Camisa 194: Sporting Cristal

Há quase 10 anos atrás, conseguimos fazer um rolê incrível pelo Peru (chegando até a conhecer Machu Pichu!!), veja aqui um pouco de como foi o role em Lima! E aqui como foi o rolê por Cusco!

Nessa viagem eu trouxe algumas camisas, entre elas a do Sporting Cristal, e somente hoje, em pleno 2022, ao conhecer um “hincha” do time, me dei conta que nunca postei a camisa e a história deles aqui, então… Vamos lá!

O Club Sporting Cristal foi fundado em 13 de Dezembro de 1955, no distrito de Rímac, onde está o Cerro San Cristóbal.

O Rímac já tinha um time jogando o profissional: o Sporting Tabaco, fundado em 16 de novembro de 1926, por trabalhadores da estatal responsável pelo comércio de tabaco no país.

Mas o time passava por problemas econômicos e a cervejaria Backus y Johnston decidiu adotá-los como equipe, nascendo assim o “Sporting Cristal Backus”.

Cristal era a cerveja mais popular da Backus y Johnston e daí surgiu o nome do time. E logo na sua estreia, em 1956 veio o primeiro título nacional, com o time abaixo:

O time mudaria de nome, eliminando a palavra “Backus”, tornando-o apenas Club Sporting Cristal, como uma Associação Civil sem fins lucrativos. Na década de 60, vieram mais dois títulos nacionais em 61 e 68 (time abaixo).

Nos anos 70, foram mais três títulos, em 1970, 72 e 79 (o time abaixo):

A década de 80 trouxe outros três em 1980, 83 e 88.

Os anos 90 conseguiram ser ainda melhor, com 4 canecos nacionais em 1991, 94, 95 e 96.

Além disso, o time fez história ao disputar a final da Copa Libertadores da América daquele ano.

Nos anos 2000, conquistou os títulos nacionais em 2002 e 2005, quando a Associação Civil Cristal (parte social do clube) transformou-se na sociedade anônima “Club Sporting Cristal S.A.C.”

Na década de 2010, vieram conquistas em 2012, 14, 16 e 18.

E começou a década de 2020 sagrando-se campeão já no primeiro ano da década.

O time possui duas grandes torcidas organizadas, a “Extremo Celeste”:

E a “Fuerza Oriente”.

O time manda seus jogos no Estádio Alberto Gallardo. Fundado sob o nome de Estádio San Martin de Porres.

Tem capacidade para 20 mil torcedores.

Os jogos de alto risco são jogados no Estádio Nacional José Diaz.

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Santo André 0x0 Novorizontino (A1-2022)

15 de fevereiro de 2022. Mais uma terça feira de um verão sinistro. Um dia quente que logo se transformou em tarde fria que traria uma garoa forte e intermitente bem no horário do jogo, mas antes de começar, o clima ainda estava gostoso fora do Estádio Bruno José Daniel.

Instrumentos preparados para uma noite de agito e fortes emoções, afinal o EC Santo André depende da boa energia de sua torcida pra espantar a maré de azar que passamos!

Dentro do Estádio, nosso gramado artificial recebia o seu tradicional “banho pré jogo”. Alguns até tem pensado em acrescentar sal grosso nessa água…

A gente faz o que pode e junto das organizadas levamos nossas faixas para o campo. E olha que lindo registro tendo ao fundo os irmão de bancada Edinho, Nelsão e Marques!

Se liga no visual da noite…

Times perfilados, é hora de começar as fortes emoções… O Ramalhão precisa de 3 pontos de todo jeito! E é incrível como cada rosto presente no jogo trazia uma mistura de amor e medo… Ninguém quer ver nosso time de volta a uma série A2…

Até que o público me surpreendeu visto os últimos resultados do time e tudo o que tem acontecido (veja aqui no post anterior como temos sofrido).

E talvez, até pela pressão do momento, os gritos parecem ecoar ainda mais alto em nossa arquibancada, seja pelo lado da Esquadrão

Ou fosse pelos lados da Fúria… Em silêncio esse estádio jamais fica!

Mas, a verdade é que todos desanimamos muito cedo… Aos 8 minutos do primeiro tempo, Lucas Lourenço foi expulso após uma entrada criminosa no jogador do Novorizontino e todos os sonhos da torcida começaram a desmoronar…

O intervalo chegou rápido… Mesmo com um a menos, o Ramalhão conseguiu segurar bem o jogo e até criar algumas boas chances, mas nada que fosse suficiente para tirar o 0x0 do placar…

Olha aí, parte da turma da Fúria Andreense cheios de esperança e ainda animados com um bom resultado, mesmo com um jogador a menos!

