23 de abril de 2022. A série D do Brasileiro chega à sua 2a rodada e o Santo André tem a chance de se manter na liderança após ter vencido a primeira partida fora de casa contra a Academia Pérolas Negras (veja aqui como foi!). O adversário já está postado em campo, a laranja mecânica carioca: o perigoso Nova Iguaçu FC!
O Estádio Bruno José Daniel fica lindo pronto para a partida! Aqui o gol da esquerda:
O meio campo:
E o gol da direita:
Em quantidade, a torcida ramalhina não tem feito sua parte, como costumava fazer em outros anos…
Em campo, nossa molecada se esforça, corre e começa o primeiro tempo conseguindo dominar o time carioca.
Aos poucos a partida se equilibra, e o time do Santo André não consegue mais criar nada para a preocupação da torcida.
Com um sol forte na cabeça e um jogo amarrado em campo, o primeiro tempo vai embora sem grandes chances para nenhum dos dois times.
Mais uma vez, a diretoria trouxe para o estádio a loja do Ramalhão, com várias opções de camisas, shorts e até copos temáticos!
O intervalo permite a gente trombar os amigos, como o Renato e o Nílton (lá de Suzano):
O segundo tempo começa e com 21 minutos o Nova Iguaçu chega ao seu gol após uma bola cruzada na área que chegou láááá no segundo pau e foi cabeçeada para dentro da área para enfim receber o golpe final…
É uma tarde a ser esquecida pela nossa torcida e até pelo nosso time, que, repito, não deixou de correr um minuto, mas que não se encontrou como time, ainda…
A Esquadrão segue apoiando… Mas infelizmente dessa vez, o time não consegue reagir…
Não é hora de se desesperar, nem de sair xingando os jogadores, muitos dos quais foram formados aqui e tem uma relação de grande carinho com o clube…
O Santo André foi a campo com: Gabriel Cabral; Eliandro, Samuel Terram, Udson e Caio Ruan; Denis Germano, David Ribeiro (Ruan), Vitor (Dioran) e Gharib (Alex Nagib); Maycon (Cledson) e Tiago Ulisses, sob o comando do técnico José Carlos Palhavan.
E na nossa bancada, tá lá a faixa lembrando que nosso amigo Bellotti sempre estará presente!
O outono transformou a tarde em um espetáculo de cores para fazer a torcida ramalhina esquecer o resultado e se preparar para o próximo jogo, novamente em casa, e agora contra o São Bernardo FC!
27 de abril de 2022. Se segura, irmãs e irmãos de arquibancada… O fim de semana era de lua cheia, energias mil rolando pelo ar e prometendo um início mágico da série D, a 4a divisão do Campeonato Brasileiro.
Fomos acompanhar a estreia do EC Santo André e o jogo era em Resende, no RJ e aproveitamos para dar uma parada em Penedo, que fica ali pertinho para curtir umas cachoeiras…
Claro que as cachoeiras tiveram que aguentar o lado torcedor também presente!
Penedo é uma região do município de Itatiaia, considerada um verdadeiro parque ecológico cravado ali aos pés da Mantiqueira, pertinho do pico das agulhas negras.
Penedo surgiu por um grupo de finlandeses liderados por Toivo Uuskallio, idealizador de uma comunidade vegetariana e naturalista atendendo a um “chamado espiritual”. Assim, em 1927 abandonou a Finlândia e veio com sua mulher e 3 amigos que curtiram a ideia. Em 1929 comprou a então “fazenda” Penedo, onde começou a colocar em prática seu sonho. Tudo isso e um pouco mais está disponível no Museu Eva Hilden.
Muitos acabaram voltando à Finlândia e abandonaram as terras de Penedo que deram lugar aos hotéis, pousadas, pensões além de diversos restaurantes, lanchonetes e bares. Segue abaixo o registro do início da colônia lá no Museu:
Mas o grande xodó da cidade é mesmo sua área verde e suas cachoeiras!
Olha que árvore louca, bem no centrinho da cidade!
