O futebol em Rafard

Brasão de Rafard

26 de setembro de 2020.

Hora de conversarmos sobre Rafard, a cidade fundada em 1883 pelo bigodudo Júlio Henrique Raffard, de onde surgiu o seu nome.

Júlio Henrique Raffard

Assim como vários municípios brasileiros, a história de Rafard está diretamente ligada à cana de açúcar, graças ao engenho da Usina Sociéte de Sucréries Brésillenes, uma sociedade anônima que pertencia a alguns franceses e empregava quase 1700 pessoas (dos quais cerca de 1200 eram estrangeiros).

Société BrésilienneSucrerie

O povoado passou a ser chamado de “Villa do Henrique Raffard” e logo “Villa Raffard”.

Com a vila ganhando importância, passou a ser um Distrito de Capivari e em 1964 conseguiram a emancipação, tornando-se o atual município de Rafard, onde hoje vivem quase 10 mil pessoas.

A cidade fica na região da Grande Campinas, próxima também de Piracicaba e de acesso tanto via Rodovia Castelo Branco, quanto pelo sistema Anhanguera / Bandeirantes.

Rafard ainda tem grande dependência da Usina Raifard (que agora pertence à Raízen).

Estádio Usina Rafard

Passamos por ali no mesmo dia em que visitamos Salto pra registrar o Estádio da AA Avenida.

Rafard

O açúcar fez a cidade crescer e trouxe a estrada de feroo até Rafard, com a linha que ligava Itaici a Piracicab. O transporte de passageiros acabou em 1976 e os trens de carga continuaram trafegando até meados dos anos 1980. Por volta de 1990, os trilhos, já abandonados, foram retirados pela agora FEPASA.

A estação de Villa Rafard, inaugurada em 1884 para atender à Usina Rafard, ligando também dois ramais ferroviários de usinas locais.

Ainda existe uma lembrança da Estação Sorocabana com um trem da época gloriosa…

Estação Sorocabana Rafard

O futebol local movimentava a cidade e a região com vários times, entre eles, o Elite FC, fundado em 1928:

Elite FC - Rafard

Não encontrei muitas informações sobre o time, apenas algumas fotos, como essa de 1928, do ano de fundação do time:

Elite FC 1928

Aqui, o time de 1937:

Elite FC de Rafard - 1937

Aqui, o de 1942, que disputou a 15ª Região (a Piracicabana) do Campeonato Paulista do interior daquele ano, ao lado de outros 39 times:

Elite FC 1942

Outro time que disputou o Campeonato do Interior de 1942 foi o União Agrícola F.C. (Saltinho) formado nas fazendas do Engenho.

União Agrícola FC (Rafard)

Existia ainda o União Rafardense Futebol Clube.

União Rafardense Futebol Clube

Da união do Elite FC com o União Rafardense FC, em 8 de dezembro de 1943, para o desgosto dos mais radicais, que curtiam a rivalidade do derbi, surgia o Rafard Clube Atlético, o RCA!

Rafard Clube Atlético

O time deu sequência à tradição da cidade e disputou o Campeonato Paulista do Interior, em 1946.

Além do campeonato do interior, o “RCA“, o time teve a ajuda da Usina e se profissionalizou-se em 1954, disputando a Série A3 do Campeonato Paulista em 1954 e 1959.

O Rafard CA  mandava seus jogos no Estádio Usina, que ficava praticamente dentro da Usina Rafard e era inteiro murado, possuia alambrados entre a torcida e o campo, e a partir de 1956, passou a ser iluminado:

Iluminado o Estádio Usina Rafard

Encontrei algumas matérias falando sobre amistosos, como o de Maio de 1956, contra os cariocas do Olaria AC:

Rafard 0x9 Olaria

Outro carioca que “aterrissou” na estaçao ferrroviária da Vila Rafard foi o São Cristóvão:

Rafard x São Cristóvão

Em 1956, mais uma vez participou do Campeonato Amador do Interior, pelo Setor 36:

Campeonato Paulista do Interior 1956

Em 1957, novamente disputou o Campeonato Amador do Interior, e encontramos um resultado na Gazeta Esportiva:

Campeonato amador do Interior 1957

O RCA participou ainda de muitos campeonatos municipais (quando ainda pertencia a Capivari), como lembra essa partida de 7 de setembro de 1958, contra o AA Cillo:

Rafard Clube Atlético x AA CIllo

E esse flyer (cujo original pertence ao amigo André Stucchi), convidando a galera pro jogo?

Rafard x São Bernardo

Em 1958, mais uma edição do Campeonato Paulista do Interior, veja alguns dos jogos que consegui encontrar, pela primeira fase:

Campeonato Paulista do interior 1958

Aqui, um jogo contra o Santa Cruz, em 19 de setembro de 1958, pelo amador do estado:

Rafard x Santa Cruz

Aqui, o penúltimo jogo contra o SE Floresta (time da Fazenda Forte):

Rafard x Floresta

O time acabou sagrando-se campeão da Série Carlos Rolim, graças à vitória contra o Santa Alice, em 27 de outubro, de 1958.

