Agora que acabamos de postar nossas aventuras pelos estádios do Noroeste paulista, vamos publicar os relatos sobre alguns jogos que fomos recentemente, sempre com o objetivo de registrar seus estádios, os times, as torcidas e o jogo em si, guardando para futuras gerações a história do futebol paulista das divisões de acesso.
O jogo de hoje aconteceu no dia primeiro de agosto de 2015, no Estádio Antonio Soares de Oliveira, o “Ninho do Corvo”, em Guarulhos.
O espetáculo teve como palco uma bela e ensolarada manhã de domingo. E mesmo não sendo ao lado do ABC, fizemos questão de ir até Guarulhos para rever os amigos hardcoreanos que curtem o time local!
Vamos dar uma olhada no clima do jogo?
O campo estava bem ruim, com várias “intervenções” feitas com areia para tentar corrigir os problemas…
Compare com uma foto que fizemos em 2010:
O AD Guarulhos ainda tinha chances de classificação, mas poucos torcedores acompanharam a partida.
O jogo começou amarrado, como a maioria dos jogos da série B. O primeiro tempo virou 0x0.
Mas, o EC São Bernardo abriu o marcador no início do segundo tempo.
O Estádio Antonio Soares de Oliveira já esteve muito bem cuidado anos atrás, mas atualmente ele não está lá muito bem…
Os visitantes, vindos do nosso querido ABC fizeram 2×0, para a desolação da torcida local.
Mesmo sem chances de seguir no campeonato, os torcedores da AD Guarulhos ainda tiveram disposição para apoiar o time e bater um papo com a gente!
O papo foi animador, tanto que a AD Guarulhos fez seu gol!
Festa na bancada Guarulhense!
Seria o início da reação incrível que levaria o time de Guarulhos para uma revolução na tabela chegando à série A3?
Não. AD Guarulhos 1×3 EC São Bernardo.
O time da AD Guarulhos literalmente ligou o f***-se e foi pra cima. Falta perigosa, na entrada da área…
E nada. No contra-ataque, AD Guarulhos 1×4 EC São Bernardo.
Fim de jogo.
Bom momento para reparar no céu azul e nas pipas que faziam uma competição a parte ali em cima da gente.
Ou, se você preferir… Hora ideal para um papo com a arbitragem… Né não, Raphael, vulgo “cabelo”.
Foto dos 8 bravos torcedores!
E… pós jogo, é hora de um desafio… Torcida presente x reservas do Guarulhos.
Raphael foi pro gol, mas quem disse que teve jogo? É que o time de Guarulhos não tinha reservas…
Dessa forma, a torcida ganhou por W.O. e sagrou-se campeã do desafio “torcida x time reserva”.
Aqui, foto do forte time formado por torcedores:
Hora de ir embora. Não sem antes parar em um brechó de Guarulhos, para ver umas camisas de futebol usadas.
Bigodes de queijo a parte… A nossa viagem chegou ao fim. Ainda pela Rodovia Washington Luiz, decidimos visitar nosso último estádio em Araraquara.
A ideia não era visitar o estádio da Ferroviária, mas sim, um estádio realmente perdido, escondido em meio à plantação de cana, também dentro de uma usina, assim como foi o primeiro da nossa viagem (em Ibaté, cidade vizinha, veja aqui como foi).
Falamos do Estádio Comendador Freitas, que também já foi chamado de Estádio Garibaldi Pereira, localizado na Usina Tamoio, mais uma usina do grupo Raizen.
Tamoio era um distrito de São Carlos e só posteriormente passou para Araraquara.
O estádio pertencia ao extinto Tamoyo Futebol Clube, mas outros times mandaram seus jogos lá, como o Ibaté Futebol Clube e a Usina Tamoio FC (antes AA Tamoio).
Mas, infelizmente não pudemos entrar para registrar o estádio 🙁
Estamos em negociação com a diretoria e a assessoria de imprensa da Usina para conseguir uma autorização, mas… Para você que nos acompanhou nos 19 estádios anteriores, conseguimos algumas imagens do campo e também da igreja, que ficam na parte interna.
Descobrimos ainda, que o vereador Donizete Simioni e o historiador Rogério Belmiro Tampellini estão na luta para que o Estádio Comendador Freitas, a Igreja e as edificações nos arredores sejam tombados como patrimônio histórico e cultural.
