Domingo, 2 de julho de 2023. Manhã de sol convidativo a sair de casa e se dirigir ao Estádio Municipal Pedro Benedetti, a casa do futebol profissional em Mauá, onde o time local enfrenta os visitantes de Assis!
Hora de pegar o ingresso. Na bezinha esses são os preços em 2023:
E está quase tudo pronto… Ingressos na mão…
Bandeiras hasteadas…
Jogadores perfilados para o hino…
Ainda dá tempo para a foto dos times. Em campo, como visitante, o VOCEM, time que tem uma forte ligação com o blog por ter nascido literalmente em frente à casa dos meus avós e ter por várias vezes contado com meu pai, e meus tios no time.
E se envolve o VOCEM, o seo Osvaldo, meu pai, está presente pra apoiar o time que já defendeu como jogador e torcedor!
Do outro lado, o time local: Mauá Futebol Clube fundado em 23 de outubro de 2017 e que estreou na Segunda Divisão do Campeonato Paulista em 2018. Aliás estivemos presente em um jogo deles contra a AA Itararé, pra conhecer de perto o novo time do ABC (veja aqui como foi).
O Estádio Pedro Benedetti está em sua melhor fase dos últimos anos, e tem recebido os jogos dos dois times da cidade: o Mauá FC e o Grêmio Mauaense, lembrando que ambos se classificaram para esta segunda fase da Bezinha.
E começa o jogo!
O Mauá FC tentando se colocar como os donos da casa, propondo as jogadas e tentando dominar a bola no chão.
Como não tinha muita gente, dava pra ouvir os próprios jogadores gritando um com os outros para coordenar as melhores jogadas.
E se não teve muita quantidade, em qualidade o público estava nota 10! Aí está o Daniel, amigo que vive, pesquisa, registra e respira o futebol de Mauá (amador e profissional)! Já falamos dele aqui no blog quando contamos a história do futebol de Mauá (veja aqui como foi!).
Além do Daniel, estiveram ali ao nosso lado outras figuras do futebol, a começar pelo Tegi, presidente do Mauá FC, o seo Clóvis -nascido em Assis e que agora vive em Mauá-, além do Airton, um soteropolitano colecionador de camisas que estava ali conhecendo o Estádio, e o Fernando, do Grêmio Mauaense! Uma verdadeira seleção!
Pra quem não está acostumado, pode não fazer muito sentido acompanhar os jogos da 4ª divisão do Paulista, mas ao lado dessa galera saiu tanta história e tantas risadas que deixaram o jogo muito mais legal de assistir. E futebol é isso, pra mim, é mais que um jogo, é uma cultura mesmo que se constrói na arquibancada, principalmente.
Pra quem se acostumou um jogo de correria e chutão, Mauá FC e VOCEM fizeram um jogo diferente, bem jogado, com tentativas de ambos os lados de se chegar tocando até a meta adversária.
O Mauá FC abriu o placar em um escanteio que encontrou o atacante Gustavo sozinho na pequena área.
Festa na arquibancada local!!!
O jogo ficou ainda mais pegado com o time visitante arriscando chutes de fora da área e o Mauá FC buscando matar a partida no contra ataque…
Quando tudo parecia resolvido (para a tristeza do seo Osvaldo que estava ali pra ver o VOCEM), o time de Assis empatou o jogo em uma batida de fora da área, que pode ter iniciado em uma jogada irregular, já que ficamos com a impressão que o jogador havia usado a mão para dominar a bola, antes de bater de primeira e marcar um golaço!
Já nos descontos
E nem mesmo a última chance já nos derradeiros segundos de jogo trouxe o gol da vitória para o Mauá FC…
Para o time de Mauá fica o apoio e carinho da sua torcida! E a nossa torcida para que, quem sabe, os dois se classifiquem e possam ao menos se manter no 4º nível do futebol paulista a partir de 2024.
A partir de hoje, começo a dividir os frutos do rolê que fizemos no feriado de 15 de novembro, em comemoração à proclamação da República. Mas antes disso, vale a pena lembrar como foi esse episódio da história brasileira, e nada melhor que o Peninha explicar para você:
Foram 4 dias de viagem, seguindo o seguinte roteiro:
Dia 1 Saímos de Santo André pela manhã e fomos até a cidade de Óleo, registrar o Estadio Municipal Tonico Lobeiro. Depois, fomos para Pirajú, para finalmente registrar a parte interna do Estadio Municipal Giberto Moraes Lopes (veja aqui nossa última visita quando não conseguimos adentrar) A próxima parada foi Bernardino de Campos para conhecer o Estádio Clube Ferroviário. Sem desistir, rumamos a Ipaussu para fotografar o simpático Estádio Arnaldo Borba de Moraes e enfim, chegamos a Ourinhos. Se quiser repetir o rolê, gastando uns 20 minutos em cada estádio e uma hora para almoçar, são necessárias umas 8 horas de viagem. Veja abaixo no mapa o percurso realizado:
Dia 2 Aproveitamos a manhã para curtir a cidade e registrar o Estádio Municipal Djalma Baia, vulgo “Monstrinho”. Com muita tristeza, fomos também conferir o abandono da parte social do Clube Atlético Ourinhense… Estivemos por lá em 2010 e ainda tinha esperança da volta do time ao profissionalismo. Mas o campo segue funcionando e demos sorte de pegar um jogo do senior do CA Ourinhense. Saímos de Ourinhos e fizemos uma parada em Ribeirão do sul para o registro do Estádio Romeirão. A próxima parada também foi uma revisita gerada por um comentário no nosso vídeo feito em Palmital em 2010, que dizia que na verdade não havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego e sim o Estádio Miguel Assad Taraia. Isso me tirou o sono por anos já que eu nunca consegui ter certeza se havíamos errado mesmo. E a visita aos dois estádios comprovou que sim, havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego. Saímos de Palmital e aproveitei para rever a minha família que mora em Assis. Assim como meu