148- Camisa da Francana

A 148a camisa de futebol foi presente do amigo Renato Ramos, da Fúria Andreense. O time defende as cores da cidade de Franca, com mais de 300 mil habitantes e conhecida como a capital nacional dos calçados masculinos! O time dono da camisa é a Associação Atlética Francana. A história do time começa há 100 anos atrás (sim, escrevo este post no ano do centenário), em 1912, quando o clube foi fundado com a ideia de incentivar o esporte entre professores, comerciantes e demais trabalhadores da cidade. Por isso o time é conhecido como “a Veterana”. Durante muito tempo, mandou seus jogos no Estádio da Bela Vista, construído em 1922, em um terreno doado pelo Coronel Francisco de Andrade Junqueira, por isso, o Estádio também é chamado de “Nhô Chico”. Ali, a Francana mandou seus jogos até 1969, quando a Prefeitura construiu o Estádio Municipal José Lancha Filho, com capacidade para 15.100 pessoas. Veja aqui como foi nossa visita ao estádio em 2018. Após anos disputando contra equipes da cidade, chegava a vez de sonhos maiores. O time filiou-se a Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e passou a disputar o Campeonato da Mogiana e em 1921, chegou à final perdendo o título para o Comercial, de Ribeirão Preto. Em 1923, sagrou-se campeã da Alta Mogiana, derrotando o Botafogo de Ribeirão Preto, mas perdeu a disputa de Campeão do Interior contra o Rio Branco. Em 1925, novamente foi campeã, dessa vez invicta. Porém, mais um vez perdeu o título do interior, dessa vez contra o Velo Clube, de Rio Claro. A partir de 1948, passou a disputar o Campeonato da Divisão de Acesso, agora pela Federação Paulista de Futebol. Em seu primeiro ano, acabou em terceiro lugar. O Campeonato de 1949 era dividido em quatro séries, de onde se classificavam apenas os campeões. O time abaixo, ficou em segundo na série Branca (Mogiana), atrás do Batatais: O time seguiu na disputa da divisão de acesso. Aqui, uma foto de 1950: Em 1958, o campeonato foi dividido em 4 módulos e a Francana terminou como líder do seu grupo (o Amarelo), sendo desclassificado na fase seguinte, contra o Corinthians de Presidente Prudente, o Rio Preto, entre outros times. Aliás, lembrei que tenho um ítem de colecionador aqui, referente a este ano: Em 1964, foi novamente campeã do seu módulo (o “João Mendonça Falcão”) e fez ótimos campeonatos em 1968, 1969 e 1976, mas sem conquistar o sonhado acesso. Aqui, o time de 1967: Contam que em 1969, jogando a final contra a Ponte Preta, o time chegou a comemorar o título após vencer por 3×1, mas somente dias depois souberam que perderam a vaga para a primeira divisão, no saldo de gols (por um gol…). Esse era o time daquele ano: Então chegou 1977, com um time que tinha como maior estrela um craque chamado Assis, e trazia ainda no gol, uma figura que permanece até hoje no mundo do futebol: Geninho.

Com esse time, a Francana derrotou o Araçatuba, por 2 x 0, na final, conquistando enfim o direito de disputar a primeira divisão estadual.

Enfim, 1978 viu a Francana na elite do futebol paulista. E a torcida não fez por menos, tornando o clube campeão de renda no interior. Na classificação, o time também foi bem e ficou entre os oito melhores. Neste período, destacam-se vitórias históricas contra o São Paulo (2 a 0), em pleno Pacaembu, em 19 de outubro de 1978, conquistadas pelo time abaixo: No ano seguinte, bateu o Corinthians por 1 x0, em pleno Pacaembú, frente a mais de 40 mil torcedores. Em 1982, venceu o Santos, na Vila Belmiro, mas não conseguiu impedir o rebaixamento… Só voltou a disputar o profissional, em 1984, novamente na divisão de acesso. Em 1989, o time quase voltou. sendo novamente líder do seu grupo, na primeira fase. No começo dos anos 90, o time acabou rebaixado para a série A3, e por lá ficou até 1996, quando conseguiu o acesso à A2. Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, perdendo o acesso à Série B na última rodada.

