vice campeonato ao Rio Branco no seu primeiro ano, conquistando assim, o acesso para a elite do futebol estadual.

Esse era o time de 1986:

O Rio Branco disputaria assim a Primeira divisão de 1987.

E lá permaneceu até 1993, quando terminou rebaixado. Destaque para os títulos de Campeão Mineiro do Interior de 1990 e 1992 (quando perdeu a semifinal pro Cruzeiro).
Olha a classificação final de 1990:

E o time de 1992:

Em 1994, conquistou o retorno à elite do futebol mineiro, liderando a primeira fase e ganhando os dois jogos da final contra a URT, sagrando-se campeão do módulo II.

Em 1997, novo rebaixamento, mas novamente o acesso foi instantâneo com um bom campeonato de 1998.

Em 1999, de volta à primeira divisão, permaneceu ali até 2004. Time de 2003:

Rebaixado, disputou o Módulo II de 2005 e 2006 quando novamente conquista o acesso à primeira divisão.

O Rio Branco ainda participou do Campeonato Brasileiro da Série C nos anos de 1989, 1990, 1992, 1998 e 2003, chegando à Série B de 1991.

Disputa a elite de 2007 a 2009, quando o time chegou à semifinal, mas, por um problema de gestão, o time acaba abandonando o profissionalismo.
Esse é o time de 2009:

Em seus anos no futebol, o Azulão desenvolveu uma grande rivalidade com a Caldense, e a casa desses duelos era o Estádio Municipal Juscelino Kubitschek,o Parque do Azulão!

E lá fomos nós pela 3º vez tentar registrar esse lindo estádio!

Aí estão suas bilheterias…

O Estádio fica em uma área bem central da cidade, de fácil acesso.

Mas, mais uma vez tivemos que nos contentar com fragmentos de imagens feitas pelas frestas, pois o estádio estava fechado…

Olha aí a arquibancada alvi celeste do time, com a montanha ao fundo.

Aqui, uma imagem pra ter uma ideia melhor da beleza do Parque do Azulão, disponível no site do time.

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Tour interior paulista 2017 – Parte 1: Barra Bonita

5ª feira, 15 de junho de 2017.
Com adição de informações em 20 de agosto de 2023.
Com este post, começamos a dividir com vocês o nosso rolê de “Pré Inverno”, pelo interior paulista, dividido em 11 capítulos, um para cada cidade que visitamos, nos 4 dias de feriado prolongado.

Estrada para Barra Bonita

A primeira parte da viagem foi até nossa “base” em Cosmópolis (terra da Funilense), de onde saímos na 5a feira bem cedinho, rumo à estância turística de Barra Bonita.

Estrada para Barra Bonita

Saímos com um belo sol, mas… a estrada sempre guarda surpresas e na altura de Rio Claro, dá uma olhada na neblina que a gente pegou…

Estrada para Barra Bonita

Mesmo assim, após duas horinhas de estrada, o sol voltou e enfim chegamos à Barra Bonita!

Barra Bonita

Muita gente acha que somos apenas fanáticos por futebol (ou idiotas por gastar dinheiro com gasolina e pedágio em busca de times e estádios), mas vale ressaltar que além do futebol, sempre procuramos entender e vivenciar um pouco dos lugares que visitamos.

Barra Bonita

E com Barra Bonita, não foi diferente! Principalmente pelo apelo turístico que a cidade possui naturalmente, graças ao rio Tietê.

Barra Bonita

A cidade possui um memorial com várias informações e imagens sobre o rio Tietê, que vale a pena ser visitado.

Barra Bonita
Rio Tiete

Pra quem nunca esteve frente ao rio Tietê na sua fase “pós poluição” deve até ser estranho ver uma imagem tão bonita!

Barra Bonita

E, já que estávamos por lá, fomos fazer o passeio de barco, pelo rio, incluindo a visita pela Eclusa (o “elevador” aquático que liga dois pontos de diferentes níveis do Tietê).

Barra Bonita
Barra Bonita

O passeio é muito legal e bem barato! Vale a pena conhecer mais com o pessoal da “Navegação Fluvial do Tietê“. O preço varia entre R$ 30 e R$ 90 em passeio com ou sem almoço, e de 1h30 até 3 horas (estamos em junho/2017, não sei se quando você ler isto, sofreu algum aumento).

Barra Bonita

Fizemos o passeio menor (e depois percebemos que valeria a pena ter feito o maior), que nos levou até a eclusa, passando pela prainha que vive cheia no verão.

Barra Bonita

Eu e a Mari já conhecíamos o passeio, mas fazia tanto tempo que valeu a pena fazer de novo.

Barra Bonita
Barra Bonita

O passeio é gostoso, os barcos são super seguros e modernos e a paisagem é muito bonita!

Barra Bonita

A imagem da represa e da água caindo é algo marcante!

 Barra Bonita

Dá uma olhada no vídeo que fizemos:

Em agosto de 2023 voltamos lá pra rever a cidade…

Mas, claro que aproveitamos nossa passagem pela cidade para conhecer um pouco dos dois times locais que já disputaram as competições oficiais da Federação Paulista de Futebol: o CA Botafogo e a AA Barra Bonita!

Distintivo do CA Botafogo e AA Barra Bonita

O Clube Atlético Botafogo foi fundado em 1968, por iniciativa de Benedito Alcindo Biazetti, ex treinador dos times do “Infantil” e do “Juvenil” da AA. Barra Bonita.