E olha que lindo o estádio:
Nessa imagem mais antiga, fica ainda mais charmoso:
Ainda encontramos algumas fotos do lado interno, procurando pela Internet, de coisas mais recentes:
A essas verdadeiras obras de arte do passado:
Suas arquibancadas tem capacidade para 2 mil torcedores e já foram usadas tanto para torcedores de futebol como pela população em geral em festas e comemorações cívicas.
O Estádio foi construído em 1929 e inaugurado em janeiro de 1932. Passou por uma reforma em 1986 e foi fechado em 1994.
Aqui, o time da Usina Tamoyo em 1956:
Aqui, outro lindo achado histórico:
Aqui, o time de 1965:
O time posando em frente ao estádio, nos anos 70:
Aqui, o time de 1979:
E olha o estádio ao fundo, que lindo!
Ouvimos ainda sobre um possível jogo em que o Santos de Pelé enfrentou a Ferroviária, nesse estádio, em 26 de abril de 1970, num domingo pela manhã, em comemoração ao primeiro aniversário da Administração da Refinadora Paulista S.A., reunindo centenas de torcedores. A AFE teria vencido o jogo por 1×0.
Pra terminar, mais algumas fotos recentes divulgadas pelo site da Câmara de Araraquara:
E assim, termina nosso rolê pelos Estádios do Noroeste Paulista. Com uma paradinha pra almoçar em São Carlos, antes de enfim voltar para Santo André.
Foram apenas 3 dias de viagem, mas que duraram uma eternidade em nossos corações e mentes.
E todas essa memórias estão registrada e divididas com vocês nesses últimos 20 posts. Obrigado por estar conosco em todos eles!
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Antes que ele seja comprado, usado, escondido e trancafiado!
Penúltimo estádio do nosso rolê! A cidade a ser visitada é Itápolis, um dos maiores produtores de laranja do país, e que há alguns anos tenta se emplacar também como a capital nacional do…. “sorvete”.
O nome da cidade é referente à sua origem, em 1906, quando chamava-se”Pedras” ou “Cidade das Pedras” traduzido para o Tupi, em 1910: Itápolis. E pra chegar lá, mais uma vez lutamos contra o grande obstáculo das rodovias o preço dos pedágios 🙁
Bem que o Sem Parar podia patrocinar a gente hein?
A parte boa foram as barracas na estrada oferecendo mil e uma experiências gastronômicas!
Pra quem gosta de pimentas e temperos, tem de todas as cores!
Enfim, depois de percorrer belas paisagens chegamos à Itápolis!
Atualmente, a cidade abriga cerca de 43 mil habitantes e possui uma boa estrutura.
Nosso objetivo na cidade era registrar o Estádio Municipal dos Amaros, e lá estávamos nós!
O estádio deveria ser a casa do time da cidade, o Oeste.
Digo deveria, porque atualmente o estádio está interditado pela Federação, que exigiu algumas obras. Enquanto isso, acreditem ou não, o time vem mandando seus jogos em Osasco, quase 400 km distante… Lembrando que os jogos da série B são de 3a e 6a, principalmente, imagine o esforço necessário para um morador da cidade acompanhar o time.
O Oeste foi fundado em 25 de janeiro de 1921, mas antes dele, a cidade contou com outros times como o EC Itapolitano, o Guarani, o Garibaldino e o 7 de Setembro. Achei essa foto na Internet, com uma visão aérea do campo.
Dá pra ver que ele fica no meio da cidade né? É bem engraçado chegar nele, e ver que a entrada está do lado de uma casa.
Bom, segure a tensão e vamos tentar ver a parte interna do campo?
Vamos lá?
Falando um pouco do estádio, ele foi inaugurado em 20 de outubro de 1928.
A estrutura é ótima, com arquibancadas cobertas e descobertas. No total, o estádio oferece lugar para 14074 torcedores!
Em 1989, uma Lei Municipal alterou o nome original (Estádio dos Amaros) para Estádio Ideonor Picardi Semeghini ou Picardão. Isso durou até 2010, quando a prefeitura resolveu resgatar a nomenclatura original.
Esse belo estádio viu o Oeste disputar o Campeonato Paulista de 1954 e outro em 1965.