Mas… Nem fotos deu pra fazer no segundo tempo… O jogo foi difícil e terminou muito próximo de uma tragédia… Aos 48 do segundo tempo o Novorizontino conseguiu atingir as duas traves do Ramalhão em um mesmo lance….

Fim de jogo: 0x0…

Mas nem tudo é dor e sofrimento, é sempre bom estar com os amigos e ver a nossa turma mais uma vez tomando chuva juntos!

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Santo André 2×2 Ferroviária – A1 / 2022

Sábado, 12 de fevereiro de 2022. Um verão maluco, com temperaturas entre altos e baixos trouxe uma tarde até que agradável para acompanhar uma partida importante da série A1, entre duas equipes bastante parelhas:

Em campo, dois times que também jogarão a série D do Brasileiro na sequência do paulista.

Antes do jogo, quem roubou a cena foi esse figura aí que invadiu o campo e deu umas 3 voltas pelo gramado antes do jogo começar.

Nossa bancada está mais triste pela falta das faixas e uniformes da Fúria Andreense, que tem sido proibidas pela Polícia Militar de entrar no Estádio Bruno José Daniel.

Ainda assim, lá estão outras faixas e bandeiras tentando passar a nossa boa energia a um time que tem tudo pra engrenar nesse Paulistão!

Abraços ao amigo Richard, o “último torcedor do Paulínia FC“, que sempre aparece pelo Brunão para rever o Ramalhão e os amigos!

Mas, não posso deixar de assumir que o clima nas arquibancadas andreenses não era dos melhores. Muitos não aceitaram a atitude do treinador Carpini, que no meio de semana colocou um time 100% reserva (até mesmo sem o goleiro titular) para enfrentar o São Paulo.

Pra piorar, no jogo contra o São Paulo, o atacante Nescau perdeu um gol feito e nos acréscimos perdemos o jogo. Mas achei um pouco exagerada a reação de quase ódio que se sentia no ar. Pra diminuir essa sensação, o jeito é cercar-se de amigos que confiam no time e fazem o jogo ser mais do que uma partida.

Com os últimos resultados, a presença da torcida também se fez em menor número do que o esperado… Mas ainda assim, até que tinha bastante gente pra curtir o jogo.

Em campo, o Santo André começou bem! Todinho bateu de fora da área e fez 1×0 para festa da torcida local! Pena que o clima de alegria não chegou ao segundo tempo, já que Rafael empatou o jogo pra Ferroviária. Clima tenso…

A Fúria presente como sempre e mesmo sem uniforme e instrumentos, fez a festa na bancada!

Ainda no final do primeiro tempo, o VAR faria história atuando pela primeira vez a favor do Santo André e recomendando a expulsão de um jogador da Ferroviária. Voltaríamos para o segundo tempo com um jogador a mais! O nosso sempre querido “Ovídio” estava confiante!

Na volta pro jogo, um momento de silêncio até que a ficha caísse…. O técnico Carpini voltou com 2 atacantes no time e um deles era o até então criticado “Nescau“.

A Esquadrão Andreense ajudava a fortalecer nossas esperanças, cantando sem parar!

Aí eu te pergunto… Se fosse uma série de TV, qual seria o final mais legal ainda que óbvio? Claro, o criticado Nescau vai às redes e faz as pazes com a torcida. O Santo André vence o jogo e tudo acaba bem para essa torcida sofrida… E adivinha? Aos 22 do segundo tempo… GOL DO SANTO ANDRÉ!!!! De quem??? NESCAU!!!!

Mas… Quem não acompanha o Ramalhão, não sabe o que é o nosso sofrer… 45 minutos do segundo tempo e … após um escanteio cobrado no primeiro pau… gol da Ferroviária

Dor, tristeza, nervosismo… Não há o que dizer… A atmosfera do estádio se torna insuportável… Acaba o jogo em 2×2…

Indo embora, escuto lá do meio uma provocação de um amigo de arquibancada que aos gritos me dizia para continuar incentivando e defendendo nosso treinador, como se ele fosse o culpado pelos gols (o 3º já….) levados nos acréscimos. Assim farei, Astolpho. Sem a necessidade de seus gritos para me motivar a seguir fazê-lo.

Em meio a tanto ódio, pergunto se realmente estamos sabendo lidar com o futebol. Lembro da cena ocorridas há poucas horas: o assassinato de um torcedor do Palmeiras por outro palmeirense após a derrota para o Chelsea. Será que não tem algo de errado em levantar tanto ódio em meio ao que deveria ser uma festa? Enfim… seguimos e 3a feira temos o Novorizontino. E eu sigo acreditando neste time!

