O Estádio Gilberto Moraes Lopes e o futebol em Piraju

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu, no Mato Grosso do Sul. Entre as centenas de quilômetros percorridos, registramos 20 estádios que receberam partidas profissionais e amadoras em diferentes cidades.

Depois de registrar o Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo nossa segunda parada foi a cidade de Piraju!

Pirajú

Estivemos em Piraju em 2017 (veja aqui como foi) e deu pra curtir um pouco da cidade, uma estância turística que tem no rio Paranapanema seu maior atrativo. Dá uma olhada na chamada “garganta do diabo“, que lindo visual:

O nome Piraju tem origem tupi guarani e significa peixe (pira) amarelo (ju ou juva), por conta dos dourados encontrados no rio. O território indígena logo recebeu a visita dos europeus buscando terras para o café e em 1859, chega à região, a família que daria origem ao povoado: os Arruda. Somente em 1891, a cidade recebeu o nome de Piraju.

Em 1906, foi inaugurado o ramal ferroviário bancado pelos cafeicultores, o charmoso prédio foi construído por Ramos de Azevedo. Fotos do site Estações Ferroviárias:

A geada de 1975 arrasou o cafezal da cidade fez com que a cidade passasse a diversificar sua produção. Almoçamos por lá e aproveitamos para registrar algumas construções da época de ouro dos cafeicultores:

Em 2017 não conseguimos entrar no Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes

Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes

Pior que nesta visita de 2022, os cadeados no portão pareciam oferecer o mesmo destino…

O Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes foi a casa do Piraju FC, que durante sua existência teve 3 brasões em seu uniforme:

distintivo do piraju

O Piraju Futebol Clube foi fundado em 30 de junho de 1957 e em seu primeiro ano fez 21 jogos:

Vale reforçar que antes do Piraju FC, outros clubes fizeram sucesso na cidade como o A. A Timburiense, o Dom Bosco e o Comercial FC, que chegou a jogar o Campeonato do Interior de 1942 a 45.

Esse era o grupo da 14a região do Campeonato do interior de 1945, no qual o Comercial FC teve sua última participação:

Pra quem gosta de livros sobre futebol, vale ir atrás do livro “Os Anos Dourados do Futebol Pirajuense“:

Em 1958 seguinte, a Gazeta Esportiva noticiava a construção do novo campo do Piraju FC:

Aqui, o time de 1958:

Depois de aprontar no futebol amador, o Piraju FC se profissionalizou e em 1962 estreou na Terceira Divisão. Este ano ainda teve outro grande momento, quando o Piraju FC venceu por 2 a 1 um time misto do São Paulo FC, levando mais de 6 mil pessoas ao estádio!.

piraju fc 1962

Em 1964, foi a vez do Coritiba levar uma sapecada ao disputar um amistoso: 5×1 pro Piraju FC.

Ainda naquele ano o time fez uma excelente primeira fase na Terceira Divisão, terminando o grupo chamado de “3a série” na primeira colocação:

Fez ainda uma excelente campanha na fase final, sagrando-se vice campeão (empatado em número de pontos com o time da Volkswagen):

Esse foi o time daquele ano:

O Piraju FC permaneceu na Terceira Divisão até 1968, quando se licenciou do profissionalismo, mas ainda fez mais uma campanha bacana, em 1966, quando classificou-se em segundo na primeira fase:

Mas na fase final, parece que o time se perdeu…

Depois de passar toda a década de 70, o Piraju FC volta à disputa da Terceira Divisão em 1980, onde permanece até 1982, com três campanhas bastante fracas. Esse é o time de 1981:

Os maus resultados devem ter desanimado a turma de Piraju, pois ficam de fora da edição de 1983, retornando em 1984, terminando em 4º lugar no grupo “Hideraldo Luís Bellini“.

Novamente faz uma péssima segunda fase (dessa vez termina em último lugar) e acaba ficando de fora do campeonato seguinte (em 1985), retornando em 1986 e 1987, com campanhas bastante fracas.
Esse é o time de 1986:

Faz sua última participação no profissional disputando a Quarta Divisão em 1991 (que na verdade era um torneio seletivo para a segunda divisão de 1992) e … o time fez uma excelente primeira fase:

Veio a segunda fase e… Novamente terminou na liderança!

Assim, o Piraju mobiliza a cidade chegando `as semifinais contra o Beira Rio de Presidente Epitácio! Após uma derrota como visitantes (2×1), o time goleia em casa (4×1) e chega a final contra o José Bonifácio.

Infelizmente duas derrotas (1×0 em casa e 4×0 em José Bonifácio) acabaram com o sonho de gritar “É campeão!!“.