Depois, de 1969 a 1992 teve sua maior seqüência de participações, conquistando o vice-campeonato da Terceira Divisão de 1988 e o título de campeão paulista da Segunda Divisão de 1992.
O auge do Oeste veio a partir do título da série B1B de 97, da série B1A de 1998, do vice-campeonato da A3 de 1999, além dos campeonatos da Série A3 de 2002 e da A2 de 2003.
Voltou à série A1 em 2008, e em 2011 chegou a ser Campeão do Interior, mesmo ano em que conseguiram o acesso à série C do brasileiro com o 4º lugar da série D. Em 2012, veio o acesso à série B, com o título da série C.
O primeiro campo do Oeste ficava entre as Avenidas Dr. Eduardo do Amaral Lyra, 7 de Setembro, Capitão Venâncio de Oliveira Machado e Rua Odilon Negrão. Logo, o Oeste mudou-se para o campo do Jatobazeiro e mais tarde, transferiu-se para o campo improvisado no lugar onde hoje se encontra o Asilo São José. Somente em 1929, adquiriu o local onde está o atual “Estádio dos Amaros”.
Eu pirei nas arquibancadas de madeira…
Outro detalhe bem legal que lembra o futebol argentino são as telas de proteção atrás dos gols:
Pra quem quiser saber mais, o site o time é www.oestefc.com.br.
Ah, e não se esqueça, se sair no intervalo…
Pode chutar que no gol é nóis!
Confesso que tenho muito carinho pelo time do Oeste e foi muito bacana poder conhecer seu estádio. Quem sabe vamos até Osasco tentar assistir um jogo pela série B, ainda esse ano?
Fica aqui nossa homenagem à cidade e à torcida do Oeste. Desejamos que a ideia de jogar em Osasco termine ainda esse ano e o time volte pra Itápolis.
E que o Oeste possa ter uma campanha digna nessa série B 2015.
Chega a doer no coração ver que nosso rolê está chegando ao fim… Tantas paisagens inesquecíveis…
Além disso, são várias lembranças que vão durar muito tempo, da chegada da noite em São José do Rio Preto, onde dormimos na segunda noite do nosso rolê…
Ao reencontro com o amigo Orides Júnior, que estudou comigo na ETE, em 1994, e agora é o responsável pela Taberna Casanova, em São José do Rio Preto.
E o que dizer do belo café da manhã…
Mas, vamos seguindo… A cidade visitada dessa vez é Catanduva, fundada em 14 de abril de 1918.
A cidade é maior do que a maioria das que nós visitamos nesse rolê, sua população é de quase 120 mil pessoas.
Sua economia é bem diversificada, baseada no comércio, serviços, indústrias e agricultura. E foi por ali que encontramos a deliciosa Tubaína “Jaboti” (da cidade próxima, de Jaboticabal).
Nossa missão era de revisitar o Estádio Municipal Silvio Salles, onde estivemos no passado para assistir um Catanduvense x Santo André.
E foi aí que os demais times da cidade também mandaram seus jogos!
Infelizmente não há um destaque de comunicação mostrando o nome em frente ao Estádio, mas ta aí a entrada!
E vamos entrar pra conhecer um pouco mais do campo?
O Estádio Municipal Silvio Salles, chamado de “Caldeirão da bruxa” tem capacidade em suas bancadas para mais de 16 mil torcedores!
Tudo muito bem cuidado, até o banco de reservas!
O Caldeirão foi construído em 1988 após o Grêmio, antigo GEC (Grêmio Esportivo Catanduvense), garantir o acesso para a 1ª divisão do futebol paulista daquele ano em cima do Rio Preto.
O Estádio já foi revitalizado algumas vezes, redenominando o estádio como Arena Esportiva Moacir Bernardes Brida!
O estádio nasceu para substituir o antigo Silvio Salles, da rua Amazonas, onde hoje está localizado o shopping da cidade. 🙁
Aqui, uma foto do antigo estádio:
Outra foto do estádio antigo, direto do site www.iaradocarmo.com.br :
Em 88, o time fez história chegando à primeira divisão, foi por isso que se construiu o novo estádio, dando o espaço do antigo para a construção de um… Shopping 🙁
A partida inaugural foi um empate de 1×1 entre o Grêmio Catanduvense e o Santos.
