Desportivo Brasil 0x1 Catanduva FC (4ª de final da série A3)

Sábado, 30 de março de 2024.
Bem vindo a mais uma aventura futeboleira, desta vez para registrar o primeiro jogo pelas quartas de final da série A3 do Campeonato Paulista de 2024, em Porto Feliz.

Em um passado distante, com o rio cheio com as águas de verão, os bandeirantes saiam do rio Tietê rumo ao interior do Brasil para escravizar indígenas obtendo mão de obra para o agronegócio da época e em busca de minérios valiosos.
Esse movimento acompanhando o rumo dos rios eram conhecidos como as Monções. E agora 500 anos depois, e com um propósito minimamente mais nobre, cá estamos nós…

Naquela época, este local, atualmente acessado pelo Parque das Monções em Porto Feliz, era conhecido como Porto de Araritaguaba, que significa algo como “o lugar onde as araras bicam a areia” em Tupi.

Fiquei imaginando essas águas limpas com as margens cercadas pela mata nativa, e cheias de araras… Será que valeu a pena o preço do progresso?

A atual cidade de Porto Feliz considera-se fundada em 1693 por Antonio Cardoso Pimentel e seu nome se deve à alegria de seus habitantes nas celebrações ao retorno das expedições fluviais que haviam ido até Goiás e Mato Grosso.
E realmente vale uma passagem pelo Parque das Monções se você estiver pela cidade…

Já estivemos em Porto Feliz antes para registrar o riquíssimo futebol da cidade, veja aqui como foi! Mas mesmo assim, decidimos refazer o rolê por 2 estádios antes e ir pro jogo, começando pelo Estádio Dr. José Esmédio Paes de Ameida.

Como se pode ver pela inscrição acima, o Estádio é a casa do Esporte Clube União de Porto Feliz, fundado em 3 de setembro de 1916. Como disse, já escrevemos sobre o EC União antes e você pode ver mais detalhes aqui!

No início da tarde de sábado ainda pegamos um “pós jogo” com o pessoal concentrado ali no bar.

O outro estádio visitado foi o incrível Dr Julien Fouque e assim como o campo do União, já ganhou um texto mais completo sobre ele, basta clicar aqui para ver como foi!

Aliás, ao citar o post no Facebook recentemente, muitos amigos torcedores do Santo André lembraram do confronto com a AA Portofelicense.

Gramado e estádio em ótimo estado, segundo os administradores o atual problema, em vias de ser solucionado são as águas de um pequeno córrego, braço do rio Tietê, que tem subido e atingido a estrutura do Estádio.

Antes de ir pro jogo, dei um pulo na sede do Desportivo Brasil, que atualmente serve também de sede para os coirmãos do Shandong Luneng Taishan, time que participa da integração Brasil – China, parte do DNA do Desportivo Brasil.

Infelizmente não permitiram o nosso acesso para um registro das partes internas do Centro de Treinamentos…

Mas, no site oficial do Desportivo Brasil, você pode conhecer um pouco dessa estrutura de todos os ângulos…

E também conhecer um pouco dos jovens chineses do Shandong Luneng Taishan que estão hospedados no CT do Desportivo Brasil.

O Desportivo Brasil foi fundado em 19 de novembro de 2005 pelo Grupo Traffic e o empresário José Hawilla, como clube-empresa focado em formar jovens talentos e foi comprado em pelo grupo chinês Luneng, fornecedora de energia elétrica da província de Shandong e que é proprietário do time Shandong Luneng, da Super Liga Chinesa.

O time manda seus jogos no Estádio Ernesto Rocco, inaugurado em 6 de agosto de 2011, conhecido como “Ernestão” ou a “Toca do Dragão”, e foi construído em parceria entre a Prefeitura de Porto Feliz e a Metalúrgica Schadek, com capacidade para até 6 mil torcedores. Está localizado na Avenida Silvio Brand Corrêa, 2591 no Jardim Vante, próximo ao bairro Altos do Jequitibá.

E com ingresso em mãos lá vamos nós para o Portão de acesso!

A entrada do Estádio Ernesto Rocco é bastante simples, e nessa semifinal era o único acesso à torcida local.

A pipoca já estava pronta pra receber os torcedores!

Praticamente fui um dos primeiros a chegar…

Deu pra ver o aquecimento e chama a atenção o entrosamento e coesão do time visitante: o Catanduva FC (no ano passado acompanhamos um dos jogos finais deles, veja aqui como foi!)

O time do Desportivo Brasil é uma grande incógnita… Com uma formação incrível, muitos dizem que o time não tem interesse no acesso, apenas em manter-se nas disputas das divisões inferiores… Será?? Eu não acredito nessa tese…

Aos poucos os elementos principais vão formando o que será mais uma festa do futebol nessa quarta de final da série A3: a torcida visitante chega e começa a fazer barulho em plena casa do Desportivo Brasil!

Os “Guerreiros do Santo” presente mais uma vez, e dessa vez em uma partida mais de 300 km longe de casa…

Ainda representando o Catanduva, chega o padre Osvaldo Oliveira, praticamente o “dono do time” e que mesmo em um sábado de páscoa se fez presente como visitante!

E aí estão os dirigentes do Desportivo Brasil:

Outra figura incrível que vive muito o futebol do interior e também se fez presente nesse jogo é o Edson, também conhecido como Gaguinho do Amendoim, mais um apaixonado por futebol que você encontra cada hora em um estádio vendendo amendoim.