No fim de semana em questão, além dos usuais turistas em busca de chocolate, a cidade também recebeu uma parcela da torcida ramalhina, olha aí o Gabriel e a Gabriela!
Além disso a população local parece ter um cuidado importante com a saúde mental das pessoas.
Mas… Nem tudo são cachoeiras, natureza ou chocolates… Estamos no estado do Rio de Janeiro para uma missão importante, é hora da estreia do Ramalhão na série D e a partida foi especial pelo fato do nosso adversário ser uma equipe jovem e com uma história um pouco diferente dos times tradicionais.:
A Academia de Futebol Pérolas Negras surgiu em 2009 lá no Haiti, como Missão de Paz da ONU, mas em 2010, sofreu com o terremoto que atingiu o país, só se recompondo em 2011.
Em 2016 e 2017, participou como convidado da Copa São Paulo de Futebol Júnior com um time formado 100% por atletas haitianos.
Em 2017, a Academia Pérolas Negras filiou-se à Federação de Futebol do Rio de Janeiro e logo em seu primeiro ano conquistou a Série C do Campeonato Carioca. Em 2020, conquistou o acesso à Série B1. Em 2021, conquistou os dois turnos da Série B1 e garantiu uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro 2022. E é para conferir isso que estamos aqui hoje! Ah, e com ingressos grátis!
E a nossa rapaziada se fez presente!!
É hora de circular toda a elegância do meu boné do The Strongest dessa vez por um estádio carioca!
A Mari preferiu o boné do Grinders (banda skate punk do ABC)!
A torcida local compareceu em número razoável.
Aí vem os times!
Perdi o timing da foto do elenco posado 🙁 Mas o time foi a campo com: Fabrício; Samuel, Higor (Henrique), Udson e Caio Ruan; Denis Germano (Lucas Silva), Tiago Ulisses, Vitor (Dioran) e Gharib (Cledson); Bruno (Maycon) e David Ribeiro. O técnico foi Jose Carlos Palhavan.
Enfim… Vamos à partida!
Vale lembrar … O time é completamente diferente do que disputou o Campeonato Paulista, mas conta com vários rostos conhecidos da nossa base (como o goleiro Fabrício, ou o polivalente Denis Germano), bem como atletas que já passaram por aqui e tem o carinho da nossa torcida (Samuel Teram e Thiago Ulysses), entre outros.
E o destaque da nossa bancada… Nossa torcida segue sendo um caso de amor à parte!
Em campo, o jogo é duro. Os dois times erraram muitos passes e criaram poucas chances de gol. O Ramalhão até começou melhor mas o Pérolas Negras melhorou nos minutos finais do primeiro tempo.
O jogo parecia rumar para um 0x0…
Mas em um contra ataque, um chute da entrada da área colocou o time local na frente. Pérolas Negras 1×0 Santo André.
Nada que desanime a nossa torcida!
E que tampouco tenha animado muito a torcida local…
Um abraço ao amigo Ovídio! Incansável nessa paixão pelo Santo André, há décadas.
Fim do primeiro tempo… Até nossa torcida dá uma pausa…
Volta o segundo tempo e a esperança é por uma melhoria no time do Santo André. O treinador Palhavam realiza várias mudanças no time que acabaram dando certo… O time visitante conseguiu chegar ao empate!
E vamooooooo!!!
Agora, é tudo ou nada para o Ramalhão! Somos ou não o time da virada?
Nossa arquibancada se anima…
E o apoio parece ter ajudado… O Ramalhão desafia a lógica e faz 2×1!! Mas o jogo não fica fácil, o Pérolas Negras aperta!
E o jogo parece não terminar nunca… Ou termina?
Não dá pra acreditar… Acompanhar o Santo André é uma experiência única!
E o time mostra a sintonia com a torcida! Essa é a diferença de ter no nosso elenco o pessoal que não só se desenvolveu na nossa base, mas vive a realidade da nossa cidade! O time não só vem até a bancada como canta o hino inteiro do time… Emocionante…
Abraço a todos que compareceram!
Que bom que tudo deu certo em mais uma partida como visitantes!
