O futebol profissional em Palmital

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu-MS.
Veja os posts já feitos sobre as 6 primeiras cidades dessa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul

Agora é a vez de dividir a nossa passagem por Palmital, mas vale lembrar que já estivemos lá em 2010. Veja aqui como foi!

Vamos conhecer um pouco da cidade !

Durante muito tempo, a região do Paranapanema foi ocupada por indígenas Coroados, Cayuás, Xavantes e Kaingangues.
Vi uma publicação que descreve a descida do rio do Peixe, de onde tirei a imagem do xavante abaixo, leia mais clicando aqui.

No século XVII, chegam os bandeirantes para escravizar indígenas e só 2 séculos depois, começa a se estabelecer um povoado, pra isso, muito sangue indígena foi derramado.
Surgem cidades como Santa Cruz do Rio Pardo (1876) e Piraju (1880), com foco na plantação de café e cana de açúcar, no início do século XX, a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana ajudou a criar uma segunda onda de cidades como Ipauçu (1915), Assis (1917) e Palmital (1919).

Em 18 de dezembro de 1919, Palmital foi elevado à categoria de Município.

Nesses 101 anos, muita coisa mudou, mas ainda existe tempo pra um joguinho de dominó na praça da cidade…

A cidade ainda tem no agronegócio seu maior motor econômico, mas aos poucos se vê obrigada a investir na diversificação de serviços para seguir oferecendo possibilidades de emprego à sua população.

Hoje, Palmital tem várias possibilidades de lazer na região, mas por muito tempo, o xodó da cidade foi o futebol, e esse amor ganhou cara em 19 de dezembro de 1929, com a fundação do Operário Futebol Clube:

O Operário Futebol Clube incluiu a cidade nas competições que já incendiavam a região naquela época.
Em 1930, a diretoria comprou o terreno onde seria construído o Estádio Manoel Leão Rego.

A partir de 1942, o Operário FC passou a disputar o Campeonato do Interior, e disputou ainda em 44, 45 e 46.

O time de 1946 que jogou em Paraguaçu Paulista, contra o ABC:

Também disputou em 1949 e 50, mas em 1954, a cidade mal pode acreditar na notícia…
O Operário FC se inscreveu para a disputa da Terceira Divisão!!!
Ainda que não tenha sido uma campanha exemplar, valeu pela experiência de estrear no profissional.

O time acabou não disputando as edições seguintes, mas nesse período sagrou-se campeão amador regional em 1957 e 1959 e voltou à Terceira Divisão em 1958, com uma campanha próxima da realizada em 54.

A Gazeta Esportiva apresentou o time daquele ano:

Novamente o Operário FC se licencia do profissionalismo e passa a disputar os campeonatos amadores.
As partidas se transformam em uma verdadeira mobilização da cidade: a turma se reunia na sede social e caminhava até o estádio, sendo que os próprios jogadores tomavam parte da brincadeira, uniformizados em meio aos torcedores.
Em 1960, o primeiro portal de entrada do estádio foi inaugurado, na gestão de Miguel Assad Taraia (que daria nome ao futuro estádio).

Ainda no início dos anos 60, o estádio foi batizado de Manoel Leão Rego, prefeito daquela época, que dizem haver perdoado uma dívida do clube com ele, referente a um empréstimo para a construção da sede social. Vamos dar uma olhada na fachada nos dias de hoje:

É sempre bom poder estar em um lugar com tanta história e se conectar com isso diretamente.

Em uma das laterais, uma arquibancada descoberta.

Será que no passado ela foi maior?

Aparentemente o gramado está muito bem cuidado.

Aqui pode se ver as duas arquibancadas:

Voltando aos anos 60, o Operário FC volta ao profissionalismo em 1964 para a disputa da 4ª divisão do Campeonato Paulista e terminou a primeira fase como líder do seu grupo:

Na segunda fase terminou em terceiro no seu grupo e acabou eliminado das finais (o EC São José fez a final com a Associação Bancária de Esportes de Fernandópolis e foi campeão).