A partir daí, o Piraju FC voltou a disputar competições amadoras chegando nos dias de hoje. E lá estamos nós, frente a um incrível estádio, cheio de histórias e novamente trancado…
Já estava quase desistindo quando passou uma molecada que percebeu o que eu queria e me ensinou como a turma local entra no estádio tradicionalmente…
E lá fomos nós!

Ahhhh Finalmente, aí está a tão sonhada arquibancada coberta!

Como vimos na notícia da Gazeta Esportiva, o Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes foi construído em 1958.

O gramado segue bem cuidado e as árvores ao fundo do gol dão aquele visual de estádio do interior.

Aqui, o gol do lado esquerdo:

O meio campo:

E o gol da direita:

Quantas alegrias já foram vividas nessa arquibancada?

Olha aí a estrela do estádio… O gol!

Como sempre gosto de reforçar, a presença, mesmo que em tão pouco tempo, em um estádio como esse mexe com a ideia do passado e do futebol, ao mesmo tempo que questionam como será nossa sociedade do futuro, como o futebol se incluirá nela…

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Role pelo oeste – Feriado de 15/11/22

A partir de hoje, começo a dividir os frutos do rolê que fizemos no feriado de 15 de novembro, em comemoração à proclamação da República. Mas antes disso, vale a pena lembrar como foi esse episódio da história brasileira, e nada melhor que o Peninha explicar para você:

Foram 4 dias de viagem, seguindo o seguinte roteiro:

Dia 1
Saímos de Santo André pela manhã e fomos até a cidade de Óleo, registrar o Estadio Municipal Tonico Lobeiro.
Depois, fomos para Pirajú, para finalmente registrar a parte interna do Estadio Municipal Giberto Moraes Lopes (veja aqui nossa última visita quando não conseguimos adentrar)
A próxima parada foi Bernardino de Campos para conhecer o Estádio Clube Ferroviário.
Sem desistir, rumamos a Ipaussu para fotografar o simpático Estádio Arnaldo Borba de Moraes e enfim, chegamos a Ourinhos.
Se quiser repetir o rolê, gastando uns 20 minutos em cada estádio e uma hora para almoçar, são necessárias umas 8 horas de viagem. Veja abaixo no mapa o percurso realizado:

Dia 2
Aproveitamos a manhã para curtir a cidade e registrar o Estádio Municipal Djalma Baia, vulgo “Monstrinho”. Com muita tristeza, fomos também conferir o abandono da parte social do Clube Atlético OurinhenseEstivemos por lá em 2010 e ainda tinha esperança da volta do time ao profissionalismo. Mas o campo segue funcionando e demos sorte de pegar um jogo do senior do CA Ourinhense.
Saímos de Ourinhos e fizemos uma parada em Ribeirão do sul para o registro do Estádio Romeirão.
A próxima parada também foi uma revisita gerada por um comentário no nosso vídeo feito em Palmital em 2010, que dizia que na verdade não havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego e sim o Estádio Miguel Assad Taraia. Isso me tirou o sono por anos já que eu nunca consegui ter certeza se havíamos errado mesmo. E a visita aos dois estádios comprovou que sim, havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego.
Saímos de Palmital e aproveitei para rever a minha família que mora em Assis. Assim como meu pai, a turma toda é super ligada ao futebol citadino, seja por terem visto nascer o VOCEM literalmente na frente de casa (minha vó morava frenta à igreja do bairro Operário, onde vivia o Padre Aloísio Bellini, fundador do time), seja por causa da Ferroviária ou do Diesel (forte equipe amadora). Não deu tempo pra ouvir nem parte das histórias que eles têm pra contar, mas valeu o lanche e o reencontro com tias, tio, primos e todos!
Saímos de Assis com planos para tentar registrar melhor o Estádio Municipal Dr. Mário Marcondes dos Reis em Regente Feijó, mas a chuva acabou nos obrigando a mudar de ideia, de qualquer forma, já estivemos lá no passado, confira aqui.
Assim, rumamos direto à Presidente Epitácio, onde passamos a segunda noite na beirinha do rio Paraná. Caso você queira fazer este rolê, parando uns 20 minutos por estádio, vai precisar de umas 6 horas:

Dia 3
Jantamos um hamburguer vegetariano incrível e fomos descansar. Por volta de uma da manhã, fomos acordados por uma tremenda tempestade que prometia acabar com o mundo, mas… na manhã seguinte, tudo estava normal e pudemos aproveitar para registrar, ainda em Presidente Epitácio o Estádio Municipal Pirangueiro e curtir a orla do rio Paraná para pegar umas rochas, já que agora estou estudando Geografia.
Cruzamos os quase 3 km de ponte sobre o rio Paraná e adentramos em Mato Grosso do Sul, pelo distrito do porto XV de Novembro até chegar em Bataguassu, para registrar o Estádio Municipal “João Pereira de Souza”. Voltamos para Presidente Epitácio, onde almoçamos e seguimos viagem para Presidente Venceslau, registrar o Estádio José Francisco Abegão.
Na sequência, passamos por Santo Anastácio (onde nasceu o meu pai), para registrar a casa do FADA FC, o Estádio Municipal José Spaus da Silva.
Seguimos pela estrada até Presidente Bernardes, para registrar o Estádio Municipal Arthur Ramos, a casa da AA Bernardense.
Como iríamos dormir em Presidente Prudente e alguns anos atrás (veja aqui) já registramos os estádio de lá, deu tempo de fazer uma última parada no distrito de Álvares Machado e registrar o Estádio do Paulista.
Pra refazer esse rolê e dedicar 20 minutos para cada estádio, você precisará de umas 5 horas de dedicação.