Em 1989, o estádio recebeu o maior público de sua história, no jogo em que o Palmeiras venceu por 2 a 0, com 25 mil pagantes.
Lá em cima, fica a entrada do estádio. Quando fomos como visitantes, tivemos que entrar por ali e atravessar toda a torcida local.
Caso alguém queira visitá-lo um dia, o Estádio fica na Rua Antonio G. Oliveira.
Lembro de ter visto uma notícia estranha, algum tempo atrás, sobre um caminhão que caiu dentro do estádio, e não é que achei uma foto sobre o ocorrido?
E não foi só o caminhão que caiu… O Grêmio Catanduvense caiu esse ano para a série A3 de 2016 …
Os vestiários seguirão ali, recebendo os atletas, mesmo que um pouco mais distantes da principal divisão…
Fica na mente dos torcedores e também nos paineis espalhados pelo estádio a memória de dias melhores…
Seguimos a estrada, saímos de Monte Aprazível e dirigimos por um lugar mágico, de tão bonito, rumo a Neves Paulista!
A história da cidade começou por volta de 1900 e recebeu este nome em homenagem a Joaquim da Costa Penha, mais conhecido como Capitão Neves, um dos primeiros moradores do povoado.
A pequena cidade recebeu muitos imigrantes espanhóis e italianos que foram pra lá trabalhar na lavoura de café, com o sonho de conseguir no Brasil o que lhes era negado na Europa, o direito de viverem dignamente.
Chega a ser triste ver como é mais bonito, mais saudável e muito mais prazeroso manter a natureza viva na cidade. Ok, eu sei que o crescimento das cidades é algo inevitável, mas não é possível que não se possa ter um meio termo…
Nem bem cruzamos a cidade e já encontramos uma placa indicando nossa missão: o Estádio Municipal Inácio Vasques!
É nesse estádio que o Clube Atlético Nevense, time fundado em 30 de novembro de 1957, mandava seus jogos.
O C.A. Nevense não foi o primeiro time profissional da cidade, antes dele, houve o São Paulo Futebol Clube, no início dos anos 50.
O CA Nevense foi fundado em 1957, e logo em seu primeiro ano de disputa, 1958, foi campeão da Série A3, numa incrível final contra o Estrela de Piquete!
Já em 1959, disputou pela primeira e única vez uma edição da série A2 (que teria o Corinthians de Presidente Prudente como campeão).
O Nevense disputou a Série Geraldo Starling Soares acabando na penúltima colocação deste grupo (fonte: História da 2a divisão do Futebol Paulista – Julio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Jr).
O time base do Nevense: Paulo, Mascarado e Verdamin, Perigo, Lega e Manfrin; Daniel, Chiquinho, Edson, Titio e Hercílio. Outros atletas: Dema, Romildo, Joel, Gim, Brandão. Essas foram as partidas:
Assim, de volta à série A3, o time disputou essa divisão de 1960 a 1966, depois de 1969 a 1976 e de 1980 a 1987 e a 4a divisão (atual “B”) de 1977 a 79 e de 1988 a 1990.
Olha o time de 1972:
Em 82, o time ainda sagrou-se campeão sub-20 da A3, com o time abaixo:
E esse, o time de 1983 (foto do Jornal A Tribuna, gentilmente envida pelo amigo Rodrigo):
Aqui, o time sub 20, vice campeão de 1985:
O mais bacana é que a cidade nunca chegou a ter 10 mil habitantes (atualmente são cerca de 9.300) e mesmo assim manteve-se por mais de 30 anos em competições da Federação fosse na série A2, A3 ou na B.
É por essas e outras que o Estádio local é tão importante!
E indiretamente, o estádio tem a ver com o fim do futebol profissional na cidade, já que o Nevense se licenciou após sofrer uma punição pela FPF, devido a falta de segurança no estádio.
Sua última participação no paulista ocorreu em 1990, mas sofreu uma punição pela FPF, pela falta de segurança no estádio e assim abandonou o futebol profissional, para nunca mais voltar…
Vamos conhecer o estádio? Mais abaixo teremos vídeos da parte interna do estádio, feitos em nossa segunda visita à cidade!
Suas arquibancadas tem capacidade 3 mil torcedores!
O gol parece estar quase que encostado no fim do estádio, engraçado né?
