Projeto Brunão Raiz

Nos momentos mais difíceis, o amor se torna ainda mais importante!


O Santo André acaba de ser rebaixado para a série A2 do Campeonato Paulista, mas sua torcida segue buscando formas de apoiar e principalmente de fomentar a cultura em torno do time, algo que vai muito além dos resultados.
Assim, na última partida do Paulistão 2024 tivemos duas faixas muito especiais em nossa bancada: a da Torcida Jovem (primeira torcida do Santo André) e a da Ramachões e Ramalhetes (esta uma das primeiras, se não a primeira torcida uniformizada a contar com importante participação das mulheres em suas fileiras).

Mas pra quem pensa que essa foi uma ação pontual, é importante contextualizar que isso foi parte de um Projeto envolvendo os coletivos Acervo 1967 (que nasceu para resgate de memória, ações, e difusão de informações sobre a torcida, time, e esportes em geral da cidade de Santo André), Santo André na rua (que tem produzido e colado Stickers das torcidas e projetos que espalham o nome do Santo André pelo mundo) e o próprio As Mil Camisas (que você lê hoje, mas que desde 2018 tem registrado histórias de times, torcidas e estádios).

Antes desta ação, esse “coletivo de coletivos” já havia restaurado duas bandeiras históricas (e originais dos anos 80) da TUDA (Torcida Uniformizada Dragão Andreense), como comemoração dos 40 anos da torcida (escrevemos sobre isso aqui, clique para ler).

O projeto atual, o “Brunão Raiz” nasceu com o objetivo de tornar o ambiente do Estádio e seus arredores mais cativante, com resgate artístico e cultural de tradições ligadas ao futebol antigo e arquibancada raiz.
As duas faixas citadas foram a primeira materialização desse Projeto, mas tudo começou com uma densa pesquisa em busca dos visuais originais das faixas das torcidas que fizeram parte das arquibancadas ramalhinas, localizando imagens como essas:

Uma vez resgatadas as imagens, o trabalho passou ser localizar pessoas que fizeram parte destas torcidas, gerando o 1º encontro destes torcedores para um registro das histórias de cada uma delas.
Estivemos lá e fizemos um vídeo desse momento:

Com o resgate das imagens e das histórias, foram materializados adesivos com o visual de cada uma das 11 torcidas, para que sua venda pudesse financiar a confecção de faixas e bandeiras históricas!
Aliás, quem quiser contribuir, basta falar com o Doug via o canal Acervo 1967. O custo da cartela com todos os adesivos é de apenas R$25 (+ eventuais custos de envio) e todo dinheiro será destinado a produção e confecção do material histórico.

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2ª rodada do Paulistão 2024

25 de janeiro de 2024, aniversário da cidade de São Paulo e enquanto a capital festeja, nós seguimos na luta do Paulistão aqui, pelo ABC!

Em campo: Santo André e Novorizontino. Ambas as equipes estrearam frente os gigantes da capital (São Paulo e Palmeiras, respectivamente) e agora tem nesta fria noite de verão a oportunidade de uma partida mais parelha!

Depois de dias absurdamente quentes, estamos há 5 dias vivendo tempos de frio e garoa, mas na arquibancada, os corações estão quentes!

A Fúria, como sempre, presente e barulhenta!

Bacana ver o projeto de renovação da bateria já mostrar resultados!

A TUDA também estava lá!

E também a Esquadrão!

Som na caixa (digo no bumbo), Noé!

Mas nossa bancada também possui torcedores “comuns”, que não fazem parte das organizadas e que participam dessa festa, cada um do seu jeito!

Em campo, o placar inicial prevaleceu até o fim…

Não foram muitos lances de gol mesmo, como você pode conferir no link abaixo da TV Paulistão, mas… Foi uma noite interessante, principalmente porque os dois times deixaram claro que vão brigar muito por cada ponto neste campeonato!

Pra uma 5ª a noite chuvosa, o público de pouco mais de 1.000 torcedores ao menos não foi frustrante…

Vale registrar também a presença do Lulinha (ex Corinthians) e do seu pai, Vanderlei, que é um grande amigo das bancadas e do Brunão!

O jogo segue meio morno na bancada, mas a cantoria segue na bancada!