Em 2002, o acesso à primeira divisão estava em suas mãos, quando na final da Série A-2 contra o Marília vencendo em Franca por 2 x 0, mas sendo batido por 3×0, em Marília. Em 2005, acabou novamente rebaixado para a Série A-3, onde está até atualmente, 2012. Sempre com campanhas regulares, mas não suficientes para garantir o acesso à série A2. Como foi o caso do time de 2011: Para saber mais sobre o time, acesse: www.aafrancana.com.br Ah, um detalhe que não pode ser esquecido é a mascote do time, que foi criada com base em um grande rival, o Catanduvense. Como o “apelido” da cidade de Catanduva é “A cidade feitiço”, após uma vitória do Francana, surgiu a Feiticeira Verde:

O hino do time:

Que tal acompanhar um pouco da realidade do estádio, com a torcida Dragões da Veterana:

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>

147- Camisa do Tupi F.C. – MG

A 147a camisa volta a falar do rico futebol mineiro!

Foi presente do leitor e amigo Gustavo Vidal, que tem muito em comum comigo. O cara também é louco pelo futebol argentino e o time dele foi parceiro do meu caindo da série C para a série D do brasileiro, em 2012.

O time dele vem da cidade de Juiz de Fora, onde vivem mais de 500 mil pessoas e por onde corre o rio Paraibúna.

O dono da camisa é o Tupi F.C. e fica um abraço aos amigos que torcem pelo time, em especial, além do próprio Gustavo, ao Vitor Lima e o Tales (que me conseguiu algumas fotos).

A camisa deste ano foi feita pela Gsport (clique aqui para acessar a fanpage deles no facebook e comprar a camisa direto com eles), fornecedor de uniforme esportivo do Tupi. O time nasceu em 1912, como Tupi Foot-Ball Club, segundo alguns pesquisadores, por dissidentes do Tupynambás Futebol Clube, o rival local. O mascote do time é o Galo Carijó, homenagem a um de seus fundadores, Antônio Maria Júnior, conhecido como Carijó.
O time teve sua fase inicial marcada por amistosos e torneios locais, como a Taça Olinda de Andrade e o Torneio de Juiz de Fora.
Em 1931 veio a inauguração do estádio do Tupi, o Estádio Dr. Francisco de Salles Oliveira, ou apenas Salles Oliveira. Na época, o campo da equipe de Juiz de Fora era o maior e mais moderno de toda a Zona da Mata Mineira. Vale destacar a participação no Campeonato Mineiro de 1933. A competição foi encerrada prematuramente, e o time ocupava a segunda colocação (se considerarmos os pontos perdidos). Na ocasião, o time venceu o “Palestra Itália” (denominação do Cruzeiro, na época) por 4×3. Passou os anos 40 e 50 longe do Campeonato Mineiro. Só nos anos 60, que o time voltaria a fazer história conquistando campeonatos e montando bons times.
Logo em 1966, montou um dos melhores times de sua história, que acabou conhecido como “O fantasma do mineirão”, graças às vitórias sob os 3 times da capital (Atlético, América e Cruzeiro) em amistosos, após conquistar, de forma invicta, o segundo turno do campeonato municipal. No mesmo ano, disputou um torneio com Botafogo-RJ, Palmeiras e os três grandes de Belo Horizonte, terminando em primeiro lugar. Isso lhe rendeu um convite para ir jogar contra a seleção brasileira (de Pelé, Garrincha e cia), empatando em 1×1, em partida realizada em Caxambu – MG.
Em 1969, novamente participou do Campeonato Mineiro e permaneceu na primeira divisão até 1973. Em 1975, conquistou o Campeonato do Interior. Aqui, o time do fim dos anos 70. O time esteve presente em campeonatos durante toda a década de 80, com exceção de 1983. Em 1985 e 1987, foi campeão mineiro do interior. Essa foto, com Simão Saturnino (à esquerda) é de 1987: Esse é o time de 1989:
Percebeu na foto acima quem está segurando a bola? Adil! Mais um craque a vestir a camisa do Tupi! O acidente que interrompeu a carreira do atleta foi em uma estrada que liga Juiz de Fora a Ponte Nova. Nos anos 90, o time foi rebaixado em 1993, e a partir daí surge uma iniciativa de reunir os três clubes da cidade (Tupi, Tupynambás e Sport) formando a “Cooperativa Manchester de Futebol”. Inicialmente, a ideia deu certo, e a Cooperativa conseguiu o acesso à primeira divisão, já em 1994. Entretanto, no ano seguinte, a campanha foi decepcionante e o Manchester acabou rebaixado de volta à segunda divisão, acabando com a Cooperativa. Em 1997, pela série C, já na fase final, o clube precisava ganhar apenas um jogo para chegar à série B, porém perdeu os três últimos jogos. Assim, os anos 90 terminaram sem muita alegria para os torcedores de Juiz de Fora. Os anos 2000 começaram vendo o time vencer o Módulo II, a segunda divisão mineira, em 2001.
Em 2003, o Galo Carijó foi novamente Campeão do Interior, chegando em terceiro lugar no Campeonato Mineiro, conquistando uma vaga para a Copa do Brasil, em 2004, onde logo de cara enfrentou o Flamengo, que só seria eliminado na final pelo incrível Santo André! Outra contratação bombástica aconteceria em 2003: Muller. Pela série C, foi eliminado em um jogo tumultuado contra o Bragantino…