O gramado está bem cuidado e beeem verdinho!
O campo possui iluminação e é cercado por um alambrado, como o da Rua Javari! Quem sabe o time não volte a defender a glória de sua cidade em competições oficiais no futuro?
Registro pós visita: em 2016, o Lobo da Araraquarense foi reativado, e se filiou à Liga de Futebol Paulista para a disputa da 1ª Taça Paulista.
Em 2022, mais uma vez passamos por lá, na companhia do Rodrigo e sua família para uma nova olhada no estádio.
Muito bacana ver que o Estádio Municipal Ignácio Vasques segue bem cuidado e com a sinalização com seu nome.
E também segue ali sua bilheteria:
Já era hora de uma nova olhada no campo!
Um olhar para o gol da direita:
O meio campo:
E aqui, o gol do lado esquerdo:
Um novo olhar na arquibancada que já vivenciou tantas emoções:
Ufa, confesso que agora que estamos devolvendo nossa viagem em forma de posts, esse rolê parece maior do que o que vivemos… Vamos aproveitar e conhecer mais uma cidade do interior paulista: Monte Aprazível!
Seus quase 22 mil habitantes desfrutam de uma cidade ainda tranquila que possui uma boa área verde 🙂
Nossa missão em Monte Aprazível era conhecer e registrar o Estádio Municipal Melchíades Pereira de Mattos!
Nele, o Grêmio Esportivo Monte Aprazível (G.E.M.A.) mandou seus jogos nas competições profissionais da Federação Paulista.
O Grêmio Esportivo Monte Aprazível foi fundado em 26 de abril de 1946 e após sagrar-se campeão citadino, passou a disputar o Campeonato amador do interior e depois ainda teve 9 participações no Campeonato Paulista. Esse é o time de 1948:
Sem dúvidas, o time devia fazer a festa da bilheteria local!
O time foi a única equipe da cidade a se profissionalizar, em 1955, e chegou a disputar a Segunda Divisão (atual A2), e permaneceu entres idas e vindas no futebol profissional, até 1991.
O Estádio Municipal Melchíades Pereira de Mattos segue com suas belas arquibancadas de cimento, recebendo um e outro torcedor que curte acompanhar as categorias de base do futebol da cidade.
Vamos conhecer um pouco mais deste templo do futebol?
O gramado segue em boas condições, como a molecada que jogava mostrou:
O estádio possui ainda alguns departamentos onde possivelmente ficavam os vestiários.
Suas arquibancadas chegaram a ter capacidade para 3.500 torcedores!
E tem até uma seção de cobertas!
Tem um lance de arquibancada ali, beeeem escondidinho, atrás do gol!
E lá estão as árvores ao redor do campo…
Agradecemos mais uma oportunidade de registrar esse campo e torcemos para que siga sendo um lugar para se reunir em prol da saúde e da diversão, como já foi no passado!
Bom, e se até agora a estrada tinha sido muito boa (Washington Luiz e Euclides da Cunha), foi a vez de pegarmos uma estrada um pouco pior, a Rodovia Péricles Bellini, que liga Votuporanga à nossa próxima parada: a cidade de Nhandeara!
Depois de percorrer pouco mais de 40km em pista única por essa estrada, chegamos até a Rodovia Feliciano Salles da Cunha.
Poucos minutos depois, chegamos à Nhandeara, pacata cidade onde vivem pouco mais de 10 mil pessoas. Quer saber mais, entre no site: www.nhandeara.sp.gov.br
O nome da cidade é resultado de duas palavras da língua Tupi: Yande significa nós / nosso, e Yara ou Jara significa: um ser supremo, um deus. O resultado é Yandeyara ou Nhandejara com o significado “aproximado” de “Nosso Deus”.
Nosso objetivo era conhecer e registrar o Estádio Municipal José Bernardelli.
Era aí que o Paulista Futebol Clube, time já exinto de Nhandeara, mandava seus jogos.
O time foi fundado em 1 de julho de 1962 e disputou 12 edições do Campeonato Paulista (entre a terceira e a quinta divisão), entre 1978 e 1989.