Rafard CA campeão

Aqui, ainda em 1958, uma reportagem em homenagem aos 15 anos do Rafard Clube Atlético:

Rafard CA - 15 anos
Rafard CA - 15 anos

E esse é o time de 1959:

Rafard 1959

O Raffard Clube Atlético jogaria ainda a Quarta Divisão (a atual “Série B“) do Paulista em 1960, 1961 e 1963. Aqui a campanha de 1960:

Campeonato Paulista - 5a divisão - 1960
Campeonato Paulista - 5a divisão - 1960

O Rafard Clube Atlético jogava de com uma camisa com listras verticais paralelas nas cores do clube, como pode se ver nessa foto celebrando a conquista de mais uma taça!

Rafard celebrando

Por conta da emancipação, o seu maior rival era o Capivariano F.C da cidade de Capivari.

Capivariano FC

Aqui, outra imagem do time, no Estádio da Usina:

Rafard Clube Atlético
Rafard AC

Aqui, o time do Rafard em 1962, foto da Gazeta Esportiva, enviada pelo amigo André Stucchi:

Rafard Clube Atlético

E uma rara imagem do estádio inundado pela enchente em 1970.

Estádio Usina Rafard

Após a nossa visita, o amigo Túlio, do “O Semanário“, enviou algumas fotos bacanas também, olha só, essa do Estádio:

Estádio Usina Rafard - Rafard CA

E uma formação do time:

Rafard Clube Atlético - Rafard
Rafard Clube Atlético - Rafard

Aqui, o time juvenil:

Rafard Clube Atlético - Rafard

E até uma do time de futebol de salão.

Rafard Clube Atlético - Rafard

Atualmente, a área que recebia o estádio e suas proximidades seguem sob o controle da Usina.

Estádio Usina Rafard

Pra chegar até a área específica do Estádio, basta seguir o muro da Usina.

Estádio Usina Rafard

E se a sua imaginação foi boa, faça com que ela retire dali todo esse restolho de cana, e imagine que bem ali está o mítico estádio da Usina…

Estádio Usina Rafard

Era ali que o Rafard CA fazia a alegria de toda uma cidade…

Estádio Usina Rafard

E não, vc sequer pode chegar perto…

Estádio Usina Rafard

A Usina segue a todo vapor…

Estádio Usina Rafard
Estádio Usina Rafard

Fiz um pequeno vídeo dela, com a ajuda do amigo Lúcio!

Já há algum tempo ela foi adquirida pela Raízen.

Estádio Usina Rafard

Mas mantém algumas coisas de antigamente como essa pequena capela…

Estádio Usina Rafard

A cidade chegou a construir um novo estádio, municipal que tem sido utilizado pelo time vizinho do Capivariano.

Estádio Municipal Rafard

Fica aí o nosso registro do que um dia foi o Estádio da Usina, do poderoso Rafard Clube Atlético!

Estádio Usina Rafard

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O futebol profissional em Salto – Parte 2

ESSE POST SE COMPLETA COM O POST 1 SOBRE SALTO, CONFIRA AQUI!

26 de setembro de 2020.

Quase 6 anos depois de termos visitado Salto pela primeira vez, quando conhecemos a cidade e registramos o Estádios da Associação Saltense, além do que restou do clube social do Guarani Saltense, do Estádio Municipal Amadeu Mosca e do campo do XV de Novembro, voltamos à cidade para completar nossa missão.

Salto

A cidade foi fundada por Antônio Vieira Tavares, sobrinho do bandeirante caçador de índios Antônio Raposo Tavares. Em 1698, ele ergueu uma capela em louvor a Nossa Senhora do Monte Serrat, dando origem ao que viria se tornar a cidade de Salto.Em 1936, a capela foi reformada dando origem à Igreja Matriz.

Salto

Atualmente existe um Monumento à Nossa Senhora do Monte Serrat, que permite uma linda vista da cidade.

Salto

Acreditando na promessa de despoluição do rio Tietê, a cidade tem investido no turismo ecológico, com parques e até mesmo uma linda ponte pênsil.

Ponte Pensil - Salto

Essa construção histórica não só foi preservada como atualmente é ocupado pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP).

Salto

Nosso objetivo estava próximo, seguindo um pouco a frente contornando a igreja, chegamos num declive: a rua 24 de outubro, que vai até o rio Tietê!

Salto - Rio Tiete

Pra entender o lugar que fomos conhecer, vale olhar essa imagem do Google Maps e ver que se trata realmente de uma ilha em meio ao rio Tietê.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

O rio ainda não está limpo, mas já é bem diferente do que os paulistanos estão acostumados.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Do outro lado (de onde ele vem), pode se ver ao fundo o prédio histórico que comentamos do CEUNSP.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

E ao passar a ponte, chegamos à Ilha Grande, para enfim conhecer o Estádio Luiz Milanez.

O portão de entrada dá acesso ao estádio já na ilha.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Aqui, a visão logo após o portão:

Ali, os pássaros já começam a habitar o leito do rio, talvez também acreditando em sua futura despoluição.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

O Estádio Luiz Milanez é a casa da Associação Atlética Avenida.

A A.A. Avenida foi fundada em 1º de janeiro de 1945, com o nome em homenagem a uma antiga avenida que cruzava toda a cidade, e segundo a placa no campo, esta é a data considerada como a fundação do próprio Estádio Luiz Milanez.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Olha que bacana o jogo de botão que um fã montou pra AA Avenida:

AA Avenida - futebol de botão

Antes do campo, você encontrará a sede social do Avenida.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida
Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida
Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Mas, vamos enfim conhecer o campo e suas arquibancadas.

