O Estádio do Arruda – A casa do Santa Cruz FC

Ainda no rolê por Recife, sob a paixão do seu litoral, lindo durante o dia e mesmo durante a noite…

Como a grana anda curta, não deu pra trazer nada de grandes lembranças, apenas esse singelo boné de Pernambuco que acabou nem chegando em Santo André… Perdi entre o aeroporto e nossa casa 🙁 Que esteja feliz em uma nova cabeça.

No post anterior (sobre o Estádio dos Aflitos) falei um pouco do valor cultural do rolê para Recife e reforço a importância de conhecer ao menos o Museu do Homem do Nordeste (machista essa generalização da “raça humana” né?).


Algumas obras retratam o início da colonização em Pernambuco e o importante papel dos indígenas e africanos na formação da capital e do estado como um todo.

Importante reconhecer as celebrações (algumas delas religiosas) africanas e afro-brasileiras.

E também para poder ter acesso a objetos importantes da nossa história como essa urna, onde provavelmente eram guardados os restos mortais dos indígenas.

E sim, a gente fez todos os rolês de turista não só no litoral da capital como nas cidades ainda mais turísticas. Vale banho de lama? Vale! Da lama ao caos, do caos à lama!

E os vários roles pela cidade mostraram como podemos ter uma cidade importante integrada aos rios que a cortam, de uma maneira diferente do que nos acostumamos em São Paulo.

Em suma… Se possível, visite e conheça Recife, sua cultura, sua gente, suas praias etc… E não deixe tampouco de conhecer seu futebol! Pra isso, depois de falarmos do Estádio dos Aflitos (o campo do Náutico), fomos conhecer a casa do clube das multidões, do mais querido: o Santa Cruz Futebol Clube!!!

Falamos do Estádio José do Rego Maciel, o Estádio do Arruda!

Vale lembrar que já falamos da história do clube pernambucano no post sobre a sua camisa:

hino ramalhao 030

O tricolor pernambucano tem uma casa que impõe respeito e que atualmente capacidade para 60.044 torcedores, sendo assim o maior estádio do estado e entre os dez maiores da América Latina.

O Arruda já foi palco de vários jogos internacionais, entre eles eliminatórias e amistosos da Seleção brasileira.

O próprio José do Rego Maciel foi quem captou os investidores que bancaram a construção do estádio e em 1954 começou a se projetar a construção do “Alçapão do Arruda“, mas, apenas em 1965, a construção teve início, o que na época seria o quarto maior estádio particular do mundo.

Foi graças a muitas doações da própria torcida que o Santa Cruz Futebol Clube conseguiu construir seu estádio. Em 4 de junho de 1972, em um amistoso 0x0, contra o Flamengo, o Estádio do Arruda foi inaugurado oficialmente, frente a 64 mil torcedores.

Em 1º de agosto de 1982 foi inaugurado o anel superior, tendo a capacidade elevada para 110.000 torcedores. Em 2000, os os estádios brasileiros tiveram sua capacidade reduzida quase à metade pela nova legislação da CBF, e a capacidade do estádio caiu para 65.000 torcedores.

Aqui, o pessoal da gestão do Santa que nos recebeu para conhecermos esse lindo estádio por dentro!

Como sempre digo, é uma verdadeira honra poder registrar um estádio tão importante para o futebol brasileiro como o Arruda!

O anel superior deu ao estádio um visual ainda mais impactante. Agora em 2022, o Santa tem disputado a série D e tem levado grande público às arquibancadas!

Aqui um olhar sob o gol da esquerda:

O gol da direita:

E o meio campo:

Aqui, o banco de reservas:

Emocionante, não?

Vale ressaltar, que mesmo vestido a camisa do Ramalhão, tivemos todo respeito com o time e torcida do Santa!

Ah, vale ressaltar também os grafites na parte interna do estádio! Lindos e históricos!

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Destemidos de Azul e Branco – Livro homenageia campeões do Londrina

A dica de hoje é o livro “DESTEMIDOS DE AZUL E BRANCO“.

Obra de uma verdadeira seleção: de um lado, o poder das palavras (e da memória) do jornalista e amigo Felipe Lessa, completando o time, o talento do desenhista Enéas Ribeiro Corrêa. Essa dupla foi a responsável por materializar a história do Londrina, de um jeito diferente, por meio da biografia de jogadores e pessoas ligadas ao time.