pai, a turma toda é super ligada ao futebol citadino, seja por terem visto nascer o VOCEM literalmente na frente de casa (minha vó morava frenta à igreja do bairro Operário, onde vivia o Padre Aloísio Bellini, fundador do time), seja por causa da Ferroviária ou do Diesel (forte equipe amadora). Não deu tempo pra ouvir nem parte das histórias que eles têm pra contar, mas valeu o lanche e o reencontro com tias, tio, primos e todos! Saímos de Assis com planos para tentar registrar melhor o Estádio Municipal Dr. Mário Marcondes dos Reis em Regente Feijó, mas a chuva acabou nos obrigando a mudar de ideia, de qualquer forma, já estivemos lá no passado, confira aqui. Assim, rumamos direto à Presidente Epitácio, onde passamos a segunda noite na beirinha do rio Paraná. Caso você queira fazer este rolê, parando uns 20 minutos por estádio, vai precisar de umas 6 horas:
Dia 3 Jantamos um hamburguer vegetariano incrível e fomos descansar. Por volta de uma da manhã, fomos acordados por uma tremenda tempestade que prometia acabar com o mundo, mas… na manhã seguinte, tudo estava normal e pudemos aproveitar para registrar, ainda em Presidente Epitácio o Estádio Municipal Pirangueiro e curtir a orla do rio Paraná para pegar umas rochas, já que agora estou estudando Geografia. Cruzamos os quase 3 km de ponte sobre o rio Paraná e adentramos em Mato Grosso do Sul, pelo distrito do porto XV de Novembro até chegar em Bataguassu, para registrar o Estádio Municipal “João Pereira de Souza”. Voltamos para Presidente Epitácio, onde almoçamos e seguimos viagem para Presidente Venceslau, registrar o Estádio José Francisco Abegão. Na sequência, passamos por Santo Anastácio (onde nasceu o meu pai), para registrar a casa do FADA FC, o Estádio Municipal José Spaus da Silva. Seguimos pela estrada até Presidente Bernardes, para registrar o Estádio Municipal Arthur Ramos, a casa da AA Bernardense. Como iríamos dormir em Presidente Prudente e alguns anos atrás (veja aqui) já registramos os estádio de lá, deu tempo de fazer uma última parada no distrito de Álvares Machado e registrar o Estádio do Paulista. Pra refazer esse rolê e dedicar 20 minutos para cada estádio, você precisará de umas 5 horas de dedicação.
O último dia foi o mais difícil… Primeiro porque já era hora de despedir da estrada, segundo porque a distância era longa, terceiro porque ainda tínhamos 5 estádios para visitar e quarto porque em sendo volta de feriado, pegaríamos trânsito na chegada a São Paulo. Tentando nos precaver, saímos as 7h30 de Presidente Prudente rumo a Indiana para registrar o atual Estádio Municipal Amadeu Poleto e também o que resta do Estádio Capitão Whitaker, antiga casa do CA Indiana. A cidade vizinha era Martinópolis, e fomos registrar o Estádio Coronel João Bento Martins. Próxima parada: o lindo Estádio Municipal João Boim, em João Ramalho. Na sequência, registramos o Estádio Municipal de Quatá, na cidade vizinha. Nosso último estádio foi o Estádio Municipal Clemente Alberto de Sousa, em Echaporã e confesso que foi a primeira vez que senti cansaço… A cidade não chegava, o sinal de GPS era ruim e haviam 2 caminhos possíveis, sendo que um eram quase 10km de estrada de terra. Fomos parar para almoçar em Pardinho. Estávamos quase escapando do trânsito mas um acidente em Jandira nos tomou quase 40 minutos a mais… Mas, por fim, chegamos a Santo André! Exaustos, mas plenos! Pra repetir essa parte da viagem, em condições normais, você precisará de 10 horas de dedicação… Aqui, apenas a parte do mapa que mostra os estádios visitados e o caminho até Assis (dali ainda são quase 500 km até chegarmos em casa:
Essa história é de 2016…. Mais um ano em que conseguimos cumprir a tradição de ir até Assis para ver um jogo do VOCEM, time que sempre povoou meu imaginário fosse pelas histórias que meu pai contava, ou pelas tantas férias que passei na casa da vó Luzia, tendo como “vizinho de frente” a Igreja da Vila Operária, onde o Padre Belini fundara a equipe local. Abaixo uma foto do Padre com meu vô Tunico, meu primo Gustavo (sãopaulino) e eu, armado, de cuecas e sandálias.
Ir pra Assis quase que anualmente significa refazer uma peregrinação que mistura a história da minha família ao futebol local e à ferrovia, aproveitando ainda para conhecer novas cidades ao caminho (dessa vez passamos por Cerquilho, São Manuel, Pirajú).
Também gosto de fotografar alguns locais para ver como as coisas vão mudando, e mesmo pixações que tenham a ver com meu jeito de pensar e viver, assim, seguem algumas dessas fotos:
Dói demais ver tantos trilhos, tanta estrutura pronta simplesmente abandonada… A Ferrovia faz parte da história do interior e cruzou muitas vezes com o futebol.
E o Osvaldo, meu pai, entrou no clima do rolê, passeando com sua camisa da Ferroviária!
O interior paulista tem uma vida social e cultural riquíssima, que mistura passado e presente.
Outro detalhe que sobrevive na cidade são as casas de madeira que resistem ao tempo e mantém-se lindas!
Aqui, a praça na Vila Operária, onde ficava a Paróquia, hoje reformada e bem ajeitadinha:
Aqui a imagem do padre Aloísio Belini junto da escola de samba da Vila Operária (mesmo local de onde nasceu o VOCEM).
Tivemos tempo de dar um pulo em Cândido Mota (tomar um sorvete na praça é passeio obrigatório!) e visitar o campo do CAC (Clube Atlético Candidomotense), o Estádio Municipal Benedito Pires!
No sábado, deu ainda pra acompanhar um pouco do dérbi de Assis, pelo sub 20, final de jogo VOCEM 0x0 Asssissense…
Também fomos dar um alô no campo da Ferroviária!