Em 2004, o Tupi seria novamente rebaixado para o Módulo II. O retorno se daria em 2006, ao ficar com o Vice Campeonato do módulo II, perdendo o título para o Rio Branco de Andradas. No mesmo ano, o time anuncia uma contratação polêmica! Romário no Tupi! Mas o baixinho teve uma passagem relâmpago, pelo time e segundo dizem “Treinou dois dias, foi para o JF Folia e depois foi embora”. Ao menos a presença do craque ajudou o marketing do clube! Em 2007, mais uma boa campanha, ficando em 4° lugar no estadual. Em 2008, novamente um ótimo Campeonato Mineiro, chegando no quadrangular final e novamente terminando em terceiro lugar. Foi novamente campeão da Taça Minas Gerais garantindo mais uma participação na Copa do Brasil e na série “D”, de 2009. Em 2011, nova conquista. Dessa vez, faturou a série D do brasileiro, subindo para a série C 2012. E, como eu disse lá no princípio, em 2012 o time foi rebaixado para a série D. Atualmente, manda as suas partidas no Estádio Municipal Radialista Mario Helênio, inaugurado em 1988 e que tem capacidade para 35 mil pessoas. Falando um pouco das torcidas, a Tribo Carijó é uma das que estão sempre presentes. Outras organizadas são a Império Alvinegro, a Tupinga e a Tupirados.
Mas, assim como no interior paulista, os torcedores comuns também são presença constante no estádio:

Pra quem curte hinos, esse é o do Tupi:

O time tem até um livro chamado “A saga dos Carijós”, lançado recentemente.

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>

146- Camisa do Comercial de Ribeirão Preto

A 146ª camisa de futebol do blog vem de uma grande cidade do interior paulista que consegue unir desenvolvimento à natureza: Ribeirão Preto!

Mais uma vez foi presente do amigo Guilherme, El Pibe, que escreve o www.expulsosdecampo.blogspot.com .

Falaremos hoje da camisa e da história do Commercial Football Club.

A história deste tradicional time do interior paulista, começa em 1911, quando um grupo de comerciantes se reuniu para montar seu próprio time de futebol. É incrível como as pessoas do início do século XX conseguiram dar valor aos atos de criação dos times, quase como que prevendo que se transformariam em instituições “eternas”. Hoje, os fundadores do time dão nomes às cadeiras cativas do estádio. A primeira partida seria disputada ainda em 1911, uma derrota por 3×1 para a Associação Athletico Gymnasial, de Ribeirão Preto. Em 1915, enfrentou o badalado SC Germânia, da capital paulista e venceu por 4 a 1. Assim como estes, vários amistosos mantiveram a torcida em polvorosa nos primeiros anos do clube. Em 1919, disputou o Campeonato Paulista – Divisão do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Athléticos), tornando-se vice-campeão. Em 1920, disputou uma série de amistosos no Pernambuco onde conquistou 7 vitórias e um empate, dando origem ao apelido e futuro mascote do time: o Leão do Norte.

Em 1922, fato curioso, o time disputou um amistoso contra a Seleção Argentina, no Estádio da Rua Tibiriçá, onde mandava seus jogos. Em 1927, estreiou na Primeira Divisão do futebol paulista. Esse é o time dos anos 20: A crise de 29, que afetou o mundo todo, principalmente os EUA acabou chegando até os cafeicultores de Ribeirão Preto e manteve o time fora das disputas até 1954. Em 1954, o time ressurge, agora como Comercial Futebol Clube e passou a mandar seus jogos no Estádio Antônio da Costa Coelho, campo do E.C. Mogiana. O retorno foi marcado por uma série de amistosos, com destaque para a derrota para o São Paulo FC. Mas o time também participou da segunda divisão, chegando a final contra o EC Taubaté, que acabou num 0x0, dando o título e o acesso à primeira divisão ao Burro da Central. Seria neste ano que aconteceria o primeiro clássico “Come-Fogo”, da fase profissional, terminando num empate em 1×1. O título paulista da segunda divisão viria em 1958, junto do acesso para primeira divisão, fazendo a final contra o Corinthians de Presidente Prudente, em jogo no Estádio do Pacaembu. A partir daí, a torcida do Comercial se acostumou a disputar a elite do futebol paulista e os anos 60 acabaram marcados como os anos de glória do time. Em 1962, o clube foi vice-campeão da Taça São Paulo, perdendo apenas a final para o Santos de Pelé. Esse é o time de um ano antes: Em 1964, era hora de inaugurar seu estádio, o Palma Travassos, utilizado até os dias de hoje e apelidado de “La Bafonera”.