O último dia foi o mais difícil… Primeiro porque já era hora de despedir da estrada, segundo porque a distância era longa, terceiro porque ainda tínhamos 5 estádios para visitar e quarto porque em sendo volta de feriado, pegaríamos trânsito na chegada a São Paulo. Tentando nos precaver, saímos as 7h30 de Presidente Prudente rumo a Indiana para registrar o atual Estádio Municipal Amadeu Poleto e também o que resta do Estádio Capitão Whitaker, antiga casa do CA Indiana.
A cidade vizinha era Martinópolis, e fomos registrar o Estádio Coronel João Bento Martins.
Próxima parada: o lindo Estádio Municipal João Boim, em João Ramalho.
Na sequência, registramos o Estádio Municipal de Quatá, na cidade vizinha.
Nosso último estádio foi o Estádio Municipal Clemente Alberto de Sousa, em Echaporã e confesso que foi a primeira vez que senti cansaço… A cidade não chegava, o sinal de GPS era ruim e haviam 2 caminhos possíveis, sendo que um eram quase 10km de estrada de terra. Fomos parar para almoçar em Pardinho. Estávamos quase escapando do trânsito mas um acidente em Jandira nos tomou quase 40 minutos a mais… Mas, por fim, chegamos a Santo André! Exaustos, mas plenos! Pra repetir essa parte da viagem, em condições normais, você precisará de 10 horas de dedicação… Aqui, apenas a parte do mapa que mostra os estádios visitados e o caminho até Assis (dali ainda são quase 500 km até chegarmos em casa:

Em breve começam os posts sobre cada estádio.

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O futebol em Piraju

Brasão de Piraju

Mais uma história do ano passado (2016), quando fomos até Assis ver o VOCEM jogar.

No caminho de volta pra Santo André, viemos pela Raposo Tavares e pudemos registrar mais um estádio, dessa vez, em Piraju.

Pirajú

Como sempre gostamos de fazer, antes de apresentar o estádio, um rápido olhar sobre a cidade, considerada estância turística, graças ao seu potencial natural, em especial ao Rio Paranapanema e à represa.

Rio Pirajú
Rio Pirajú
Rio Pirajú

Vivem cerca de 30 mil pessoas na cidade.

Pirajú
Pirajú

Olha aí o cemitério Municipal…

Cemitério Pirajú

Deixando a morbidez de lado, vamos ao tema da nossa visita, o Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes, casa do time do Piraju FC.

distintivo do piraju

O Piraju Futebol Clube foi fundado em junho de 1957 (ou seja, completaria 60 anos esse mês, se ainda estivesse em atividades).

Piraju FC

Aqui, o time de 1958:

Piraju 1958

Em 1962, o time fez história ao vencer o São Paulo por 2×1, em uma partida amistosa.

Dizem que mais de 6 mil pessoas teriam comparecido a este embate no Estádio Municipal.

piraju fc 1962

O time participou 13 vezes da terceira divisão do Campeonato Paulista de Futebol, entre 1962 e 1968, depois em 1980, 1981, 1982, 1984, 1986 e 1987.

Aqui, o time de 1981:

Pirajú 1981

Aqui, em 1982:

Pirajú FC 1982

E por fim, o time faria em 1991 na quarta divisão sua última participação até o momento em campeonatos oficiais.

Essa foto é do time em 1990, e ficou na história por contar com Alexandre Escobar Ferreira, goleiro que iria para o São Paulo (seria o substituto de Zetti) e que infelizmente viria a falecer no início de sua carreira.

Pirajú FC 1990

O Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes tem capacidade para mil espectadores.

Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes

Vamos dar uma olhada?

Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes

O estádio fica em um quarteirão bem tranquilo da cidade.

Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes

E é um daqueles campos em que a natureza ainda está bem integrada com as arquibancadas…

Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes
Piraju

No site do pessoal do Jogos Perdidos existe um posto específico sobre o estádio, clique aqui para acessá-lo e ver outras informações e  imagens como essa, da arquibancada interna (que acabei não fotografando…):

Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes

O mundo é enorme… As estradas estão aí!

Piraju

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