O futebol em Castro-PR

Seguimos pelo Paraná, agora conhecendo Castro, município que fica às margens do rio Iapó, com um canyon incrível no Parque Guartelá (clique aqui e veja um pouco mais sobre o rolê) aberto ao público, fazendo da cidade um grande polo de turismo.

No século XVI, a região era ocupada por indígenas do grupo tupi e por kaingangues, que ao verem seu território invadido pelos tropeiros e colonos portugueses partiram para o ataque. O fim foi trágico para os moradores originais da região e logo, surgiu um povoado próximo ao rio Iapó e em 1751… uma capela. A partir daí, foi criada a Freguesia de Sant’Ana do Iapó, elevada à categoria de vila em 1788, com o nome de “Vila Nova de Castro” e à cidade, em 1857.

A cidade viu chegar a linha férrea Itararé-Uruguai que iam até Montevideo!! E em 1900 inaugura-se a estação de Castro.

Olha que legal o lago que existe no centro da cidade.

Outra vocação da cidade graças ao alto número de imigrantes holandeses é a produção de leite.

Pra quem não lembra, o Brasil foi muito influenciado por ideias eugenistas ainda no século XX e em uma idiota tentativa de embranquecimento do nosso povo, muitos imigrantes foram incentivados para vir para nosso país principalmente para substituir os escravos na produção de café. Em Castro e na região, os holandeses se organizaram em torno da produção de leite (vale lembrar que a Cooperativa Batavo fica na cidade vizinha, Carambeí), criando inclusive uma Colônia denominada Castrolanda. Decidimos conhecer parte dessa história, visitando a Fazenda Capão Alto.

A fazenda mantém viva a memória de um tempo esquisito na história do Brasil e do Paraná, de uma produção agrícola, em especial de café, que só existia graças à mão de obra escravizada.

Fomos recepcionadas pela jovem zeladora da fazenda.

Além de muita história preservada, o local guarda ainda matas nativas, trilhas e uma série de passeios que misturam lazer, esporte e história.

Mas, além do leite, das belezas naturais e dos imigrantes, Castro tem também sua história no futebol e ela foi escrita no Estádio Municipal Lulo Nunes.

Essa é a atual entrada:

Mas veja como ela era:

O Estádio Municipal Lulo Nunes fica no cruzamento da Rua Cel. Vidal Martins de Oliveira com a Rua Francisco de Assis Andrade, bem próximo ao centro da cidade.

O Estádio Municipal Lulo Nunes é um dos mais antigos estádios do Paraná e recentemente passou por uma grande reforma deixando ele mais moderno e ainda mais bonito, com seus muros grafitados.

O estádio é a casa do Caramuru Esporte Clube e por isso é chamado também de “Estádio Caramuru”.

O Caramuru EC foi fundado em 14 de setembro de 1917, na época com o nome Caramuru Sport Club. O distintivo abaixo vem do site História do futebol.

O time fez história no futebol amador da região e acabou ficando conhecido como o “Leão do Iapó”. Mas em 1955, o Caramuru decidiu ir ainda mais longe e se filiou à Federação Paranaense para a disputa do Campeonato Estadual da Primeira Divisão, onde ficou até 1965.

Destaque para o time de 1959, que foi o vice campeão da primeira fase (13 vitórias, dois empates e cinco derrotas) e 4º lugar na segunda fase (duas vitórias, um empate e três derrotas), ficando em 3º colocado no geral:

O Caramuru EC ainda disputou a 1a divisão do Paranaense de 1971 e 1993, assim como a Segunda Divisão de 1990, 91, 92 e a Terceira Divisão de 2001. Em 2007, rolou uma tentativa de retornar ao profissionalismo com uma parceria com o Operário Ferroviário Esporte Clube, mas acabou não dando certo e o time segue no amador.

Em 1998, o Estádio Municipal Lulo Nunes viu um novo time no futebol profissional: o Juventude FC. O distintivo veio do site História do futebol:

O Juventude FC foi fundado em 28 de outubro de 1994 e após anos nas disputas amadoras, disputou a 3a Divisão do Campeonato Paranaense em 1998.

Então, depois de tanta história, é hora de conhecer o Estádio Municipal Lulo Nunes!

Aqui, o meio campo, note que o estádio possui um sistema de iluminação. Pelo que pesquisamos, sua instalação ocorreu em 1981 e a partir de então (não me pergunte porquê) o estádio passou a ser chamado de “Centenário”.

O gol da esquerda:

O gol da direita:

O campo ainda é um gramado natural.

As traves estavam reforçadas provavelmente por conta da chuva naquela época.

A capacidade do estádio é de 5 mil torcedores, sua linda arquibancada foi inaugurada em 1957.