O Estádio já teve arquibancadas de alvenaria, mas segundo o pessoal do Avenida, elas foram levadas em uma inundação causada pela cheia do Tietê, em 1983. Aliás, olhando o rio tranquilo como ele estava hoje (em época de extrema seca), é difícil acreditar no potencial destrutivo que ele possui, mas … vale ver as imagens abaixo…

Rio Tiete - Salto

Essa é de 1983, e existem muitas outras no blog: Históra Salto.

Rio Tietê - Salto - enchente 1983

E esse ano, já teve uma inundação que virou notícia:

Mas vamos deixar todo esse aguaçeiro pra lá e dar uma olhada no campo:

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Aqui, o gol da esquerda, visto da arquibancada:

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Aqui, o gol da direita:

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Aqui, a arquibancada em madeira, como tanto se via pelo interior de São Paulo:

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida
Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida
Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Aqui, olhando do fundo para a entreada do estádio e da sede social:

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

E aqui, a vista pelo outro lado:

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Ao fundo do gol da esquerda, mais um pequeno lance de arquibancada, cuidada com todo esmero por aqueles que ainda amam o futebol local e a AA Avenida!

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Em 15 de maio de 1955, o time fez história ao se tornar o primeiro da cidade a disputar uma partida no Pacaembu contra o time de Cosmópolis (aliás, que time será esse? A Funilense??), e a equipe abaixo meteu logo uma goleada por 7×2:

AA Avenida no Pacaembú

Um registro histórico de um estádio que foi a casa da AA Avenida no Campeonato Paulista da série A3 em 1956, e a Série A2 de 1957 a 59.

Achei até o registro da Gazeta Esportiva de um amistoso contra o Corinthians de Santo André, disputado em 29 de abril de 1956:

AA Avenisa 5x1 Corinthians Santo André

Em 1956,jogou com a Portofelicense, o Guarani Saltense e a Ferroviária de Itú, ganhando 2 jogos, perdendo outros 2 e empatando 2, classificando para a fase seguinte, onde enfrentou a AA Saltense, o Elvira (Jacareí), o Aparecida, a Portofelicense e o Palmeiras de São João da Boa Vista, onde ganhou 3, empatou 6 e perdeu uma partida.

Em 1957, essa foi a tabela e a classificação da série A2:

Série A2 - 1957
Série A2 - 1957

Em 1957, ainda participou do Torneio Santos Dummont que tinha divulgação dos jogos na poderosa Gazeta Esportiva:

Torneio Santos Dummont

Aqui, a campanha da série A2, de 1958:

Série A2 de 1958
Série A2 de 1958

Esse é o time de 1958 (aliás, obrigado ao Valdir Líbero, por me passar essa e outras fotos, que ele pegou do livro História do Esporte Saltense, de autoria do jornalista Valter Lenzi:

AA Avenida - 1958

E em 1959 houve uma melhoria nos resultados, com destaque para duas goleadas seguidas contra a Mogiana (7×3!!!) e contra o Bandeirantes (5×1).

Série A2 - 1959
Série A2 - 1959

O time que fez essa campanha de 1959 é esse:

AA Avenida

Aqui, outra foto histórica do time também do final dos anos 50:

AA Avenida
AA Avenida

Voltando ao presente, as arquibancadas atuais não são as originais, porque segundo o pessoal que estava por lá, a enchente de 1983 levou as arquibancadas de alvenaria.

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

E fica aqui, meu agradecimento mais uma vez ao Lúcio que foi o companheiro de viagem 🙂

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

Um último olhar para o campo, sonhando com um improvável, mas nunca impossível retorno do futebol profissional à Ilha Grande…

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida
Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

As notícias recentes pelo menos mostram que existe uma esperança do retorno do futebol profissional a Salto (veja aqui, a notícia completa).

Salto volta ao futebol profissional

Ficamos por aqui. Até o próximo rolê!

Estádio Luiz Milanez - Ilha Grande - Associação Atlética Avenida

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Estádio do Náutico de Campinas, no Jardim Leonor

Recentemente escrevemos sobre o Estádio Cerecamp, a casa do EC Mogiana e, nos anos 80 do Gazeta e ao pesquisar, encontrei um vídeo incrível sobre essa história e por volta do minuto 3 do vídeo fiquei sabendo que o Gazeta de Campinas chegou a mandar seus jogos em outros dois estádios da cidade: o Campo do Náutico, no Jardim Leonor e o Campo do Souzas.

E, aproveitando a passagem pela cidade, decidi registrar um dos estádios citados, o Campo do Náutico, localizado até que próximo à Rodovia Anhanguera (pra quem quiser passar e dar uma rápida olhada).

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

O nome oficial do campo é Praça de Esportes Sarkis Salamene, e fica no Jardim Leonor.

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

Como o vídeo que me deu a referência era sobre o EC Mogiana, acabei me confundindo na hora de fazer o vídeo e dizendo que eles haviam jogado ali, mas na verdade, quem mandou algumas partidas nesse campo, foi o EC Gazeta de Campinas.

Escudo do EC Gazeta de Campinas

O lugar é muito bonito, parece um refúgio da natureza, tanto que fomos pegos de surpresa com a presença de micos nas árvores ao redor do campo:

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

Olhando do lado da arquibancada, esta é a visão do gol da direita:

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

O meio campo:

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

E o gol da esquerda:

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

Uma olhada lá do lado de baixo, vendo o gol e a arquibancada.