Novamente o disputa a Quarta Divisão em 1965 e mais uma boa primeira fase:

Na fase final, o Operário FC acabou perdendo a vaga na final por um pontinho…

Chegamos em 1966 e mais uma participação na Quarta Divisão (que era chamada de “Terceira Divisão, já que a primeira era a “Especial”).

Na segunda fase, apenas uma derrota!

Vem a fase final e… O Operário FC acaba sendo vice-campeão da quarta divisão.

Em 9 de maio de 1967, a diretoria decide mudar o nome do clube para Palmital Atlético Clube, homenageando a cidade e assim buscando maior identificação com a população, sendo carinhosamente chamado de “Galo do Planalto” e “PAC“.

Com o vice campeonato do ano anterior, e com seu novo nome, o Palmital AC disputa a Terceira Divisão em 1967, terminando a primeira fase em 4º lugar, sem se classificar para a fase final.

Em 1968, nova campanha ruim na primeira fase, mas há de se considerar que o time agora jogava uma divisão acima daquela que costumava jogar.

Começa o campeonato de 1969 e o Palmital AC simplesmente desiste da competição e se licencia do futebol profissional.
Durante quase 10 anos o time se ausenta e só retorna na Quinta Divisão de 1978, quando faz uma campanha terrível…

Disputa ainda a Quinta Divisão de 1979, com o time abaixo:

Mais uma campanha fraca:

Em 1980, a Federação resolve diminuir o número de divisões e com isso o Palmital FC volta à Terceira e mais uma campanha fraca…

Mais uma vez o time se licencia e só retorna em 1985 na terceira divisão, e faz uma campanha intermediária, assim como em 1986. Mas em 1987, sagra-se campeão do seu grupo na primeira fase…

E na fase final, chegamos a dois grupos, onde a Esportiva Sanjoanense venceu um (e acabou sendo considerada campeã da Terceira Divisão) e o Palmital AC venceu o outro.

Esse foi o time de 1987:

Porém, com a reformulação do Campeonato Paulista, o Palmital AC não recebe o acesso à segundona (nem a campeã Sanjoanense) e segue na terceira em 1988, se ausentando do profissionalismo em 1989.
Volta à Terceira Divisão em 1991, mas seu Estádio Mário Leão Rego encontra-se em condições ruins e para apoiar, o município reforma o Estádio Miguel Assad Taraia.

E lá fomos nós conhecer o segundo estádio do PAC!

Dá uma olhada como os dois estádios até que são próximos (o Miguel Taraia é o do canto esquerdo superior e o Mário Leão o da direita inferior) :

O Estádio Miguel Assad Taraia fica no final da cidade, já próximo à sua área rural, mas é sem dúvida um lindo estádio.

Olha que linda a parte coberta da arquibancada:

Os bancos de reserva compõe um lindo cenário a frente da arquibancada.

Vamos dar um role pelo estádio:

Pra quem olha da arquibancada, esse é o gol da esquerda:

Esse é o meio campo:

E aqui o gol da direita, nessa foto fica mais fácil ver que existe um lance grande de arquibancada que acompanha o campo:

Junto da outra arquibancada existe um painel homenageando o time.

Aliás, os painéis espalhados pelo Estádio Miguel Assad Taraia dão um caráter informativo e único ao local.

É sem dúvida o estádio que receberia os jogos de um time que fosse disputar o profissional, hoje.

E ali ao fundo existe o ginásio municipal, tornando o lugar o pólo esportivo da cidade.

Mas, voltemos no tempo à nossa história, quando em 1991 o PAC não passou da primeira fase, assim como em 92 e 93. Somando os maus resultados a uma nova mudança na configuração do Campeonato Paulista e temos o Palmital AC na Sexta Divisão (a série B2).
Pra piorar, o time abandona o campeonato pouco antes do seu início.
O retorno se dá em 97, na Quinta Divisão, em uma campanha decepcionante que selou a participação do time e da cidade no futebol profissional, pelo menos até hoje (2022).