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O futebol profissional em Buritama!

“Nossa terra tem palmeiras…”. Teria a “canção do exílio” inspirado o brasão e o nome de Buritama? Buri e Buriti são espécies de palmeira, então imagine quão linda devia ser a região para a cidade ganhar esse nome…

A cidade guarda muitas riquezas naturais e também tem um verdadeiro tesouro esportivo: um estádio que recebeu diversas edições do Campeonato Paulista.

Assim, depois de passar por Monte Alto, Guariba, Bebedouro, Monte Azul Paulista, Severínia, Riolândia, Cardoso, Votuporanga, Fernandópolis, Palmeira d’Oeste, Aparecida d’Oeste, Ilha Solteira, Pereira Barreto, Auriflama, Araçatuba e Guararapes, chegou a hora de pegar a estrada rumo a “Terra das Palmeiras“.

Mas antes… É hora de responder à polícia o que estamos indo fazer na cidade: fomos parados numa abordagem rotineira em busca de traficantes de materiais ilícitos. Como não tínhamos nada de errado, pudemos seguir!

A divisa da cidade com Brejo Alegre (que pra mim era apenas uma cidade criada por Ruth Rocha em seus contos) é feita por um ser muito importante para todos nós…

O imponente Rio Tietê, que a essa altura do seu percurso está limpo, saudável e lindo! Ao fundo pode se ver a Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava, em operação desde 1982 e desde 1991 com suas eclusas de navegação, para vencer o desnível de 29 metros entre o reservatório da usina e o rio.

Claro, na foto acima nem dá pra ver o rio direito (até porque estávamos na ponte e essa mureta atrapalha bastante), mas faça como meu irmão Marcel e dê uma olhada nessa praia que existe logo no início da cidade (Parque Turístico “João Simão Garcia” conhecido popularmente como “Prainha”):


A cidade fica há pouco mais de 545 km da capital, às margens do Rio Tietê. Sua história se inicia ainda no século XIX com a chegada de várias famílias vindas de Minas Gerais, que formaram um núcleo chamado “Palmeiras“. Logo, surge uma capela que acaba emprestando ao loca o seu nome, no caso de Buritama, o novo nome seria “Nossa Senhora do Divino Livramento de Buriti”.

Apenas em 1948 passou a ser Município, sob a jurisdição da comarca de Monte Aprazível, e em 1963 passou a ser Comarca, compreendendo também os Municípios de Turiúba, Planalto, Lourdes e Zacarias.

E dá uma olhada no visual do rio, que coisa linda…

Aqui dá pra ver a outra margem do rio:

E aqui a prainha!

Vale muito a pena voltar um dia para curtir o rio! Aliás, existe um site todo só sobre turismo na cidade, basta clicar aqui pra conferir!

Por conta do rio, a pesca é um outro grande ponto de atração para a cidade!

Como dissemos, o nosso objetivo era registrar o Estádio Municipal Carlos Guerbach, e como a cidade é pequena, é super fácil de achar.

Mesmo que esteja faltando uma “mão de tinta”, só a identificação e esse portal na entrada já dão uma baita cara legal pro estádio!

Antes que você se pergunte, Carlos Guerbach foi um vereador dos anos 50, em Buritama.

E o B.F.C., refere-se ao Buritama Futebol Clube, o último nome do clube a representar a cidade. Mas o antigo nome também estaria presente na sigla, já que antes, o Buritama FC se chamava Brasil FC.

Com o portão principal fechado, o jeito foi pensar em alternativas para entrar no estádio, e enquanto eu avalio se pular o muro seria muito difícil, vamos falar um pouco sobre o futebol na cidade de Buritama.

Como eu disse anteriormente, o primeiro time a disputar uma competição profissional na cidade foi o Brasil Futebol Clube, fundado em 7 de setembro de 1955. O distintivo está no excelente site Escudos Gino.

Na fanpage “Amigos de Buritama” encontrei algumas imagens do time, muitas delas sem identificação da data.

Essa consta até os nomes dos jogadores e do cabo Nivaldo.

Esta é dos primeiros times formados pelo Brasil FC, identificada na fanpage como sendo de 1957 ou 58:

Esta parece ser da mesma época:

Esta consta identificação na própria foto, da época das competições amadoras.

O Brasil Futebol Clube disputou 5 edições do Campeonato Paulista. Sua estreia foi na Quinta divisão de 1978, onde fez uma campanha interessante por ser seu primeiro ano, terminando na 6a colocação:

Veja a campanha de 1978:

A partir de 1980, o Campeonato Paulista passa a ter apenas 3 níveis e assim, o Brasil FC passa a disputar a “Terceira Divisão“. O time faz campanhas fracas até 1982, quando se licencia e no final do ano, muda seu nome para Buritama FC., sob o novo distintivo.