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O futebol profissional em Santo André: CA Pirelli

Já falamos de quase todos os times que disputaram o Campeonato Paulista pela cidade de Santo André: o primeiro post do blog foi sobre a camisa e a história do EC Santo André, depois um sobre o Estádio Bruno José Daniel, um para o Corinthians de Santo André e seu estádio, outro do Primeiro de Maio (e consequentemente sobre o Clube Atlético São Bernardo, da fusão temporária do Primeiro de Maio com o Corinthians) e mais recentemente do Aclimação EC. Mas o Grande ABC ainda tem outros times, conheça o mapa criado pelo Victor Nadal:

Faltava falar do Clube Atlético Pirelli, cujos distintivos vieram do incrível site Escudos Gino.

A história do time começou com a chegada da multinacional Pirelli à cidade de Santo André, em 1929.

Desde cedo a Pirelli foi muito além de uma empresa e apoiou o crescimento do esporte e da cultura na cidade. Assim, em 13 de maio de 1947 surge o Clube Atlético Pirelli para representar o time de futebol.

O clube acabou ganhando visibilidade no futebol, no boxe (com a lenda Servílio de Oliveira) e no volei (quem viu o time da foto abaixo, não se esquece!).

Falando especificamente do futebol, em 15 de janeiro de 1956, o time da CA Pirelli ganhou uma “Praça de esportes” para mandar os seus jogos.

A partida inaugural foi frente ao time da Pirelli de São Paulo:

O CA Pirelli logo se transformou em uma força do futebol amador, mas em 1964, como a cidade havia ficado “órfã” de times nas competições profissionais, o time operário passou a disputar a 3a divisão do Campeonato Paulista de Futebol (que equivalia ao quarto nível estadual e será tratado nesse post como “Quarta Divisão“). Era a certeza de que o Estádio Pirelliano receberia partidas incríveis!

E logo no primeiro ano fez uma boa campanha e classificou-se para a segunda fase terminando em primeiro lugar da 6a série. Por coincidência o time campeão da quarta divisão foi o EC São José, que terminou como vice camp˜eão da sua série.

Nesse ano, a equipe de marcenaria da Pirelli construiu uma arquibancada no seu campo e o Estádio do CAP também ganhou um placar eletrônico.

Na segunda fase, chamada à época de “Torneio dos finalistas” o time acabou nas últimas colocações. Vale ressaltar que embora fosse profissional, o time mantinha o espírito do amadorismo sendo formado por funcionários da empresa. Em pé: Peretto, Carioca, Romeu, Afonsinho, Risada, Josué. Agachados: Amaro, Robertinho, João Gilberti, Vavá e Ranulfo.

Em 1965 o time começou bem, jogando em casa e vencendo a SE Itapema, no então denominado “Estádio Pirelliano“, na partida inaugural da 4a divisão do Campeonato Paulista, mas perdeu o jogo desempate para o Osasquense, e assim ficou de fora da fase final.

Em 1966 o time foi bem mais uma vez, classificando-se em 3º no 1º Grupo para disputar a segunda fase, mas não chegando a final do Campeonato.

Esse foi o time que disputou o quarto nível do Campeonato Paulista daquele ano. De pé: Augusto, Troia, Ademar, Nay, Trovão, Roberto, Nelson e Ivahi (diretor). Agachados: Canavesi (técnico), Fabri, Adilson, Pinoia, Clovia e Bené

Em 1967, o time fez sua última participação no futebol profissional, mas acabou saindo como um vice campeonato da sua série:

Todas essas fotos eu consegui do Jornal “Pirelli em Notícias”. Aqui, duas fotos que não consegui encontrar o registro das datas:

Após suas aventuras no profissionalismo, o CAP volta ao amadorismo ainda com muita força. Em 86, o time sagrou-se campeão do amador do estado (foto do Milton Neves – Portal Terceiro Tempo).

Porém, a partir dos anos 90, as indústrias do grande ABC foram passando por crises até o ponto em que a própria Pirelli acabou adquirida por outra empresa. Assim, o Clube Atlético Pirelli acabou vendido para a UniABC (Universidade do Grande ABC), que atualmente pertence ao Grupo Anhanguera, finalizando sua participação com o esporte de alto rendimento em Santo André. Mas… o campo de futebol ainda está lá, dentro do campus da Av Pedro Américo!

Essa é a entrada atual da faculdade, não sei o quanto parecida com a original.

Muita emoção em poder andar e conhecer um pouco desse histórico estádio! Comentando com o meu pai, ele diz lembrar de assistir partidas da Pirelli aí, nos anos 60!

Para que você tenha uma ideia geral do lugar, esse é o meio campo para quem olha de cima dos pequenos degraus da arquibancada lateral:

Este, o gol da esquerda:

E este, o da direita:

Estes são os degraus restantes da arquibancada na lateral. Como disse no vídeo, li que quem montou a arquibancada foi a equipe de marcenaria, e vendo a foto lá em cima, a arquibancada era coberta, o que gera a dúvida sobre o quanto dessa arquibancada atual ainda é original.