Pra piorar, em 2004, um incêndio destruiu a sede social, que acabou desapropriada pela Prefeitura em 2012. O prédio foi demolido dando lugar à Farmácia Municipal em 2014.
Tanto o Estádio Manoel Leão Rego quanto o Estádio Miguel Assad Taraia seguem em ordem para competições amadoras.

Será que um dia Palmital voltará ao profissional?

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Role pelo oeste – Feriado de 15/11/22

A partir de hoje, começo a dividir os frutos do rolê que fizemos no feriado de 15 de novembro, em comemoração à proclamação da República. Mas antes disso, vale a pena lembrar como foi esse episódio da história brasileira, e nada melhor que o Peninha explicar para você:

Foram 4 dias de viagem, seguindo o seguinte roteiro:

Dia 1
Saímos de Santo André pela manhã e fomos até a cidade de Óleo, registrar o Estadio Municipal Tonico Lobeiro.
Depois, fomos para Pirajú, para finalmente registrar a parte interna do Estadio Municipal Giberto Moraes Lopes (veja aqui nossa última visita quando não conseguimos adentrar)
A próxima parada foi Bernardino de Campos para conhecer o Estádio Clube Ferroviário.
Sem desistir, rumamos a Ipaussu para fotografar o simpático Estádio Arnaldo Borba de Moraes e enfim, chegamos a Ourinhos.
Se quiser repetir o rolê, gastando uns 20 minutos em cada estádio e uma hora para almoçar, são necessárias umas 8 horas de viagem. Veja abaixo no mapa o percurso realizado:

Dia 2
Aproveitamos a manhã para curtir a cidade e registrar o Estádio Municipal Djalma Baia, vulgo “Monstrinho”. Com muita tristeza, fomos também conferir o abandono da parte social do Clube Atlético OurinhenseEstivemos por lá em 2010 e ainda tinha esperança da volta do time ao profissionalismo. Mas o campo segue funcionando e demos sorte de pegar um jogo do senior do CA Ourinhense.
Saímos de Ourinhos e fizemos uma parada em Ribeirão do sul para o registro do Estádio Romeirão.
A próxima parada também foi uma revisita gerada por um comentário no nosso vídeo feito em Palmital em 2010, que dizia que na verdade não havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego e sim o Estádio Miguel Assad Taraia. Isso me tirou o sono por anos já que eu nunca consegui ter certeza se havíamos errado mesmo. E a visita aos dois estádios comprovou que sim, havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego.
Saímos de Palmital e aproveitei para rever a minha família que mora em Assis. Assim como meu pai, a turma toda é super ligada ao futebol citadino, seja por terem visto nascer o VOCEM literalmente na frente de casa (minha vó morava frenta à igreja do bairro Operário, onde vivia o Padre Aloísio Bellini, fundador do time), seja por causa da Ferroviária ou do Diesel (forte equipe amadora). Não deu tempo pra ouvir nem parte das histórias que eles têm pra contar, mas valeu o lanche e o reencontro com tias, tio, primos e todos!
Saímos de Assis com planos para tentar registrar melhor o Estádio Municipal Dr. Mário Marcondes dos Reis em Regente Feijó, mas a chuva acabou nos obrigando a mudar de ideia, de qualquer forma, já estivemos lá no passado, confira aqui.
Assim, rumamos direto à Presidente Epitácio, onde passamos a segunda noite na beirinha do rio Paraná. Caso você queira fazer este rolê, parando uns 20 minutos por estádio, vai precisar de umas 6 horas:

Dia 3
Jantamos um hamburguer vegetariano incrível e fomos descansar. Por volta de uma da manhã, fomos acordados por uma tremenda tempestade que prometia acabar com o mundo, mas… na manhã seguinte, tudo estava normal e pudemos aproveitar para registrar, ainda em Presidente Epitácio o Estádio Municipal Pirangueiro e curtir a orla do rio Paraná para pegar umas rochas, já que agora estou estudando Geografia.
Cruzamos os quase 3 km de ponte sobre o rio Paraná e adentramos em Mato Grosso do Sul, pelo distrito do porto XV de Novembro até chegar em Bataguassu, para registrar o Estádio Municipal “João Pereira de Souza”. Voltamos para Presidente Epitácio, onde almoçamos e seguimos viagem para Presidente Venceslau, registrar o Estádio José Francisco Abegão.
Na sequência, passamos por Santo Anastácio (onde nasceu o meu pai), para registrar a casa do FADA FC, o Estádio Municipal José Spaus da Silva.
Seguimos pela estrada até Presidente Bernardes, para registrar o Estádio Municipal Arthur Ramos, a casa da AA Bernardense.
Como iríamos dormir em Presidente Prudente e alguns anos atrás (veja aqui) já registramos os estádio de lá, deu tempo de fazer uma última parada no distrito de Álvares Machado e registrar o Estádio do Paulista.
Pra refazer esse rolê e dedicar 20 minutos para cada estádio, você precisará de umas 5 horas de dedicação.

O último dia foi o mais difícil… Primeiro porque já era hora de despedir da estrada, segundo porque a distância era longa, terceiro porque ainda tínhamos 5 estádios para visitar e quarto porque em sendo volta de feriado, pegaríamos trânsito na chegada a São Paulo. Tentando nos precaver, saímos as 7h30 de Presidente Prudente rumo a Indiana para registrar o atual Estádio Municipal Amadeu Poleto e também o que resta do Estádio Capitão Whitaker, antiga casa do CA Indiana.
A cidade vizinha era Martinópolis, e fomos registrar o Estádio Coronel João Bento Martins.
Próxima parada: o lindo Estádio Municipal João Boim, em João Ramalho.
Na sequência, registramos o Estádio Municipal de Quatá, na cidade vizinha.
Nosso último estádio foi o Estádio Municipal Clemente Alberto de Sousa, em Echaporã e confesso que foi a primeira vez que senti cansaço… A cidade não chegava, o sinal de GPS era ruim e haviam 2 caminhos possíveis, sendo que um eram quase 10km de estrada de terra. Fomos parar para almoçar em Pardinho. Estávamos quase escapando do trânsito mas um acidente em Jandira nos tomou quase 40 minutos a mais… Mas, por fim, chegamos a Santo André! Exaustos, mas plenos! Pra repetir essa parte da viagem, em condições normais, você precisará de 10 horas de dedicação… Aqui, apenas a parte do mapa que mostra os estádios visitados e o caminho até Assis (dali ainda são quase 500 km até chegarmos em casa:

Em breve começam os posts sobre cada estádio.

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Estádios, Ferrovias e W.O.: um passeio pelo futebol da alta Sorocabana

Um pacato e tranquilo fim de semana em julho de 2010, me deu a chance de pegar a estrada e (re)visitar o lado oeste do estado e escrever um pouco sobre o futebol em algumas cidades da região.

Rodovia Castelo Branco

Começamos pela cidade de Santa Cruz do Rio Pardo.

Assis, Santa Cruz do Rio Pardo, Ipaussu, Chavantes

A cidade conta com um time bastante tradicional, a Esportiva Santacruzense, que vem bem na série B do Campeonato Paulista.

Associação Esportiva Santacruzense

Com a ajuda do nosso GPS, chegamos rapidamente ao Estádio Leônidas Camarinha, com sua entrada estreita, tão comum nos campos do interior antigamente.

Estádio Municipal Leônidas Camarinha - Associação Esportiva Santacruzense

A capacidade do Estádio é de mais de 10.000 torcedores.