Essa mudança de nomes consta no livro “A enciclopédia do futebol paulista“, como tendo ocorrida em 1982, porém muitos sites consideram que a mudança se deu em 1986, e essa confusão se faz porque somente em 1986 a cidade voltou a receber jogos profissionais com a participação do Buritama FC na 3a divisão de 1986, quando terminou em 7º lugar do seu grupo:

No ano seguinte, além de uma péssima campanha, ainda inscreveu jogadores irregulares e perdeu pontos, terminando na última colocação, desanimando os seus gestores que licenciaram mais uma vez o time. E dessa vez já se vão mais de 3 décadas sem futebol profissional na cidade, para a tristeza do Estádio Carlos Guerbach.

Por falar no estádio, decidimos que melhor do que pular o muro seria conversar com o vizinho pra ver se conseguiríamos entrar e…. bingo!

Aí estamos nós em mais um templo mágico do futebol paulista, olha a arquibancada coberta lá atrás, que sensacional!

Provavelmente aqui ficava a imagem do distintivo pintada nesse cimentão, que acabou perdendo a cor e sendo aos poucos cobertos pelo mato e pelas folhas secas…

Bem ali, ao lado das bandeiras da cidade, do Brasil e do clube!

Chegando mais perto pude ver que a arquibancada coberta é cheia de lindos detalhes… Ainda está com as cores bem vivas!

A sua direita temos um dos gols com a região central da cidade ao fundo:

E a esquerda o gol que tem ao fundo as franjas de Buritama.

Olha aí o banco de reservas que lindo!

As árvores fazem um fechamento no estádio único!

Atrás da arquibancada existe um empreendimento da própria prefeitura, que parece ser uma área de armazenamento… Coisa estranha… Ainda mais estranho quando ao dar uma fuçada na Internet e encontrei esse documento (tá no próprio site da Prefeitura, veja aqui) dizendo que o Buritama FC doou o seu patrimônio à própria Prefeitura.

Assim como as árvores secam e no seu tempo correto voltam à vida, quem sabe o futebol profissional na cidade não volte algum dia às divisões de acesso do Campeonato Paulista?

Apenas nos cabe agradecer pela oportunidade de estar aqui, nesse solo sagrado!

Antes que você esqueça, olha como é lindo o rio Tietê..

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O futebol em Maria da Fé-MG

Minas Gerais é um estado muito diversificado. Suas cidades variam em atrações culturais, históricas, gastronômicas… E foi andando por entre as montanhas da Serra da Mantiqueira que encontramos uma verdadeira pérola: Maria da Fé. Maria da Fé

Serra da Mantiqueira - MG A cidade tem ganho muita fama por ser a principal produtora de azeitonas do Brasil, graças à temperatura. Azeitonas - Maria da Fé Fomos conhecer um dos produtores na cidade. Maria da Fé - MG O lugar tem várias delícias além do próprio azeite. Sorvetes, geleias, pães, patês… Maria da Fé - MG O caminho é de terra batida, mas como havia chovido, sofremos um pouco pra subir o morro. Azeitona - Maria da Fé A cidade é muito bem organizada e preparada para o turismo. Maria da Fé - MG Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Maria da Fé - MG Maria da Fé - MG Maria da Fé - MG Nosso objetivo em Maria da Fé, além de se empanturrar de azeitonas e azeite era de registrar o futebol profissional da cidade, que teve seu momento no Campeonato Mineiro, graças ao time do Mariense Futebol Clube! Mariense FC O time foi criado em 1984 e defendeu as cores e o nome de Maria da Fé no Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz. Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé-MG Como a cidade é pequena, o Estádio fica bem no centro e é impossível você não passar em frente a ele. Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé O nome dele acima do muro é uma construção bem diferente! Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé O Mariense Futebol Clube mandou muitos jogos no amador, mas em 1987 profissionalizou-se, disputando a Terceirona Mineira até 1990. Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Neste vídeo, pode se conferir um pouco de uma partida da Terceira Divisão de 1990.

Além da Terceira Divisão, o Estádio Municipal também recebeu partidas da Supercopa Minas Gerais de 1991; e do Campeonato Mineiro Segunda Divisão de 1991 e de 1993. Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Aqui uma visão do gol esquerdo: Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé O gol da direita: Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé O meio campo com a arquibancada coberta:   Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Ao lado do campo existe ainda um ginásio poliesportivo: Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Detalhe para o Vestiário levando o nome de Ivan Faria de Almeida. Estádio Municipal Coronel Silvestre Dias Ferraz - Maria da Fé Vamos dar uma olhada no estádio:

E assim, mais um estádio registrado!     Mau e Mari

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