Aqui, a vista estando do outro lado das arquibancadas. Esse é o meio campo:

O gol da esquerda:

E o da direita!

A área reservada para juízes e mesários segue ali.

Embora um pouco alto, o gramado não pareceu abandonado, ao contrário, está bem cuidado.

Os bancos de reserva seriam também originais? Quem saberá responder?

Um último olhar ao gol que tantas emoções causou…

Antes de ir embora ainda fiz uma foto do ginásio, com uma arquitetura tão bacana e que está lá até hoje…

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Entre futebol e história!

Hey! Tem um blog novo na área, com uma proposta bem bacana, trata-se do “Entre futebol e história“.

Segue a apresentação do blog:

O célebre Eduardo Galeano nos diz que somos feitos de histórias e não há porque de não concordar. Somos feitos de histórias e histórias foram feitas para serem contadas. “Os cientistas dizem que somos feitos de átomos, mas um passarinho me diz que somos feitos de histórias”. — Eduardo Galeano. E no futebol o que não falta é história, não é? Seja aquela em que o grande REInaldo fez um golaço digno de Puskás contra a ditadura ou aquela em que os índios guaranis inventaram o futebol. O objetivo central do projeto é contar da história mais conhecida a mais desconhecida pelo(a) leitor(a). Trazendo aos holofotes do mundo da leitura e despertando o seu interesse em buscar mais das histórias.

Acesse: https://entrefutebolehistoria.medium.com/ e saiba mais! Boa sorte ao projeto, que tenha muito futuro!!

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O futebol em Ribeirão Pires

Sempre tive uma relação especial com a cidade de Ribeirão Pires. Desde a época em que estudava na ETE Lauro Gomes, depois com o rolê punk e atualmente graças a essa figura chamada Nélson, um grande amigo de arquibancada e da vida que nos convidou para registrar o Estádio Felício Laurito , a casa do Ribeirão Pires FC!


Ribeirão Pires é mais um território que teve grande presença indígena e provável palco dos encontros dos portugueses com João Ramalho e os tupiniquins. Quando da fundação de São Paulo, a cidade de Santo André acabou abandonada e assim a região em geral acabou meio esquecida, limitando-se a ponto de passagem.

Somente no século XVII, a região do ABC volta a se desenvolver, Ribeirão era denominada de Caaguaçu (“mata alta” em tupi guarani). O futuro nome da cidade foi homenagem à família de Antonio Pires de Avila, que chegou à região no início do século XVIII, 2 anos depois da construção da Igreja de Nossa Senhora do Pilar.

Se pelo interior do estado, o café transformou as paisagens com suas grandes plantações, Ribeirão Pires teve uma influência indireta: no século XIX, para escoar o café para o porto de Santos, foi construída a ferrovia São Paulo Railway passando pela região dando origem a uma série de madeireiras e olarias. Em 1885 surge a pequena estação de Ribeirão Pires.

Somente em 1896, foi criado o distrito de Ribeirão Pires, aqui uma imagem de 1905:

Em 1953, Ribeirão Pires se emancipou tornando-se município autônomo. Atualmente é uma estância turística e tem se desenvolvido de modo diferente da história industrial que caracteriza a região.

Mas, como não poderia ser diferente, a cidade possui uma grande paixão futebolística: o Ribeirão Pires FC.

Na verdade, o primeiro time da cidade foi o CA Internacional fundado em 8 de julho de 1911, mas que acabou mudando de nome para Ribeirão Pires Futebol Clube, em 19 de maio de 1912.

Aqui, o time que defendeu a camisa do Ribeirão Pires FC em 1918:

Embora o trabalho inicial fosse focado na constituição do clube, em 1919, o Ribeirão Pires FC entra para a história ao disputar o primeiro campeonato da região, ao lado de: Serrano, Brasil, AA São Bernardo, São Caetano EC, Primeiro de Maio FC (que jogou como União Team por estar filiado à APEA naquele ano) e do Corinthians FC que sagrou-se campeão, recebendo Taça Senador Fláquer.

Esse foi o time que jogou o campeonato de 1919:

A partir daí, o RIbeirão Pires FC passou a disputar vários jogos e campeonatos importantes não só na região, como partidas na capital e em Santos e como o futebol ganhava visibilidade, em março de 1923 começa a ser construído um novo campo de futebol, nas proximidades da rua Major Cardim.