E no Clube São Paulo de Assis, completando o ciclo dos times que disputaram as competições oficiais da Federação representando Assis.
Enfim, o fim de semana passou corrido, e quando me dei por conta, já era domingo de manhã, hora do jogo, e lá fomos nós, de volta à Vila Operária, para o Estádio Municipal Antônio Viana da Silva, o “Tonicão”.
O jogo era a última rodada da segunda fase da série B, de onde se definiriam os 8 times a disputar as quartas de final. O VOCEM enfrentaria a AD Guarulhos do amigo Rapha!
Essa é a fachada do Tonicão. Acanhada né? Merecia um letreiro com nome da cancha…
Chegamos cedo, e pudemos acompanhar a entrada da torcida local, animada, mas ainda em pequeno número perto do potencial que a cidade tem.
O Estádio tem duas arquibancadas, onde cabem 5 mil pessoas em cada. O público do jogo foi de 2 mil torcedores.
Como tudo isso aconteceu há quase um ano, o fim da história eu já posso resumir pra vocês… Nem o VOCEM nem o AD Guarulhos (dos nossos amigos Francisco e Cabelo) subiram pra A3…
Se há alguns anos atrás, nosso companheiro nessa aventura foi o tio Zé (já falecido), dessa vez foi o Tilim (filho do Tio Zé) que nos fez companhia!
Destaque pra tradicional pipoca de estádio, sempre presente!
A torcida local compareceu, não em tantas pessoas como eu esperava, pra um jogo decisivo, mas… Lá estavam os apaixonados pelo futebol!
O time local venceu a partida por 4×1, eliminando qualquer esperança pro Guarulhos.
E não é que tivemos mais uma oportunidade incrível de registrar não apenas dois times tradicionalíssimos do interior paulista, mas também um estádio que até então não conhecíamos?
A cidade da vez foi José Bonifácio, e ela fez parte do nosso “Rolê de Pré Inverno“, realizado no último feriado de Corpus Christie, onde passamos por outras 10 cidades, que em breve serão apresentadas aqui no blog!
Como o jogo seria apenas no sábado a tarde, e chegamos na sexta feira a noite, pudemos conhecer um pouco sobre a cidade, onde vivem cerca de 36 mil pessoas!
A começar pela praça da igreja (com direito a coreto também!) e pelo comércio local!
A gente almoçou no La Bodeguita, um restaurante bem legal tocado pelos próprios donos!
E jantamos no Ateliê da Pizza, num incrível rodízio de Pizzas, regado à Refrigerante Poty (de Potirendaba, outra cidade visitada nessa tour!).
De tarde ainda enchemos a cara em frente ao estádio, tomando suco de laranja e água de coco!
Mas… o sábado chegou e às 15hs era o momento certo para conhecer a cultura futebolística de José Bonifácio! E lá fomos nós!
Essa é a casa do José Bonifácio EC, que enfrentaria nada mais nada menos que o líder da competição, o VOCEM, de Assis!
O Estádio também é conhecido como “Pereirão” e a pressão da torcida local tem ajudado o time na luta para garantir uma das quatro vagas para a segunda fase!
O estádio não é tão antigo, segundo a placa lá instalada, ele foi fundado em 1979.
E como a ideia é sempre apoiar, fizemos questão de comprar nossos ingressos!
Assim, enfim entramos em mais um templo do futebol, até então desconhecido por nós!
E logo na entrada, uma surpresa: um lindo painel reunindo fotos antigas do time e do futebol na cidade! Uma iniciativa que poderia se repetir em todos os campos profissionais!
A presença da torcida local foi boa, e deve melhorar caso o time consiga se classificar para a próxima fase. A campanha até então levara o José Bonifácio EC ao 3o lugar do Grupo.
Vamos conhecer um pouco do estádio via alguns vídeos feito por nós?
Taí o goleirão local, Jean Carlos que teve a missão de segurar o ataque do melhor time da competição até então!
O jogo começou truncado, como a maioria das partidas da tradicional “Bezinha“, a quarta divisão paulista!
A equipe local fazia seu máximo para tentar derrubar o líder e o VOCEM respondia nos contra ataques.
Destaque para a torcida Serpente do Vale, que apoiava o time o tempo todo!
Com direito a faixa, batuque e bandeirão, o pessoal da Serpente transformou o Pereirão num caldeirão!
Vamos ouvir o pessoal da torcida cantar:
O estádio conta com 3 arquibancadas, duas nas laterais e uma atrás do gol, onde fica o pessoal da Serpente. A lateral com a arquibancada coberta estava bem cheia!
As arquibancadas no interior tem sempre uma pegada diferente do que se costuma ver nos grandes jogos.
Com direito ao pessoal da rádio praticamente no meio da torcida e o pipoqueiro lá embaixo fazendo a festa do pessoal!
Em campo, o jogo seguia equilibrado, com ambas as equipes parando as iniciativas do adversário com faltas, muitas delas que levavam perigo ao gol.
Foi numa dessas faltas, que o zagueiro Alan, do VOCEM acabou expulso, para a alegria da torcida local, afinal, com um a mais, parecia que enfim cairia a invencibilidade do goleiro do VOCEM (que não levou nenhum gol desde sua estreia há 7 jogos).
Mas, o primeiro tempo terminou com muito corre corre e com o zero a zero no placar…
No intervalo, deu pra trocar uma ideia com o pessoal da torcida local pra saber um pouco mais sobre eles:
A volta pro segundo tempo prometia um jogo ainda mais eletrizante.
E deu pra ver que o goleiro Neto do VOCEM realmente não está invicto a toa. Fez uma partida super tranquila, sem margem pra erros.
A torcida seguia fazendo seu papel e apoiando.
E também aproveitou da proximidade com o gramado pra botar uma pressão no goleiro visitante!
E olha quem apareceu pra tentar segurar o ímpeto da torcida local, do alto dos seus 1,50 metros… “Ditinho”, o preparador de goleiros do VOCEM, que já é uma figurinha carimbada desta série B.