O técnico Fernando Marchiori mandou a campo: Luiz Daniel; Zé Mateus (Júnior Caiçara), Luis Gustavo, Afonso e Igor Fernandes; Wellington Reis, Marciel (Geovane), Dudu Vieira e Felipe Ferreira (Bruno Michel); Cléo Silva (Ariel) e Lohan (Richard).
Eduardo Baptista postou o Novorizontino com: Jordi; Rodrigo Soares, César Martins, Chico e Danilo Barcelos (Reverson); Geovane, Willean Lepo, Marlon e Rômulo (Jenison); Neto Pessoa (Rodolfo) e Vitinho (Waguininho/Willian Farias).

Aos parceiros de todo jogo, um grande abraço!

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O ABC está em luto: Shank se foi…

Não deixe pra amanhã o que pode fazer hoje…
Durante a pandemia estive em contato com o pessoal do Corinthians de Santo André e foi aí que conheci Antônio Shank.


Na época, tivemos o cuidado de não agendar um papo presencial, pelo risco de contaminação de COVID, uma vez que Shank já não era um garoto

Mas pudemos conversar por algumas vezes por telefone e pude conhecer apenas uma parte de toda a vivência que Shank teve no futebol da nossa região.

E aí, a pandemia se foi, chegamos a nos falar por telefone mais duas vezes, mas acabei postergando o nosso encontro pessoalmente.

E ontem fiquei sabendo pelo ABC dos Esportes que no dia 4 de setembro de 2023, aos 88 anos, Shank se foi.

Sem dúvida a história mais conhecida de Shank foi a sua participação no jogo entre o Corinthians de Santo André e o Santos, de Pelé, quando o rei do futebol marcou seu primeiro gol na carreira, em 7 de setembro de 1956, no Estádio Américo Guazelli, o campo do “Galo Preto da Vila Alzira“, como era chamado o Corinthians.

Shank teve uma carreira marcada pelas participações nos clubes da região (além do Corinthians, passou por Palestra (SBC), São Caetano EC e ainda foi treinador do Aliança de São Bernardo e nas categorias de base do Ramalhão) mas também jogou nos times da capital Juventus, o CA Ypiranga, e Nacional, entre outros, além de ter vivenciado de maneira muito próxima o futebol amador da região.

Na foto abaixo, Shank é o primeiro da direita pra esquerda, com as mãos na cintura, em 1948, no time juvenil.

Fica aqui nossa homenagem…

Um dérbi Sãobernardense alternativo!!

E se o presente e o passado pudessem se encontrar em um impensável dérbi?
E se o jogo fosse em um estádio que atualmente serve apenas o futebol amador, mas que ainda mantém viva a emoção de todo um bairro?
Foi o que aconteceu em 2019, no Estádio do Grêmio Taboão: dois times que fizeram história no futebol profissional em períodos diferentes se enfrentaram em um amistoso pra lá de histórico!
Quem nos conta essa história, com base em suas pesquisas é o Victor Nadal, torcedor do Tigre!

O Grêmio Taboão completou 50 anos de história em janeiro de 2019 e convidou o São Bernardo FC para um amistoso em seu campo, para comemorar essa data e se preparar para a estreia da especial da cidade, que seria em março, contra o Orquídeas.

Além da falta de calendário, pelo amistoso acontecer durante a A2, o Tigre estava em uma péssima temporada com 4 derrotas e 4 empates no campeonato e mandou a garotada do Sub20 para o jogo festivo.
Conduzido pelo eterno árbitro Coca, figura carimbada na várzea de São Bernardo do Campo e em amistosos do Tigre, e que veio a falecer em julho desse mesmo ano, o jogo acabou com vitória aurinegra por 2 a 1, com gols de Sandrinho e Mangolim.

Ficha técnica:
GRÊMIO TABOÃO 1×2 SÃO BERNARDO
Competição: Amistoso Quinquagenário do Taboão
Local: Campo do G. E. Taboão, São Bernardo do Campo (SP)
Data: 24/02/2019
Árbitro: Cosme Aprigio de Araújo
Público: Portões Abertos
Renda: R$ 0,00
Gols: Grêmio Taboão: Lulu / São Bernardo: Sandrinho e Mangolim
GRÊMIO TABOÃO*: Guilherme Marques (Lucas Pereira), Juninho, Ney, Danilo Odair, Caio Roberto, Elton Luis (Matheus Mendes), Douglas Paulino (Vagner Correia), Antonio Carlos, Cleverson (Leandro Ventura), Italo e Lulu.
Técnico: Manta
SÃO BERNARDO FC: Matheus Biguetti (Gabriel Souza), Matheus Mendes, Felipe Santana (Yan), João Ribeiro, Rodrigo Rodas (Luis Almeida), Billy, Jefferson Fernandes, Roberto Cruz, Guilherme Robinho, Mangolin (Botucatu) e Sandrinho.
Técnico: Cléber Ferreira
*O time do Taboão foi montado através de relatos de quem acompanhou e jogou a partida, não temos documento oficial com os envolvidos.