Na hora de voltar o sol se esforçou pra nos acompanhar até onde foi possível.
Alguns dizem que a noite chega uma frente fria, com chuva e tudo mais… Mas, decidimos desafiar os prognósticos e acompanhar o Santos FC em sua estreia em casa pela Copa Sul-Americana!
Dia de casa cheia, pois mesmo com os resultados recentes não empolgando, o torcedor santista sabe a importância da sua presença para conquistar a primeira vitória na Copa Sul-Americana (o time da baixada perdeu a primeira rodada para o Banfield, em solo portenho).
E não é que conseguimos ótimos lugares ali nas arquibancadas térreas, literalmente ao lado dos jogadores!!
A ameaça de chuva até chegou a se tornar realidade no caminho para Santos, mas na hora da bola rolar, o clima estava muito gostoso, com aquele calor típico do fim das tardes do litoral.
A Vila Belmiro tem um aspecto único, se você nunca esteve lá, precisa guardar um dia para isso… A impressão é que tinha gente por todos os lados pra apoiar o Santos!
A missão da noite não seria fácil… O Club Deportivo Universidad Católica del Ecuador é um time da cidade de Quito, fundado em 1963 e manda seus jogos no Estádio Olímpico Atahualpa com capacidade total de 39.818 pessoas.
Por mais que aos 14 minutos, Jhojan tenha feito 1×0, o time visitante não se intimidou e aproveitando-se dos diversos erros de posicionamento e marcação empatou aos 25 minutos do primeiro tempo.
Se parte da torcida sentiu o golpe, a Torcida Jovem fez questão de não parar um minuto e manter o clima de apoio o tempo todo!
Muitas críticas aos jogadores, mas uma exceção era o goleiro João Paulo que tem um grande apoio da bancada.
É sempre uma honra estar presente em uma arquibancada com tanta história. Poucas pessoas lembram, mas a Vila Belmiro (ou o “Estádio Urbano Caldeiro“) já é um senhor de idade: 105 anos de idade (construção em outubro de 1916). Achei essa imagem na Wikipedia relativa à inauguração do sistema de iluminação, em 1931:
E aqui, o atual sistema de iluminação, bastante moderno!
O time do Equador não levou torcida à Vila, o que permitiu que a tradicional área atrás do gol ficasse toda liberada para a torcida santista.
Aliás, o estádio passou por muitas mudanças e embora tenha uma capacidade limitada a pouco mais de 16 mil pessoas, existem até camarotes especiais ali, acima de onde estávamos.
O jogo seguia mal para o Santos. A bola era facilmente perdida no ataque e a cada ataque do time equatoriano, era um sufoco lá atrás…
Pra piorar, em um contra ataque, aos 42 do primeiro tempo, o Universidad Católica marcou o segundo gol…
Mesmo quando chegava a ataque, como em uma falta no último do primeiro tempo… As chances do Santos eram facilmente desperdiçadas…
E assim, o primeiro tempo chegou ao fim…
Hora de registrar os amigos do Perú que me acompanharam nessa aventura! Dále Luis y Fiorella!
O clima pesou. Até algumas discussões mais acaloradas, reclamações para todo o lado. Mas o estádio estava vivo! Pulsante!
Quando menos percebi já era hora do jogo recomeçar…
Talvez se o futebol fosse minimamente mais lógico, o Santos teria perdido. Talvez tivesse levado o terceiro gol rapidamente no segundo tempo. Mas não tem muita lógica nesse esporte. E uma substituição em especial mexeu com o time: a saída de Ricardo Goulart para a entrada de Léo Baptistão. Tanto que o Peixe chegou a empatar aos 21 minutos com Ângulo, de cabeça, mas o juizão (que tava causando já…) invalidou o gol alegando impedimento. Porém, aos 32 minutos, Léo Baptistão é derrubado na área… E aí, meu amigo, minha amiga…
Fogo nas arquibancadas, enquanto o placar mostrava o empate em 2×2!!!
O jogo não ficou fácil, mas a atmosfera era única… 100% a favor do Peixe!