Felipe Lessa e Enéas Ribeiro Corrêa

Em uma mistura de palavras e imagens, é possível conhecer não só um pouco da história dos jogadores, como dos cinco títulos paranaenses conquistados pelo Londrina, em 1962, 1981, 1992, 2014 e, mais recentemente 2021. E a torcida do Londrina também está materializada nessa obra, por meio de alguns dos tradicionais torcedores da equipe do interior paranaense.

Como a maioria dos livros sobre futebol, Destemidos de Azul e Branco nasceu de um sonho de torcedor e só foi materializado graças a muita dedicação da dupla de autores.

Conheço o Felipe há vários anos e acompanhei nos últimos meses a sua correria para conseguir produzir e bancar essa iniciativa tão bacana. Mais do que um torcedor do Londrina, Felipe é um entusiasta e pesquisador sobre a história e o futebol paranaense, e sempre ajudou o nosso site com informações e dicas sobre o futebol paranaense.

Se por um lado teve toda essa correria pra fazer o livro acontecer, a parte prazerosa ficou para as conversas com os jogadores e demais biografados (difícil foi escolher das mais de 50 conversas as 33 que se transformariam no livro).

O livro teve um evento de lançamento no dia 18 de junho, na Tuba Store, a loja do Londrina localizada na Gleba Palhano e teve grande aceitação pela torcida do time e pelos estudiosos do futebol em geral. Claro… infelizmente, a mídia reforça um distanciamento do futebol do interior, principalmente do Paraná, como se só houvesse futebol nos tradicionais centros RJ-SP, e por isso mesmo, essa é mais uma obra de resistência frente a essa hegemonia.

Para os interessados, o livro pode ser adquirido diretamente com o autor, via WhatsAPP: 41 8862-1503

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O Estádio dos Aflitos – A casa do Clube Náutico Capibaribe

A pandemia da Covid 19 fez com que as viagens de 2020 e mesmo 2021 fossem canceladas, o que foi essencial para a saúde coletiva. Assim, só no fim do ano conseguimos fazer uma viagem mais longa, passando a virada para 2022 na histórica cidade de Recife.

Terra que teve como primeiro donatário Duarte Coelho…

Mas, muito antes de Duarte Coelho e demais portugueses (e holandeses), ali viveram diversas etnias indígenas, como os Caetés, conhecidos como “inimigos da civilização” e que acabaram exterminados, depois de serem suspeitos de terem devorado o bispo Sardinha e terem se levantado após a fundação de Olinda. Não existem registros imagéticos dos Caetés, mas sim dos Tarairiú que junto dos Caetés e dos Cariri ocupavam a região de Pernambuco.

É incrível como o Brasil é rico em opções de passeios maravilhosos… Uma pena que tudo seja tão caro… Mas fiquei muito feliz de poder conhecer algumas das praias de Recife e da região.

Mas Recife é muito mais do que um destino pra curtir praias, é uma baita cidade com uma história incrível, vários museus e muita coisa gostosa de se viver.

Pra falar da história local, eu separei dois vídeos do Eduardo Bueno (Canal Buenas Ideias) que falam de momentos chave da cidade:

Mas, além de praias, rios, museus e um pouquinho da história, também fomos visitar os 3 estádios mais importantes de Recife e comecemos falando do Estádio dos Aflitos, a casa do Clube Náutico Capibaribe!

Pra quem não se lembra, a gente contou um pouco da história do Náutico em um post sobre a camisa nº 31 do blog (clique aqui e leia!)

A primeira coisa bacana do Estádio é a loja oficial do Náutico, a “Timbushop” (clique aqui para comprar online!) com várias possibilidades de souvenir e lembranças do time.

Destaque para o livro do Mirandinha.

Diferente de muitos estádios, fomos super bem recebidos nos Aflitos! Um abraço para o amigo que trabalha lá na portaria (que eu acabei esquecendo o nome) que nos acompanhou pelo role.

Falando um pouco sobre o “Aflitos”, o nome oficial do Estádio é Eládio de Barros Carvalho, e tem esse apelido porque fica no bairro dos Aflitos.

O Estádio foi arrendado pela Federação Pernambucana em 1917 para os jogos do campeonato pernambucano, e só anos depois o Náutico adquiriu o local e acabou construindo ali sua sede.

Pra mim, foi uma grande emoção poder visitar o Aflitos, afinal, o conheci visualmente ainda nas figurinhas, depois nas partidas pela TV e pela Internet. Faltava esse olhar “ao vivo”. Linda e única a arquitetura do prédio da frente, que abriga a loja!