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A Arena do Grêmio Esportivo Jardim Santo Alberto

Já que falamos recentemente do futebol amador de Santo André, resolvi postar umas fotos que fiz ano passado do campo do Grêmio Jardim Santo Alberto, que recebeu uma série de melhorias recentemente.

Encontrei essa foto do time, mas ainda não consegui pegar um jogo deles.

O campo tem uma estrutura bacana, além de contar com o gramado artificial.

Aí o gol da direita, com o morrinho ao fundo.

Uma vista do meio campo!

Os vestiários do time.

E o gol da esquerda.

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O campo do EC Nacional, o "vovô" da várzea andreense.

E hoje é dia de falar de um time super tradicional do futebol amador de Santo André: o Esporte Clube Nacional

O EC Nacional foi fundado em 2/1/1943, o que faz dele o clube mais antigo ainda em exercício na várzea da cidade de Santo André.

Vale a pena conhecer mais sobre o time em sua página do Instagram (veja aqui)

O Campo do EC Nacional fica na Rua América do Sul, 301, no Parque Novo Oratório, e além de receber os jogos do Nacional também tem grande importância no futebol amador da cidade.

Oficialmente, ele é chamado de C.D.F. (Campo Distrital de Futebol) Cidade dos Meninos “A”. Vamos dar uma olhada nesse lindo campo!

Olha aí o time de 2019:

Em 2017:

Em 2016:

Esse é mais um campo da várzea de Santo André, que recebeu gramado sintético. Olha aí o meio campo:

E por mais que eu ache que o gramado natural é um charme e muito mais tradicional, o sintético representa a oportunidade da várzea ter um gramado de qualidade constante, mesmo em dias de chuva. Esse é o gol do lado esquerdo:

E esse é o gol do lado direito. Olha que bacana a arquibancada na lateral do campo.

O Campo do Nacional já recebeu até os jogos das categorias de base do Ramalhão, veja uma matéria do amigo Bellotti sobre isso.

Além disso, segundo pesquisas do jornalista Fernando Martinez do Jogos Perdidos, já rolaram jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior no início dos anos 90. Pesquisando na Fundação Pró Memória, encontrei algumas matérias do Diário do Grande ABC que comprovam esse uso:

Enfim, são arquibancadas bem utilizadas!

Aliás, a arquibancada é bem imponente com seus vários degraus.

Nos dias de jogo além da própria arquibancada, a galera chega a ocupar as áreas acima dela.

A bandeira de escanteio segue firme.

Sabemos que muitos times que disputam o próprio campeonato profissional não tem um estádio tão bacana hein..

E olha o gol!

A entrada fica ali no lado direito, naquela rampa.

E tem banco de reservas coberto e tudo? Tem sim!

Um time com muita história e um campo muito bonito!

Esse ano o time disputou a Primeira divisão do Campeonato de Santo André, chegando `às Quartas de final contra o Comercial.

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O futebol em Ribeirão Pires

Sempre tive uma relação especial com a cidade de Ribeirão Pires. Desde a época em que estudava na ETE Lauro Gomes, depois com o rolê punk e atualmente graças a essa figura chamada Nélson, um grande amigo de arquibancada e da vida que nos convidou para registrar o Estádio Felício Laurito , a casa do Ribeirão Pires FC!


Ribeirão Pires é mais um território que teve grande presença indígena e provável palco dos encontros dos portugueses com João Ramalho e os tupiniquins. Quando da fundação de São Paulo, a cidade de Santo André acabou abandonada e assim a região em geral acabou meio esquecida, limitando-se a ponto de passagem.

Somente no século XVII, a região do ABC volta a se desenvolver, Ribeirão era denominada de Caaguaçu (“mata alta” em tupi guarani). O futuro nome da cidade foi homenagem à família de Antonio Pires de Avila, que chegou à região no início do século XVIII, 2 anos depois da construção da Igreja de Nossa Senhora do Pilar.