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

É muito loco imaginar que, em se comprovando a tese de que o Gazeta mandou alguns jogos aí, essa arquibancada recebeu a fanática torcida do Gazeta em jogos oficiais da Federação Paulista.

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

Sendo assim, mais um estádio histórico, dessa vez em Campinas!

Parque Esportivo Sarkis Salamane - Campo do Náutico -Rua Otoniel Mota, 728 – Jd Leonor - Campinas

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O futebol profissional em Barretos

Santo André, que teve um sabor especial porque aconteceu em uma cidade que fica há mais de 400 km de distância e que também é apaixonada por futebol: Barretos! Cidade de Barretos Pra chegar lá e poder curtir um pouco da cidade, saímos bem cedo, tanto que pegamos até neblina no caminho. Neblina Mas chegamos com um tempo agradável, que nos permitiu passear um pouco pela cidade, já que o jogo seria a noite. A primeira coisa a aprender foi que as avenidas são identificadas por números ímpares e as ruas por números pares. Rua 22 em Barretos Barretos é conhecida por sua ligação com o gado, e pelos rodeios, mas como não concordamos com esse tipo de cultura, que envolve sofrimento e morte animal, olhamos a cidade por um outro ângulo, rendendo-nos à natureza, e à história local, como por exemplo a Estação Ferroviária, que foi importantíssima para a cidade e a região. Estação Ferroviária de Barretos Pelo que pudemos conversar com alguns torcedores locais, a cidade tem perdido um pouco do charme, com algumas ações de modernização, como a mudança de alguns equipamentos municipais, a demolição de antigos casarões dando lugar a prédios, verticalizando a cidade a cada dia. Quem luta para sobreviver em meio a esse caos moderno é o Cine Barretos. Cine Barretos Mas, as placa nos lembrava que o que nos levou até a cidade foi mesmo o futebol! Estádio Pra escrever sobre a história do futebol profissional em Barretos, contei com a ajuda do site www.futebolbarretos.com.br, do blog Zé Duarte Futebol Antigo e do amigo Manolinho Gonçalves. O primeiro time profissional a se criar em Barretos foi o Fortaleza Esporte Clube, fundado em 15 de novembro de 1936. Fortaleza FC O time alvi-verde, também conhecido como o “Periquito da rua 20” passou vários anos no amador, só estreiando na Série A2 em 1955, no Setor Azul, terminando na última colocação. Série A2 - 1955 Série A2 - 1955 Esse foi o time do Fortaleza que jogou a A2 de 1955: Fortaleza FC 1955 Em 1956, terminaria em último lugar desta vez, na Série Cafeeira. Série A2 1956 - Série Cafeeira Em 1957, também não conseguiu uma boa campanha… série A2 1957 - série C Em 1958, subiu mais algumas posições, mas ainda terminando em uma posição na parte de baixo da tabela… Série A2 - 1958 - Grupo Amarelo Em 1959, termina a Série Geraldo Starling Soares na 6a colocação. Série A2 1959 Jogaria ainda a série A3 em 60. Aqui algumas imagens antigas do time que o pessoal do Blog História do futebol encontrou na Revista Sport Ilustrado. Fortaleza - Barretos Fortaleza - Barretos O Fortaleza EC mandou seus jogos no Estádio Fortaleza, que foi municipalizado em 1977, e em 1994 passou a ser chamado de “Antônio Gomes Martins – Tio Cabeça“, em homenagem ao ex-massagista de Barretos. É lá que o Barretos EC manda seus jogos, atualmente. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Esse é o tio Cabeça: Tio Cabeça Tio Cabeça - fortaleza Peguei essa foto da entrada do Estádio no Google Maps! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos E essa a gente fez durante uma visita ao estádio antes do jogo de 2016. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Mas se o Fortaleza EC foi o time mais antigo da cidade a disputar o profissionalismo, é hora de falarmos do Barretos FC, que embora fundado 2 anos depois, disputou os campeonatos da Federação Paulista antes! Barretos FC O Barretos Futebol Clube foi fundado em 7 de julho de 1938 e jogou o amador por 9 anos. Aqui, um amistoso contra o Uberaba SC, em 1945: Barretos FC x Uberaba SC O Barretos FC só estreiou na série A2 em 1947, fazendo uma campanha bem irregular, assim como seria em 1948 também: série A2 1947 e 1948 (série Preta) Em 1949, o time se licenciou, voltando a partir de 1950, ainda com campanhas bastante irregulares, mas ainda assim se transformando na alegria do futebol local! Série A2 Com esse início complicado, 0 time acabou se licenciando do profissionalismo em 1953 e só voltando à A2, em 1955. Série A2 - 1955 - Série Azul Em 1955, houve a estreia do Dérbi de Barretos (6/11 – Fortaleza 1×1 Barretos e em 11/12 – Barretos 3×2 Fortaleza), no profissionalismo aqui, fotos do segundo jogo: Estádio da Rua 32 - Barretos Vale lembrar que em 1944, já houvera o dérbi, mas pelo Campeonato do Interior de 1944, no qual o Barretos FC chegou até a semifinal, contra o Guarani que seria campeão. Em 1947, o Barretos voltou a disputou o Campeonato Profissional do Interior terminando em décimo e jogou também o amador. Em 1956, mais uma campanha mediana na “Série Pecuária“, mas em 1957, além de mais 2 dérbis (28/4 – Barretos 3×1 Fortaleza e 28/7 – Fortaleza 2×3 Barretos), o time terminou na terceira colocação da Série C. série a2 1956 e 1957 Em 1958, parecia chegar a hora… O Barretos FC sagrou-se campeão do seu grupo, o Amarelo. Série A2 - 1958 - Grupo Amarelo Além disso, mais dois dérbis: 8/6 – Barretos FC 4×0 Fortaleza e 19/10 – Fortaleza 0x3 Barretos FC). Na segunda fase, o Barretos FC caiu no Grupo João Havelange, onde terminou na quarta colocação. O Corinthians de Presidente Prudente além de líder do grupo, seria campeão da A2 de 1958. A2 - 1958 Em 1959, uma tragédia para a cidade, mesmo sem terminar na parte debaixo da tabela, no Grupo Geraldo Starling Soares, tanto Barretos FC quanto Fortaleza FC acabaram rebaixados para a Série A3. Série A2 1959 E 1959 acabou marcado como o ano dos últimos dérbis: 31/5 – Barretos 3×1 Fortaleza e 23/8 – Fortaleza 0x3 Barretos. Barretos FC 1959 O Barretos FC ainda chegou a disputar a A3 em 1960, mas o Fortaleza FC abandonaria as competições profissionais da Federação Paulista. Nessas competições, mandaram seus jogos no Estádio da Rua 32, em frente ao Recinto Paulo de Lima Correia, onde hoje é a Praça 9 de Julho e o Terminal Municipal de Ônibus Urbanos. Estádio da Rua 32 - Barretos Segundo o amigo Manolinho, a Arquibancada Central era de madeira e identica a do Parque São Jorge. Estádio da Rua 32 - Barretos E a cidade ainda teria um terceiro time: o Motoristas Futebol Clube, fundado em 6 de março de 1944. Motoristas FC Olha que bela flâmula do time: Motoristas FC O Motoristas FC disputou a série A2 em 1950, terminando na 10a colocação. Série A2 Assim, a cidade ganhou 2 dérbis em 1950: 30/7 – Barretos 1×0 Motoristas e 22/10 – Motoristas 3×0. Aqui algumas imagens do time já na época da volta ao amadorismo: Motoristas FC - Barretos Motoristas FC O Motoristas FC mandava seus jogos no Estádio Dr Adhemar de Barros Filho, ou o “Campo dos Motoristas da Avenida 21“. Estádio Dr Adhemar de Barros Filho - "Campo dos Motoristas da Avenida 21". Estádio Dr Adhemar de Barros Filho - "Campo dos Motoristas da Avenida 21". Mas, infelizmente estes 3 times pertencem ao passado. O presente do futebol profissional da cidade de Barretos começou a ser escrito em outubro de 1960, quando o Barretos FC e o Fortaleza FC se uniram para formar o Barretos Esporte Clube. Assim, em 1961, a cidade voltou a ter um time na Série A2 da época e na sua “estréia”, até que o Barretos EC foi bem. (tabela abaixo da Wikipedia): série A2 1961 Já em 62, o time foi mal e só escapou do rebaixamento num incrível mata-mata, contra o Elvira (de Jacareí), último colocado da Série “José Ermírio de Moraes Filho”, e pra isso foram necessários 4 partidas: Barretos 7 x 1 Elvira (10/2/63), Elvira 2 x 1 Barretos (17/2/63), Barretos 1 x 1 Elvira (23/2/63, em Campinas) e Barretos 1 x 0 Elvira (2/3/63, em Campinas). Série A2 - 1962 Em 63 e 64, sequer se classificou no seu grupo. Esse é o time de 63 (fonte: Zé Duarte Futebol Antigo): Barretos EC 1963 Em 1965 foi campeão da Série Carlos Joel Neli e fez a final contra o Bragantino, perdendo as duas partidas (jogadas no Pacaembú), o título e o acesso… Série A2 - 1965 Em 1966, nova campanha de destaque! O Barretos FC ficou em 2º da Série João Mendonça Falcão, classificando-se para o quadrangular semifinal, terminando em 3º no grupo. A2 - 1966 A2 - 1966 Barretos EC 1966 Em 1967, após liderar o seu grupo foi eliminado no mata mata pelo Paulista de Jundiaí. Série A2 - 1967 Já em 1968, liderou seu grupo e classificou-se para a segunda fase (um outro grupo dessa vez com 8 times), terminando em quarto lugar e sendo desclassificado. Série A2 - 1968 Em 1969, 70, 73 e 75  não passou da fase de grupos. Em 71, 72 e 74 foi desclassificado na segunda fase. Em 76, mais uma vez liderou seu grupo nos dois turnos da primeira fase, mas acabou em último lugar no quadrangular final (XV de Jaú sagrou-se campeão, Aliança, vice e o Santo André em terceiro). série a2 1976 Esse era o time daquele ano, e veja que linda a torcida ao fundo: Barretos EC 1976 Em 77, mais uma vez liderou o gurpo da primeira fase e na fase final acabou na quarta colocação. série A2 - 1977 Em 78, num regulamento bem esquisito, o Barretos liderou o Grupo A, depois foi mal na 2a e 3a fase e acabou mais um ano na A2. A2 - 1978 Em 79 e 80 o time não foi bem, parando na fase inicial, em 81 liderou a Série Amarela, mas ocupou a penúltima posição no grupo final, com o time: Barretos 1981 Em 82, 83, 84, 85, 86 e 87, regulamentos ainda mais confusos acabaram fazendo com que o Barretos se limitasse à campanhas medianas e pra piorar, o time passou a jogar a série A3 a partir de 1988, onde ficou até 1990, quando voltou à A2, esse era o time daquele ano: Barretos EC 1990 Permaneceu na A2 até 1993, quando caiu novamente para a A3. Em 1995, o pior momento: o time caiu para a Série B1A (o quarto nível do futebol da época). Em 1998 chegou perto de voltar, ao ser vice campeão do grupo inicial e vice do quadrangular final, mas apenas o Oeste consegiu o acesso. Série B1 - 1998 Só em 2001, voltou à A3. Inicialmente só subiriam dois times, mas graças às mudanças do calendário, o acesso foi ampliado. Tabela B1- 2001 Sua volta à A3, em 2002, foi marcada com uma boa campanha, ficando de fora das finais por muito pouco! Série A3 - 2002 Permaneceu na A3 até 2006, quando uma campanha bem ruim levou mais uma vez para o quarto nível do futebol paulista (agora a Segunda Divisão, ou série B). A3 - 2006 De volta à segunda divisão, apenas em 2011 o time conseguiu o acesso (já nessa fase das 4 fases em grupos) à A3, mas foram apenas 2 anos e nova queda à série B, pra uma única disputa em 2014 e novo acesso à A3. Série B - 2014 Em 2015, logo de cara, uma surpresa… Um acesso conquistado à série A2 (graças ao problema do Atibaia). Série A3 2015 Permaneceu na A2 em 2016 e 2017, quando voltou pra A3, onde permaneceu até esse momento (em 2020, ainda sob risco de rebaixamento à A3). E foi em 2016, que tivemos a oportunidade de conhecer o Estádio Municipal Antônio Gomes Martins, também conhecido como “Fortaleza” em homenagem ao time da cidade. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins Confesso que deu um pouco de aperto no coração, imaginar que estávamos ali pra impedir o inédito acesso do Barretos à série A1… Barretos x Santo André Estádio Barretos Aproveitei pra pegar um jornal local e ver se a torcida do Barretos estava esperançosa quanto à virada (o placar em Santo André foi 2×0 pro Ramalhão). E até pra dar sorte pro Ramalhão, fiz questão de estar dentro de campo, antes do jogo! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Aproveitei pra pegar meu ingresso e não correr nenhum risco. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Fui conhecer também ocharmoso portão dos fundos por onde andaríamos. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos E olha aí o portão olhando de dentro pra fora já na hora do jogo…. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos A noite estava muito bonita. A torcida local compareceu, pintando de verde, vermelho e amarelo as bancadas do Estádio Municipal Antônio Gomes Martins. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Oficialmente, o Estádio tem capacidade para 13 mil torcedores, mas pelo borderô oficial apenas 5 mil torcedores compareceram. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Quem foi, fez festa! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Mas engana-se quem pensa que o lado azul não compareceu… Era um jogo decisivo, lá estava a Fúria Andreense! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos E a Esquadrão Andreense: Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Foi um jogo super truncado com várias defesas milagrosas do nosso goleiro “Zé Carlos”, para o desespero da torcida local. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Foram 90 minutos de pressão do Barretos e o Santo André se segurando lá atrás… E a gente desesperado na arqubancada visitante. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Mas o Ramalhão também levou perigo em alguns lances. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos E o Branquinho no escanteio… Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos O primeiro tempo terminou e a alegria parecia começar a se multiplicar nas arquibancadas visitantes. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Muitas bandeiras do Santo André decoraram a parte do estádio dedicado à nossa torcida. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Até um “mini bandeirão” apareceu… Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Uma pena que a câmera não pode captar melhor o estádio, já que estava de noite, mas pelo menos ficou um registro de mais esse lugar histórico! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Ao final do jogo, festa entre torcida e o time que jogaram juntos todo o campeonato! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Zé Carlos até deu as luvas de presente a um torcedor (que mais tarde precisou devolvê-las para que o goleiro as usasse na final contra o Mirasssol). Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos A torcida local soube respeita a conquista do Santo André e ficou até o fim do jogo. Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Um sentimento único! Conhecer um estádio lindo e cheio de histórias e ao mesmo tempo voltar à primeira divisão! Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos Só tenho a agradecer a todos!

Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos

  Estádio Municipal Antônio Gomes Martins - Barretos

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Füria e Esquadrão comemoram os 53 anos do EC Santo André

Vídeo da comemoração dos 53 anos do EC Santo André, em 18 de setembro de 2020:

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O futebol em Bilbao

E lá se vão 5 anos desde um dos rolês mais legais que já fizemos! Em dezembro de 2015, fomos para a Espanha e conseguimos pegar um trem até a Estacion Abando Indalecio Prieto, porta de entrada de Bilbao! Estação Abando Indalecio Prieto - Bilbao - País Basco No caminho, ainda passamos uns dias em Zaragoça (veja aqui como foi). O visual até Bilbao foi lindo… Paisagens que talvez a gente nem imagine quando pensa na Europa… Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco A minha espectativa em relação a Bilbao era enorme… Cresci escutando as bandas punks de lá, como o Eskorbuto.

Ou o Kortatu…

A cidade tem lugares muito bonitos…

Bilbao - País Basco Muito dessa beleza é graças ao “rio de Bilbao” (também conhecido como rio do Nervión ou do Ibaizábal), que atravessa Bilbao, dividindo a cidade em duas: à direita, o Casco Viejo ou Siete Calles (“Sete Rúas”) e, à esquerda, o Ensanche. Bilbao - País Basco Aproveitamos pra conhecer um pouco dos museus da cidade. Bilbao - País Basco Pra quem não sabe, o País Basco é considerado um país a parte da Espanha, tal qual se consideram os Catalães de Barcelona, e por isso, a arte local sempre foi muito influenciada por este sentimento de independência. Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco A arquitetura de Bilbao guarda muita coisa do passado. Bilbao - País Basco Mesmo as coisas comuns ao nosso dia a dia aqui em Santo André ganham outro olhar quando a gente viaja… Bilbao - País Basco A cidade de Bilbao sofreu grandes problemas ecológicos e sociais com a chegada das siderurgicas ainda no fim do século XIX, e pra tentar se reconstruir, passou a se investir muito em cultura, então em quase todo lugar você encontra intervenções artísticas. Bilbao - País Basco O Museu que melhor representa esse renascimento da cidade é o Guggenheim. Bilbao - País Basco Museu Guggenheim Bilbao - País Basco Embora possua vários prédios, a cidade é bastante arborizada e tem um aspecto menos “sufocante” do que as tradicionais capitais. Bilbao - País Basco Bilbao é a capital do território histórico da Biscaia e em 2019 tinha 346 843 habitantes. Museu Guggenheim Bilbao - País Basco A área metropolitana de Bilbau se estende ao longo do rio de Bilbao e do rio Nervión. Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco O principal núcleo urbano de Bilbao é rodeado por duas cadeias montanhosas, aliás, por estar no meio das montanhas alguns locais chamam carinhosamente a cidade de “o buraco”. Bilbao - País Basco A cidade foi fundada no início de século XIV, e graças ao porto, logo se tornou um importante centro comercial e assim como quase toda a Europa, ao longo do século XIX teve as influências da revolução industrial. Bilbao - País Basco A primeira povoação da cidade é o atual e charmoso bairro do “Casco Velho”. Bilbao - País Basco Fomos caminhando pela cidade até esse charmoso bairro, o que nos permitiu conhecer diversos espaços da cidade, como a antiga estação. Bilbao - País Basco O Casco Viejo é conhecido pelas “7 ruas” e pouco antes de chegar lá está a Igreja de São Nicolau (de 1756), em estilo barroco. Bilbao - País Basco Existe toda uma discussão em torno da independência do país basco e sua traidcional bandeira é vista em diversos lugares, como forma de reforçar o orgulho basco! Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco O bairro mais legal da cidade é o Casco Viejo, um bairro medieval, com ruas estreitas cheias de bares e  tavernas.Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco Existe uma forte politização dos jovens, refletida pelos adesivos espalhados pela cidade! Bilbao - País Basco rash Bilbao E os bares misturam comida, bebida, música… Bilbao - País Basco Bilbao - País Basco A cidade é mesmo única! Bilbao - País Basco Achei um LP do Penadas por La Ley, banda argentina que já tocou com a gente aqui no ABC! Bilbao - País Basco A rua mais famosa do Casco Viejo é Barrenkale Barrena. Bilbao - País Basco E foi ali que comecei a sentir um pouco do gosto do futebol local, com o restaurante da Pena Athletic (pena é o nome para “torcida” lá). Bilbao - País Basco Comida boa e futebol eternamente. Bilbao - País Basco Bandeiras nas janelas… Bilbao - País Basco Fizemos um passeio meio doido caminhando por algumas horas até chegar num bazar alternativo. Foi bacana porquecruzamos boa parte da cidade. Bilbao - País Basco Lá chegando já nos animamos ao ver em um muro um grafite em homenagem ao histórico militante Periko Solabarria. Bilbao - País Basco E esse era o bazar! bazar em bilbao Na volta do role ainda achei uma loja onde pude comprar um clássico do Eskorbuto em vinil!!! eskorbuto Po, e achamos uma loja de boinas…. loja de boinas em bilbao Mas… Também estávamos ali por uma paixão futeboleira: o time do Athletic Club Bilbao, cujo distintivo faz referências a 3 ícones bascos: 1) Árvore de Guernica (que sobreviveu aos bombardeios durante a Guerra Civil Espanhola), 2) Igreja de Santo Antão e 3) Ponte de Santo Antão, atravessada pelo rio Nervión. Distintivo do Athletic Club Bilbao O Athletic Club, também conhecido como Athletic Bilbao foi fundado em 1898 e junto com toda essa cultura que vimos pela cidade, colabora para a afirmação da identidade basca, pra se ter ideis, o time ainda não contrata atletas estrangeiros (nem mesmo espanhois). O mascote do clube é um leão. Leão - Athletic Club E pra conhecermos mais do time fomos até o Estádio de San Mamés! Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco O “novo” Estádio San Mamés foi reconstruído, na área onde ficava o antigo estádio de mesmo nome (mas conhecido como La Catedral). Nele, cabiam 40.000 torcedores, mas foi demolido em 2013 e dele só restou seu arco, construído em 1953 como um marco da edificação original!