Esse era o time de 1923:

Em 1926 filia-se à Liga de Amadores de Futebol em 1927 debuta em competições oficiais jogando a Série Principal da Divisão Santista da LAF, mas abandonou a competição e acabou desclassificado.

Alguns dos resultados dessa competição:

Em 1927, disputa um amistoso contra a A. Portuguesa, como registrou a página de “sports” do Correio Paulistano de 4 de junho daquele ano:

Em 5 de agosto de 1934 vai até Bragança Paulista enfrentar o EC Bragantino, com o time abaixo:

Em 1936, um levantamento feito neste ano mostra que o time jogou 556 partidas, com 352 vitórias e 136 empates. E esse foi o time:

Em 1940, o Ribeirão Pires FC mandava seus jogos no campo situado ao lado da Rua Capitão José Galo, ao lado do prédio do Fórum. É ali que, em 1943, disputa o Campeonato Paulista do Interior. O time que fez história é esse:

Aí está o grupo da 26a região, onde estava o Ribeirão Pires FC:

Aqui, alguns dos atacantes deste time histórico: Pinheiro, Caetano, Tuiti, João e Turelli:

Se até então as sedes se mostraram sempre provisórias, em imóveis emprestados, em 1947 foi comprado a área onde atualmente está o Ribeirão Pires FC e que só seria inaugurada em 1978:

Em 1949, sagra-se campeão invicto da Liga Santoandreense, mas o início dos anos 50 foram dedicado à construção do Estádio Felício Laurito, inaugurado em 15 de novembro de 1956 em um jogo contra o Palmeiras. A equipe paulistana venceu por 4 x 2, mas o dia foi de festas, como se vê na foto abaixo:

Aqui, uma imagem do dia do jogo:

Por um período, logo após a construção do Estádio Felício Laurito (na foto abaixo, do lado direito), os dois campos de futebol continuaram em atividade, enquanto o “campo velho” era usado pra treino e emprestado para outros clubes, o novo Estádio era reservado para os jogos do Ribeirão Pires FC.

Em 1960, o Ribeirão Pires FC sagrou-se campeão municipal invicto!

As fotos acima foram retiradas do incrível livro: “Sob a luz de um lampião nasceu o Ribeirão”, de Roberto Bottacin (aqui nesse link da estante virtual até hoje cedo, ainda havia um por meros R$ 9,90!!!)

Encontrei algumas imagens, que confesso ter perdido a fonte (se você for o dono, me avisa e eu dou o crédito) que registram outros esquadrões:

Essa é do Jornal Mais Notícias e apresenta o time juvenil de 1965:

Enfim, depois de tanta teoria, vamos à prática! Um rolê pelo Estádio Felício Laurito ao lado dos amigos Gó e Nelsão!

Então é hora da nossa tradicional imagem do estádio, começando pelo meio campo:

O gol da direita:

E o gol da esquerda:

E um olhar geral sobre esse lindo Estádio!

O Estádio está literalmente dentro do clube, então tem uma série de cuidados que normalmente não veríamos em outros campos, como esses bancos de onde se pode assistir os jogos:

Junto ao campo há também uma pista de atletismo:

Lááá do outro lado, estão os bancos de reserva.

Esta é a arquibancada de onde tirei as fotos do campo.

Olhando lá do outro lado, as imagens “invertidas”, esse é o gol da direita (atrás dele está o ginásio do RPFC).

O meio campo, tendo as arquibancadas como destaque:

E o gol da esquerda com o salão social ao fundo.

E aí os 3 patetas…

O entorno do estádio possui vários detalhes e muitos cuidados dando um ar todo especial ao lugar…

Encontrei até uma versão antiga do distintivo antigo em uma das portas:

Olha aí um adesivo declarando o amor ao clube…

E o que dizer dessa sala de troféus? Quanta história está aí registrada?

Aproveitamos ainda para dar uma olhada na quadra de futsal.

O futsal é bastante valorizado no RPFC!

Arquibancadas em dia!

E assim, com mais um estádio registrado, voltamos para casa com a certeza da missão cumprida!

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O futebol da cidade de Serra-ES

A pandemia mexeu tanto com a gente, que quase acabamos deixando passar o registro do nosso último rolê “pré Covid-19”.

Foi durante o já distante carnaval de 2020, em um destino que estava se tornando uma tradição: Vitória, no Espírito Santo.

Pra quem acha que não dá pra voltar tantas vezes pra Vitória, vale ressaltar os principais pontos que nos fazem querer repetir cada vez mais esse rolê. O primeiro é a diversidade de coisas pra se fazer, como curtir o centro histórico…

O Espírtio Santo é riquíssimo em se falando da história do Brasil, vale ler um pouco sobre Vasco Coutinho, o português que foi donatário da capitania que englobava este território.