Estádio Municipal Leônidas Camarinha - Associação Esportiva Santacruzense

Até conseguimos falar com algumas pessoas ligadas ao time, na busca por uma camisa, mas voltamos de mãos vazias, ao menos pudemos adentrar ao campo…

O estádio foi inaugurado em 1950, com o nome de Estádio Municipal de Santa Cruz o Rio Pardo.

Estádio Municipal Leônidas Camarinha - Associação Esportiva Santacruzense

O jogo inaugural foi entre o Santos e a Santacruzense. O placar é daqueles manuais, bem tradicionais…

Estádio Municipal Leônidas Camarinha - Associação Esportiva Santacruzense

Após entrar no campo e pisar na grama local, era hora de seguir viagem, afinal, não tínhamos muito tempo, para tantos planos.

Estádio Municipal Leônidas Camarinha - Associação Esportiva Santacruzense

Nossa próxima parada era a cidade de Ourinhos, para a visita do CAO (Clube Atlético Ourinhense).

Clube Atlético Ourinhense

O CA Ourinhense foi fundado em 5 de junho de 1919 e disputou uma edição da série A2, em 1952 e seis da série A3, de 1961 a 1966.

Clube Atlético Ourinhense - Ourinhos

O Estádio fica dentro do próprio clube, bem próximo da Raposo Tavares e da linha do trem.

Aqui, a entrada do clube social que abriga o estádio:

Clube Atlético Ourinhense - Ourinhos

O distintivo do CAO é daqueles antigos, que trazem consigo tradição e história.

Clube Atlético Ourinhense - Ourinhos

O campo mantém também a essência de uma época áurea que infelizmente não deve voltar.

Estádio do CA Ourinhense

Eu e a Mari fizemos questão de marcar nossa presença em mais um estádio antológico do futebol paulista.

Estádio do CA Ourinhense

Ao fundo, um primeiro prédio mostra o que pode ser o futuro da cidade: a verticalização.

Estádio do CA Ourinhense

Por ficar numa área abaixo da cidade, o Estádio ficou conhecido como “Estádio da baixada“.

Estádio do CA Ourinhense

Ourinhos já teve outros times jogando o profissional, como o EC Gazeta:

Distintivo do EC Gazeta

O Esporte Clube Gazeta foi fundado em 7 de setembro de 1948, com o fim do CA Ourinhense.
O Gazeta ficou conhecido como “O Líder das Excursões” e levou a cidade de volta ao futebol profissional ao disputar a 5a divisão de 1979 e depois a série A3 de 1980 a 82.
O time voltou a jogar o profissionalismo a partir de 2000, quando jogou a série B2 em 2000, caindo pra B3 onde jogou até 2002. Aqui, o time de 2001, foto do Site “O curioso do futebol“:

EC Gazeta de Ourinhos

Outro time que disputou o profissional foi o Esporte Clube Operário.

Esporte Clube Operário - Ourinhos

O site História do Futebol produziu os antigos distintivos do time:

Esporte Clube Operário de Ourinhos

O EC Operário foi fundado em 16 de junho de 1920 e disputou 2 edições da série A3, em 1954 e 1958. Esse foi o time de 1949:

Esporte Clube Operário - Ourinhos

O quarto clube a disputar o profissionalismo pela cidade foi o EC União Barra Funda.

EC União Barra Funda - Ourinhos

O Esporte Clube União Barra Funda foi fundado em 23 de Março de 1972 e entrou pra história ao disputar o Campeonato Paulista da Quinta Divisão de 1978, com o time abaixo:

Esporte Clube União Barra Funda - Ourinhos

Veja maiores informações sobre o futebol em Ourinhos clicando neste link.

Saindo de Ourinhos, nossa parada agora era Palmital, cidade do extinto Palmital Atlético Clube.