Segundo Minervino Ferreira, um dos fundadores do time em entrevista ao site da prefeitura (veja aqui o link da matéria completa), o Paulista começou jogando no campo do Nhandeara Esporte Club, até que não deixaram mais. Passaram a usar o campo da cidade de Floreal, até conseguir seu próprio campo, conquistado por meio de uma campanha para arrecadar o dinheiro necessário para comprar o terreno e construir um estádio com arquibancada e alambrado.
Quem diria que décadas depois estaríamos ali, pisando no mesmo gramado…
Vamos conhecer um pouco desta linda cancha?
A inauguração do Estádio contou com presença dos veteranos do Palmeiras. Mas ainda hoje, o “verde” está por lá, ao menos na grama e nas árvores que circundam o campo.
E por falar em verde, o gramado permanece em ótimas condições!
O Paulista F.C. sempre contou com o apoio de algumas pessoas importantes no cenário brasileiro, por exemplo José Maria Marin e Michel Temer… Ou seja… Era difícil o time seguir até os dias atuais…
Infelizmente o futebol parou depois que outros prefeitos se recusaram a ajudar o clube.
Atualmente a prefeitura usa o estádio com a escolinha de futebol.
E se o futebol profissional morreu na cidade, um último lugar a se visitar… O cemitério municipal….
Enquanto isso, seguimos vivos pelas estradas em busca do próximo estádio!
Agosto de 2015… Continuando nossa história sobre o rolê de inverno para conhecer os estádios do Noroeste paulista, realizado no início do mês, deixamos a estrada nos levar a mais um destino até então desconhecido para nós…
Seguíamos pela, agora já tradicional, Rodovia Euclides da Cunha!
E fomos parar em Fernandópolis, a “cidade progresso”, ou também “cidade das águas quentes”, onde vivem cerca de 68 mil pessoas.
O nome da cidade é uma homenagem ao interventor federal Fernando Costa, que colaborou nas uniões das vilas locais.
Um comércio muito forte atraiu muita gente para a cidade. E, onde há muita gente, também tem muitos problemas, e na cidade um dos principais é a violência, que gerou uma polêmica medida: toque de recolher para menores de idade, que ficou em vigência por alguns anos.
Entretanto, no meio de tanto corre corre ainda é possível encontrar antigas edificações.
Algumas “modernidades” também fazem parte do dia a dia do pessoal de Fernandópolis, como essa escultura do restaurante japonês, ou mesmo das batatas belgas, de tão longe:
Nossa missão na cidade era “pousar no ninho da águia”, o Estádio Municipal Cláudio Rodante, casa do Fernandópolis F.C. .
O Fernandópolis F.C., ou “Fefecê” (www.fefece.com.br) é um time bastante tradicional do interior paulista e com uma característica marcante: embora fundado em 15 de novembro de 1961, não leva o nome de “XV de …” como outros times. O brasão do time é uma águia.
Aqui, o primeiro time, em 1961:
O time foi fundado com o nome de Associação Bancária de Esportes (A.B.E).
A foto abaixo é de 1964 quando o time jogou o quarto nível do futebol paulista de 1963 e 1964:
Nessa época, o escudo do time já tinha a Águia, mas ao invés das letras “FFC”, levavam um A na asa direita, B no peito e E na esquerda.
Falando um pouco do time, a Associação Bancária estreou no Campeonato Paulista em 1963, na Quarta Divisão, sendo vice campeã em 1963.
Em 1965, conquistou acesso a Terceira Divisão, onde permaneceu até 1968.
Nesse meio tempo, em 1966, mudou seu nome para Fernandópolis Futebol Clube para poder estar mais conectado à cidade e porque os bancários já não contribuíam mais para o clube.
Aqui, a torcida que, em 1967 foi até Araraquara para acompanhar partida decisiva com o Oeste:
O Fernandópolis manda seus jogos no Estádio Municipal Cláudio Rodante, mais conhecido por Ninho da Águia, inaugurado em 25 de maio de 1953, em um amistoso entre uma seleç˜ão da cidade, o “Fernandópolis EC” contra o Uchoa FC:
Vamos conhecer o interior do estádio?
Sua capacidade atual é de quase 8 mil torcedores!
Pouco mais de uma década depois, em 1979, o Fernandópolis erguia seu primeiro troféu: campeão da 2a Divisão (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista).