Se pelo interior do estado, o café transformou as paisagens com suas grandes plantações, Ribeirão Pires teve uma influência indireta: no século XIX, para escoar o café para o porto de Santos, foi construída a ferrovia São Paulo Railway passando pela região dando origem a uma série de madeireiras e olarias. Em 1885 surge a pequena estação de Ribeirão Pires.

Somente em 1896, foi criado o distrito de Ribeirão Pires, aqui uma imagem de 1905:

Em 1953, Ribeirão Pires se emancipou tornando-se município autônomo. Atualmente é uma estância turística e tem se desenvolvido de modo diferente da história industrial que caracteriza a região.

Mas, como não poderia ser diferente, a cidade possui uma grande paixão futebolística: o Ribeirão Pires FC.

Na verdade, o primeiro time da cidade foi o CA Internacional fundado em 8 de julho de 1911, mas que acabou mudando de nome para Ribeirão Pires Futebol Clube, em 19 de maio de 1912.

Aqui, o time que defendeu a camisa do Ribeirão Pires FC em 1918:

Embora o trabalho inicial fosse focado na constituição do clube, em 1919, o Ribeirão Pires FC entra para a história ao disputar o primeiro campeonato da região, ao lado de: Serrano, Brasil, AA São Bernardo, São Caetano EC, Primeiro de Maio FC (que jogou como União Team por estar filiado à APEA naquele ano) e do Corinthians FC que sagrou-se campeão, recebendo Taça Senador Fláquer.

Esse foi o time que jogou o campeonato de 1919:

A partir daí, o RIbeirão Pires FC passou a disputar vários jogos e campeonatos importantes não só na região, como partidas na capital e em Santos e como o futebol ganhava visibilidade, em março de 1923 começa a ser construído um novo campo de futebol, nas proximidades da rua Major Cardim.

Esse era o time de 1923:

Em 1926 filia-se à Liga de Amadores de Futebol em 1927 debuta em competições oficiais jogando a Série Principal da Divisão Santista da LAF, mas abandonou a competição e acabou desclassificado.

Alguns dos resultados dessa competição:

Em 1927, disputa um amistoso contra a A. Portuguesa, como registrou a página de “sports” do Correio Paulistano de 4 de junho daquele ano:

Em 5 de agosto de 1934 vai até Bragança Paulista enfrentar o EC Bragantino, com o time abaixo:

Em 1936, um levantamento feito neste ano mostra que o time jogou 556 partidas, com 352 vitórias e 136 empates. E esse foi o time:

Em 1940, o Ribeirão Pires FC mandava seus jogos no campo situado ao lado da Rua Capitão José Galo, ao lado do prédio do Fórum. É ali que, em 1943, disputa o Campeonato Paulista do Interior. O time que fez história é esse:

Aí está o grupo da 26a região, onde estava o Ribeirão Pires FC:

Aqui, alguns dos atacantes deste time histórico: Pinheiro, Caetano, Tuiti, João e Turelli:

Se até então as sedes se mostraram sempre provisórias, em imóveis emprestados, em 1947 foi comprado a área onde atualmente está o Ribeirão Pires FC e que só seria inaugurada em 1978:

Em 1949, sagra-se campeão invicto da Liga Santoandreense, mas o início dos anos 50 foram dedicado à construção do Estádio Felício Laurito, inaugurado em 15 de novembro de 1956 em um jogo contra o Palmeiras. A equipe paulistana venceu por 4 x 2, mas o dia foi de festas, como se vê na foto abaixo:

Aqui, uma imagem do dia do jogo:

Por um período, logo após a construção do Estádio Felício Laurito (na foto abaixo, do lado direito), os dois campos de futebol continuaram em atividade, enquanto o “campo velho” era usado pra treino e emprestado para outros clubes, o novo Estádio era reservado para os jogos do Ribeirão Pires FC.

Em 1960, o Ribeirão Pires FC sagrou-se campeão municipal invicto!

As fotos acima foram retiradas do incrível livro: “Sob a luz de um lampião nasceu o Ribeirão”, de Roberto Bottacin (aqui nesse link da estante virtual até hoje cedo, ainda havia um por meros R$ 9,90!!!)

Encontrei algumas imagens, que confesso ter perdido a fonte (se você for o dono, me avisa e eu dou o crédito) que registram outros esquadrões:

Essa é do Jornal Mais Notícias e apresenta o time juvenil de 1965:

Enfim, depois de tanta teoria, vamos à prática! Um rolê pelo Estádio Felício Laurito ao lado dos amigos Gó e Nelsão!

