Estádios do Noroeste Paulista – Parte 14: Fernandópolis
Agosto de 2015… Continuando nossa história sobre o rolê de inverno para conhecer os estádios do Noroeste paulista, realizado no início do mês, deixamos a estrada nos levar a mais um destino até então desconhecido para nós…
Seguíamos pela, agora já tradicional, Rodovia Euclides da Cunha!
E fomos parar em Fernandópolis, a “cidade progresso”, ou também “cidade das águas quentes”, onde vivem cerca de 68 mil pessoas.
Vale lembrar que em 2021 fizemos um novo rolê para registrar o Estádio Municipal Cláudio Rodante (veja aqui como foi!).
O nome da cidade é uma homenagem ao interventor federal Fernando Costa, que colaborou nas uniões das vilas locais.
Um comércio muito forte atraiu muita gente para a cidade. E, onde há muita gente, também tem muitos problemas, e na cidade um dos principais é a violência, que gerou uma polêmica medida: toque de recolher para menores de idade, que ficou em vigência por alguns anos.
Entretanto, no meio de tanto corre corre ainda é possível encontrar antigas edificações.
Algumas “modernidades” também fazem parte do dia a dia do pessoal de Fernandópolis, como essa escultura do restaurante japonês, ou mesmo das batatas belgas, de tão longe:
Nossa missão na cidade era “pousar no ninho da águia”, o Estádio Municipal Cláudio Rodante, casa do Fernandópolis F.C. .
O Fernandópolis F.C., ou “Fefecê” (www.fefece.com.br) é um time bastante tradicional do interior paulista e com uma característica marcante: embora fundado em 15 de novembro de 1961, não leva o nome de “XV de …” como outros times. O brasão do time é uma águia.
Aqui, o primeiro time, em 1961:
O time foi fundado com o nome de Associação Bancária de Esportes (A.B.E).
A foto abaixo é de 1964 quando o time jogou o quarto nível do futebol paulista de 1963 e 1964:
Nessa época, o escudo do time já tinha a Águia, mas ao invés das letras “FFC”, levavam um A na asa direita, B no peito e E na esquerda.
Falando um pouco do time, a Associação Bancária estreou no Campeonato Paulista em 1963, na Quarta Divisão, sendo vice campeã em 1963.
Em 1965, conquistou acesso a Terceira Divisão, onde permaneceu até 1968.
Nesse meio tempo, em 1966, mudou seu nome para Fernandópolis Futebol Clube para poder estar mais conectado à cidade e porque os bancários já não contribuíam mais para o clube.
Aqui, a torcida que, em 1967 foi até Araraquara para acompanhar partida decisiva com o Oeste:
O Fernandópolis manda seus jogos no Estádio Municipal Cláudio Rodante, mais conhecido por Ninho da Águia, inaugurado em 25 de maio de 1953, em um amistoso entre uma seleç˜ão da cidade, o “Fernandópolis EC” contra o Uchoa FC:
Vamos conhecer o interior do estádio?
Sua capacidade atual é de quase 8 mil torcedores!
Pouco mais de uma década depois, em 1979, o Fernandópolis erguia seu primeiro troféu: campeão da 2a Divisão (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista).
Aqui está a campanha do time:
O estádio nasceu como “Amaral Furlan“, nome de um senador da época. Esse nome permaneceu até 1963, quando o nome foi trocado para “John Fitzgerald Kennedy” homenageando-se assim o presidente dos Estados Unidos assassinado naquele ano.
Na época, olha quantos patrocinadores apoiavam o time…
Em 1993, a Federação Paulista de Futebol remodelou seus campeonatos, e clube foi rebaixado para a série B1-A, por não possuir um estádio com capacidade para 15 mil pessoas.
Como resposta, no ano seguinte, conquistou o título de 94.
Com o título, veio a ampliação do estádio Cláudio Rodante para 15 mil lugares.
Atualmente a capacidade está menor porque a arquibancada atrás do gol está fechada.
E é daquelas arquibancadas maravilhosas de madeira….
Provavelmente essa parte nunca mais receberá público. E é uma pena.
Em 1997, o time foi rebaixado, dessa vez dentro de campo. E desde então, vem jogando no “Ninho da águia” para voltar às divisões mais importantes.
Já acompanhamos alguns jogos do Fefece, quando o time era visitante, como contamos no post www.asmilcamisas.com.br/2011/06/23/assisense-x-fernandopolis, quando fomos ver o time jogar contra o Assisense em Assis.
Assim, é um orgulho estar presente nessas bancadas. Só é uma pena que o jogo que estávamos pensando em assistir seria no dia seguinte a nossa passagem pelo estádio.
Diz a lenda que antigamente, algumas pessoas paravam seus caminhões, colocavam cadeiras em cima das carrocerias e assistiam os jogos assim, sem pagar. Hoje, o que se vê é um estádio muito preparado para qualquer divisão do futebol paulista.
O sistema de iluminação foi inaugurado em 1981.
Somente em 1987, acontece a mudança para o atual nome “Estádio Municipal Cláudio Rodante”, homenageando o esportista fernandopolense, falecido naquele ano.
A torcida deixou seu recado para os jogadores…
Outros recados estranhos encontrados pelo campo…
E imagens diferentes também, como essa torneira pra galera resfriar a cabeça:
Olha o banco de reservas aí!
De todos os estádios visitados nessa tour, acho que o do Fefece foi o que mais impressionou, lembrando que o time está lutando para conquistar uma vaga na próxima fase da série B do Paulista 2015.
Até uma campanha de incentivo para a torcida existe…
Felizes por termos conhecido mais um templo, mas tristes por não poder assistir um jogo nessas bancadas…
Nem um lanchinho pudemos provar…
Esse é, sem dúvida, um time que pode servir de exemplo para as demais cidades do interior, que muitas vezes preferem abrir mão de um time ou um estádio em prol de um pseudo desenvolvimento imobiliário, que não leva a lugar algum.