A cidade de Vitória é cheia de praias super gostosas e que são de fácil acesso!

Outro rolê legal é admirar o rio Santa Maria em sua chegada ao mar.

Tem muitas praias próximas da cidade, e sempre se acha um cantinho bucólico pra se fazer uma foto no fim da tarde…

Sugiro uma visita ao MUCANE (Museu Capixaba do Negro), um centro estadual de referência à cultura negra.

A gastronomia local tem cada vez mais opções para os vegetarianos … A gente foi nuns lugares mais chiques dessa vez 🙂

E essa moqueca capixaba vegetariana sempre conta na hora de decidir voltar pra Vitória…

E eles também são bons de pizza…

Nós já estivemos outras vezes por lá conferindo um pouco do futebol local, veja aqui como foi! Dessa vez, fui conhecer a loja de fábrica da Icone, que patrocina entre outros times o meu Ramalhão!

Po, um passeio que vc não pode deixar de fazer é um rolê até a Golias Discos, pra pegar algum vinil!

A escadaria Maria Ortiz homenageia uma filha de espanhóis que nasceu em 1603, no território que se tornaria Vitória.

Naquela época, a Holanda era inimiga mortal da Espanha e o Brasil vivia a época da “União Ibérica”, o que levou, em 1625, o capitão holandês Piet Pitersz Heyn chegou à vila para um ataque que teve como principal ponto a Ladeira do Pelourinho, onde vivia Maria Ortiz que surpreendeu os invasores com um verdadeiro banho de água fervendo. A vizinhança contribuiu atirando paus e pedras, a movimentação acabou chamando a atenção de outras pessoas que conseguiram impedir a invasão naquele momento. Maria Ortiz faleceu em 25 de maio de 1646.

Mas nosso passeio dessa vez não ficou apenas na capital do Espírito Santo, nosso amigo Thiago nos levou até a cidade de Serra, e ainda demos a sorte de ouvir um pouco da história da cidade contada pelo poeta, cantor, escritor e compositor serrano Teodorico Boa Morte!

Mas também queríamos conhecer um grande amor de todos os cidadãos de Serra: a Sociedade Desportiva Serra Futebol Clube!


O Serra Futebol FC surgiu em 24 de junho de 1930 e dedicou boa parte de sua existência ao futebol amador e tem como mascote a cobra coral!

Somente em 1997 a “Cobra coral” fez sua estreia no futebol profissional, disputando a Segunda Divisão do Campeonato Capixaba.

Após classificar-se em primeiro lugar na Chave Norte (ao lado de Botafogo, Canário e São Gabriel) jogou a 2a fase e chegou à final contra o Mimosense, sagrando-se campeão logo em seu primeiro ano, subindo para a 1a divisão.

Em 1999, viria o primeiro título da primeira divisão e no mesmo ano classificando-se para a série B do Campeonato Brasileiro tendo vencido o Fluminense, no Maracanã 2×1.

Em 2003, nova conquista do “Capixabão“, vencendo o Estrela do Norte na final, com direito à torcida invadindo o campo para comemorar com os jogadores.

Em 2004, vem o terceiro título estadual, com um 4 a 0 sobre o CTE Colatina.

Em 2005, conquista o seu terceiro título estadual consecutivo, fazendo a final contra o Estrela do Norte, com gol aos 45 minutos do segundo tempo do artilheiro Betinho.

O próximo título veio em 2008 e fez o Serra ser considerado o campeão do século XXI.

Entretanto, em 2012, o Serra é rebaixado para a Segunda Divisão e só alcança o acesso de volta à primeira em 2017, tornando-se bicampeão da segundona.

E no retorno à Série A do Capixaba, o time volta a fazer história conquistando novo título, na final contra o Real Noroeste.

Aproveitamos a carona do nosso amigão Thiago para conhecer o Estádio Municipal Roberto Siqueira Costa!

Mais uma bilheteria para a nossa coleção!

O nome do Estádio Municipal Roberto Siqueira Costa é uma homenagem ao goleiro que brilhou defendendo o time tricolor na década de 1980 e que depois foi funcionário do clube, e até técnico.

Vamos dar uma olhada no campo!

E um estádio como esse merece receber uma torcida apaixonada, correto?

Sim, eles fazem uma festa danada!

Está lá a arquibancada que tantas vezes viu o time campeão estadual. Uma pena não termos conseguido pegar um jogo aqui..

Em 2018, inauguraram-se os refletores do estádio.

Há um espaço coberto para a imprensa.

O placar é manual e bem antigo.

O distintivo do time pintado e meio à bancada ficou bem legal!

Encontrei um lote de cartões postais do estádio a venda pela Internet, com uma imagem aérea do estádio

Hora de voltar pra casa! Um grande abraço ao amigo Thiago, que mesmo torcedor da Desportiva, nos acompanhou até a casa do Serra FC!

