Domingo, 10 de março de 2024. Última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da série A1, em campo Santo André x Ponte Preta.
Cada time entrou em campo com um sonho: a Ponte Preta queria a classificação, enquanto o Ramalhão lutava pela manutenção na primeira divisão.
Mesmo sendo o último jogo, tivemos novidades: o novo formato da loja em dias de jogo:
A torcida da Ponte Preta compareceu em peso!
O lado do Santo André também estava cheio, com as organizadas cumprindo um papel importante na bancada, começando pela Fúria que levou seus lindos bandeirões!
Olha o Gó aí com as nossas tradicionais bandeiras.
Aí está o pessoal da Esquadrão!
A TUDA também esteve lá, como o faz há mais de 40 anos!
Também tivemos boa presença do torcedor comum
Só pra sentir o clima, aqui o meio campo:
Gol da esquerda:
E o gol da direita:
A nossa turma também sofreu junto mais uma vez…
O Esquerdinha realizou um protesto materializando em sua fantasia como se sentiu como torcedor com essa queda para a A2.
Mas o fato especial deste jogo, encabeçado pelo Doug, foi a presença da faixa homenageando duas torcidas dos anos 70 do Ramalhão: a Jovem e a Ramachões e Ramalhetes.
A ideia faz parte do movimento “Brunão Raiz” e visa resgatar a história das nossas bancadas e foi lindo ver que torcedores antigos puderam rever duas faixas de torcidas que fizeram história junto ao Ramalhão, como o Mauricio e o Joel!
A Vera, que é uma das Ramalhetes, também esteve presente nesse jogo e ficou feliz em rever a faixa que por tanto tempo fez parte da sua vida.
Claro que eu não ia deixar de sair numa foto histórica como essa!
Em campo, o time resumiu muito o que foi o nosso campeonato esse ano: teve boa posse de bola mas criava poucas chances de gol, o que acabou frustrando um pouco a torcida…
O que mudou a cara desse jogo em específico, foi a entrada do menino da base Alexiel, que marcou o gol da primeira vitória do Santo André aos 24 minutos do 2º tempo.
Mas mesmo com a vitória, o Guarani bateu o RedBull em um jogo maroto e o que não queríamos aconteceu: Santo André rebaixado para série A2. E sendo torcedor, isso dói demais…
Respeito as opiniões contrárias, mas não acho que o nosso time era franco favorito à queda. Perdemos pontos essenciais em casa (empates contra o Novorizontino, Água Santa e Inter de Limeira) e isso nos custou caro. Infelizmente, faz parte. Caímos ao lado (aliás, à frente) de outro grande time paulista: o Ituano. Assim, ano que vêm é tempo de voltar à série A2…
Já estivemos muitas vezes em Campinas, seja a passeio, a trabalho ou mesmo pelo futebol, mas faltava registrar o Estádio Moisés Lucarelli como ele merece.
Desde 1948, o Estádio é a casa da Associação Atlética Ponte Preta, time alvinegro de Campinas, localizado à Praça Dr. Francisco Ursaia, 1900, o número é uma referência ao ano de fundação do clube.
Campinas é hoje uma grande cidade, que reúne em torno dela outras tantas que formam a Região Metropolitana de Campinas, um importante polo econômico e social.
A história da cidade, como todo o território brasileiro, inicia-se muito antes da chegada dos europeus. Os povos originários que ocupavam a região eram bastante diversos, entre eles os guanás, caiapós e guarani, e tinham em comum um estilo de vida bastante integrado à natureza.
Depois de séculos desse estilo de vida, portugueses começaram a chegar na região para criar gado, depois o cultivo de café ganhou destaque, tornando-se essencial para a economia local, atraindo imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e japoneses, que contribuíram para a diversidade cultural da região.