O placar indicava que quase 10 mil pessoas estiveram na vila mais famosa do mundo, e essa galera toda queria muito a vitória!
E a torcida queria que o time fosse pra cima, a todo custo.
Braços erguidos, vozes já gastas… 35 minutos e o fim do jogo se aproxima…
O Santos é só pressão. O Universidad Católica não tem o apoio nem do padre local…
São todos de pé (mesmo que no colo do pai) gritando pela vitória!
E aí cada um vai contar de um jeito… Eu já não consigo lembrar como foi, mas lembro que na hora percebi a coincidência de um equatoriano, Brayan Angulo ter feito o gol da virada…
O que mais havia pra fazer se não curtir a festa da torcida local? Fui lembrar da câmera já na hora de ir embora…
Um último resgitro em frente à Vila Belmiro e voltemos ao ABC!
9 de abril de 2022, 17h45: começo pelo fim, até porque todos já sabem como essa história terminou.
Faltando poucos minutos pro fim do jogo, o tradicional Estádio do Canindé está entre explodir de felicidade e a angustia de saber que um gol pode estragar a tão aguardada festa… Próximo a mim, ouço um torcedor lusitano falar baixinho: “Deus, olha eu aqui de novo pra falar da Portuguesa…”.
É… Quem ama futebol, sabe o que são os segundos que antecedem um acesso para a primeira divisão…
Mas voltemos ao início desse capítulo difícil da história da Portuguesa.
O time já vinha entre altos e baixos há alguns anos, mas quando em 2015 foi rebaixado à série A2, nem o mais pessimista poderia imaginar que fossem levar tantos anos para o retorno à primeira divisão… Portanto a semifinal contra o Rio Claro significava muito, mas muito sentimento represado.
Não foi a toa que uma multidão de quase 13 mil torcedores compareceu ao Canindé para a partida. A Marginal Tietê já estava com saudade de ser decorada com a presença da torcida da lusa!
Fazia tempo que tamanha confiança e apoio não eram mostrados assim em conjunto por tantos torcedores da Lusa!
Já estivemos no Canindé por várias vezes, seja acompanhando a Lusa, ou o Santo André, ou mesmo para registrar o Museu da Portuguesa, e lá estamos mais uma vez!
Com tanta gente, acabei chegando com o jogo começado, o que deu certa tranquilidade para registrar a loja da Lusa:
Como acontece nas decisões, o estádio era uma mistura da minoria que acompanhou e sofreu junto com o time nesses últimos anos e uma boa parte de torcedores que surgiram para o jogo do acesso. Mas tudo bem. Essa decisão também serviu pra isso, pra trazer de volta os que já não participavam e mesmo para apresentar a paixão rubro-verde para uma nova geração de torcedores.
34 minutos do primeiro tempo e a festa parece se confirmar: Gustavo França enlouquecia a torcida fazendo 1×0!
Com 1×0 já dava pra fazer nosso tradicional vídeo de registro da partida:
O primeiro tempo termina e dá pra ver que realmente tem muita gente no Canindé…
É tanta gente, que a polícia militar se vê obrigada a aumentar o espaço destinado ao torcedor local, tamanha é a multidão que o placar oficializava: 12.964 pagantes!
Mas não houve nenhum problema para o torcedor Rioclarense que também compareceu e que infelizmente ficou de coadjuvante nessa história. Abraços para o pessoal da Galo Azul.
O segundo tempo começa e a torcida sabe que faltam 45 minutos para a confirmação do acesso. É muita energia, e a Leões da Fabulosa tratou de deixar a bancada não apenas mais colorida, como mais vibrante:
E se segura que lá vem o bandeirão da Leões!
O público só não foi ainda maior porque a parte das cadeiras cobertas está sendo reformada, o que reduziu a capacidade total do estádio.
Aos 13 minutos do segundo tempo, o inesperado (ao menos para a torcida local) acontece: Bruno Moraes empata o jogo. A bancada não para. O apoio é total!
Mas em campo, a Portuguesa sentiu o gol, e mesmo as chances de ataque criadas eram facilmente desperdiçadas.