Palmital

O Estádio visitado foi o Manoel Leão Rego, onde o Palmital Atlético Clube mandou a maior parte de de seus jogos.

Palmital Atlético Clube

O Pamital Atlético Clube nasceu em substituição do Operário Futebol Clube:

Operário FC - Palmital

O Operário FC foi fundado em 1929 e fez história no futebol local. Vale conferir a página sobre o time: https://www.facebook.com/palmitalac

Aqui, o time do Operário FC de 1946:

Operário FC de Palmital

Mas o grande sonho viria a ser realizado a partir de 1964 com a disputa do Campeonato Paulista Profissional, jogando a quarta divisão (na época chamada de “Terceira Divisão), quando sagrou-se campeão de seu grupo, com o time abaixo:

Operário FC de 1964

Em 1966, o time foi vice campeão da quarta divisão, conquistando o acesso à divisão equivalente à atual A3 do Campeonato Paulista.

E para conquistar maior empatia com o torcedor local, decidiu-se mudar o nome do time para Palmital Futebol Clube, mantendo as cores do Operário FC.

O Palmital FC mandou seus jogos no “Estádio dos Eucaliptos“, que viria a mudar de nome para Estádio “Manoel Leão Rego”, e depois no Estádio Municipal Miguel Assad Taraia . Fomos até o Estádio “Manoel Leão Rego” registrá-lo!

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

O Palmital FC disputaria diversas edições do Campeonato Paulista entre a terceira e quinta divisão, com destaque para a incrível conquista da série A3 de 1987.

Palmital AC
Palmital AC - Campeonato Paulista A3 - 1987

E pensar que esse campo viu toda essa história acontecer!

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

Imagino as arquibancadas lotadas a empurrar o time!

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

Atualmente, o  Estádio “Manoel Leão Rego” tem atendido ao futebol amador local.

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

Vamos dar uma olhada:

Ao fundo, pode se ver que a cidade está cada vez mais perto.

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

As arquibancadas já tem o telhado deteriorado… Para mim, estes estádios deveriam ser tombados como patrimônio histórico da cidade…

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

Em 1991 o Palmital AC voltou a disputar a série A3, jogando até 93.
Depois, em 97, jogou a quinta divisão do Campeonato Paulista (chamada na época de série B1-B), fazendo uma campanha bastante irregular e marcando, ao menos temporariamente o fim do futebol profissional do Palmital FC, e seu o belo estádio só é usado nas partidas amadoras.
Bom, mas já era hora de ir embora… A estrada chama por nós!

Palmital Atlético Clube - Estádio Manoel Leão Rego

Deixamos a cidade e rumamos à Assis, nossa base nessa viagem, já que minha família por parte de pai mora lá.
A cidade acabara de fazer aniversário e haviam várias festas em comemoração, por isso o palco ali atrás.

Assis

Aliás, nosso guia na cidade foi meu tio Zé, o “Alemão” que não apenas torce como já jogou por quase todos os times da cidade. Abaixo meu pai, o tio Zé, eu e a Mari.

Assis

supermercado Amigão possui uma série de fotos históricas nos caixas, e dentre delas, uma da Ferroviária, com o Alemão (o 4º agachado da esquerda para direita):

AA Ferroviária de Assis

Assis ainda mantém várias casas feitas em madeira, o que dá um ar muito diferente à cidade, principalmente para quem está acostumado a realidade cinza das grandes cidades (a maioria dessas casas foi construída em sistema de cooperação pelos funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana).

Casas de madeira - Estrada de Ferro Sorocabana - Assis

Mas, falando de futebol, nosso primeira estádio na cidade foi o Estádio Dr. Adhemar de Barros, onde a Vermelhinha da Rua Brasil (apelido da Ferroviária) mandava seus jogos.

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

A arquibancada vermelha sobrevive, como as histórias do time que ali jogou e que até hoje são contadas pela região. Muitas dessas histórias meu pai conta até hoje na época em que ele e meu avô (funcionário da Ferrovia) acompanhavam a vermelhinha!