Ditinho simplesmente assistiu o jogo no meio da torcida visitante, que soube levar na amizade e o tratou com muito respeito, mesmo sendo um adversário. Exemplo pra outras torcidas!
O jogo foi se encaminhando para o final e mesmo pressionando, aproveitando-se do jogador a mais, mas… o zero a zero já se mostrava como placar definitivo para a tristeza da torcida local, que mesmo sabendo da importância do empate contra o líder, ouvia pelo rádio que a combinação de resultados tirava o time do José Bonifácio do G4.
Vale a pena valorizar mais um jogo sem levar gols do goleiro do VOCEM.
Também um destaque para a equipe técnica local que soube dominar o jogo, ainda que não tenha sido convertido em vitória.
Ao fim do apito, o placar apresentava…
Mas pra nós que estivemos vindo de tão longe pra conhecer o estádio e a torcida, foi muito emocionante. Um grande abraço para o amigo Gabriel, que foi um pouco do nosso “embaixador” local.
E da nossa parte, fica o orgulho de ter participado e vivenciado mais uma experiência mágica!
Espero que possamos voltar à cidade para novos encontros… Por hora, obrigado a todos que fizeram da nossa viagem, um momento tão marcante..
No fim de semana de 16 de agosto, estivemos em Assis para ver o VOCEM e o Assisense na Bezinha (vejam aqui como foi). Mas além dos jogos, também aproveitamos a oportunidade para dar uma volta pela cidade e rever alguns estádios que já marcaram presença no www.asmilcamisas.com.br.
Um deles é o Estádio Dr. Adhemar de Barros, onde a Associação Atlética Ferroviária de Assis (AAFA) fundada por funcionários da antiga Estrada de Ferro Sorocabana em 1927, mandava seus jogos.
O Estádio segue seus dias entre o abandono do poder público e o uso pelos que ainda amam o futebol. Infelizmente é quase nula a chance de um retorno do time da Ferroviária ao profissionalismo…
Mas a emoção e a história seguem no mesmo lugar. Nos gols, na arquibancada que aos poucos perde sua cobertura e sua pintura…
Falando da Ferroviária, também conhecida como a “Veterana”, o time atuou de 1949 até 1952, até ser rebaixada graças à criação de uma lei que exigia que as cidades tivessem um mínimo de 50.000 habitantes. Retornou à Segunda Divisão (atual A2) em 1958 e permaneceu até o ano seguinte.
A partir de 1960, disputou a terceira divisão, até 1976, quando encerrou suas atividades.
Seu estádio na Rua Brasil, por isso o apelido de “Vermelhinha da Rua Brasil” tem capacidade para pouco mais de 1.000 pessoas. E ele foi nascendo aos poucos; primeiro o campo, depois as arquibancadas, os vestiários, e por fim a iluminação. Foi nele que o time mandou seus jogos na sua fase profissional.
Os gols seguem lá… A espera dos chutes…
E a Mari até arriscou alguns…
E eu, com meu eterno espírito de goleiro, o defendi!
Para aqueles que gostam de colecionar camisas de futebol, a do VOCEM estava a venda (não sei até quando fica) no Supermercado amigão, por R$ 69,00.
Ah, antes de sairmos de Assis ainda demos uma passada no Estádio Aristeu de Carvalho, a casa do DERAC local:
Pra quem teve preguiça de acessar o post sobre o jogo que fomos ver entreVOCEM e Pirassununguense, seguem algumas fotos do “Tonicão“:
Antes de irmos pra Assis, demos uma parada em um posto de gasolina em Santa Cruz do Rio Pardo. Olha que legal o visual do posto (sim é um posto, não é uma estação de trem).
E se estamos pelo oeste paulista, a cultura do trem tem que estar viva a todo momento…. Eles resgataram uma bela locomotiva que percorreu no passado os trilhos entre SP e interior.
Tinha até uma foto da Santacruzense, em frente ao trem, na década de 40…
E enfim, voltando para Santo André, passamos por Salto Grande!
A cidade está às margens do rio Paranapanema e rola até um visual praiano, muito bacana!
Mas não fomos até lá para nadar, mas para conhecer o Estádio Municipal dos Expedicionários.
É aqui que o Clube Náutico Salto Grande mandava seus jogos.
Atualmente, no muro do estádio, eles tem um novo distintivo:
O time foi fundado em 1964, e fez sua estreia no profissionalismo no Campeonato Paulista da Terceira Divisão de 1986. Até hoje o “CN” de Clube Náutico está em seus portões.
O campo segue bem cuidado, ainda que meio desnivelado, a grama está verdinha…
Foi nesse estádio que foram vencidos times como o Piraju, Palmital e Chavantense… Nessas arquibancadas, hoje vazias, já houve festa da torcida local…
Sei que não é fácil manter um time de futebol, mas ainda sonho em ver um time em cada cidade deste país… Defendendo as cores e a cultura local, tendo seu estádio como ponto chave, e até turístico…
16 de Agosto de 2014… E aí estamos nós, mais uma vez descendo na “estação Assis” para acompanhar o futebol há 500km da capital, onde ainda se podem ver as históricas casas de madeira construídas pelos ferroviários no século passado.
Os trilhos ainda estão pela cidade e para “forasteiros” como eu e a Mari, acordar as 5hs da manhã para ouvir o trem da manutenção passar por lá é um programão!
Estivemos em Assis para aproveitar o último final de semana com futebol profissional pela cidade. No sábado, o Assisense enfrentou o Atibaia em casa, no Tonicão pela Série B do Campeonato Paulista…
Em campo, o resultado não podia ser pior… O time, com 0 pontos na segunda fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, levou 8×0 dos visitantes…
Uma pena o pequeno público presente…
Pra nós, é mais uma experiência boleira…
No sábado a noite ainda fomos conhecer um pub local chamado Dublin. Mas voltamos cedo, afinal, no domingo, as 10hs da manhã era um momento mágico, hora de ver o VOCEM ao vivo, no Tonicão!
O cartaz convida…
Bem vindo a mais uma partida da série B do Campeonato Paulista!