O futebol na cidade tem uma história incrível. A “Liga Campineira”, primeira organização da cidade foi fundada em 11 de abril de 1907. Depois, em 1916 surge a Associação Campineira de FootBall e na sequência, a Liga Operária! De 1932 a 1934, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) organizou a Série Campineira da Divisão do Interior e em 1935, Guarani e Ponte fundam uma nova Liga Campineira, da qual a Macaca sagra-se campeã em 1935, 36, 37, 39, 40, 44 e 47. Esse era o time de 1944 (fonte: Wikipedia), que inaugurou a faixa diagonal, mas saindo do ombro direito:
E nesse mesmo ano se iniciava a construção do futuro Estádio da Ponte:
Alguns anos depois, em 12 de setembro de 1948 foi inaugurado o Estádio Moisés Lucarelli, construído graças ao esforço dos seus torcedores. Este era o time de 1948:
A Ponte teve alguns times marcantes, como o de 1970 que chegou à final do Campeonato Paulista terminando como vice-campeã. Foto do site Zé Duarte Futebol Antigo.
Outro time incrível é o de 1977, que foi até a Terceira Fase do Campeonato Brasileiro e vice campeã do Campeonato Paulista (os públicos das finais contra o Corinthians, somados chegam a mais de 200 mil torcedores). Esse foi o time daquele ano:
Em 1981, a Ponte Preta teve outra campanha notável no Campeonato Brasileiro, terminando em terceiro lugar, passando por Náutico e Vasco no mata-mata caindo na semifinal contra o Grêmio.
Mais recentemente, em 2013, a Ponte Preta mais uma vez fez história e chegou à final da Copa Sul-Americana, tornando-se vice-campeã após enfrentar o Lanús na final.
E em 2023, a Macaca sagrou-se campeã da série A2 do Campeonato Paulista. Foto do site Esporte News Mundo:
A Ponte é mesmo um baita time! Então é hora de conhecer o Estádio Majestoso, e que fachada linda, não acha?
E ela já foi bem diferente, décadas atrás…
E mesmo estando lá dentro, os cuidados com os detalhes não são minimizados.
É sem dúvida uma experiência emocionante poder estar em um estádio tão f*da e tão importante para o futebol!
Sua capacidade original era de 35 mil lugares, o que fazia dele o terceiro maior do Brasil, daí o apelido “Majestoso“. Mas com as mudanças obrigadas pela lei, a capacidade passou a 19.728 torcedores.
O Moisés Lucarelli é uma daquelas lindas histórias, de mobilização da torcida e homenageia Moysés Lucarelli, um personagem muito importante para a Ponte e para o futebol do interior como um todo, já que ele participou da criação da Lei de Acesso no Campeonato Paulista implantada a partir de 1948. Veio a falecer em 24 de março de 1978. Como não queria ser o patrono do estádio alguns dizem que por isso a diferença da grafia dos nomes (Moisés x Moysés). É dele o busto ali na entrada:
Sigamos no rolê pelo Estádio!
A Ponte Preta escreveu a maior parte da sua história neste estádio e viu a cidade de Campinas crescer no seu entorno. Uma olhada no gol da esquerda:
O meio campo:
O gol da direita:
E mais detalhes interessantes…
O recorde de público ocorreu em 16 de agosto de 1970, quando 33.228 torcedores foram assistir ao embate Ponte Preta 0x1 Santos FC, e alguns dizem que havia quase 45 mil torcedores dentro do estádio e mais 4 mil pessoas do lado de fora, sem conseguir entrar para ver o time que seria vice-campeão. Oficialmente, o maior público é da derrota por 3 a 1 da Ponte Preta para o São Paulo FC, em 1 de fevereiro de 1978 com 37.274 torcedores.
Atualmente teve a capacidade diminuída para 19.728 torcedores.
Nos ambiente internos também pode se ver o zelo com que é gerido o Estádio da Ponte Preta, aqui a lembrança do título deste ano:
Aqui, o busto ao mestre Dicá!
Os corredores estão repletos de fotos da torcida, distintivos…
E tem também fotos dos times mais marcantes espalhadas pelas salas!
Sem contar a sala de trofeus!