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

Mais uma vez, eu e a Mari registramos nossa passagem por um estádio clássico!

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

E uma foto com meu pai, que também jogou e torceu bastante pelos times de Assis. Ele e meu avô eram presença fiel no estádio, para ver a Ferroviária.

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

Sem dúvida um belo estádio…

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

As arquibancadas começam a sofrer com a ação do tempo, assim como a iluminação do campo que foi levada embora.

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

Ainda assim, os detalhes do estádio e das bancadas são únicos!

Estádio Dr. Adhemar de Barros - AA Ferroviária - Assis

Por coincidência, ao irmos embora, encontrei o atual gestor do time do VOCEM (na verdade, uma academia que disputa campeonatos infantis). Olha que linda camisa…

VOCEM

Ele não conseguiu me arruma nenhuma, mas felizmente o craque Bolão (outro que jogou em diversos times da região) conseguiu uma para mim:

Bolão - VOCEM

Ainda conseguimos bater umas fotos do time sub-15 do VOCEM disputando a final do municipal.

VOCEM - sub 15

Um sentimento bastante nostálgico ao ver as arquibancadas repletas de torcedores do VOCEM!

VOCEM - sub 15

Nossa próxima visita foi no campo do DERAC de Assis, o Estádio Aristeu Rocha de Carvalho.

Estádio Aristeu Rocha de Carvalho - DERAC - Assis

O DERAC teve um grandes times e marcou época no futebol amador da cidade! A foto abaixo também está no Supermercado Amigão.

DERAC de Assis

O campo segue em boas condições de uso, e o distintivo materializado é de fazer inveja a vários grandes times…

Estádio Aristeu Rocha de Carvalho - DERAC - Assis

O Estádio do DERAC chama-se Aristeu de Carvalho, e fica próximo da fábrica da Malta, cervejaria que por anos patrocinou o Assisense.

Estádio Aristeu Rocha de Carvalho - DERAC - Assis

O dia estava bonito e decidimos ir para Cândido Mota, cidade vizinha, conhecer e fotografar o Estádio Municipal Benedito Pires.

Estádio Municipal Benedito Pires - Clube Atlético Candidomotense -Cândido Mota

Era aí que o CAC (Clube Atlético Candidomotense) mandava seus jogos..

Tudo isso com o tio Zé contando histórias sobre o futebol da região nos anos 60, 70 e 80.

Estádio Municipal Benedito Pires - Clube Atlético Candidomotense -Cândido Mota

Mais um estádio que sofre com a “modernização” do futebol, que a cada dia mata mais os pequenos clubes do interior. Olha como era um jogo no campo em 1987:

Só pra lembrar, o CAC foi fundado em 10 de Junho de 1957, sendo o primeiro time da cidade a disputar uma competição oficial da Federação Paulista, em 1963. Depois dessa, o time ainda disputou mais 11 campeonatos.

Outro time da cidade que disputou o profissional foi a União Atlética Ferroviaria Candidomotense fundada em 15 de novembro de 1949 por operários da Estrada de Ferro Sorocabana. O distintivo do time é bem curioso (e por isso o time era chamado de canarinho), encontrei esse no site História do Futebol:

Time de 1961:

Aqui, o time de 1962:

Mas também existe esse outro distintivo:

Por dois anos -1964 e 1965- o CAC e a Ferroviária se enfrentaram até as duas equipes desistirem do profissionalismo.

Em 1980, o CAC ainda viria disputar a Terceira Divisão, subindo para a segunda divisão até 1988, quando retorna à Terceira Divisão e em 1989, desativa seu departamento profissional.

Ou seja, falamos de um estádio com muita história.

Estádio Municipal Benedito Pires - Clube Atlético Candidomotense -Cândido Mota

Quer dar uma olhada no estádio? Veja:

E eu e a Mari oficializamos a presença em mais um campo!