O time foi fundado por britânicos (por isso o nome é em inglês) e posicionou-se como reação à opressão franquista, nos tempos de guerra civil espanhol. Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Pouca gente sabe, mas o Atlético de Madrid surgiu como uma filial da equipe basca na capital espanhola. Atlético de Madrid Voltando a Bilbao, infelizmente o estádio estava fechado para visitas internas. Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Uma bilheteria a mais pra nossa conta! Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco O estádio tem uma vista incrível, localizado às margens do rio! Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco O Athletic Bilbao foi um dos últimos times a não contar com uniforme patrocinado. Athletic Bilbao Infelizmente não conseguimos uma visita ao estádio, mas deu pra curtir o visual!Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco O Athletic nunca caiu pra segunda divisão e só fica abaixo de Barcelona e Real Madrid em número de títulos. Hey, dá pra ver um pouco da parte interna por aqui… Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Mas vale pegar uma foto do site oficial do time, para se ter ideia do tamanho do Estádio San Mamés e sua capacidade de 53.289 torcedores. Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Hora de ir embora. Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Olha a decoração do muro nas proximidades do Estádio: Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Novo Estádio San Mamés - Bilbao - País Basco Um último registro e… voltemos à realidade da pandemia… Estádio San Mamés

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O adeus a um gigante do futebol…

A notícia é triste e somente o portal futebolinterior.com.br conseguiu chegar perto do tom necessário: futebol interior O futebol é um esporte bem diferente dos demais… Nem melhor nem pior. Mas diferente. E boa parte dessa diferença é devido a toda cultura que se cria ao seu redor. E Luís Carlos Ferreira, o “Ferreirão” foi um dos personagens que ajudaram não só a manter acessa essa chama da cultura futebolística como incendiá-la um pouco mais. Muito mais do que colecionar acessos (que provavelmente será o fato mais considerado pela imprensa esportiva), Ferreira criou um verdadeiro universo paralelo dentro do futebol profissional. Não faltam causos, histórias e lendas em torno do seu nome. Decisões e atitudes que jamais seriam aceitas ou pensadas no futebol profissional de hoje em dia. Junto dos bons resultados e dos acessos, essas atitudes “fora da caixa” fez com que ele se tornasse um nome tão forte e conhecido no mercado, ao mesmo tempo em que jamais tenha conseguido chegar ao primeiro nível dos treinadores brasileiros. Não vou ficar citando aquilo que você vai ler em qualquer site por aí… Vou apenas fazer minha homenagem baseada em 4 fatos / lembranças curiosas e importantes: 1) Em 1997, ele dirigia o time da Matonense (contando com o apoio da Predilecta e consequentemente da TV Bandeirantes e de Luciano do Vale) e ao final de um polêmico jogo contra o Santo André, cheio de expulsões onde eles ganharam por 4×2 (lembre aqui como foi) Ferreira mandou um recado para a torcida Ramalhina (já que dependeríamos diretamente do resultado de Matonense x Ituano), algo como “Eu queria dizer pro pessoal do Santo André que vão ao jogo de domingo e que o time faça sua parte, porque nós vamos jogar pra ganhar do Ituano, em Itú”. Eles empatariam em 1×1, mas o Santo André não conseguiu fazer sua parte, empatou também e acabamos fora da A1 98… Quadrangular final A2 1997 2) Em 2001, conquistamos o acesso da série A2 para a A1 sob o comando do bruxo Ferreira, com classificação vinda nos penaltys aos 48 do segundo tempo (num jogo contra o Ituano). Essa, na minha opinião foi a melhor passagem de Ferreira pelo time. A foto abaixo é de um momento após a carreata de comemoração pela cidade: Ferreira 2001 3) Em 2003, o Santo André chegou à última rodada da série C do Brasileiro precisando vencer a Campinense em Campina Grande para conquistar o acesso à série B, e mesmo antes do jogo começar, Ferreira armou um “quiprocó” com o jogador “Zinho” (que era seu amigo próximo), para desestabilizar o principal jogador adversário (o que aparentemente deu certo). O Santo André voltou da Paraíba com a histórica vaga para a série B. 4) Em 2008, o Santo André estava de volta à A2 e nosso jogo de estreia foi em Catanduva. Meu carro estava bem na frente do estádio e no fim do jogo a torcida local disse a nós e à polícia que não nos deixariam sair hehehehe. A solução da polícia foi incrível: “Coloque o seu carro dentro do estádio (na arquibancada mesmo) enquanto a torcida local vai embora”. Assim o fiz e para minha surpresa as últimas pessoas a irem embora do estádio era um grupo de senhores, entre eles… Ferreira! Ele foi solidário e ficou batendo um papo por uns 15 minutos enquanto aguardávamos. Ferreira - 2008 Enfim, Ferreira fez parte da minha vida como torcedor nos últimos 25 anos… Foi um ícone para o futebol do interior e muito especial para o Santo André (ele mesmo disse isso por várias vezes). Mais especial ainda para alguns que viam sempre a “eterna” possililidade do seu retorno iminente, fosse para salver o time, fosse para alcançar um acesso. Chegou-se ao fato de existirem “santinhos da sorte” do Ferreira para se guardar na carteira em jogos decisivos. Nesse domingo, 13 de setembro de 2020, Luíz Carlos Ferreira faleceu, e com ele o futebol perdeu um pouco da magia e do inesperado e talvez seja um caminho mesmo sem volta, que ponha no lugar estatísticas, mega patrcoinadores, arenas pomposas e um distanciamento cada vez maior entre torcida e jogadores / treinadores. Para os poucos que ainda acreditam no resgate de um futebol (e por que não de um mundo) melhor e menos idiota, seguiremos com a lembrança nos nossos corações e mentes desse que foi um grande treinador. Até um próximo encontro, Ferreira! Sentiremos sua falta! …  ]]>