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O futebol em Santo André: CA Piratininga

Com o lançamento da Enciclopédia do Futebol pela Federação Paulista, vários campeonatos antigos acabaram ganhando atenção, como o Campeonato Paulista do Interior, e pesquisando a edição de 1943, encontrei a participação de um time pouco conhecido aqui de Santo André, o Clube Atlético Piratininga.

O CA Piratininga foi fundado em 29 de setembro de 1939 e teve seu jogo de estreia: contra o time do Parque das Nações, um empate de 0x0.

A partir de 1940, o CA Piratininga passou a ganhar mais notoriedade, tanto que o time juvenil foi convidado a disputar a preliminar do jogo de despedida do Estádio do Primeiro de Maio (na rua Campos Sales, defronte à Catedral do Carmo).

O adversário foi o São Paulo FC, cujo time principal enfrentaria o dono do Estádio: o Primeiro de Maio FC. O time juvenil do CA Piratininga, da foto abaixo, conseguiu segurar o time da capital num 1×1. No jogo principal, o tricolor paulista amassou o Primeiro de Maio FC por 8×0.

A foto do time juvenil foi tirada do livro “A história do futebol em Santo André“, do Paschoalino Assumpoção, é um livro barato e muito completo sobre o futebol amador na cidade de Santo André (em 5/2/2022 tinha um por R$ 6 neste link.)

Outra fonte importante para esse trabalho foi o livro “Os esquecidos“, realizado pelo DataToro / RedBull, com pesquisas de Antonio Ielo, Fernando Martinez, Júlio Diogo e Marcio Javaroni e editado pelo Rodolfo Kussarev.

Na sequência, a partir de 1941, o time passou a jogar a segunda divisão da liga Santoandreense, até que finalmente, em 1943, o CA Piratininga participou do Campeonato Paulista do Interior enfrentando os times do ABC, Guarulhos e Franco da Rocha, como apresentado no livro “Os esquecidos – Arquivo de Futebol Paulista” (no detalhe, o time é apresentado como sendo de São Bernardo, e com um escudo diferente do que se vê na foto acima, do time posado):

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EC Santo André 1×0 São Bernardo FC

Quarta feira, 2 de fevereiro. Verão no ABC, mas a tarde começa a esfriar. A partir das 17hs chega uma garoa, que logo se transforma em chuva. Com um tempo assim convidativo, o que mais se pode fazer a não ser encontrar os amigos na molhada arquibancada do Estádio Municipal Bruno José Daniel???

Nosso novo gramado é sintético. Não tem vida. Não se importa com a chuva. Não alaga, não faz poça, sequer suja a roupa de terra. São tempos tecnológicos. E se você acha que o seu campo de terra é raiz, pode aguardar… a sua hora vai chegar.

Um belo placar eletrônico pré montado indica: hoje é dia de dérbi! Santo André e São Bernardo se enfrentam na casa dos ceboleiros.

Pausa para um registro de mais um louco pelo Ramalhão: Pedro Paulo!

Fúria Andreense presente! Mas algo precisa ser dito a respeito da injusta proibição da entrada dos materiais (faixas, camisas e bandeiras) da torcida pela polícia militar. Não é justo uma atitude dessa com uma torcida que tem feito tudo de modo correto.

Sem as faixas da Fúria, o jeito foi a homenagem ao Ferreira e outras bandeiras ocuparem a parte central do estádio.

Tudo pronto, é hora dos times entrarem em campo!

O pessoal da Febre Amarela esteve desde o início da partida representando o Tigre.

O jogo começa quente com o Santo André pressionando alucinantemente o time do São Bernardo, com boa partida do Dudu.

Se o ritmo em campo é quente, a chuva na arquibancada é fria…

Mais uma pausa para registrar outro apaixonado pelo Ramalhão: Anderson!

Olha aí o pessoal da velha guarda: a TUDA.

A pressão segue quente, mas o Ramalhão não consegue abrir o marcador. O São Bernardo aproveita uma falta sofrida e gasta o tempo para segurar a pressão.

E dá certo… O jogo fica truncado e demora até o Ramalhão voltar a pressionar.

O primeiro tempo vai terminando e o Santo André consegue retomar as rédeas do jogo. Porém o São Bernardo ainda mandou uma bola que o nosso goleirão Jeferson Paulino espalmou e bateu no travessão antes do jogo acabar.

Pra quem gosta de ver o campo, esse é o lado direito:

É nesse lado que sai um escanteio pro Ramalhão… Será agora???