Estávamos em 3: eu, Mari e meu pai, ou seja… 3 ingressos a mais pro VOCEM!
Chegamos a tempo de ver os times em campo…
O Estádio Municipal Antônio Viana da Silva, vulgo Tonicão tem seus diferenciais, como por exemplo o caminhão de som que anima a galera do estádio!
Mas o domingo era dia de emoções fortes para o torcedor do “Esquadrão da Fé. O VOCEM precisava vencer para ter chances de classificação no último jogo, fora de casa contra o Primavera de Indaiatuba…
A torcida apreensiva…
E o jogo começou quente, com menos de 5 minutos, o VOCEM teve a chance de abrir o marcador, completando um cruzamento direto na trave!
A Torcida local tentou fazer sua parte, apoiando (tinha até um batuque feito pelo pessoal da Escola de Samba da Vila Operária) e pegando no pé dos adversários.
Em campo, o time fazia de tudo para tentar a vitória, mas o Pirassununguense era um adversário difícil…
Falando da gastronomia do estádio, a estrutura do Tonicão é muito melhor do que a maioria dos estádios, tem um bar bacana, uma churrasqueira que vende espetos (nada para vegetarianos) e a tradicional pipoca.
Mas, o campeão foi o sorvete de sagú…
O Estádio recebeu um público apenas razoável, perto dos quase 4 mil torcedores que foram ao estádio ver o Derby contra o Assisense na primeira fase.
Jogo duro e pra piorar para o torcedor local… Pirassununguense 1×0. Numa jogada pela direita em uma bola que o goleirão podia ter se esforçado mais…
Banho de água fria na torcida local…
Mas, nem tudo estava ruim. Pudemos conhecer 2 amigos que só tinhamos contato via Internet, o primeiro deles, torcedor do VOCEM e responsável pelo site do clube (clique aqui para visitar o site), Victorino.
O outro é uma figuraça, que assim como nós, acompanha o futebol por diversos estádios e ainda procura resgatar um pouco da história do futebol da sua cidade, apresentamos o amigo e torcedor do Paraguaçuense, Amarildo:
Também foi mais uma oportunidade para juntar minha família junto do futebol!
Para não desanimar totalmente, o VOCEM ainda chegou ao empate!
E assim, acabou o ano do VOCEM jogando profissionalmente, em casa… Agora só ano que vem…
Espero que a torcida siga apoiando como fez nesse ano da volta do time ao profissional e que o time possa continuar mantendo sua história tão importante não só do ponto de vista do esporte, mas também social e cultural.
Que as bancadas do Tonicão sigam quentes, como os corações daqueles que 500 km longe da capital acreditam no time da sua cidade…
Após uma tentativa frustrada, em 2010 (veja aqui como foi), finalmente conseguimos assistir um jogo do Assisense, no Estádio Antonio Viana da Silva, o “Tonicão”, onde o clube manda seus jogos, na bela cidade de Assis.
O jogo válido pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista (que na verdade é a quarta) foi contra o Fernandópolis, o tradicional “FeFeCê”, visitante que prometia estragar o dia no “Tonicão“.
Para quem não conhece, o Estádio do Assisense, que já foi campo onde o VOCEM mandava seus jogos, fica “encrustado” num vale criado pela erosão, conhecido como “Buracão” (hoje, “elevado a “Parque do Buracão”)
Assim, o estádio tem um apelo quase ecológico…
E lá estávamos nós, para assistir a um embate de grande rivalidade no oeste paulista, entre times que sonham em subir de divisões.
Aqui, os times perfilados, antes da partida para o hino nacional e a cerimônia de início.
Os lugares devidamente numerados deram uma pegada meio “Penarol” ao estádio, seria alguma “premonição”…?
O Assisense vinha de duas vitórias, e uma nova vitória poderia colocar o time na busca de uma das vagas para a fase seguinte da Segundona Paulista.
Assim, o time tentou se lançar à frente em busca do gol!
Com os recentes resultados positivos, a torcida até que compareceu em bom número.
É bom ver a cidade tentando se unir ao time!
Teve até presença de uma bateria, ali no canto esquerdo superior, da arquibancada:
O Estádio possui dois grandes lances de arquibancadas que seguem as linhas laterais. Aqui o lance onde nós estávamos:
Entretanto, com o time tentando o ataque, sua defesa sofreu com os contragolpes do adversário.
E logo, o que a torcida local não queria, aconteceu.
Gol do Fernandópolis.
O lancamento surgiu de uma jogada pela direita. Após o cruzamento o goleiro do Assisense fez uma defesa maravilhosa de uma cabeçada a queima roupa, mas a zaga não estava ali pra tirar o perigo e o atacante do Fernandópolis só precisou botar a bola pra dentro do gol.
Em protesto, a torcida local ateou fogo na mata ao lado do estádio.
Brincadeira, era só mais uma queimada.
Pra quem prefere vídeos ao invés de fotos:
Além de ir ao jogo, ainda conseguimos levar o Antonio, quem sabe um futuro torcedor local…
Foi ele quem fez essas fotos, mostrando de perto a pegada do jogo!
Jogo quente em campo.
Ao fundo, a queimada seguia…
O goleiro local foi um dos destaques do jogo. Mas o Assisense não conseguiu mantr a sequência de vitórias e perdeu por 1×0.
A torcida local saiu chateada pelo resultado, mas sem dúvida, o jogo foi muito bom, disputado e o time local demonstrou grande evolução em relação aos primeiros jogos do campeonato.
Pra nós, a certeza de que esse jogo deixou de ser apenas uma linha na história para virar parte das nossas vidas.
Mais que uma partida, uma reunião familiar a não ser esquecida!
Mais uma partida em que estivemos presentes, na nossa luta particular contra o futebol moderno.
Um pacato e tranquilo fim de semana em julho de 2010, me deu a chance de pegar a estrada e (re)visitar o lado oeste do estado e escrever um pouco sobre o futebol em algumas cidades da região.
Começamos pela cidade de Santa Cruz do Rio Pardo.