Seu campo sede atual fica na charmosa rua “Fiori Gigliotti”:

Estádio do Botafogo - Barra Bonita

No começo o time chegou a jogar usando as camisas da Ponte Preta, com a denominação de “Juvenil Ponte Preta Junior”.
Sua primeira partida oficial foi um amistoso disputado contra a Associação Atlética Sãomanuelense, no Estádio Vicentão.
O resultado final foi um 3×2 para os visitantes.

Estádio do Botafogo - Barra Bonita

O time passou vários anos disputando campeonatos amadores, até que em 1976, sagrou-se Campeão Amador do Interior do Estado de São Paulo, numa época em que esse campeonato era tão valioso ou até mais quanto as atuais divisões de acesso.

CA Botafogo campeão amador do estado 1976

Segundo depoimentos de moradores locais (Benedito Alcindo Biazetti e José Antonio Molina), a comemoração ganhou as ruas da cidade, com o desfile dos campeões, bandeiras, carros, buzinas, instrumentos musicais, numa animação única que terminou em carnaval na Avenida Pedro Ometto.

Estádio do Botafogo - Barra Bonita

Nos anos seguintes, o time virou febre na cidade, jogando sempre com casa cheia e tendo torcida inclusive nas partidas como visitante. Em 1977, o time venceu o o Campeonato Regional, mas na final Estadual acabou derrotado para o Rigesa de Valinhos.

Estádio do Botafogo - Barra Bonita

Infelizmente, no dia em que visitamos o estádio, ele estava fechado, mas o amigo e também admirador do futebol do interior, Emerson Gomes, que é lá de Mauá, esteve no sábado e dividiu com a gente algumas imagens internas, pra matar a curiosidade:

Estádio do Botafogo de Barra Bonita

O estádio tem uma pequena arquibancada junto a lateral e várias árvores ao seu redor.

Estádio do CA Botafogo de Barra Bonita

Confesso que não tenho certeza se o Botafogo chegou a mandar seus jogos pela Federação Paulista nesse estádio, é mais provável que tenham jogado no estádio municipal, que é maior e tem uma estrutura mais profissional, mas o lugar é bem bacana!

Estádio do Botafogo - Barra Bonita
Estádio do CA Botafogo de Barra Bonita

O Emerson conseguiu ainda uma camisa atual do time:

Camisa do Botafogo de Barra Bonita

Fica nosso registro da entrada do campo:

Em 20 de agosto de 2023, finalmente pudemos registrar por nós mesmos o interior do estádio e ainda pudemos encontrar o ex zagueiro do Ramalhão Luiz Antonio, que movimenta o futebol master lá da região:

Olha que bacana a camisa do Master do CA Botafogo!

Bacana ver que o estádio está tão bem cuidado, com a pintura novinha!

Então, seja bem vindo ao Estádio do CA Botafogo de Barra Bonita, o campo da Rua Fiori Giglioti!!!

O gramado está muito bem cuidado!

Aí estão as míticas arquibancadas do estádio!

Nosso tradicional registro do meio campo:

Gol do lado esquerdo:

Gol da direita:

Detalhe para as orquídeas plantadas por quase todo o local!

Antes de irmos embora deu até pra ver um pouco do jogo entre o Botafogo e o XV de Janeiro de Macatuba.

O outro time da cidade, a AA Barra Bonita, teve uma participação mais constante nas disputas da Federação Paulista, e mandou seus jogos no Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin, o “Vicentão”.

Dê uma olhada no vídeo que fizemos:

O estádio fica num bairro tranquilo, em meio ao comércio local.

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Segundo a placa local, o estádio foi construído no início da década de 60, e entregue em 1963.

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Mais um registro de um estádio que ainda não conhecíamos!

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin
Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin

Vamos dar uma olhada por dentro?

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Possui uma bonita arquibancada coberta:

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Além disso, possui um lance de arquibancadas descobertas atrás dos gols.

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

A Associação Atlética Barra Bonita foi fundada em 1923 e participou de oito edições do Campeonato Paulista de Futebol, entre a terceira e quarta divisão.

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Essas arquibancadas já estiveram repletas de torcedores, principalmente em dia de jogo contra o rival Noroeste. E ainda hoje, a AABB mantém um clube social bem interessante (imagens de agosto de 2023):

Olha que fotos bacanas dos times do passado:

Esse foi o time que defendeu as cores da cidade em 1957:

AA Barra Bonita 1957

Porém, o maior trunfo do alvinegro barra-bonitense é o título da terceira divisão de 1982. O campeonato veio após vitória sobre o José Bonifácio no último jogo do quadrangular final (em que participavam ainda a União Funilense de Cosmópolis e Palmeirinha de Porto Ferreira).

AA Barra Bonita 1982

Infelizmente o clube se licenciaria da Federação 2 anos depois, para a tristeza da torcida, entre elas Paulo Roberto Siqueira, o “Paul Girls” que frequentava o campo com uma capa e chapéu preto, dizendo se uma espécie de talismã do time local!

Paul girls

O cenário típico do interior paulista, com o campo e a natureza ao fundo…

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita
Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Enfim, mais uma missão cumprida em registrar um pedaço da história do futebol!

Estádio Municipal Vicente Zenaro Manin - Barra Bonita

Ah, vale dizer que o amigo Emerson também conseguiu uma camisa da AA Barra Bonita:

Camisa da AA Barra Bonita

Nós, que ainda estávamos iniciando o rolê, voltamos à estrada para a nossa segunda parada: a cidade de Bariri!

Barra Bonita

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