Mais uma vez o apoio da bancada ajudou o time a se controlar e entender que faltava muito pouco para o acesso! O Rio Claro tenta crescer no jogo, mas o caldeirão lusitano ferve!!
Estando ali no meio desse caos de sentimentos dava pra ver no rosto de cada um o que estava em jogo: as lembranças de experiências compartilhadas em família ali naquele mesmo espaço, toda uma história envolvendo a ligação Brasil e Portugal e o futuro dessa geração que pode trazer a Lusa de volta ao patamar da elite do futebol.
Uma dessas histórias estava ali em campo: o comandante Sérgio Soares, ex atleta e um treinador fora dos padrões atuais: próximo da torcida, dos atletas e indo muito além das 4 linhas!
Não é por acaso que ele tem o apoio que tem, tanto da diretoria quanto da torcida!
O tempo passa, mas a torcida sabe que não dá pra bobear… Unhas são detruídas, lamentações proferidas…
Mas o apoio não para!
Alguns sentimentos não parecem caber nas pessoas. Algumas querem voar, chegar ao céu… E o alambrado torna-se asa!
Até o Cartolouco parece estar literalmente louco e circula sem camisa curtindo o acesso que parece se confirmar!
Os segundos demoram a passar… Só há um caminho para a torcida: cantar sem parar e tentar mostrar de todo jeito o seu amor à Lusa!
Mais de 43 minutos do segundo tempo e um escanteio para o Rio Claro traz até o goleiro do time do interior para a área. Os corações lusitanos se mostram valentes!
Só o que se pensa, se diz, se grita no Canindé é “Vamos, Lusa!!”
Preste atenção… Esses devem ser os últimos momentos da Lusa na A2!
Chega de sofrimento… É a hora de comemorar. A Lusa está definitivamente na série A1!
Lágrimas, risos, cerveja, passado sendo posto a limpo, o futuro se redesenhando… Alguém saberia explicar o que se passa num momento desses? Abraço ao amigo lusitano Daniel Júnior, que sempre esteve ao lado do seu time, mesmo estando há milhares de quilometros.
O goleiro Thomazella, que também viveu um drama familiar durante o campeonato por conta de uma doença rara em seu filho, foi amplamente reconhecido!
Um abraço pro pessoal da torcida do Santo André que colou pra apoiar, em especial pro Guilherme, com quem assisti o jogo!
Ainda deu tempo de trombar o amigo Álvaro e seu irmão!
Quem disse que o torcedor da lusa queria ir embora? A festa demorou pra acabar e teve até cerveja de graça!!
Parece que os próximos capítulos da história da lusa terão ainda maior felicidade!
A hora de ir embora também foi emocionante. Bandeiras da lusa mais uma vez dominaram a marginal Tietê!
Quem sou eu pra falar da religiosidade de cada um… Talvez tenha sido apenas mais um fim de dia de outono qualquer, mas tenho certeza que aquele torcedor que pediu ajuda pra Lusa, viu esse céu vermelho como a prova mais incrível de que Deus exista e que, ao menos ontem, ele foi Lusa desde pequenininho…
Esqueça a garoa que cai com vontade sobre o ABC, o Esporte Clube São Bernardo, o “Cachorrão do ABC” está em campo pela primeira rodada da segunda fase do Campeonato Paulista da série A3 de 2022 e sua busca pelo acesso à série A2 merece ser registrada!
Então vamos à bilheteria e … Não há bilheteria hoje? Não, ingressos gratuitos!
Ao saber da gratuidade imaginei que o Estádio Municipal 1º de maio receberia um grande público!
Mas, infelizmente a garoa atrapalhou e a cidade não se empolgou com a campanha que pode novamente colocar o time na série A2 do Paulista…
A vantagem da torcida local ficar nesse lado da arquibancada é que a pequena parte coberta pode oferecer certo conforto aos que não quiseram tomar garoa na cabeça.
Que tal sentir um pouco a atmosfera do Estádio Primeiro de Maio?
Então, vamos ao jogo!