Aqui está a campanha do time:
O estádio nasceu como “Amaral Furlan“, nome de um senador da época. Esse nome permaneceu até 1963, quando o nome foi trocado para “John Fitzgerald Kennedy” homenageando-se assim o presidente dos Estados Unidos assassinado naquele ano.
Na época, olha quantos patrocinadores apoiavam o time…
Em 1993, a Federação Paulista de Futebol remodelou seus campeonatos, e clube foi rebaixado para a série B1-A, por não possuir um estádio com capacidade para 15 mil pessoas.
Como resposta, no ano seguinte, conquistou o título de 94.
Com o título, veio a ampliação do estádio Cláudio Rodante para 15 mil lugares.
Atualmente a capacidade está menor porque a arquibancada atrás do gol está fechada.
E é daquelas arquibancadas maravilhosas de madeira….
Provavelmente essa parte nunca mais receberá público. E é uma pena.
Em 1997, o time foi rebaixado, dessa vez dentro de campo. E desde então, vem jogando no “Ninho da águia” para voltar às divisões mais importantes.
Assim, é um orgulho estar presente nessas bancadas. Só é uma pena que o jogo que estávamos pensando em assistir seria no dia seguinte a nossa passagem pelo estádio.
Diz a lenda que antigamente, algumas pessoas paravam seus caminhões, colocavam cadeiras em cima das carrocerias e assistiam os jogos assim, sem pagar. Hoje, o que se vê é um estádio muito preparado para qualquer divisão do futebol paulista.
O sistema de iluminação foi inaugurado em 1981.
Somente em 1987, acontece a mudança para o atual nome “Estádio Municipal Cláudio Rodante”, homenageando o esportista fernandopolense, falecido naquele ano.
A torcida deixou seu recado para os jogadores…
Outros recados estranhos encontrados pelo campo…
E imagens diferentes também, como essa torneira pra galera resfriar a cabeça:
Olha o banco de reservas aí!
De todos os estádios visitados nessa tour, acho que o do Fefece foi o que mais impressionou, lembrando que o time está lutando para conquistar uma vaga na próxima fase da série B do Paulista 2015.
Até uma campanha de incentivo para a torcida existe…
Felizes por termos conhecido mais um templo, mas tristes por não poder assistir um jogo nessas bancadas…
Nem um lanchinho pudemos provar…
Esse é, sem dúvida, um time que pode servir de exemplo para as demais cidades do interior, que muitas vezes preferem abrir mão de um time ou um estádio em prol de um pseudo desenvolvimento imobiliário, que não leva a lugar algum.
Viajar é preciso, navegar é preciso, e quem não tem barco, viaja como dá, rasgando as estradas em busca de novas aventuras, experiências e estádios.
E assim, chegamos em mais uma cidade incrível que sempre povoou minha mente, só de eu ouvir falar dela: Jales! Nunca entendi porquê, mas Jales sempre esteve na minha mente como um lugar a ser visitado.
Na cidade, vivem hoje cerca de 49 mil pessoas, mas mesmo assim, ainda consegue manter uma cara de cidade do interior, porém em franco crescimento.
O nome da cidade é uma homenagem a Euphly Jalles, vereador de Fernandópolis, da qual Jales se emancipou.
Porém, antes de seguir em busca do estádio local, era hora de visitar um outro ponto local de grande importância: o restaurante Dom Lugui!
Horas e horas de estrada exigem um belo prato! Aliás, R$ 12 e você come o que quiser… E é uma comida caseira muito gostosa.
Muitas opções para quem é vegetariano como a gente!
De barriga cheia, seguimos até o nosso objetivo: o Estádio Municipal Roberto Valle Rollemberg!
O estádio foi a casa do Clube Atlético Jalesense, que disputou competições da Federação Paulista até os anos 90, tendo estreado na Quarta Divisão, em 1963.
E também da A.E. Jalesense, time fundado na década de 50, que por algumas vezes disputou o campeonato por lá também.
Vamos conhecer o estádio?
Os dois times da cidade tiveram suas idas e vindas até o fim dos anos 70, porém, em 1979, o Clube Atlético Jalesense retorna à ativa para disputar mais 22 vezes a competição, com destaque para a campanha de 1990 que levou o time à série A2:
Time de 1989:
O mascote dos dois times era o mesmo: um dragão.
Infelizmente, atualmente o futebol em Jales encontra-se sem nenhum time no futebol profissional, porém a liga amadora é bastante atuante.