Em 1965, venceu a Copa Ribeirão Preto jogando contra Corinthians, Fluminense e Botafogo carioca e ainda empatou em 1×1 com o Peñarol do Uruguai, em um amistoso.

Em 1966, o Leão acabou com uma invencibilidade de 14 jogos do Palmeiras e fez um jogo inesquecível contra o Santos de Pelé, perdendo por 7×5. Ainda faria incríveis 8×1 no Bragantino, terminando em terceiro lugar no campeonato paulista. O ano ainda traria uma incrível surpresa, o time enfrentaria a Seleção Brasileira (perdendo por 4×2), em Amparo.

Em 1972, o Comercial ficaria marcado como o último time a levar um gol do craque Garrincha (Olaria 2 x 2 Comercial). Em 1974, terminou o Paulistão em sétimo lugar. Em uma disputa histórica, conquistou a vaga para o Brasileiro de 1978, em cima do Botafogo FC. Em 1979, ficou em 14º, num brasileirão que contou com quase 100 clubes.

No início da década de 1980, o Comercial conseguiu grandes resultados como golear o Corinthians em Palma Travassos por 4 a 0, o Santos na vila: 3 a 1, o São Paulo no Morumbi por 5 a 4. Em 1980 foi campeão do primeiro turno da Taça de Prata, a segunda divisão do Campeonato Brasileiro na época. Em 1983, fez 4×1, no São Paulo, no Estádio Palma Travassos. Em 1986, um soco no estômago da torcida… O Comercial acaba rebaixado para a Divisão Intermediária do Campeonato Paulista, mesmo tendo vencido novamente o forte São Paulo FC, dentro Morumbi, por 5×4. Olha, que legal o Come-Fogo de 1986, que bom público: O time se segurou na segunda divisão até 1993, quando conquistou o acesso, porém… Foi quando a Federação organizou o campeonato com as atuais definições (A1, A2, A3 e B) mantendo o time Comercialino na série A2, longe dos holofotes da imprensa. Os anos seguiam, e mesmo com o constante apoio de sua apaixonada torcida, em 2009, o time viveu um novo momento de terror. O Comercial era rebaixado para a série A3, e vivia uma forte crise financeira. Até o Estádio Palma Travassos, entrou em disputa para saldar dívidas. Parecia o fim. Mas não foi. Graças a uma série de esforços locais, passando por uma polêmica parceria com o grupo Lacerda Sports Brasil e com o OléBrasil (até então, terceiro time de Ribeirão Preto), até culminar com o movimento “Comercial meu amor Imortal”. Os resultados logo vieram, em 2010 mesmo, o time conseguiu retornar à série A2, ainda que com por meio de uma manobra legal. O time do Votoraty (fortemente ligado ao grupo OléBrasil) desistiu de continuar disputando a série A2, e o Comercial acabou herdando sua vaga. O ano seguinte, no centenário do Comercial, apresentou ao Leão uma A2 bastante forte e competitiva, mas conquistou o acesso de volta à elite do Paulistão, com o time: Para celebrar o centenário, o Comercial realizou uma excursão para Europa, onde fez cinco amistosos, vencendo 3, empatando 1 e perdendo 1. Ainda foi publicado o livro “Comercial – Uma paixão centenária”, pelo pesquisador Igor Ramos. Para marcar ainda mais o ano do centenário, o Comercial ficou ainda com o vice-campeonato da Copa Paulista, perdendo o título para o Paulista de Jundiaí.

Infelizmente, em 2012 o Comercial acabou voltando para a serie A2. Destaque para a galera da Mancha Alvinegra, fundada em 1986.

Outra torcida que merece destaque é a Batalhão Alvinegro, desde 2002 e da qual faz parte nosso amigo Alfredo “Sapo”, lá de Serrana!

Maiores informações sobre o clube podem ser encontradas no site oficial: www.comercialfc.com.br Curta um pouco com a torcida do Comercial…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>