Então é hora da nossa tradicional imagem do estádio, começando pelo meio campo:

O gol da direita:

E o gol da esquerda:

E um olhar geral sobre esse lindo Estádio!

O Estádio está literalmente dentro do clube, então tem uma série de cuidados que normalmente não veríamos em outros campos, como esses bancos de onde se pode assistir os jogos:

Junto ao campo há também uma pista de atletismo:

Lááá do outro lado, estão os bancos de reserva.

Esta é a arquibancada de onde tirei as fotos do campo.

Olhando lá do outro lado, as imagens “invertidas”, esse é o gol da direita (atrás dele está o ginásio do RPFC).

O meio campo, tendo as arquibancadas como destaque:

E o gol da esquerda com o salão social ao fundo.

E aí os 3 patetas…

O entorno do estádio possui vários detalhes e muitos cuidados dando um ar todo especial ao lugar…

Encontrei até uma versão antiga do distintivo antigo em uma das portas:

Olha aí um adesivo declarando o amor ao clube…

E o que dizer dessa sala de troféus? Quanta história está aí registrada?

Aproveitamos ainda para dar uma olhada na quadra de futsal.

O futsal é bastante valorizado no RPFC!

Arquibancadas em dia!

E assim, com mais um estádio registrado, voltamos para casa com a certeza da missão cumprida!

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O futebol em Santo André: CA Piratininga

Com o lançamento da Enciclopédia do Futebol pela Federação Paulista, vários campeonatos antigos acabaram ganhando atenção, como o Campeonato Paulista do Interior, e pesquisando a edição de 1943, encontrei a participação de um time pouco conhecido aqui de Santo André, o Clube Atlético Piratininga.

O CA Piratininga foi fundado em 29 de setembro de 1939 e teve seu jogo de estreia: contra o time do Parque das Nações, um empate de 0x0.

A partir de 1940, o CA Piratininga passou a ganhar mais notoriedade, tanto que o time juvenil foi convidado a disputar a preliminar do jogo de despedida do Estádio do Primeiro de Maio (na rua Campos Sales, defronte à Catedral do Carmo).

O adversário foi o São Paulo FC, cujo time principal enfrentaria o dono do Estádio: o Primeiro de Maio FC. O time juvenil do CA Piratininga, da foto abaixo, conseguiu segurar o time da capital num 1×1. No jogo principal, o tricolor paulista amassou o Primeiro de Maio FC por 8×0.

A foto do time juvenil foi tirada do livro “A história do futebol em Santo André“, do Paschoalino Assumpoção, é um livro barato e muito completo sobre o futebol amador na cidade de Santo André (em 5/2/2022 tinha um por R$ 6 neste link.)

Outra fonte importante para esse trabalho foi o livro “Os esquecidos“, realizado pelo DataToro / RedBull, com pesquisas de Antonio Ielo, Fernando Martinez, Júlio Diogo e Marcio Javaroni e editado pelo Rodolfo Kussarev.

Na sequência, a partir de 1941, o time passou a jogar a segunda divisão da liga Santoandreense, até que finalmente, em 1943, o CA Piratininga participou do Campeonato Paulista do Interior enfrentando os times do ABC, Guarulhos e Franco da Rocha, como apresentado no livro “Os esquecidos – Arquivo de Futebol Paulista” (no detalhe, o time é apresentado como sendo de São Bernardo, e com um escudo diferente do que se vê na foto acima, do time posado):

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Futebol Amador em Santo André: A.A. Náutico

Eae, você conhece os times da Liga de Futebol Amador de Santo André? Se não, dê uma olhada nesse link e conheça todos eles!

Provavelmente você tem um time profissional do coração pelo qual é apaixonado, mas espero que um dia você tenha a chance de participar do time da sua área, do seu bairro… Independente do lugar onde você mora, acredite: seu bairro é algo muito importante para você. Mesmo que você trabalhe ou estude longe, o seu bairro é a sua casa. Talvez ele já tenha um time e você nem saiba disso. Pode ser que seja a hora de você dar um pulo para ver se não pode participar jogando, torcendo ou mesmo apoiando os diversos projetos que normalmente rolam ao lado de um time amador, principalmente nas periferias. Hoje, a gente deu uma chegada no Parque Erasmo

Nosso objetivo era registrar o campo e um pouco da história do Náutico (embora se diga “o” Náutico, o nome do time é Associação Atlética Náutico).