A cidade conta com um time bastante tradicional, a Esportiva Santacruzense, que vem bem na série B do Campeonato Paulista.
Com a ajuda do nosso GPS, chegamos rapidamente ao Estádio Leônidas Camarinha, com sua entrada estreita, tão comum nos campos do interior antigamente.
A capacidade do Estádio é de mais de 10.000 torcedores.
Até conseguimos falar com algumas pessoas ligadas ao time, na busca por uma camisa, mas voltamos de mãos vazias, ao menos pudemos adentrar ao campo…
O estádio foi inaugurado em 1950, com o nome de Estádio Municipal de Santa Cruz o Rio Pardo.
O jogo inaugural foi entre o Santos e a Santacruzense. O placar é daqueles manuais, bem tradicionais…
Após entrar no campo e pisar na grama local, era hora de seguir viagem, afinal, não tínhamos muito tempo, para tantos planos.
Nossa próxima parada era a cidade de Ourinhos, para a visita do CAO (Clube Atlético Ourinhense).
O CA Ourinhense foi fundado em 5 de junho de 1919 e disputou uma edição da série A2, em 1952 e seis da série A3, de 1961 a 1966.
O Estádio fica dentro do próprio clube, bem próximo da Raposo Tavares e da linha do trem.
Aqui, a entrada do clube social que abriga o estádio:
O distintivo do CAO é daqueles antigos, que trazem consigo tradição e história.
O campo mantém também a essência de uma época áurea que infelizmente não deve voltar.
Eu e a Mari fizemos questão de marcar nossa presença em mais um estádio antológico do futebol paulista.
Ao fundo, um primeiro prédio mostra o que pode ser o futuro da cidade: a verticalização.
Por ficar numa área abaixo da cidade, o Estádio ficou conhecido como “Estádio da baixada“.
Ourinhos já teve outros times jogando o profissional, como o EC Gazeta:
O Esporte Clube Gazeta foi fundado em 7 de setembro de 1948, com o fim do CA Ourinhense. O Gazeta ficou conhecido como “O Líder das Excursões” e levou a cidade de volta ao futebol profissional ao disputar a 5a divisão de 1979 e depois a série A3 de 1980 a 82. O time voltou a jogar o profissionalismo a partir de 2000, quando jogou a série B2 em 2000, caindo pra B3 onde jogou até 2002. Aqui, o time de 2001, foto do Site “O curioso do futebol“:
Outro time que disputou o profissional foi o Esporte Clube Operário.
O EC Operário foi fundado em 16 de junho de 1920 e disputou 2 edições da série A3, em 1954 e 1958. Esse foi o time de 1949:
O quarto clube a disputar o profissionalismo pela cidade foi o EC União Barra Funda.
O Esporte Clube União Barra Funda foi fundado em 23 de Março de 1972 e entrou pra história ao disputar o Campeonato Paulista da Quinta Divisão de 1978, com o time abaixo:
Veja maiores informações sobre o futebol em Ourinhos clicando neste link.
Saindo de Ourinhos, nossa parada agora era Palmital, cidade do extinto Palmital Atlético Clube.
O Estádio visitado foi o Manoel Leão Rego, onde o Palmital Atlético Clube mandou a maior parte de de seus jogos.
O Pamital Atlético Clube nasceu em substituição do Operário Futebol Clube:
Mas o grande sonho viria a ser realizado a partir de 1964 com a disputa do Campeonato Paulista Profissional, jogando a quarta divisão (na época chamada de “Terceira Divisão), quando sagrou-se campeão de seu grupo, com o time abaixo:
Em 1966, o time foi vice campeão da quarta divisão, conquistando o acesso à divisão equivalente à atual A3 do Campeonato Paulista.
E para conquistar maior empatia com o torcedor local, decidiu-se mudar o nome do time para Palmital Futebol Clube, mantendo as cores do Operário FC.
O Palmital FC mandou seus jogos no “Estádio dos Eucaliptos“, que viria a mudar de nome para Estádio “Manoel Leão Rego”, e depois no Estádio Municipal Miguel Assad Taraia . Fomos até o Estádio “Manoel Leão Rego” registrá-lo!
O Palmital FC disputaria diversas edições do Campeonato Paulista entre a terceira e quinta divisão, com destaque para a incrível conquista da série A3 de 1987.
E pensar que esse campo viu toda essa história acontecer!
Imagino as arquibancadas lotadas a empurrar o time!
Atualmente, o Estádio “Manoel Leão Rego” tem atendido ao futebol amador local.
Vamos dar uma olhada:
Ao fundo, pode se ver que a cidade está cada vez mais perto.
As arquibancadas já tem o telhado deteriorado… Para mim, estes estádios deveriam ser tombados como patrimônio histórico da cidade…
Em 1991 o Palmital AC voltou a disputar a série A3, jogando até 93. Depois, em 97, jogou a quinta divisão do Campeonato Paulista (chamada na época de série B1-B), fazendo uma campanha bastante irregular e marcando, ao menos temporariamente o fim do futebol profissional do Palmital FC, e seu o belo estádio só é usado nas partidas amadoras. Bom, mas já era hora de ir embora… A estrada chama por nós!
Deixamos a cidade e rumamos à Assis, nossa base nessa viagem, já que minha família por parte de pai mora lá. A cidade acabara de fazer aniversário e haviam várias festas em comemoração, por isso o palco ali atrás.
Aliás, nosso guia na cidade foi meu tio Zé, o “Alemão” que não apenas torce como já jogou por quase todos os times da cidade. Abaixo meu pai, o tio Zé, eu e a Mari.
O supermercado Amigão possui uma série de fotos históricas nos caixas, e dentre delas, uma da Ferroviária, com o Alemão (o 4º agachado da esquerda para direita):
Assis ainda mantém várias casas feitas em madeira, o que dá um ar muito diferente à cidade, principalmente para quem está acostumado a realidade cinza das grandes cidades (a maioria dessas casas foi construída em sistema de cooperação pelos funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana).
Mas, falando de futebol, nosso primeira estádio na cidade foi o Estádio Dr. Adhemar de Barros, onde a Vermelhinha da Rua Brasil (apelido da Ferroviária) mandava seus jogos.