Os dois times começaram nervosos, errando muitos passes…
As melhores chances de gol foram favoráveis ao Cachorrão, mas o MAC manteve o jogo bastante parelho.
O gramado molhado deu muito trabalho e dor de cabeça para a boa árbitra Daiane Caroline Muniz dos Santos, que soube manter o jogo em suas mãos.
Para manter nosso padrão, aí vai a foto do gol esquerdo:
O meio campo do Primeiro de Maio:
E o gol da direita.
Ao fundo, no lugar tradicional, a torcida visitante do Marília Atlético Clube.
Do lado local, a torcida Esquadrão Alvinegro fez seu papel, cantando o jogo todo.
O EC São Bernardo teve uma série de boas chances com faltas próximas à área, mas nenhuma delas terminou em gol.
O primeiro tempo termina em 0x0 e o resultado não agrada a torcida local…
Hora de dar um role e encontrar outros apaixonados pelas divisões de acesso, caso do Milton, Luigi e da Bia, obrigado pelo papo!
O segundo tempo começou com um domínio maior do EC São Bernardo, com boas tentativas do conhecido atacante “Chuck” pela direita.
E o ditado não erra, principalmente em dia de garoa. Água mole em pedra dura, tanto bate até que… Em boa jogada pela direita, dessa vez do jogador Erick, o volante Iago fez 1×0 para os donos da casa!
No lance o atacante Jhonny que havia entrado há pouco se machucou, dando lugar para
O gol deixou o jogo mais aberto, e embora o MAC tenha reclamado de um penalty não assinalado, o Cachorrão manteve o ímpeto e já nos acréscimos (48″ do 2º tempo) acabou chegando ao segundo gol!
Rolou até dancinha na comemoração kkkk!
Com 2×0, o jogo estava definido, deu tempo de registrar a presença no Estádio!
Agora era só esperar a árbitra apitar o fim do jogo…
E assim terminou a partida… O treinador visitante, o ex jogador Guilherme, não curtiu muito… O treinador local, Renato Peixe, acabou dando uma acalmada nos ânimos…
Parabéns à árbitra Daiane Caroline Muniz dos Santos que soube segurar bem o jogo e que mostrou que as mulheres merecem ocupar cada vez mais espaços no nosso futebol!
Mesmo com o jogo acabado deu tempo pra mais um pequeno desentendimento entre as equipes já no caminho dos vestiários…
Hora do Esquadrão Alvinegro se despedir do time!
E deu ainda pra bater um papo com o Caio e a diretoria da torcida já do lado de fora do estádio, com direito a quase sermos atropelados kkkk
Feriado de 7 de setembro de 2021 e lá vamos nós conhecer e registrar mais uma cidade com uma grande tradição futeboleira!
Em 2018, estivemos no Estádio Municipal Pedro Benedetti para acompanhar Mauá FC x AA Itararé (veja aqui como foi) e conheci alguns torcedores visitantes que narraram com extremo orgulho seu amor pelo time. Prometi a eles que um dia iria até Itararé registrar o Estádio local.
Itararé é divisa com o Paraná, no chamado Campos de São Pedro e seu nome é uma expressão tupi-guarani e significa algo como “pedra” (ita) “que o rio cavou” (raré), referindo-se ao rio Itararé que corre em um leito rochoso desgastado pela água, formando altos paredões, grandes cachoeiras e belas grutas, como a que fica no Parque Ecológico da Barreira:
Como em todo o Brasil, antes dos europeus, a região era habitada por indígenas, nesse caso, os da etnia Guaianases, que iriam se trombar com bandeirantes, exploradores, jesuítas e tropeiros que tinham no local um ponto de descanso entre o sul e Sorocaba. Na época, o rio Itararé dividia as vilas de Sorocaba e Curitiba, e ali havia um local de mais fácil travessia. No século XVIII, começa a surgir uma ocupação dedicada `a Agricultura e criação de gado conhecido como “Fazenda de São Pedro”. No século XIX, foi construída uma capela, ampliando a importância do lugar. Aqui a região retratada por Jean Debret:
Itararé se torna freguesia em 1885, e em 1893, surge o Município de São Pedro de Itararé. Na Revolução de 1930, teve seu grande momento quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo ao Rio de Janeiro, e se esperava que ocorresse uma grande batalha em Itararé, que acabou não ocorrendo pois a cidade acolheu Getúlio na estação ferroviária, permitindo sua entrada no Estado de São Paulo, onde os militares depuseram o presidente Washington Luís.