Estádio Municipal Benedito Pires - Clube Atlético Candidomotense -Cândido Mota

O que é mais legal nos campos do interior é a quantidade de árvores em volta. Mais parecem parques!

Estádio Municipal Benedito Pires - Clube Atlético Candidomotense -Cândido Mota

Voltamos para Assis e já era tarde. Após comer na 10ª Festa do Milho, fomos dormir.
No dia seguinte, logo de manhã fomos à Paraguaçu Paulista, reencontrar o tradicionalíssimo Estádio Municipal Carlos Affini, campo do Paraguaçuense. (Disntintivos do site Escudos Gino)

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

Aqui, para quem como nós é torcedor do Santo André é um lugar pra se guardar na memória, graças aos confrontos emocionantes entre Parguaçuense e o Ramalhão.

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

O Paraguaçuense subiu de divisões rapidamente, mesmo tendo, segundo os torcedores, a administração da Federação da época (Farah) como adversário maior.

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

A Federação tentou proibir o acesso à série A2 devido às arquibanadas não comportarem 15 mil lugares, como manda a regra. O resultado? Uma campanha entre torcedores da cidade e da região construiu o que foi preciso num tempo recorde!

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

A cidade na época não tinha sequer 40 mil habitantes e um estádio onde cabiam 15 mil pessoas!

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

Quer conhecer mais? Veja nosso tradicional vídeo!

E que fique eternizado nosso respeito a história de um time que fez tremer grandes potências do interior!

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

Torço para que um dia esse estádio volte a receber clássicos contra as equipes da região!

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

Uma última olhada do lado oposto, enquanto nos preparamos para ire embora para a última parte de nosso rolê boleiro…

Estádio Municipal Carlos Affini - EC Paraguaçuense

Saímos de Paraguaçú Paulista e voltamos à Assis a tempo de assistir o jogo entre o Assisense e Ilha Solteira, no Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão.

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Já escrevi sobre a camisa do Assisense, mas esta é a primeira partida do time, que vejo pessoalmente e por isso nem me importei com o preço do ingresso.

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

O Estádio fica perto do parque Buracão (nome dado devido à erosão típica do local, que gerou um buraco que engoliu de casas à arvores antes de ser transformado em parque), e pode se dizer que o Estádio também é um buracão, já que você entra pela parte alta e o campo fica lá embaixo.

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Tudo estava perfeito! Dois times que nunca vi jogar, um estádio incrível…

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Mas aí, veio a notícia que abalaria os 10 torcedores presentes…

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Nem toda beleza e grandiosidade do Estádio foram suficientes para convencer o time adversário a sair de Ilha Solteira e vir pra Assis…

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Estávamos presenciando um W.O….

Demorei pra acreditar, mas… Infelizmente meu passeio durou pouco mais de meia hora, tempo suficiente pra se dar o jogo como encerrado…

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Desci até o campo para tirar umas fotos de ângulos diferentes…

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Se não teria jogo, ao menos fotografar os jogadores do Assisense em campo…

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Os próprios atletas ficaram surpresos (embora esse fosse o segundo W.O. seguido do time do Ilha Solteira).

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Aproveitei que estava lá embaixo e fotografei um dos jogadores de perto pra mostrar a nova camisa, num tom azul mais claro.

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Também aproveitei e tirei uma foto com um dos diretores do time, o Vilela:

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Uma última olhada no estádio, antes de irmos embora. Acabei não ficando tão triste em perder o jogo, já que pelo menos pude visitar vários estádios e cidades.

Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão - Assis

Ufa… Sei que o post foi longo, mas achei melhor publicar tudo de uma vez, do que ficar dividindo em várias partes, que parecem nunca ter fim.

O que ficou para nós após tantos estádios, é o mesmo que temos repetido no blog e nas ruas…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!