Agora, é hora de finalmente adentrar ao estádio…

E aí está sua linda arquibancada, que tem como recorde de lotação 31.613 torcedores, em 1970 no jogo Náutico 1×0 Santa Cruz, pelo campeonato pernambucano.

A inauguração do estádio ocorreu em 25 de junho de 1939 em um Clássico dos Clássicos (Náutico 5×2 Sport) valendo a decisão do segundo turno do Campeonato Pernambucano.

Aqui, o gol da esquerda, perceba quantos prédios já existem ao redor do campo:

Embora os recordes de público sejam superiores aos 30 mil lugares, esta foi sua capacidade oficial até 2002, quando houve um redimensionamento no espaço exigido por torcedor (por segurança) baixando sua capacidade para 22.856 torcedores. E este é o gol da direita:

Em 1953, o estádio ganhou o nome de “Eládio de Barros Carvalho” em homenagem ao histórico presidente do Náutico.

A partir de 2016, com a construção da Arena Pernambuco, começa a se cogitar sua demolição (!!!) para dar lugar a um centro comercial. Um verdadeiro crime ao patrimônio e à história não apenas do Náutico, mas do futebol pernambucano e, por que não, brasileiro… Olha só essas lindas cadeiras cobertas:

Porém, além de longe, a Arena de Pernambuco é aquele típico estádio “neutro” que não cria um clima de alçapão e pra piorar, jogar lá ainda custava caro… Assim, uma Assembleia Geral dos associados decidiu que o Náutico deveria voltar a jogar nos Aflitos, dando origem à campanha Voltando Pra Casa.

A previsão era reabrir em abril de 2018, porém, por conta das dificuldades somente em dezembro, em um amistoso contra o Newell’s Old Boys, com vitória pro Náutico por 1 x 0.

Em 2019, foi o palco do acesso à série B do Brasileiro, com direito a muita emoção e gol aos 49 minutos do segundo tempo!!

Mas nem só de alegrias se faz um time e um estádio. Em 2005, o Aflitos foi palco da história mais louca da série B, mas nesse caso com um final triste para o Náutico, na chamada “Batalha dos Aflitos”:

Por isso, pra mim, estar aqui significa fazer parte por alguns minutos de todas essas histórias!

O Estádio dos Aflitos soube fazer de si mesmo um recordo a parte dessas histórias, como nos nomes dos seus setores:

No dia da nossa visita, o “Dragão” era o grande parceiro do time e ilustrava todo o campo.

Mesmo com tantas coisas legais, um litoral lindo com direito até a tubarões, a vontade de sair dali era muito pequena… Fora o sonho de poder assistir uma partida ali…

Mais uma vez agradeço ao pessoal do estádio, da loja e do próprio clube por ter liberado o nosso rolê por esse estádio incrível…

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São Bernardo FC 1×0 EC Santo André

2 de julho de 2022. O sabadão de sol dá sequência ao novo mês, tempo de férias e alegrias, mas…. A tensão está no ar, é dia de clássico regional no ABC: São Bernardo FC x EC Santo André.

O jogo é na casa do Tigre, o Estádio Municipal 1º de Maio.

Em campo, o Ramalhão tem 3 rodadas para conseguir a sonhada classificação… Enquanto isso, o São Bernardo FC mantém se isolado na liderança, sem ter levado um único gol no campeonato, o que fez até a Globo ir cobrir o goleiro batateiro.

A torcida ramalhina se faz presente como bom visitante que sempre o é.

A do São Bernardo FC também faz seu papel!

E se tem torcida e rivalidade… Tem confusão!

Pode parecer uma coisa pequena e idiota… Uma tarde de sol… Pouco mais de 100 pessoas… Uma cidade? O que representa nos dias atuais uma cidade?

E ali, lado a lado, a gente se esquece das coisas ruins, se abraça, canta, xinga… O futebol ainda é um jeito simples de se alcançar algum nível de felicidade.

Mas a série D não tem coração. Não há espaço para histórias bonitas. Para lições de vida… O time do Santo André é um exemplo de dedicação, de entrega e de proximidade com a torcida… Mas infelizmente nada disso foi suficiente para nós…

O resultado foi uma droga. Perdemos mesmo de 1×0. Mas os amigos ainda fazem valer a pena.

Mas tem mais. Ao fim do jogo, parte do nosso time veio até os alambrados pra pedir um último apoio… Ainda temos chances e foi incrível ver e ouvir o Éder Paulista e o David pedir pra que a torcida não desista!

No final do jogo… a polícia militar nos fez aguardar 40 minutos pra poder ir embora…

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