Para saber um pouco mais da história, contamos com a ajuda do amigo Mauro de Britto, um cara muito envolvido com o Náutico (dentro e fora do campo) e com o futebol da cidade (também é grande frequentador das arquibancadas do Brunão).

Ele não só conversou bastante, como conseguiu contato de várias pessoas ligadas à fundação do Náutico que nos ajudaram a entender um pouco da história desse tradicional time de Santo André.

O time foi fundado como Associação Esportiva Náutico em 5 de maio de 1965 por moradores do bairro: Paulinho, Zitão, Josué, Maurinho entre outros. O nome do time foi dado pelo Nelsinho (lateral direito), provavelmente em homenagem ao Náutico Capibaribe. Já o distintivo seria uma homenagem ao do Santos.

Outras boas lembranças saíram da conversa com o pessoal, por exemplo, foi citado o Zé Macedo, que chegou a ser Presidente do clube, o Wilsinho, o Baixinho, irmão do Mazolinha e… o Lambão, cujo nome é João Carlos e é considerado por muitos como o melhor goleiro da história do Náutico, olha ele aí:

Um dos pioneiros que ainda frequenta a Arena Coná até hoje é o Vilelinha, ponta esquerda insinuante, alegria dos jogadores e da torcida com as suas brincadeiras. Na época em que jogava, o campo não tinha vestiários e os jogadores vestiam os uniformes no barranco.

Outro fato bacana que foi lembrado foi a partida de estreia do Náutico. O jogo foi fora de casa contra o SECI (na época: Sociedade Esportiva Cidade Imaculada). O segundo quadro venceu por 1×0, com gol olímpico do Betinho (goleiro do primeiro quadro e que jogou na linha no segundo quadro). O resultado do primeiro quadro… Ninguém lembrou hehehe… Se alguém aí souber, comente aqui!

Os primeiros times jogavam com as camisas brancas:

Logo adotaram as camisas com listras:

Aqui, Josué e Valtão, dupla de ataque inesquecível do Náutico, de 1968:

Ainda em 68, esta outra fotografia nos relembra grandes jogadores da história do Náutico. E também grandes dirigentes. Dentre eles, o quarto em pé, também foi diretor do Náutico é o Kidão falecido recentemente e o Nelsão terceiro em pé da esquerda para a direita.

Nelsão hoje é fazendeiro!

Em 1977 quando o Náutico estava meio parado e com dificuldades financeiras, os diretores da época (Nelsão, Kiko do bar, Valtão e Josué) junto do presidente Fernandinho decidiram mudar a denominação do time (de Associação Esportiva para Associação Atlética Náutico) zerando as dívidas da época.

Outra informação bacana, é que o time revelou vários jogadores profissionais, como Dadinho, que começou no Saad, e se tornou o maior artilheiro da história do Remo. Esse é o Dadinho, atualmente:

Além dele, também passaram pelo Náutico Donizete Chapecó, Césinha e essa craque da foto abaixo: Moacir Severínio, o “Passat“, que jogou na maioria dos times da várzea do ABC, e como nasceu ali pertinho do campo, foi cria do Náutico . Chegou a jogar profissionalmente no Santo André, no Aclimação, no Operário de MT, no Jabaquara de Santos, entre outros…

Além disso, nos anos 60, Tulica,um dos maiores craques do Ramalhão, também fez parte do time, olha ele aí, o segundo agachado da esquerda para a direita:

Esse era o segundo quadro daquele time:

Destaque também para a Família Alencar, com 6 jogadores no time do Náutico. Nessa foto: Tião, Naldo, Rubens, Ninha (conhecido como Carrero nas categorias de base do Palmeiras) e Erivaldo. Na outra foto abaixo, está o Nenê (Edvaldo).

Aqui, a família Silva que também contribuiu com cinco atletas para o Coná: quatro irmãos e um sobrinho que é o Sandro. Da esquerda para a direita: Sandro, João Carlos, Nepês, Bicão e Prê. Todos bons jogadores, o Sandro chegou a jogar na Portuguesa de Desportos e Mauaense, Bicão jogou em vários clubes da várzea e Prê o mais velho foi o grande craque da família com passagens pelo juvenil do Santos, jogou na seleção de São Bernardo e grandes times da várzea.

Na época em que o Náutico estava com as atividades em baixa, em 1975 surgiu na área esse time histórico, o “MEC” (Movimento Esportivo Congonhas), obra do Zé Borges “Zézinho”, do Mauro e o Dadinho! Os vários craques nesse time como Alfredinho, o Baianinho, Dia (irmão do Bona) faziam a galera acompanhar o time até nas outras cidades nas disputas da Copa Diarinho. Foram tão bem que trouxe ânimo pro pessoal voltar a por o Náutico pra jogar.