São a prova de que a Ponte Preta já conquistou vários títulos em sua mais que centenária história!
Esses detalhes dos portões dos estádios não existem mais…
Olha aí o vestiário da Ponte!
Vamos voltar para o campo, mas vamos com estilo!
E não é que no rolê daqui pra lá acabei trombando umas figurinhas carimbadas da Ponte Preta? A primeira delas é o Eliel, do time deste ano!
O outro que apareceu ali foi o grande zagueiro Ronaldão, que fez história no São Paulo mas que também teve importante participação na Ponte Preta no fim dos anos 90.
O outro que estava por lá era o eterno capitão Cafu!
Como sempre digo, registrar a historia inloco te fazer entender melhor o contexto da realidade que vivemos e poder experimentar um role desses em um estádio como o Moisés Lucarelli é simplesmente inesquecível e eu só tenho a agradecer aos deuses do futebol pela oportunidade!
Campeonato Paulista 2020.
No dia seguinte, registramos o primeiro jogo do Ramalhão, tendo como adversário a Ponte Preta, jogando lé em Campinas, no Estádio Moisés Lucarelli.
Uma noite incomum pro verão paulista, com muita chuva e até certo frio foi o cenário de praticamente todos os 90 minutos de jogo.
Mas a nossa torcida topou aguentar essa água na cabeça e compareceu ao estádio da Macaca.
O nosso time estava completamente novo. Fomos a campo da seguinte maneira:
Fernando Henrique; Ricardo Luz, Luizão, Rodrigo e Julinho; Nando Carandina (Paulinho), Dudu Vieira, Vitinho (Rondinelly) e Branquinho (Guilherme Garré); Douglas Baggio e Ronaldo. Téc: Paulo Roberto Santos
[caption id="attachment_31748" align="aligncenter" width="479"] Foto de: https://old.gazetapress.com/v.php?1:1350495:6[/caption]
Logo no começo do jogo a Ponte Preta fez 1×0 de penalty. Mas, pra nossa surpresa (pois normalmente não é o que acontece), minutos depois o juiz marcou um penalty pra nós e empatamos o jogo, para nooooossa alegriaaaaaa!
A torcida da Ponte compareceu em bom número. O total divulgado foi de pouco mais de 2.573 torcedores.
Nossa torcida também fez bonito e compareceu, entre organizadas e torcedores “autônomos”.
No segundo tempo a festa ficou maior pra nós! 2×1!!!
Mas nem deu tempo de comemorar muito e a Ponte empatou.
Já fazia tempo que o Santo André não ganhava da Ponte em Campinas, e o que parecia difícil, aconteceu.. Nosso terceiro gol!!
Que o Paulistão siga forte e cada dia melhor!
Da nossa parte, pode contar! Estarmos nas bancadas!
Valeu, Ramalhão!
A 173a camisa é de outro forte time do interior paulista, a Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas. Muita gente não sabe, mas a Ponte é um dos times mais antigos do Brasil, foi fundado em 1900 por um grupo de estudantes.
Continuar lendo 173- Camisa da Ponte Preta
Aliás, nem os jogadores da Ponte quiseram ir pro jogo… Eles colocaram os reservas e mesmo assim conseguiram ganhar de um Santo André desanimado e confuso.
Bom, do nosso lado, eu, a Mari e o pessoal da Fúria, TUDA e Ramalhão Chopp estivemos sofrendo com o jogo.
Pra quem nunca foi assistir um jogo o Moisés como visitante, saiba que é um dos piores lugares pra se ver o jogo, já que além de ficar atrás do gol, a distância do campo é enorme, e se vc for até o alambrado, fica abaixo da linha do campo…
O negócio era torcer pro Santo André ganhar em casa, mas… o time manteve boa parte do jogo com clara falta de interesse, e só acordou nos instantes finais da partida, quando já era tarde demais….
Resulado final, em pleno Brunão, Santo André 1×1 Ponte Preta. Menos um título e menos R$ 250 mil que poderiam premiar o time.