E cá estamos nós passeando pelas ruas de Itararé…
E a cidade não fez parte apenas da história política do Brasil, também marcou seu nome no futebol amador e profissional, e pra falar disso, é necessário contar a história de 2 times e visitar 2 estádios. Começando pelo mais antigo, o Clube Atlético Fronteira.
O Clube Atlético Fronteira foi fundado em 21 de abril de 1921 ainda com o nome de Associação Esportiva Itarareense. Mas mudaria de nome para Barranco F.C., depois Fronteira F.C. e finalmente, Clube Atlético Fronteira (por questões “geográficas”). O time nasceu focado no futebol e passou a disputar os torneios e campeonatos amadores, logo tornando-se um dos mais fortes da região. Sua sede social fica no centro da cidade .
Logo surge seu estádio, “Hugo Kennedy” que hoje é um verdadeiro cartão de visitas para o alvirubro. E nós fomos conhecê-lo!
Aqui, algumas imagens do time do início do século XX:
Em 1936, sagrou-se campeão regional, mas se você souber maiores informações sobre esse título, por favor avise, já que essa imagem está na fanpage do clube e não traz maiores informações:
Até Arthur Friendenreich, “El Tigre”, em 1939 chegou a vestir a camisa do CA Fronteira!
Outras fotos bacanas que estão na fanpage do clube mas infelizmente sem a data das mesmas:
Depois de anos disputando o amadorismo, em 1962 chegou a vez do CA Fronteira estrear no profissionalismo jogando a 3a divisão profissional, o quarto nível do futebol paulista daquele ano.
Infelizmente, a experiência foi muito abaixo da expectativa, tendo se limitado a 5 partidas, com 5 derrotas.
Aqui, uma imagem da partida CA Fronteira 2×2 Ituano, realizado em 7 de junho de 1964.
Mas voltemos aos tempos atuais para relembrar a nossa visita ao Estádio Hugo Kennedy.
O estádio fica numa região bem central da cidade e segue super bem cuidado, mesmo estando 100% dedicado ao futebol amador.
Aqui o gol da esquerda com a igreja ao fundo.
Aqui, o meio campo:
Ao fundo a arquibancada coberta e o gol da direita:
Essa é a arquibancada do lado da entrada do estádio (que é de onde eu estou fotografando):
Veja como ela ficava em dia de jogos (pô, e o Fiori Gigliotti ali no meio!):
Ao fundo, a cidade de Itararé, uma das mais distantes da capital paulista, segue sua vida com sua própria cultura e … o seu amor ao time local e ao seu estádio do futebol com sua arquibancada que tanta história carregou com o time do CA Fronteira e também com o futebol amador local.
E se falamos do lado vermelho da cidade, agora é hora de falar do time azul, e que foi o responsável pela nossa visita: a Associação Atlética Itararé.
A AA Itararé foi fundada em 20 de outubro de 1950 a partir da fusão de dois tradicionais clubes da cidade: o Grêmio Esportivo Ford e o Esporte Clube Bandeirantes para fazer frente à soberania do Clube Atlético Fronteira.
Em 17 de junho de 1951, no Estádio Vergínio Holtz, aconteceu o primeiro dérbi da cidade colocando frente a frente o CA Fronteira e a AA Itararé. O resultado foi um 3×3 e os times foram a campo assim: CAF: Celso, Moro e Zizico, Nho Tó, Carioca e Antranick, Otacilo, Ari Mariano, Goes, Cacique e Silvério. AAI : Durval, Neri e Vander, Nagel, Portela e Zé Pinto, Nildo,Nivaldo,Bodinho, Jamil e Mário.