Havia também outro time de salão, o CAP, que tinha o Tulica como um dos destaques, e que também era formado por jogadores do Náutico.

O Nelsão comentou lembrando outros nomes: Paulinho, irmão do João Luiz, que na época jogava no time do Ouro Verde, e que fez parte da fundação, Vartão e o Josué jogavam no Nacional, e também fizeram parte da fundação. Outros como: Albeja, Zé Flor, Fernandinho Istrupicio massagista, Goiaba pai do Tulica, Capilé irmão do Tulica, Sr. Francisco, Eduardo da Padaria. E tem também o “Bibi”, que se estivesse vivo, estaria com 61 anos, um dos maiores torcedores e responsáveis por marcar os jogos com outros times. Um dos protagonistas na história do Náutico, altruísta, abnegado, amou o time na sua forma mais sublime.

Aqui, o Chiquinho, um grande quarto zagueiro, provavelmente está numa seleção de todos os tempos do Náutico de quem o viu jogar. Uma técnica apurada, liderança e muita raça dentro de campo. Na época em que as empresas contratavam os grandes jogadores da várzea para disputas de campeonatos, foi parar na Ford, onde se aposentou. Hoje vive no litoral com a esposa e é cantor nas casas de shows do Baixada Santista.

Aqui uma foto dos anos 80:

Uma foto de um time mais recente, de 1989:

Esta sem data correta, mas de um festival vencido pelo Náutico!

Aqui, outra formação do Náutico. Entre os jogadores de camiseta branca Evandro, um dos grandes dirigentes da nova geração. De camiseta vermelha, Carequinha que era juiz, técnico, massagista, roupeiro, um autêntico faz tudo na equipe. Ao seu lado o Fernandinho que foi o presidente na volta do Náutico em 1977. Uma pessoa que amava tanto o time que até se comprometeu com o SPC com dívidas do time. Carequinha e Fernandinho são falecidos.

O time de 1996:

O time de 2014:

O Náutico também é chamado de Coná (de certo modo um anagrama que nasceu de quando a torcida cantava repetidamente “NáutiCOOONAAAAutico). Por isso, o campo do Náutico é conhecido como “Arena Coná“. Vamos dar uma olhada?

Embora ainda seja o tradicional “terrão“, o campo é muito bem cuidado e considerado uma verdadeira joia da região.

Uma visão do meio campo da Arena Coná:

O gol do lado direito:

O gol do lado esquerdo:

Tem sido uma nova experiência conhecer mais de perto os times e campos do futebol amador de Santo André.

Olha que bonita a sala de troféus do time! Quantas conquistas, vitórias e histórias…

O time segue jogando e mostrando a importância do futebol no aspecto cultural do bairro. Esse é o atual presidente, o “Ratão”, que também foi goleiro no Náutico.

Aqui, o time posado de 2018, com a faixa de sua torcida organizada, a FANÁUTICOS, criada pelo Evandro Damasceno, que foi jogador – invicto 2 anos sob a presidência do “Mu”- e vice presidente, sendo o responsável pela melhoria no telhado do nosso Coná:

Esse, o time semifinalista da Copa juvenil de Santo André de 2002:

Encerro o post com uma foto mais que especial, pois mostra a força do futebol amador! No meio da foto está o amigo Mauro Britto, que ajudou a reunir todo esse material, ao seu lado, de azul está o Kiko grande centroavante que fez história no Náutico, e o de amarelo, é o Zé Borges, conhecido como “Zezinho” que já trabalhou no São Paulo e atualmente é um treinador bastante renomado no Camboja, depois de ter feito sucesso na Tailândia!

Agora no fim de 2021, rolou um encontro pra fechar o ano e teve a presença de várias pessoas como Bicão, Vilela, Gilberto, Batata e Bona.

Sandro, diretor do Náutico e também o faz tudo na equipe e Fininho, dono da Padaria Brasil Gigante e um dos patrocinadores do time.

Esse é o Molinari, que conseguiu com o Zé dos Bilhares Bezerra, a construção dos primeiros vestiários no campo do Náutico.