A arquibancada vermelha sobrevive, como as histórias do time que ali jogou e que até hoje são contadas pela região. Muitas dessas histórias meu pai conta até hoje na época em que ele e meu avô (funcionário da Ferrovia) acompanhavam a vermelhinha!
Mais uma vez, eu e a Mari registramos nossa passagem por um estádio clássico!
E uma foto com meu pai, que também jogou e torceu bastante pelos times de Assis. Ele e meu avô eram presença fiel no estádio, para ver a Ferroviária.
Sem dúvida um belo estádio…
As arquibancadas começam a sofrer com a ação do tempo, assim como a iluminação do campo que foi levada embora.
Ainda assim, os detalhes do estádio e das bancadas são únicos!
Por coincidência, ao irmos embora, encontrei o atual gestor do time do VOCEM (na verdade, uma academia que disputa campeonatos infantis). Olha que linda camisa…
Ele não conseguiu me arruma nenhuma, mas felizmente o craque Bolão (outro que jogou em diversos times da região) conseguiu uma para mim:
Ainda conseguimos bater umas fotos do time sub-15 do VOCEM disputando a final do municipal.
Um sentimento bastante nostálgico ao ver as arquibancadas repletas de torcedores do VOCEM!
Nossa próxima visita foi no campo do DERAC de Assis, o Estádio Aristeu Rocha de Carvalho.
O DERAC teve um grandes times e marcou época no futebol amador da cidade! A foto abaixo também está no Supermercado Amigão.
O campo segue em boas condições de uso, e o distintivo materializado é de fazer inveja a vários grandes times…
O Estádio do DERAC chama-se Aristeu de Carvalho, e fica próximo da fábrica da Malta, cervejaria que por anos patrocinou o Assisense.
O dia estava bonito e decidimos ir para Cândido Mota, cidade vizinha, conhecer e fotografar o Estádio Municipal Benedito Pires.
Era aí que o CAC (Clube Atlético Candidomotense) mandava seus jogos..
Tudo isso com o tio Zé contando histórias sobre o futebol da região nos anos 60, 70 e 80.
Mais um estádio que sofre com a “modernização” do futebol, que a cada dia mata mais os pequenos clubes do interior. Olha como era um jogo no campo em 1987:
Só pra lembrar, o CAC foi fundado em 10 de Junho de 1957, sendo o primeiro time da cidade a disputar uma competição oficial da Federação Paulista, em 1963. Depois dessa, o time ainda disputou mais 11 campeonatos.
Outro time da cidade que disputou o profissional foi a União Atlética Ferroviaria Candidomotense fundada em 15 de novembro de 1949 por operários da Estrada de Ferro Sorocabana. O distintivo do time é bem curioso (e por isso o time era chamado de canarinho), encontrei esse no site História do Futebol:
Time de 1961:
Aqui, o time de 1962:
Mas também existe esse outro distintivo:
Por dois anos -1964 e 1965- o CAC e a Ferroviária se enfrentaram até as duas equipes desistirem do profissionalismo.
Em 1980, o CAC ainda viria disputar a Terceira Divisão, subindo para a segunda divisão até 1988, quando retorna à Terceira Divisão e em 1989, desativa seu departamento profissional.
Ou seja, falamos de um estádio com muita história.
Quer dar uma olhada no estádio? Veja:
E eu e a Mari oficializamos a presença em mais um campo!
O que é mais legal nos campos do interior é a quantidade de árvores em volta. Mais parecem parques!
Voltamos para Assis e já era tarde. Após comer na 10ª Festa do Milho, fomos dormir. No dia seguinte, logo de manhã fomos à Paraguaçu Paulista, reencontrar o tradicionalíssimo Estádio Municipal Carlos Affini, campo do Paraguaçuense. (Disntintivos do site Escudos Gino)
Aqui, para quem como nós é torcedor do Santo André é um lugar pra se guardar na memória, graças aos confrontos emocionantes entre Parguaçuense e o Ramalhão.
O Paraguaçuense subiu de divisões rapidamente, mesmo tendo, segundo os torcedores, a administração da Federação da época (Farah) como adversário maior.
A Federação tentou proibir o acesso à série A2 devido às arquibanadas não comportarem 15 mil lugares, como manda a regra. O resultado? Uma campanha entre torcedores da cidade e da região construiu o que foi preciso num tempo recorde!
A cidade na época não tinha sequer 40 mil habitantes e um estádio onde cabiam 15 mil pessoas!
Quer conhecer mais? Veja nosso tradicional vídeo!
E que fique eternizado nosso respeito a história de um time que fez tremer grandes potências do interior!
Torço para que um dia esse estádio volte a receber clássicos contra as equipes da região!
Uma última olhada do lado oposto, enquanto nos preparamos para ire embora para a última parte de nosso rolê boleiro…
Saímos de Paraguaçú Paulista e voltamos à Assis a tempo de assistir o jogo entre o Assisense e Ilha Solteira, no Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão.
Já escrevi sobre a camisa do Assisense, mas esta é a primeira partida do time, que vejo pessoalmente e por isso nem me importei com o preço do ingresso.
O Estádio fica perto do parque Buracão (nome dado devido à erosão típica do local, que gerou um buraco que engoliu de casas à arvores antes de ser transformado em parque), e pode se dizer que o Estádio também é um buracão, já que você entra pela parte alta e o campo fica lá embaixo.
Tudo estava perfeito! Dois times que nunca vi jogar, um estádio incrível…
Mas aí, veio a notícia que abalaria os 10 torcedores presentes…
Nem toda beleza e grandiosidade do Estádio foram suficientes para convencer o time adversário a sair de Ilha Solteira e vir pra Assis…
Estávamos presenciando um W.O….
Demorei pra acreditar, mas… Infelizmente meu passeio durou pouco mais de meia hora, tempo suficiente pra se dar o jogo como encerrado…
Desci até o campo para tirar umas fotos de ângulos diferentes…
Se não teria jogo, ao menos fotografar os jogadores do Assisense em campo…
Os próprios atletas ficaram surpresos (embora esse fosse o segundo W.O. seguido do time do Ilha Solteira).