O estádio possui uma estrutura linda! Contando todas as arquibancadas, a capacidade chega a 7 mil torcedores!
Achei triste algumas matérias da imprensa local que considera o campo um “entrave” para uma região de grande desenvolvimento urbano e valorização. Ainda critica o custo de manutenção que ele exige. Enfim… Os caras querem mesmo que o estádio seja vendido e demolido… Triste não?
Na contramão desse desejo, a Prefeitura Municipal de Jales começou a reformar o estádio, utilizando recursos de convênio firmado pela prefeitura com o Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, no valor de R$ 184. 884.
E lá estão as árvores ao redor do campo, que tanto vimos nos campos visitados nesta tour.
Uma coisa que eu curto muito nos estádios antigos é que eles utilizavam madeira nas arquibancadas, e isso quase não se vê mais hoje em dia.
Mesmo no campo do Jalesense, a arquibancada de madeira, agora está interditada.
Lembro de ter ouvido, no fim de 2013, boatos sobre a volta do C.A. Jalesense ao profissionalismo, mas, até hoje, ficou no plano. Espero podermos voltar a este estádio para ver um jogo no futuro!
Ah, a rodovia Euclides da Cunha e as surpresas que podem estar guardadas para você.
Uma pena que não tivemos a chance de ver nenhum dos possíveis “pedestres” que atravessam a pista com certa frequência…
Já estávamos no caminho de volta, mas ainda havia tempo para muitas aventuras.
Dessa vez, a estrada nos levou a uma cidade de nome, no mínimo curioso… Urânia!
Não encontrei a informação oficial, mas, ao menos na Mitologia, Urânia era uma das nove Musas, filhas de Zeus e Mnemósine,e era responsável pela Astronomia.
E se o nome já é uma curiosidade, a história da fundação da cidade não fica muito atrás. Nos anos 40, havia um cidadão de Catanduva, chamado Benedito Pinto Ferreira Braga, que tinha como sonho fundar uma cidade…
E assim, em 5 de junho de 1943 ele comprou a terra que em 1959 seria elevada à condição de município, que segue por lá, com suas ruas tranquilas, como se o tempo tivesse parado nos anos 70…
Ali pertinho do estádio ainda há ruas de terra, colaborando pra essa percepção de cidade pacata. Algumas pessoas talvez vejam isso como um ponto negativo, mas pra mim é sempre bacana ver um lugar que ainda está tão próximo do jeito natural das coisas…
O pessoal ainda mantém o hábito de sentar-se em frente de casa, trocar uma ideia, ler um jornal… É triste ver que nos grandes centros abandonamos essas ideias quase que por completo.
Ah, e não podíamos deixar de registrar a igreja da praça central, comum em quase todas as cidades que visitamos nesse rolê pelo Noroeste paulista!
Por fim… Chegamos ao nosso objetivo, o Estádio Municipal Hermínio Martini!
Caso você esteja se perguntando, “Mas, pô pessoal, onde fica exatamente esse templo do futebol?”, eu fiz uma foto da placa com o nome da Avenida onde ele está localizado! Av Presidente Kennedy.
Quem mandava seus jogos lá era a Associação Atlética Uraniense, time fundado em 1962 conhecido como a “Veterana da Araraquarense”.
Aliás, em homenagem ao bicampeonato da Copa do Mundo conquistada pelo Brasil naquele mesmo ano, seu distintivo é bastante similar ao da CBF.
A Uraniense entrou para história ao disputar o Campeonato Paulista da segunda divisão de 1966. Desde então, a bilheteria segue por lá…
Que tal uma voltinha pra conhecer o campo?
Ainda existe uma arquibancada coberta, bem charmosa.
E também as descobertas ao redor do campo.
A capacidade total é estimada em 3 mil torcedores.
Um estádio simples, mas com uma energia muito bacana!
Tem até flores por lá…
O gramado tá muito bem cuidado!
Assim como alguns estádios do interior, as árvores ao redor do campo dão um aspecto ainda mais legal ao estádio!
O campo está cercado por alambrado, muito bem arrumadinho!
E olhando do outro lado, a arquibancada coberta se mostra ainda mais bonita!
Mais um templo do futebol visitado e registrado, e vamos para mais uma aventura!