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Oitavas de final da Copa Santo André

Aclimação EC x União Andreense

Com os problemas gerados pela pandemia, todo mundo estava ansioso pela Copa Santo André 2021! Assim, a várzea de Santo André está em festa e ao mesmo tempo as torcidas estão com os nervos a flor da pele, já que é um mata mata que não permite vacilo! Maiores informações podem ser vistas na fanpage da página da Copa (clique aqui).

A Copa Santo André tem cobertura do pessoal da TVila Sports (clique aqui e conheça a fanpage dos caras), o canal de TV focado em esportes, que nasceu para ser a voz que sempre faltou à periferia.

As oitavas de final já chegaram com jogos eletrizantes! E sabendo da importância desse rolê, a gente não podia ficar de fora, e fomos acompanhar Aclimação EC x União Andreense FC!

Então, sigamos para a Estrada do Cata Preta, 810, lá na Vila João Ramalho.

Além deste jogo, as oitavas de final da Copa contaram com: Val Paraíso 4×0 Boa Esperança, Batuquinho 1×1 União São Luiz (2×1 nos penaltys), Comercial 2×2 SAJEA (2×1 nos penaltys), Humaitá x Sorocaba, União do Morro x União da Vila, Unidos da FG x União Jardim Stela, Flamenguinho 2×4 Vila Sá. Mas, voltemos à Arena Jardim Irene para a nossa partida!

E chegando no campo, muito bacana ver como as torcidas abraçam o futebol na várzea!

Estivemos bem acompanhados nessa partida, pelo amigo “Gó”, uma figura tradicional nas arquibancadas de Santo André

A torcida do Aclimação EC se fez presente na Arena Jardim Arena!

E o pessoal do União Andreense, também! Olha aí a faixa da Torcida Organizada Fanáticos de Amor!

Dá uma olhada no clima! do estádio

O campo foi reformado recentemente e é muito importante ter espaços como esse para a comunidade local e pra todos que amam o futebol.

Diferente dos jogos profissionais, a várzea ainda permite as bandeiras com mastro, dando um clima especial à bancada!

Em campo, o Aclimação começou quente e logo fez 1×0, para a festa da torcida. Será que o time repetiria a goleada da rodada anterior?

Minutos depois, outra grande chance pro Aclimação e a torcida foi a loucura!

Quase esqueço de fazer nosso tradicional registro. Aqui, o meio campo:

O gol da esquerda (para quem está ali na arquibancada):

E o gol da direita:

E olha lá o escanteio pro time grená!

Não vou contar hoje a história do Aclimação EC hoje, porque teremos um post específico sobre o time, uma vez que o time representou a cidade de Santo André na terceira divisão do Campeonato Paulista de 1982.

Olha que linda é a camisa alvi-grená!

E se você reparar no detalhe do chapéu, verá que o Aclimação não se limita ao futebol masculino… Olha a várzea dando mais uma lição aos times profissionais!

O Aclimação é sem dúvida, um time com muita tradição e importância no futebol de Santo André e isso se reflete em uma torcida apaixonada e sempre presente!

Embora o Aclimação tivesse começado melhor, o União Andreense não perdeu a cabeça e seguiu apertando, aproveitando alguns contra ataques.

Fim do primeiro tempo e o time do União Andreense se reuniu para propor uma estratégia capaz de furar o bloqueio do Aclimação.

Mas o Aclimação também não deixou de se apoiar como time para garantir a classificação às quartas de final!

Ou seja… O segundo tempo prometia!!! O jogo seguiu parelho e muito disputado, e quem achava que o 1×0 estava garantido… O União Andreense chegou ao empate, colocando fogo na partida!

É necessário dizer que o jogo foi disputado, mas muito leal, sem nenhum tipo de problema.

Além disso, diferente de muitos jogos do futebol profissional, o jogo não teve nenhum momento de ficar só no chutão e bola pro alto, os dois times saiam pra propor o jogo e criavam oportunidades para vencer a partida!

Imagina a tensão da torcida do Aclimação … A partida estava caminhando para decisão por penaltys…

Mas a tensão logo se transformaria em festa… O Aclimação fez 2×1 já no finzinho do jogo e sacramentou sua classificação para as quartas de final!

E vamos à festa, torcida!!!

E que a festa se multiplique em todos os campos, de todos os bairros e quebradas de Santo André, mostrando que o futebol é mesmo uma manifestação cultural do povo brasileiro! Parabéns a todos os times, torcidas e envolvidos na organização da Copa Santo André, que já é um sucesso!

APOIE O TIME DA SUA QUEBRADA!

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