Aproveitei que estava lá embaixo e fotografei um dos jogadores de perto pra mostrar a nova camisa, num tom azul mais claro.
Também aproveitei e tirei uma foto com um dos diretores do time, o Vilela:
Uma última olhada no estádio, antes de irmos embora. Acabei não ficando tão triste em perder o jogo, já que pelo menos pude visitar vários estádios e cidades.
Ufa… Sei que o post foi longo, mas achei melhor publicar tudo de uma vez, do que ficar dividindo em várias partes, que parecem nunca ter fim.
O que ficou para nós após tantos estádios, é o mesmo que temos repetido no blog e nas ruas…
A 12ª camisa é muito especial, pois é do VOCEM, sigla para Vila Operário Clube Esportivo Mariano, time de Assis, cidade de origem da minha família por parte de pai.
Quando escrevi esse post (em 2008), o clube estava licenciado do futebol de campo profissional, o que é muito triste pela tradição que esse brasão carrega. Mas, em 2014, alguns apaixonados da cidade conseguiram trazer o VOCEM de volta ao futebol profissional.
Na verdade, esse brasão foi desenhado inicialmente assim:
O time foi fundado em 21 de julho de 1954, pelos padre Aloísio Bellini (1911-1996) da Vila Operário e por isso as cores do uniforme (branco e grená) representam o pão e vinho.
Meu pai chegou a ajudar na organização do time, já que a igreja da Vila Operária ficava em frente a casa da minha vó Luzia, já falecida. Aqui, uma foto emblemática do fim dos anos 70: o padre tenta me convencer a escolher o caminho do bem e largar as armas de brinquedo kkk.
Conta meu pai que ele ia a todo lugar com sua scooter!
Em 1978, o VOCEM foi convidado pela Federação Paulista de Futebol Profissional para disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão. Necessário reforçar que esse equivalia ao 5º nível do campeonato daquele ano. Esse foi o time daquele ano:
Neste ano, o VOCEM utilizou o campo da Ferroviária de Assis para seus treinamentos.
E o time fez sua estreia conseguindo a classificação para a segunda fase, sendo líder do Grupo D.
Infelizmente, na fase seguinte o time não manteve a mesma eficácia.
Depois de 1978, o VOCEM jogou a Terceira Divisão de 1979 até 81. A partir de 1980, a Terceira Divisão passa a equivaler ao 2º nível do campeonato, como a atual A2 do Paulista. A partir de 1982, o mesmo 2º nível passou a se chamar “Segunda Divisão” e o VOCEM participou dela até 1989 e foram os os anos dourados do VOCEM. Algumas imagens dessa época:
Aqui, a Torcida Organizada “Esquadrão da Fé”, que acompanha atualmente o time:
Mas o VOCEM sempre teve o apoio de uma apaixonada torcida, como em 84, quando o time fez campanha inesquecível, na época com o apoio da TUVO (Torcida Uniformizada Vila Operário)!
Esses dias folheando o livro “Assis de A a Z”, do Marcos Barrero, li um belo texto contando a fatídica história daquele ano de 1984 quando o VOCEM chegou ao quadrangular final da divisão de acesso, mas acabou perdendo todos os jogos, sendo o último uma goleada de 7×1 para o Paulista de Jundiaí.
O time fez uma bonita campanha na primeira fase…
Também brilhou na segunda fase:
Tendo vencido a série H, o VOCEM teve que enfrentar o CA Jalesense, vencedor da série G e classificando-se para a fase final, que teria final trágico para o time de Assis: 6 jogos e 6 derrotas, com muitos torcedores jurando até hoje que o time vendeu o resultado.
Em 85, o clube novamente se classifica para a segunda fase da Segunda Divisão…
Mas cai na segunda fase.
Em 86, fez um campeonato abaixo da média e sequer se classificou para a segunda fase.
Em 1987, mais uma vez classifica-se para a segunda fase sendo líder do seu grupo.
Mas não consegue manter a boa sequência e acaba eliminado na segunda fase.
Em 1988 uma campanha mediana, sem conseguir classificar-se à segunda fase, mas em 89… O VOCEM acaba rebaixado para a Segunda Divisão (Terceiro nível do futebol paulista daquele ano).
O baque é tão grande que o time se licencia das competições profissionais e só retorna em 1992, na Segunda Divisão (terceiro nível do futebol paulista). onde permanece até 1994, quando a reorganização do campeonato leva o VOCEM para o 5º nível do futebol paulista, a série B1B. O time terminar nas últimas posições e para mais uma vez.
O retorno se dá somente em 1999 novamente na série B1B. Em 2000 desiste da competição e acaba rebaixado para a série B3 – o 6º nível do futebol paulista de 2001. Em 2002, mais uma vez desiste da disputa no meio da competição e se licencia.
Dessa vez o hiato parece não ter fim e apenas em 2014 o VOCEM retorna ao profissionalismo, desta vez para jogar a Bezinha, o 4º nível do futebol paulista, onde permanece até 2022, quase sempre com campanhas irregulares. A exceção foi 2021, quando o time esteve a um passo do acesso, perdendo a semifinal (e o acesso para a série A3) para o time da Matonense.
Mas em 1992, foi inaugurado o Estádio Municipal Antonio Viana Silva, o Tonicão, e o VOCEM passou a mandar aí os seus jogos.
Curiosidade: meu avô de Assis tinha o apliedo de Tonico, e meu avô em Santo André, se chamava Bruno, e o estádio aqui é o Brunão. Abaixo uma foto feita em nossa última visita ao campo:
Se preferir, faça um vôo sobre o estádio:
Em 2010, ganhei de presente do primo Tilim, uma outra camisa do VOCEM, ainda mais bonita:
Nas visitas em outros anos acabei conseguindo mais estas duas:
E terminamos com essa curiosa imagem de um possível time feminino do VOCEM: