Já estivemos algumas vezes em Atibaia, mas nos limitamos a visitar e registrar o Estádio Salvador Russani, até pelo surgimento e desenvolvimento do Sport Club Atibaia.
Mas, o Grêmio Esportivo Atibaiense é um time com uma história que merece e precisa ser lembrada e reforçada. O time foi fundado em 21 de novembro de 1934 por funcionários da Companhia Têxtil Brasileira, ainda sob o nome de Associação Atlética Cetebê. (O distintivo veio do site História do Futebol):
Além de fazer história no futebol amador da região e no Campeonato do Interior, jogando o setor 10 da zona 2, o time decide disputar as competições profissionais da Federação Paulista, na 4a divisão, a partir de 1963. A partir de 1964, o Cetebê mudou seu nome para Grêmio Esportivo Atibaiense. Jogou ainda as edições de 1964, 65 e 67. Veja como a Gazeta Esportiva trata o time e seu rival citadino em 1965:
Jogou também 4 edições da Série A3, em 1981, 82, 86 e 87.
Aqui, a relação dos jogos de 1981:
Voltou à 4a divisão em 1988, jogando mais 4 edições até 1991, quando fez sua última participação no futebol profissional. Uma das histórias mais bacanas do time é que ele foi o último time de Muricy Ramalho como atleta e sua primeira experiência como treinador:
Com o fim do futebol profissional, desenvolveu o seu clube social transformando-se em uma grande potência local. Mas, o futebol nunca foi esquecido. E eis que por meio de uma parceria, o clube surpreendeu a todos e celebrou o seu aniversário realizando um Festival de futebol com equipes sub-11, sub-15, feminina e veteranos.
O festival foi realizado no tradicionalíssimo Estádio Luiz Passador, o que representou a “desculpa ideal” para dar um novo rolê por Atibaia!
O Estádio foi construído no mesmo ano em que o clube nasceu: 1934 e seu nome é uma homenagem a um entusiasta do futebol que trabalhava na Companhia Têxtil Brasileira.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
O estádio ocupa uma área enorme, com muita possibilidade de se expandir, caso um dia isso seja necessário!
O convite para o evento foi feito pelo amigo Mário que ainda jogou o festival na partida dos veteranos!
O estádio possui uma arquibancada para cerca de 1.500 torcedores, como se pode ver nas fotos abaixo:
Aqui, olhando o estádio das arquibancadas, o meio campo:
Aqui, o gol da esquerda:
Ali, os bancos de reserva:
Vamos ouvir o Mário explicar a ideia do evento:
Pra nós, sempre uma honra pisar em solo futeboleiro sagrado!
Olha aí o pessoal do EC Votoran de Botucatu, adversário histórico da época do amador:
O time visitante saiu vitorioso no sub 15.
Foi emocionante acompanhar também o time dos veteranos do Grêmio Esportivo Atibaiense:
Alguém até levou uma foto de 25 anos atrás onde eles estavam reunidos jogando pelo mesmo Grêmio Atibaiense:
Vale lembrar que a cidade ainda teve o time do Boavista FC, fundado em 1961 e que participou da Quarta Divisão do Campeonato Paulista em 1962 e 1963.
Outro time que também jogou o futebol profissional do Campeonato Paulista foi o São João FC (distintivo disponibilizado no site História do futebol):
O São João FC foi fundado em 2 de fevereiro de 1930, em homenagem ao padroeiro da cidade e disputou o Campeonato Paulista do Interior e a Quarta Divisão do Campeonato Paulista em 1963 e 65.
Demos um pulo na sede do clube, onde antes ficava também o Estádio do time. Vale lembrar que desde 1971, o clube mudou seu nome para São João Tenis Clube:
Infelizmente pela quarentena, a gente não pode entrar no clube pra fazer umas fotos de onde ficava o Estádio, mas encostamos no portão lateral pra Mari fazer umas fotos do atual campo de futebol que atende os sócios.
E aí está o atual campo de futebol:
O clube é uma beleza! Mas o futebol profissional está definitivamente esquecido…
De tempos em tempos o futebol do interior paulista nos surpreende, com times inesperados e campanhas surpreendentes. Alguns desses times são muito queridos pela mídia e representam grandes cidades, o que acaba sendo uma grande festa. Mas, as vezes essas conquistas vão além e desafiam qualquer previsão.
E isso foi o que aconteceu em 1993, com a conquista da “Divisão Intermediária” ( o equivalente à série A2 da época), pelo EC Paraguaçuense.
Já estivemos em Paraguaçu registrando seu estádio (confira aqui como foi) e também escrevemos um pouco sobre a camisa e a história do time.
Naquele ano, chegaram ao quadrangular final União Agrícola Barbarense, Comercial, Francana e o próprio Paraguaçuense.
A partida que decidiu o campeonato foi disputada em Paraguaçu Paulista, no Estádio Carlos Affini entre o time local e o Barbarense, que conquistaria o título e o acesso à primeira divisão com um simples empate.
O jogo termina com uma festa gigantesca para a pequena cidade do oeste paulista: EC Paraguaçuense 4×1 UA Barbarense. O time menos “badalado” conquistava a Intermediária Paulista!!! Confira o vídeo resgatado pelo torcedor e pesquisador Amarildo:
Porém o Paraguaçuense nunca recebeu esse troféu, porque na época, a capacidade dos estádios validavam as conquistas e acessos dos times.
O Estádio Carlos Affini fora recentemente ampliado para 10 mil lugares, exatamente para poder disputar a Intermediária, já que até 1992 sua capacidade era para apenas 2.600 torcedores.
Esepecula-se que a Federação não acreditava numa nova ampliação para a disputa da principal divisão do campeonato paulista, e em paralelo, duas equipes de prestígio pleiteavam a vaga: Francana e Comercial, ambas com estádios em condições de disputas maiores.
A Federação foi adiando a entrega do Troféu, e mesmo quando o Paraguaçuense oficializaou a nova ampliação, desta vez para os atuais 15 mil lugares, o troféu praticamente acabou esquecido por conta da reformulação apresentada para o futebol paulista.
Nasciam as séries A1, A2 e A3, e uma inexplicável reorganizção dos times, obrigou o EC Paraguaçuense a disputar a série A2 e não a série A1, pela qual conquistou o direito, em campo.
O EC Paraguaçuense não tinha forças para bater de frente com a decisão da Federação Paulista e seguiu jogando a série A2 até 2002 quando acabou rebaixado para a série A3. Em 2007, decide abandonar o futebol profissional.
Mas… e o troféu? Porque no site da Federação Paulista, consta a lista dos campeões da “série A2” e o EC Paraguaçuense como o legítimo campeão de 1993…
É aí que surge a nova diretoria do EC Paraguaçuense, representada pelo presidente Petrus Ricardo para enfim requerir e conquistar o merecido troféu.
Depois de 27 anos de espera aí está o troféu de Campeão Paulista da Intermediária (Série A2), registrado pelo torcedor e historiador do clube Amarildo:
Aqui, a equipe de repórteres da Rádio Marconi, da época que cobriam os jogos: Adauto Marinho, Bacca, Chico Carlos, Pedrinho Militino e o próprio Amarildo!
Aliás, o amigo Amarildo acabou representando a força da torcida ao colaborar com seus arquivos pessoais que reforçam e documentam a conquista.
A TV TEM (afiliada local da Rede Globo) até foi ao Estádio pra fazer uma matéria sobre a chegada do troféu!
Festa mais que merecida, e com direito a vários protagonistas dessa história! Aqui, com Arlindo Mazzi, “Pilão”, ex-zagueiro do EC Paraguacuense nos anos 90.
Aqui, o troféu com Nivaldo Francisco da Silva, o presidente que conquistou o título, em 1993 e o atual presidente Petrus Ricardo, que conseguiu buscar o troféu.
Esse é o motorista Tonanha, que transportava o time nos treinos, jogos por todo interior, e que é muito querido por todos:
Na foto abaixo, o Amarildo reuniu Nivaldo Francisco da Silva (o presidente de 1993), Elzinha Pacheco (Secretaria de Educação Esportes e Cultura), Gilberto (ex jogador anos 90), e Júlio Cesar (atual secretário do EC Paraguacuense):
Aqui: Chico Carlos (repórter da época), Pilão (jogador anos 90), Carlão (diretor nos anos 90), Bacca (repórter da época), Manga (goleiro reserva da época do título de 1993), Chaleira (goleiro nos anos 80), Dinho (dirigente da época), e Adauto Marinho (repórter da rádio Marconi da época de 1993).
Que a conquista possa representar um novo momento e quem sabe incentivar a volta do Paraguaçuense ao futebol profissional!
CINEFOOT – O Festival de cinema de futebol da América Latina.
Mesmo com a pandemia, houve um número recorde de participantes (76 filmes), e com uma forte carga social, reconhecendo a importância de várias personalidades negras. Até por isso, a estreia é hoje, no Dia da Consciência Negra (marcada no Brasil por um assassinato racista cometido na noite de ontem pela equipe de seguranças do Carrefour, em Porto Alegre.
Para conhecer a programação completa do festival, basta acessar o link da programação (é só clicar aqui).
Recentemente escrevemos sobre o Estádio Cerecamp, a casa do EC Mogiana e, nos anos 80 do Gazeta e ao pesquisar, encontrei um vídeo incrível sobre essa história e por volta do minuto 3 do vídeo fiquei sabendo que o Gazeta de Campinas chegou a mandar seus jogos em outros dois estádios da cidade: o Campo do Náutico, no Jardim Leonor e o Campo do Souzas.
Estivemos recentemente no Estádio do Jd Leonor, o Campo do Náutico, e agora aproveitamos para registrar o Estádio Municipal José Iório, o campo do Souzas FC.
O Souzas FC é um time amador de Campinas, e que tem muita história. Foi fundado em abril de 1918.
No ano do centenário, o “Leão do Ramal Férreo” chegou a fazer um grande evento no seu estádio, o Estádio Municipal José Iório reunindo cerca de 1500 pessoas. O Jornal Local chegou a publicar algumas fotos do evento:
Não consegui entrar dentro do Estádio para imagens mais legais, mas dali da entrada deu pra registrar o campo. O gol da esquerda:
O meio campo:
O gol da direita:
As arquibancadas ficam do lado da entrada do estádio.
Dá só uma olhada:
Os caras tiveram até um contato especial com os bancos de reserva:
Ao fundo as casas do bairro.
Ali próximo fica o Rio Atibaia, como dá pra ver no lado direito do mapa:
Aí fica ainda mais clara a beleza das arquibancadas do Estádio!
Antes que vc estranhe o local do gol, é porque é uma partida do sub 13, então utilizam o campo na lateral!
Como relembramos lá no início do post, esse foi o campo usado pelo Gazeta na disputa do futebol profissional, mas não só por isso, caracteriza-se como um local histórico.
Sempre gostei de viajar… Tenho ligações e memórias carinhosas com muitas cidades, mas existem 4 que tem um lugar especial no meu coração: Santo André, Itanhaém, Buenos Aires e … Cosmópolis, a cidade da Mari e onde sempre estamos presentes pra curtir a família, a natureza ou mesmo pra servir de parada pros rolês do interior afora!
E embora tenha registrado a UE Funilense e seu estádio várias vezes (aqui tem mais um post sobre eles) faltava um time da cidade para ser registrado, que embora também tenha perdido seu estádio para o crescimento urbano, segue firme e forte, já tendo passado do seu centenário.
Trata-se do time que nesse 15 de Novembro, completa nada menos do que 115 anos, falamos do Cosmopolitano FC, fundado em 1915!!
Na época de sua fundação, Cosmópolis era apenas um distrito de Campinas.
O nome da cidade significa “cidade universo“, e é uma relação direta à história da ocupação de suas terras por uma infinidade de imigrantes de diferentes nacionalidades.
Vale lembrar esse momento da história, quando o fim da escravização fez com que os cafeicultores paulistas perdessem sua principal mão de obra e razão de tamanha lucratividade com o café.
Uma vez aterrorizados com a ideia de não ter mão de obra, os “barões do café” passaram a bancar a vinda de imigrantes europeus para trabalhar na lavoura (num segundo momento o próprio Governo passou a realizar tal ação).
Só depois de chegar aqui, o imigrante entendia as “letrinhas miúdas do contrato” e descobria que ele deveria pagar pelos custos de sua viagem, e também pela habitação, comida e etc… Não a toa, muitos acabaram desistindo ou tentando desistir, já que legalmente estavam presos a um contrato em que a cada mês trabalhado suas dívidas com os donos da terra só aumentavam.
Foi assim que cidade viu surgir suas colônias de imigrantes, sendo a primeira delas a Colônia Núcleo Campos Sales (formada por suíços). Até escolas foram criadas para atender às colonias, como a tradicional Escola Alemã, que atualmente mantém uma série de festividades relacionadas à cultura alemã. Fotos do Portal Cosmopolense:
Com o Brasil investindo em sua industrialização, em 1898 foi fundada a Usina Ester, o que de certa maneira dividiu a cidade entre a turma da Usina, a vila e as famílias que viviam da agricultura. Leia aqui o post que mostramos algumas imagens da Usina.
Em 1906, surge o distrito de Cosmópolis e em 30 de novembro de 1944 eleva-se à condição de Município.
A “terceira onda” de desenvolvimento da cidade veio na década de 50, com os trilhos da Estrada de ferro da Funilense, braço da Sorocabana, que cruzava a Região Metropolitana de Campinas (Cosmópolis, Paulínia, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal).
Eu costumo comparar a estrada de ferro à Internet porque representava a porta de entrada de muita informação para a cidade. Consequentemente é nessa época que a cidade mais se desenvolve.
Foi este o cenário que colaborou para formação e fortalecimento do Cosmopolitano FC, que praticamente acompanha todo o desenvolvimento da cidade.
A principal fonte de informações para este post foi o livro “A história dos 100 anos do Cosmopolitano FC“, escrito por Walber Kowalesky e Antono Rodolfo Rizzo (interessados em adquirir o livro, contatar o próprio clube).
O livro apresenta uma série de fotos históricas que permitem registrar a história do clube, com times de várias épocas, esse foi o que jogou em 1917:
Inicialmente, o Cosmopolitano FC mandava seus jogos em um campo ao lado da Igreja Matriz, mas em 15 de novembro de 1919 conseguiram inaugurar sua “Praça de esportes“, com direito a uma arquibancada de 20 metros e 6 degraus, em uma partida onde empataram em 1×1 com a AA Ponte Preta.
Pra se ter ideia da importância do campo do Cosmopolitano, basta pensar que na época, nem Guarani ou Ponte Preta possuiam estádio. Veja que incrível registro de um amistoso em 1920:
Até detalhes do uniforme dos anos 20, podem ser observados:
E assim, as primeiras décadas foram marcadas por partidas disputadas com adversários da região, como em novembro de 1920, na celebração de 5 anos do clube, quando o Cosmopolitano FC ganhou a Taça Carvalho & Fonseca, vencendo por 4×1 o Clube Concórdia, de Campinas.
A partir de 1921, filia-se à Liga Funilense de Futebol e já em 1922, sagrou-se campeão da Liga. Além disso, houve um torneio comemorativo ao centenário da Independência do Brasil, onde venceu o União Coqueiros FC por 4×0.
Em 1923, mais uma conquista da Liga disputada contra times como o Usina Esther FC, Guaiquicano FC, Paulinense FC, entre outros. Ainda nesse ano, levou a taça “Câmara Municipal de Campinas” ao vencer o Voluntários da Pátria FC, por 2×0 em 9 de setembro de 1923.
Em 1926, seguem as partidas e campeonatos regionais e esse foi o time que representou o Cosmopolitano FC.
Até o fim dos anos 20, o esquadrão cosmopolitano foi batendo adversários como o Capão Fresco FC (Betel), João Aranha FC, Quilombo FC (ambas de Cosmópolis), EC Tujuguaba (Conchal), União Internacional FC (Arthur Nogueira), Brasil FC (Campinas), Salto Grande FC e o CA Comercial (Limeira).
Aqui o registro do embate contra o Conchal FC, valendo a “Taça Apito” em 1927:
A década de 30 se inicia com o time se cadastrando na Liga Campineira de Esportes Athléticos. Aqui o time de 1931 que iria enfrentar o São Paulo Railway AC, conforme conta o jornal “A Gazeta“:
Infelizmente a Revolução Constitucionalista de 32 paralisou todas as competições esportivas do estado e a Liga Campineira não teve final naquele ano, mas encontrei no jornal “A Gazeta” uma nota sobre a 3a rodada, onde o Cosmopolitano FC é chamado de Cosmópolis:
O Cosmopolitano FC foi campeão da sua série e chegou à final do campeonato, perdendo por 3×1 para o Corinthians, que se tornou bicampeão campineiro.
Em 15 de Novembro de 1933, foi disputada uma partida em homenagem ao aniversário do Cosmopolitano FC e mais uma taça garantida com a vitória por 1×0 contra o time da Tecelagem Libanesa de São Paulo. O Correio de São Paulo até divugou o jogo:
O Cosmopolitano FC foi ainda campeão da Liga Campineira de 1933, após vencer o Pátria FC, no Estádio do Guarani, por 2×0. Segue uma nota da vitória da primeira rodada:
E a matéria do jornal “A Gazeta”, de 22 de janeiro de 1934 (disponibilizada pelo amigo Celso Franco, pesquisador do futebol campineiro) que mostra a vitória final:
Em 1936, o ano seria macado por mais um amistoso contra uma equipe paulistana: Clube Atlético Lapa. Distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol:
Os anos 40 mantiveram a sequência de amistosos e desafios com destaque para o jogo contra o CR Floresta (de Artur Nogueira) em março de 1946, vitória do time de Cosmópolis por 3×2.
Em 47, uniram-se os rivais citadinos Cosmopolitano FC e Adm Usina Ester para formarem uma seleção e enfrentar no Estádio Thelmo de Almeida o Guarani FC de Campinas: vitória do Bugre por 3×2.
Em 48, uma série de bons resultados registrados:
Em 49, constam duas partidas jogadas como visitante: Itaicy FC 1×1 Cosmopolitano FC e EC Prada (Limeira) 0x1 Cosmopolitano FC.
Aqui, o time de 1952:
Aqui, o time de 1953:
Em 1954, um amistoso com um misto do Guarani FC.
Em 1955, um grande acontecimento, graças aos esforços de Adão Martelli Filho e Francisco de Mário, o Cosmopolitano FC foi convidado para disputar um amistoso contra a AA Avenida (de Salto), no Estádio do Pacaembú. A partida seria a preliminar de Palmeiras x Vasco (pelo Rio São Paulo daquele ano). Público presente: quase 40 mil pessoas! Infelizmente a tarde não estava para o time do Cosmopolitano FC que foi batido por impiedosos 7×3.
Em 1956, o time disputou o Setor 12 do Campeonato Amador do Interior ao lado da AA Internacional (Limeira), do CA Usina Santa Bárbara e da AE Internacional (Santa Bárbara), CA Usina Iracema (Iracemápolis) e EC Paulista (Santa Bárbara D’Oeste) como mostra a Gazeta Esportiva:
O time de 1957 tem uma característica muito especial: o quarto jogador postado em pé, da esquerda pra direita é o “João Bocão“, também conhecido como o vô da Mari infelizmente, já falecido:
Em 1957, o time disputou o Campeonato Amador do Interior, ao lado de outros 3 times na série B do setor 13:
Ainda naquele ano, disputou o Torneio João Mendonça Falcão, ao lado da UA Barbarense, AA Ararense, AA Internacional (Limeira), SER União São João e EC Lemense, Canto do Rio FC (Americana), como mostram diversas notas da Gazeta Esportiva da época de outubro de 1957, até a final em janeiro de 1958:
A Gazeta Esportiva divulgava o que seria o jogo final:
E infelizmente… o resutado 9×3 para os grenás da AA Ararense…:
Em 1958, o Cosmopolitano FC disputou o setor 21 da zona 14 do Campeonato Amador do Interior, ao lado de potencias como o XV de Piracicaba, e o União Agrícola Barbarense, como registrou a Gazeta Esportiva:
Aqui os jogos, alguns resultados e a classificação do grupo:
Em 15 de Novembro, em comemoração ao aniversário do clube, venceu o EC Mogiana por 3×1, como apresentou a matéria da Gazeta Esportiva da época:
Aqui, o 2o quadro de 1958:
Este, o primeiro quadro:
Em 59, disputou o amador do estado.
Em 1961, seu estádio ganha a denominação “Estádio Thelmo de Almeida” em homenagem a um dos sócios fundadores do clube que fez história jogando, apitando ou ajudando na organização do time.
Este foi o time de 1961, que empatou com o juvenil da AA Ponte Preta por 1×1.:
Em 62, mais jogos importantes disputando o amador do estado (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato).
Aqui, um flagrante da diretoria do clube em 1962 (até Antonio Pinto, um dos fundadores do clube ali sentadinho):
Olha que maravilha a arquibancada coberta do Estádio Thelmo de Almeida, lotadinha em uma partida contra o Botafogo local!
1963: mais uma boa sequência, com direito a participação no Campeonato Amador da Federação (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato):
O time de 1963:
Em 1964, mais uma vez o time disputa o Campeonato Amador do Estado, pelo Setor 21 e monta um grande time, que em março bate o Barão Geraldo por 6×2. Temos ainda uma ficha técnica disponibilizada pelo incrível site História do Futebol com o registro de incrível goleada:
Aqui, o time de 1964:
Aqui uma imagem da fachada do estádio em 1965, que recebeu o time de aspirantes do Guarani para uma peleja, também do site “Relíquias do futebol” (eles deram uma bela tratada na imagem do livro e a foto ficou linda!):
E aqui, uma foto do derbi no campo da Usina Ester:
Em 1966, sagrou-se campeão do setor 13, zona 22, numa sequência invicta de 25 jogos.
No time, ainda tem o “Tio Tito”(tio avô da Mari):
Veja a faixa feita na época para comemorar o título e já aparecendo seu mascote!
Embora o time fosse conhecido como o “Galo da Funilense“, logo, ganhou um mascote oficial, o papagaio da vila:
Em 1967, mais uma vez disputou o amador da Federação Paulista, mas antes venceu um amistoso contra o Real São Paulo de Campinas por 3×1. Pelo amador, o jogo contra a Usina Ester (futura Funilense) empatava em 0x0 quando um penalty foi marcado para o Cosmopolitano FC e o time da usina abandonou o campo, cabendo ao juiz dar a vitória ao time da vila.
Na última partida do amador, jogando em Serra Negra, venceu a Portuguesa local por 3×2.
O livro oferece duas fotos do time de 1967:
Em 1968, novamente uniram-se os times do Cosmopolitano FC e da Usina Ester para enfrentar o Guarani de Campinas, com vitória para os bugrinos por 3×2.
Há apenas o registro da vitória por 1×0 num amistoso contra o CA Silvicultura do Horto Florestal de São Paulo. Distintivo disponível no site História do Futebol:
Aqui, o registro do time de 1969:
Os anos 70 parecem ter afastado o time das disputas do Campeonato Amador da Federação Paulista. Há o registro de um amistoso em 74: Cosmopolitano FC 1×0 São José (Campinas).
Já em 79: Cosmopolitano FC 1×0 EC Alvorada (Campinas) e celebrando o aniversário do clube um amistoso contra a Inter de Limeira.
Quase não há registros do futebol nos anos 80. Em 1990, o time que se sagrou campeão municipal também disputou uma com o União São João, vencendo por 3×2.
Em 96, foi campeão da Liga Cosmopolense e o torneio municipal “30 de novembro”, revivendo o derbi com o time da usina agora representados pela UE Funilense.
Em 1997, conquista o Campeonato Paulista de Futebol Amador promovido pela Federação Paulista, desta vez realizando a final contra o time do SR Cantareira. Primeira partida vencida por 2×0 no Estádio Thelmo de Almeida e o segundo um empate por 1×1 no Estádio Mansueto Pierrot, em São Vicente. Foram 10 vitórias, 3 empates e uma derrota!
Em 2001, definida a venda do estádio. Eram os últimos momentos de um dos estádios mais antigos do estado…
Foi realizada uma partida de despedida entre os ex atletas do Cosmopolitano FC e uma seleção de craques do passado, que venceram por 3×1.
Em 2002, acertada a compra do terreno onde seria construído o novo estádio.
Em 2003 foi inaugurado em partida cont
ra o time B do Corinthians, que terminou com a vitória cosmopolense por 3×2.
E aqui está o Estádio Thelmo de Almeida, atualmente:
A placa celebrativa ainda homenageia mais um que tem estado bastante com a gente nessas andanças em busca de estádios: o Lúcio Carone (tio da Mari) que era o 2º secretário na época!
Vamos dar uma olhada no Estádio atualmente:
O Estádio possui uma estrutura bem maior que o original e fica na entrada da cidade.
Um grande lance de arquibancadas com 8 degraus, na lateral da entrada:
Além da arquibancada lateral, ainda existe um lance de arqubancadas atrás do gol!
Atrás do outro gol, os vestiários. E ali na lateral se pode ver os bancos de reserva e para os mesários / árbitros.
O Estádio além de bem cuidado e grandioso, possui toda a sinalização do clube, com seu nome no banco de reservas.
Olhando da arquibancada, esse é o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
E aqui, o gol da direita:
A entrada do estádio possui ainda uma área verde que dá um charme especial ao Estádio.
Em 2007 e 2008, o sub 15 e o sub 17 disputam o Campeonato Paulista sa categoria.
O clube segue sua vida equilibrando as atenções entre o social e os esportes.
E pra terminar, o seu hino:
E olha que legal esse anúncio da Usina Esther pra terminar o post:
Nessas idas e vindas pra Cosmópolis feitas nos últimos 13 anos, sempre arrumo um tempinho pra entrar em alguma cidade no meio do caminho e foi assim que em 2010, acabei visitando Louveira, uma cidade próxima de Jundiaí que possui cerca de 45 mil habitantes e assim pude registrar o Estádio Municipal José Silveira Nunes.
O nome da cidade se refere a árvore louveira, uma espécie em extinção. Tão em extinção que nem foto da danada eu achei…
A cidade de Louveira tem uma curiosidade: não tem ônibus de São Paulo direto pra ela, e mesmo a Ferrovia, do passado, também não fazia parte dessa ligação.
Algumas casas antigas relembram o passado da cidade… ou assombram o presente?
O Estádio Municipal José Silveira Nunes é um estádio muito bacana, mas nunca houve na cidade um time que disputasse as categorias profissionais do futebol.
Possui uma bela arquibancada na região central.
E um gramado muito bem cuidado, realmente um tapete.
O estádio já recebeu a Copa São Paulo de Futebol Júnior, tendo o Guarani, o Bahia e o RedBull como mandantes.
Mais recentemente mantém-se focado no futebol amador de Louveira.
Ele também é chamado de “campão”.
Aqui, uma visão de dentro do campo:
Suas arquibancadas tem capacidade para 2.500 torcedores.
Olhando lá da arquibancada pode se ver que ainda há uma linda área verde (pelo menos havia em 2010, será que ela segue por lá?).
Percebe-se também que eu era mais magro hehehehe
Atualmente, a Prefeitura prometeu uma reforma completa, com instalação de cobertura metálica, reforma na cabine de transmissão, sistema elétrico, pintura, melhoria na iluminação e campo, reforma nos vestiários, guarda corpos e troca dos portões principais. Aguardemos…
Nosso rolê pela parte leste do estado de São Paulo, não podia deixar de passar por Taubaté. Mas dessa vez, a idéia não era visitar o Estádio Joaquim de Morais Filho, como já fizemos tantas vezes (relembre aqui a incrível conquista da série A2 de 2015)…
A ideia era registrar um outro estádio, que também tem grande importância no futebol local. Ficamos no Hotel Baobá, mesmo local de 2015, quando encontramos ali hospedados o time do Votuporanguense e acabamos acordados no meio da madrugada pelos fogos da torcida local (não quer mesmo clicar aqui e relembrar a história?).
Antes de seguirmos para o nosso objetivo, um pulinho sempre bom, para relembrar a estação ferroviária, que além de histórica é linda!
E um outro ponto essencial para entendermos o time de hoje, o antigo prédio da Companhia Taubaté Industrial (CTI):
A Companhia Taubaté Industrial (CTI) nasceu ainda no século XIX (fundada em 4 de maio de 1891 por Félix Guisard, prefeito de Taubaté) e foi precursora do desenvolvimento industrial do Vale do Paraíba e uma das maiores tecelagens da América Latina, produzindo camisas e meias.
Embora a CTI tenha fechado suas portas, deixou de presente para a cidade um marco arquitetônica incrível conhecido como “Edifício Félix Guisard”, uma torre com 12 andares e um relógio no topo, que se tornou símbolo da cidade.
Veja que linda foto da torre, disponibilizada na web pelo Jornal O Vale:
A indústria funcionou de janeiro de 1893 (na época com 170 funcionários) até 1983 e seu prédio abriga hoje o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Unitau. A torre do relógio foi tombada pelo Condephaat.
A Fábrica fez tanto sucesso junto à população local que conseguiu montar um time de futebol, o Clube Atlético Ceteiense (distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol):
Vale lembrar que outro time da região que existiu graças à indústria do Tecidos foi o Teci Guará (veja aqui nossa visita ao seu estádio).
Outra prova de quão importante foi a produção de tecidos em Taubaté, basta assistir a cena abaixo:
A torcida do Taubaté tem até uma faixa lembrando dessa homenagem:
O CA Ceteiense foi fundado em 4 de maio de 1941, por funcionários da indústria, como forma de lazer. Na época, seu nome era Clube Náutico C.T.I. e depois, CTI Clube.
O time conquistou o primeiro Campeonato da Liga Municipal de Futebol de Taubaté, em 1945 (iria demorar mais 10 anos pra conquistá-lo novamente).
Mas o CA Ceteiense entrou pra história do futebol profissional ao disputar o equivalente à série A2 de 1952:
Depois disputou a competição equivalente à série A3 de 1954. Encontrei poucas informações sobre essa competição, mas aparentemente o CA Ceteiense disputou a primeira fase na Série F:
Pesquisando no arquivo da Folha de São Paulo, o time se classificou para uma segunda etapa, jogando o Segundo grupo.
Lá, encontrei até o resultado de um dos jogos contra o time do Rigeza FC:
Aparentemente sua participação terminou nessa fase. E depois dessas duas aventuras, o CA Ceteiense nunca mais retornou ao profissionalismo. Pra piorar, em 1983, a fábrica fechou suas portas e o Ceteiense encerrou sua história.
Assim, nossa missão foi registrar o Estádio Municipal Félix Guisard, a casa do CA Ceteiense.
Ele ocupa todo um quarteirão e fica bem perto do Estádio Joaquinzão:
Até uma pequena bilheteria ele ainda preserva:
O Estádio Municipal Félix Guisard foi inaugurado em 4 de dezembro de 1943 (num amistoso entre o time da Fábrica Nova 4×2 Fábrica Velha) e fica numa área bem bacana, cheia de árvores.
O Estádio atualmente serve de base para a equipe feminina do EC Taubaté, além de oferecer uma série de equipamentos para a prática do atletismo.
Suas arquibancadas de cimento possibilitam a presença de pouco mais de 3 mil torcedores.
O terreno pertencia à própria CTI, o que facilitou bastante. O projeto foi elaborado por Ícaro de Castro Mello, o mesmo que projetou o Ginásio do Ibirapuera.
Vamos dar uma olhada:
Olhando da arquibancada, ali ao fundo temos o gol da esquerda:
O gol da direita, com novos empreendimentos imobiliários já se fazendo crescer no horizonte e prometendo valorizar a área nos próximos anos…
E o meio campo:
O fim da fábrica e do time, culminou obviamente com grande preocupação em relação ao estádio e demais equipamentos esportivos ali presentes. A solução foi incorporá-lo ao patrimônio público de Taubaté, sob responsabilidade da Prefeitura.
Atualmente, além de sede das meninas do EC Taubaté, recebe jogos do futebol amador da cidade. Mais um lindo registro de um estádio utilizado no futebol profissional!
Não podemos esquecer que a cidade de Taubaté teve ainda um outro time profissional, o Corinthians Futebol Clube do Vale do Paraíba, fundado em 10 de Agosto de 1998
Mas, como o amigo Bruno lembrou, o Corinthians FC era uma verdadeira salada: distintivo do “Vale do Paraíba”, chamado de “Corinthians Taubaté”, tinha sede em Tremembé, e mandava seus jogos na cidade vizinha: Caçapava, Estádio municipal Satiro de Oliveira (fotos da fan page “Fotos Antigas Caçapava”):
Seja como for, o time entrou pra história ao jogar o profissional, disputand o quinto nível do Campeonato Paulista em 1999 (a série B1B), com uma campanha bem interessante, pena que perdeu o gás no final do segundo turno (como e pode ver abaixo graças aos dados levantados pelo RSSSF Brasil):
Jogou ainda em 2000, quando a divisão muda de nome para série B2 e reúne 40 times para a disputa. Segundo o site RSSS Brasil, a campanha do Corinthians Taubaté naquele ano foi assim:
Asim, o Corinthians Taubaté terminou em 4º lugar, classificando-se para o mata-mata.
Em 2000, ainda representou Caçapava como equipe da cidade na Copa São Paulo de Futebol Jr, não se classificando para a segunda fase, vencendo apenas a equipe do Lagartense por 2×1.
Porém, no mata mata pegou a forte equipe do Guaratinguetá e empatou o primeiro jogo em casa e perdeu de 3×0 o segundo, eliminando-se da competição e licenciando-se do futebol.
Algumas pessoas ligadas ao esporte local, disseram que o Corinthians FC chegou a usar um outro estádio em Taubaté para treinos, o Estádio da Associação Desportiva Classista daFord, e fomos até lá, conferir:
Infelizmente, como tantos estádios e clubes relacionados à indústrias, o campo da ADC Ford não sobreviveu aos tempos atuais, e foi vendido para a iniciativa privada para a futura construção de um condomínio de prédios.
Mas, em outubro de 2020, o campo ainda estava por lá. Ainda que com uma cerca literalmente dividindo o estádio no meio campo.
Dê uma olhada:
Sua arquibancada embora quase sumindo em meio à vegetação, segue por lá também.
Ao redor e ao fundo do campo.
Do outro lado, ainda estamos falando de uma área rural.
A área do que foram os vestiários já foram demolidas, restando apenas escombros…
Triste fim de uma era, mas que faz parte do tipo de vida que escolhemos como sociedade em tempos atuais.
Antes de irmos embora, uma rápida olhada na pela fachada do Estádio Luiz Bento do Couto.
O Estádio é a casa da União Operária Futebol Clube, mais uma vez o Site História do Futebol trouxe o distintivo do clube:
O União Operária Futebol Clube foi fundado em 1 de março de 1933, e é um grande campeão do campeonato municipal de Taubaté.
Pra terminar, algumas imagens do Estádio Joaquim de Morais Filho, pra torcida do Taubaté não reclamar…. Elas são do jogo de 2016 entre o Santo André x Taubaté, num feriado de páscoa, quando o Burro ganhou da gente de 2×0 🙁
Um ano em que o Taubaté fez uma excelente campanha, sendo eliminado nas quartas de final.
Pra quem não conhece, recomendo uma visita ao Estádio Joaquim de Morais Filho, carinhosamente chamado de Joaquinzão, um estádio com capacidade atual para quase 10 mil torcedores.
Vale lembrar que antes do Joaquinzão, o EC Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque“. Vale uma olhada na linda foto disponível na Fanpage Taubaté – SP (foto Rezende Taubaté):
Para a construção do Joaquinzão houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos e um grande empenho de toda a cidade. Em 14 de janeiro de 1968, o estádio foi inaugurado, com o amistoso São Paulo FC 2×1 EC Taubaté.
O recorde de público do estádio aconteceu em 1980 no jogo contra o Corinthians: 21.272 torcedores pagantes. Além das arquibancadas, o estádio também possui uma parte coberta.
Recentemente o estádio teve problemas por conta da chuva, que fez uma parte do estádio ser destruída, mas pelo que vi no portal do Globoesporte, as obras já foram feitas pra recuperá-lo.
Quando estivemos por lá, em 2016, ocupamos o agradável setor dos visitantes, com direito a uma aprazível sombra.
Ah, esse é o portão de visitantes do Estádio:
Existe uma relação de respeito e até amizade entre as torcidas organizadas…
E também entre as pessoas, fica aí nosso abraço pro Ronaldo e pra Talita!
E um abraço a todos que ainda amam o futebol em Taubaté e mantém viva a chama !!
1 de Novembro de 2020.
43 anos completos e um rolê por Piedade com a família para celebrar a data. E já que estamos por aqui, que tal registrar o Estádio Municipal Lino de Matos?
Piedade fica na Região Metropolitana de Sorocaba, pouco mais de 100 Km da capital paulista, onde vivem cerca de 55 mil pessoas.
O nome da cidade se deve à Capela da Piedade, erguida em homenagem a uma imagem de Nossa Senhora da Piedade, que o bandeirante Vicente Garcia, um dos pioneiros a povoar a região, recebeu de presente. A capela deu lugar a uma igreja que acabou dando lugar à atual Igreja Matriz:
Piedade foi pioneira e a maior produtora de cebola do Brasil, mas atualmente sua produção é bem variada, com destaque para a alcachofra, o morango, o caqui e a ameixa.
Mas, nos mercados locais, você acha de tudo…
Mas a cidade vem crescendo ano após ano e já tem um centrinho beeem movimentado.
A câmara municipal ocupa o espaço do antigo Club Litterário…
Além de comemorar meu aniversário, aproveitamos pra curtir um pouco da natureza local, a começar por essa lua cheia linda que apareceu no meio das nuvens na noite das bruxas…
E a turma aqui leva a sério a brincadeira do Halloween kkkk:
A gente ficou num hotel bem bacano chamada Vale do funil,que fica bem no meio da mata. Dá pra andar de bike, fazer umas trilhas e curtir a paisagem…
Passa um riacho no meio do local, e forma umas piscinas naturais bem bacanas!
Uma série de animais passeiam pelo sítio…
E por falar em animal… Demos um pulinho na “Pedra do Elefante”, que é um lugar bastante visitado:
Mas, claro que também aproveitamos a estadia para conhecer um pouco do futebol local.
O time mais importante da cidade é o Piedade FC.
Como o próprio distintivo já informa, o time foi fundado em 15 de setembro de 1925.
Naquele mesmo ano, o time disputou uma partida com a equipe dos Leites FC, mas um lance maldoso acabou machucando a perna de um atleta (que acabaria obrigado a amputá-la) e o futebol deu uma baixada na cidade até o ano seguinte.
A cidade contou ainda com muitos outros times em sua história, como: Operarário FC, Faixa Azul FC, Bandeirante FC, Correas FC, Pingo D’água FC, Tanquinho FC, AR Vila Élvio, Esperança FC, Yara FC, Leites FC, AA Corinthians de Piedade, além do time da Associação Cultural Esportiva de Piedade, a “ACEP-Kaikam“, o “time dos japoneses”:
Mas o Piedade Futebol Clube acabou se destacando porque, embora nunca tenha disputado nenhuma das divisões profissionais do Campeonato Paulista, figurou por algumas vezes no Campeonato do Interior, estreando em 1944, na 23ª região:
Em 1945, jogou a 10ª região do Campeonato do Interior:
Em 1946, novamente disputou o Campeonato do Interior, na 2ª zona da 4ª região, dessa vez, com o time abaixo:
Em 1947, mais uma disputa!
Segundo a Revista “Remember – N. 10“, o ano de 1956 é considerado o ano de ouro do futebol para a cidade. O Piedade Futebol Clube entrar pra história ao se tornar Campeão da zona 13 do Campeonato do Interior.
O primeiro desafio do Piedade FC foi a 8ª Região da Zona 13 do Setor 42:
Assim, o time classificou-se para a fase seguinte, reunindo os campeões dos diferentes setores, e novamente saiu vencedor.
A partir daí o caminho ao título maior seria via mata-mata e o adversário que definiria o campeão da 8ª região do Interior era a AA LAranjalense, que lotou seu Estádio para apoiar o time.
O Piedade FC abriu o placar, mas o que se narra na Revista “Remember – N. 10, é que a partir daí o time da AE Laranjalense passou a “descer a bota” mandando dois atacantes do time visitante para o hospital, ainda no primeiro tempo.
Assim, o empate foi questão de tempo. E segundo dizem, em impedimento. O Piedade FC não se abalou e fez 2×1, mas o juiz Raul Nóbrega anulou o gol e a AE Laranjalense chegou à virada antes do intervalo.
Para o segundo tempo seriam apenas 9 jogadores em campo para o Piedade FC. Aliás, 8, já que o zagueiro Carlinhos acabou expulso. Assim, o jogo termina em 5×1 para o time laranjalense.
O jogo de volta prometia uma verdadeira guerra! O Piedade FC chega a fazer 2×0, mas não consegue ir além disso e tirar a diferença do saldo do jogo de ida, encerrando ali os seus sonhos de ser campeão do interior.
O Piedade Futebol Clube mantém-se ativo no Campeonto do Interior até 1969, quando despede-se das competições da Federação. Esse é o time de 69:
Vale ressaltar um outro time, que nasce em 1961, no dia 20 de maio (quando comemora-se o aniversário da cidade): o Esporte Clube XX de Maio, que também se filiou à Federação Paulista de Futebol para as disputas do Campeonato do Interior. Em 1969, ambas as equipes disputaram o Campeonato do Interior.
Aqui o time de 1962:
E aqui o de 1966:
1968:
Década de 60:
O “Vinte” disputou o Campeonato do Interior até 1978.
Mas como surgiu o Estádio Municipal, responsável por receber todas essas partidas?
No dia 08 de novembro de 1945, o Prefeito Benedito Ayres da Silva adquiriu o terreno onde seria construído o Estádio Municipal,que teve várias etapas para ser concluído,até a sua inauguração.
Em 06 de maio de 1951 o Estádio Municipal Lino de Mattos é inaugurado (inicialmente como “Juvenal Lino de Matos”).
No dia da inauguração do Estádio, aconteceram 3 jogos:
A.A.Corinthians de Piedade 4×1 America de Sorocaba.
2º Quadro do Piedade FC 2×1 2º Quadro do São Bento de Sorocaba.
Piedade FC 3×2 EC São Bento de Sorocaba.
Aqui, a turma do braço quebrado: Mari e Bia em frente à entrada lateral do Estádio:
Em 1987, um vendaval atingiu o Estádio Municipal, durante um amistoso entre a Seleção de Piedade x Ituano F.C., onde mais de 5 mil torcedores se faziam presentes.
Os eucaliptos que rodeiam o campo caíram assim como os telhados dos vestiários e outras estruturas, danificando veículos que estavam nao redor e machucando (ainda que sem maior gravidade) várias pessoas presentes.
Em 1993 foi construída uma arquibancada de madeira para aproximadamente 500 pessoas ao lado da arquibancada coberta e em 2000, arquibancadas em alvenaria elevando a capacidade para 5 mil torcedores sentados.
Assim, finalizamos nossa visita a mais este templo do futebol local.