Em 1975, aconteceu o último Dérbi, dessa vez no Estádio Hugo Kennedy.
Nos anos 80, a AA Itararé fez história ao criar seu time feminino!
Em 1986 fez sua estreia no futebol profissional na Terceira Divisão do Campeonato Paulista, em uma campanha mediana.
O time disputa ainda a terceira divisão de 1987 e a quarta divisão (chamada de “terceira” naquele ano) de 1988, quando se licencia das competições oficiais e só reaparece em 1991 para a disputa do Torneio Seletivo para a Segunda Divisão (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista). A FPF reconhece esse torneio como o quarto nível do futebol de 1991, e foi vencido pelo time do José Bonifácio EC. A AA Itararé classificou-se em 2o lugar na primeira fase, mas não passou a segunda fase do torneio.
Entretanto a campanha permitiu à AA Itararé disputar a Segunda Divisão (que equivale ao terceiro nível do futebol paulista), de 1992 e 93 mas fez campanhas bastante irregulares, terminando nas últimas posições do seu grupo e mais uma vez se licenciando.
Dessa vez o retorno se deu apenas no ano 2000, na série B2 (que equivalia ao 5º nível do futebol paulista), em uma campanha bastante fraca com 14 derrotas.
Em 2001, acabou jogando a série B3 (o sexto nível do futebol paulista), e em 2002 terminou a primeira fase como vice líder.
Na sequência, pegou o Jabaquara de Santos e perdeu em casa por 3×2 e empatou 0x0 na baixada, dando adeus à chance de chegar na final.
Mas em 2003, a AA Itararé acaba subindo para a Série B2 (o quinto nível do futebol paulista) e fizesse uma campanha bacana, classificando para a segunda fase como líder do grupo, mas parando por aí.
A final foi contra o CA Taboão da Serra, e mesmo vencendo a primeira partida em casa (2×1), acabou derrotado em Taboão por 3×1 e acabou como vice campeão, com o time abaixo:
O resultado acabou levando o time à série A3, onde disputou os campeonatos de 2005 e 2006 até ser rebaixada e novamente se licenciar, desta vez por 10 anos, retornando apenas em 2017 na segunda divisão do campeonato paulista, com o time abaixo.
A AA Itararé disputou a série B até 2020, quando se licenciou novamente.
Esse é o time de 2018:
Em 2022, está estudando um possível retorno à série B do Campeonato Paulista.
A AA Itararé manda seus jogos no Estádio Vergínio Holtz, ou “Arena Sicredi“.
E lá estivemos para registrar mais um espaço mágico dedicado ao futebol.
O Estádio Vergínio Holtz foi inaugurado em 20 de outubro de 1950, e tem capacidade para cerca de 5.570 torcedores.
Vamos dar uma olhada na parte interna do Estádio e nas arquibancadas.
O meio campo, com a arquibancada ao fundo:
O gol do lado esquerdo, com um lance de arquibancadas atrás dele:
Arquibancadas cobertas pelas sombras das frondosas árvores que estão ali:
Gol do lado direito:
Uma olhada na arquibancada coberta:
O estádio tem uma série de cuidados, como as cabines de imprensa:
O estádio está repleto de distintivos da AA Itararé, o que o torna bastante “proprietário”.
Olhando do outro lado, ali estão os vestiários e bancos de reserva, no meio campo:
O gol do lado esquerdo lá do lado dos vestiários:
E o do lado direito, que possui um lance de arquibancada atrás do gol:
As arquibancadas do Estádio Vergínio Holtz tem uma série de espaços diferentes, com partes cobertas e descobertas:
Olha aí que belo visual…
Embora o estádio da AA Itararé esteja muito bem cuidado, a Federação exigiu algumas reformas para garantir a volta do time ao profissionalismo.
O bom e velho cimentão nas arquibancadas
Esperamos poder voltar aqui um dia para acompanhar um jogo inloco!
E assim como esse belo gavião, agradecemos por poder pousar e observar mais um estádio histórico!
Missão cumprida, hora de bater asas para um próximo rolê… Até lá!