Aqui o meio campo:

E aqui, o gol da esquerda:

Algumas pessoas podem perguntar “Onde essa torcida está com a cabeça para aguentar tanto sofrimento por um time??”. A resposta é… “Em uma caixa”:

O segundo tempo começa e a Fúria, hoje “desuniformizada” segue no apoio!

A Esquadrão também faz muito barulho e agora, no segundo tempo, estará em frente ao ataque Ramalhino!

O time volta pior no 2o tempo e o São Bernardo agradece.

Mas o São Bernardo também reclama….

Nossa zaga mais uma vez se comportou muito bem, e suportou a pressão do time batateiro.

Será que na bola parada o Santo André vai abrir o marcador?

A árbitra Daiane Muniz dos Santos teve bastante trabalho. Mas mandou bem! Sempre bom ver as minas participarem ativamente do futebol jogando e/ou apitando.

O jogo caminhava para o fim… Aos 39 minutos o tradicional torcedor Ovídio manda “O gol vem aos 45”. Sempre gosto de ouvir o que ele fala, porque além de otimismo, as décadas de arquibancada deram a ele uma visão que poucos tem. 45 do segundo tempo: Gol do Ramalhão!

E na hora de ir embora, ainda deu pra fazer uma fotinho com o nosso goleirão Jefferson Paulino, enquanto tirávamos nossas bandeiras!!!

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A volta do futebol profissional a Leme!!!

Sábado, 29 de janeiro de 2022. A tarde começou molhada para quem queria ver um jogo da A2.

Mas todo esforço valeria a pena, afinal… Era um dia especial para a cidade de Leme!

Em 2004, o EC Lemense havia se licenciado, mas esqueci de comentar (obrigado ao Ruben Fontes Neto por lembrar) que na sequência surgiu o CA Lemense que atuou no futebol profissional de 2005 a 2016. Então, a cidade não recebia uma partida de futebol profissional há 6 anos! E essa saudade fez com que, mesmo com chuva, fosse feita uma grande festa que mobilizou a cidade.

Pra quem não entendeu como a cidade passou a receber jogos da série A2 de uma hora pra outra, tudo ocorreu porque o SC Atibaia que há anos vinha disputando suas partidas meio “nômade” entre diversas cidades (em especial, Amerciana) decidiu mudar-se para a cidade de Leme, e retomar o tradicional nome do Lemense para a disputa da série A2 do Paulista.

O pessoal gostou da ideia e foi pra fila na chuva pra ver o primeiro jogo em casa.

O adversário do dia era o EC Taubaté! Coincidentemente com um distintivo muito parecido com o do atual Lemense.

Aliás, a torcida visitante compareceu e como já não havia ingressos e temos boa amizade com o pessoal do Taubaté acabamos assistindo o jogo por ali mesmo!

Parabéns ao pessoal por terem enfrentado a estrada, arrumado a grana necessária e estarem presentes acompanhando o querido Burro da Central.

A torcida local fez bonito e se fez presente em considerável número! Foram distribuídos 4 mil ingressos gratuitos na cidade e quase 100% deste público compareceu ao jogo!

Claro que merece destaque a torcida organizada local : “Os persistentes“, que mais uma vez fez entender o porquê do seu nome.

Além da organizada, ali do lado da torcida visitante também tinha uma boa parte de torcedores locais!

Pô, e acompanhando o aquecimento dos reservas do Taubaté, eis que encontro eles o Garré, ex atleta do anto André pelo qual a torcida aqui sempre teve grande admiração!!!

Assisti à partida ao lado do Madequier, da cidade vizinha de Pirassununga! Valeu pelo rolê e pelo papo, meu amigo!!

Em campo, o time local soube se impor e rapidamente o meia Celsinho fez 1×0 pro Lemense. Como esse cara é bom… Por pouco ele não estragou o acesso do Santo André em 2019, quando defendia as cores do Água Santa, de Diadema.

Pra quem não conhece o Estádio Bruno Lazzarini, vamos a um rápido registro visual. Aí está o gol da esquerda:

O meio campo (onde fica o pessoal dos Persistentes):

E o gol da direita:

O acesso ao estádio foi fácil, e o gramado estava em boas condições, principalmente se levarmos em conta que recebeu muitas chuva nos últimos dias, o que demonstra que está existindo um cuidado especial para que esse retorno não seja apenas fogo de palha.

No intervalo, as duas torcidas foram se ver de perto para matar a saudade dos estádios…

Parabéns à torcida do Taubaté que soube não entrar na provocação da torcida local.

Em campo, o Lemense já tinha 2×0 e o jogo foi se encaminhando para o fim em clima de festa local!

Fiquei um pouco hipnotizado olhando esses números…

Quando dei por mim… o jogo havia acabado! E o Lemense mostrou que voltou pra valer!!

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