E lá se vão 5 anos desde um dos rolês mais legais que já fizemos! Em dezembro de 2015, fomos para a Espanha e conseguimos pegar um trem até a Estacion Abando Indalecio Prieto, porta de entrada de Bilbao! No caminho, ainda passamos uns dias em Zaragoça (veja aqui como foi). O visual até Bilbao foi lindo… Paisagens que talvez a gente nem imagine quando pensa na Europa… A minha espectativa em relação a Bilbao era enorme… Cresci escutando as bandas punks de lá, como o Eskorbuto.
Ou o Kortatu…
A cidade tem lugares muito bonitos…
Muito dessa beleza é graças ao “rio de Bilbao” (também conhecido como rio do Nervión ou do Ibaizábal), que atravessa Bilbao, dividindo a cidade em duas: à direita, o Casco Viejo ou Siete Calles (“Sete Rúas”) e, à esquerda, o Ensanche. Aproveitamos pra conhecer um pouco dos museus da cidade. Pra quem não sabe, o País Basco é considerado um país a parte da Espanha, tal qual se consideram os Catalães de Barcelona, e por isso, a arte local sempre foi muito influenciada por este sentimento de independência. A arquitetura de Bilbao guarda muita coisa do passado. Mesmo as coisas comuns ao nosso dia a dia aqui em Santo André ganham outro olhar quando a gente viaja… A cidade de Bilbao sofreu grandes problemas ecológicos e sociais com a chegada das siderurgicas ainda no fim do século XIX, e pra tentar se reconstruir, passou a se investir muito em cultura, então em quase todo lugar você encontra intervenções artísticas. O Museu que melhor representa esse renascimento da cidade é o Guggenheim. Embora possua vários prédios, a cidade é bastante arborizada e tem um aspecto menos “sufocante” do que as tradicionais capitais. Bilbao é a capital do território histórico da Biscaia e em 2019 tinha 346 843 habitantes. A área metropolitana de Bilbau se estende ao longo do rio de Bilbao e do rio Nervión. O principal núcleo urbano de Bilbao é rodeado por duas cadeias montanhosas, aliás, por estar no meio das montanhas alguns locais chamam carinhosamente a cidade de “o buraco”. A cidade foi fundada no início de século XIV, e graças ao porto, logo se tornou um importante centro comercial e assim como quase toda a Europa, ao longo do século XIX teve as influências da revolução industrial. A primeira povoação da cidade é o atual e charmoso bairro do “Casco Velho”. Fomos caminhando pela cidade até esse charmoso bairro, o que nos permitiu conhecer diversos espaços da cidade, como a antiga estação. O Casco Viejo é conhecido pelas “7 ruas” e pouco antes de chegar lá está a Igreja de São Nicolau (de 1756), em estilo barroco. Existe toda uma discussão em torno da independência do país basco e sua traidcional bandeira é vista em diversos lugares, como forma de reforçar o orgulho basco! O bairro mais legal da cidade é o Casco Viejo, um bairro medieval, com ruas estreitas cheias de bares e tavernas. Existe uma forte politização dos jovens, refletida pelos adesivos espalhados pela cidade! E os bares misturam comida, bebida, música… A cidade é mesmo única! Achei um LP do Penadas por La Ley, banda argentina que já tocou com a gente aqui no ABC! A rua mais famosa do Casco Viejo é Barrenkale Barrena. E foi ali que comecei a sentir um pouco do gosto do futebol local, com o restaurante da Pena Athletic (pena é o nome para “torcida” lá). Comida boa e futebol eternamente. Bandeiras nas janelas… Fizemos um passeio meio doido caminhando por algumas horas até chegar num bazar alternativo. Foi bacana porquecruzamos boa parte da cidade. Lá chegando já nos animamos ao ver em um muro um grafite em homenagem ao histórico militante Periko Solabarria. E esse era o bazar! Na volta do role ainda achei uma loja onde pude comprar um clássico do Eskorbuto em vinil!!! Po, e achamos uma loja de boinas…. Mas… Também estávamos ali por uma paixão futeboleira: o time do Athletic Club Bilbao, cujo distintivo faz referências a 3 ícones bascos: 1) Árvore de Guernica (que sobreviveu aos bombardeios durante a Guerra Civil Espanhola), 2) Igreja de Santo Antão e 3) Ponte de Santo Antão, atravessada pelo rio Nervión. O Athletic Club, também conhecido como Athletic Bilbao foi fundado em 1898 e junto com toda essa cultura que vimos pela cidade, colabora para a afirmação da identidade basca, pra se ter ideis, o time ainda não contrata atletas estrangeiros (nem mesmo espanhois). O mascote do clube é um leão. E pra conhecermos mais do time fomos até o Estádio de San Mamés! O “novo” Estádio San Mamés foi reconstruído, na área onde ficava o antigo estádio de mesmo nome (mas conhecido como La Catedral). Nele, cabiam 40.000 torcedores, mas foi demolido em 2013 e dele só restou seu arco, construído em 1953 como um marco da edificação original! O time foi fundado por britânicos (por isso o nome é em inglês) e posicionou-se como reação à opressão franquista, nos tempos de guerra civil espanhol. Pouca gente sabe, mas o Atlético de Madrid surgiu como uma filial da equipe basca na capital espanhola. Voltando a Bilbao, infelizmente o estádio estava fechado para visitas internas. Uma bilheteria a mais pra nossa conta! O estádio tem uma vista incrível, localizado às margens do rio! O Athletic Bilbao foi um dos últimos times a não contar com uniforme patrocinado. Infelizmente não conseguimos uma visita ao estádio, mas deu pra curtir o visual! O Athletic nunca caiu pra segunda divisão e só fica abaixo de Barcelona e Real Madrid em número de títulos. Hey, dá pra ver um pouco da parte interna por aqui… Mas vale pegar uma foto do site oficial do time, para se ter ideia do tamanho do Estádio San Mamés e sua capacidade de 53.289 torcedores. Hora de ir embora. Olha a decoração do muro nas proximidades do Estádio: Um último registro e… voltemos à realidade da pandemia…