Lá vem os times….

Sente aí o clima…

Até que chegou um pessoal para assistir o jogo, mas confesso que me decepcionei, já que em um jogo decisivo como este, imaginava que o estádio estaria lotado…

Começa o jogo e o Desportivo Brasil parecia que ia mandar no jogo…

Ao mesmo tempo, o Catanduva FC deixava claro que iria correr em cada jogada!

E não é que apareceu uma torcida pra fazer um barulho na arquibancada local?

Seguindo os pontos do estádio, aí estão os bancos de reservas:

A torcida visitante sentiu a pressão do time local nos minutos iniciais do jogo…

Mas, a pressão não deu certo… Aos 9 minutos do primeiro tempo Gustavo Henrique, marcou para os visitantes: Catanduva FC 1×0!

Festa na torcida visitante…

Mesmo com a torcida local sem grande apoio, o Desportivo Brasil tentou seguir apertando…

Bola na área… Mas muito forte…

O torcedor visitante se perguntava se o time iria segurar essa pressão até o fim do jogo…

Não faltava habilidade ao time local, mas o Catanduva FC segurava o placar com os dentes, e a cada minuto isso ia desconstruindo os ímpetos do Desportivo Brasil

Pra evitar riscos, o Catanduva ia truncando o meio de campo, sempre com mais de um marcador no entorno dos jogadores do Desportivo Brasil

As chances iam saindo nas bolas aéreas em faltas, escanteios ou mesmo em jogadas pelas laterais do time local.

Do lado visitante, a torcida do Catanduva não queria saber de nada e curtia essa vitória, sabendo da importância desse resultado!

Já no segundo tempo e o Desportivo Brasil não consegue transformar em gol as chances criadas…

Também não se pode dizer que a torcida local conseguiu criar um alçapão…

Dá uma olhada como é a torcida do Desportivo Brasil, olhando lá do último degrau da arquibancada…

E claro… Além de muito respeito a mais um clube importante do futebol paulista, fico muito feliz em poder curtir a cultura local e sentir o que é torcer pro Desportivo Brasil…

De verdade, o final do jogo ficou bastante moroso… O time local até tentava a virada, mas sabe aqueles jogos em que parece que nada dá certo?

E isso acabou se refletindo na arquibancada…

Até o pessoal que era pra estar batucando sentou e deu uma parada…

O Desportivo Brasil seguiu criando oportunidades até os últimos momentos…

Fim de jogo… O Desportivo Brasil é derrubado!

Pô, fiquei contente porque embora já estivera em Porto Feliz foi a primeira vez que assisti a uma partida no Estádio Ernesto Rocco, e posso dizer que foi um grande prazer.
Espero que no futuro toda a pujança do futebol da cidade possa estar somada, unindo as forças do EC União e da AA Portofelicense e dos apaixonados por futebol.

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Projeto Brunão Raiz

Nos momentos mais difíceis, o amor se torna ainda mais importante!


O Santo André acaba de ser rebaixado para a série A2 do Campeonato Paulista, mas sua torcida segue buscando formas de apoiar e principalmente de fomentar a cultura em torno do time, algo que vai muito além dos resultados.
Assim, na última partida do Paulistão 2024 tivemos duas faixas muito especiais em nossa bancada: a da Torcida Jovem (primeira torcida do Santo André) e a da Ramachões e Ramalhetes (esta uma das primeiras, se não a primeira torcida uniformizada a contar com importante participação das mulheres em suas fileiras).

Mas pra quem pensa que essa foi uma ação pontual, é importante contextualizar que isso foi parte de um Projeto envolvendo os coletivos Acervo 1967 (que nasceu para resgate de memória, ações, e difusão de informações sobre a torcida, time, e esportes em geral da cidade de Santo André), Santo André na rua (que tem produzido e colado Stickers das torcidas e projetos que espalham o nome do Santo André pelo mundo) e o próprio As Mil Camisas (que você lê hoje, mas que desde 2018 tem registrado histórias de times, torcidas e estádios).

Antes desta ação, esse “coletivo de coletivos” já havia restaurado duas bandeiras históricas (e originais dos anos 80) da TUDA (Torcida Uniformizada Dragão Andreense), como comemoração dos 40 anos da torcida (escrevemos sobre isso aqui, clique para ler).

O projeto atual, o “Brunão Raiz” nasceu com o objetivo de tornar o ambiente do Estádio e seus arredores mais cativante, com resgate artístico e cultural de tradições ligadas ao futebol antigo e arquibancada raiz.
As duas faixas citadas foram a primeira materialização desse Projeto, mas tudo começou com uma densa pesquisa em busca dos visuais originais das faixas das torcidas que fizeram parte das arquibancadas ramalhinas, localizando imagens como essas:

Uma vez resgatadas as imagens, o trabalho passou ser localizar pessoas que fizeram parte destas torcidas, gerando o 1º encontro destes torcedores para um registro das histórias de cada uma delas.
Estivemos lá e fizemos um vídeo desse momento:

Com o resgate das imagens e das histórias, foram materializados adesivos com o visual de cada uma das 11 torcidas, para que sua venda pudesse financiar a confecção de faixas e bandeiras históricas!
Aliás, quem quiser contribuir, basta falar com o Doug via o canal Acervo 1967. O custo da cartela com todos os adesivos é de apenas R$25 (+ eventuais custos de envio) e todo dinheiro será destinado a produção e confecção do material histórico.

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São Bernardo FC 1×0 EC Santo André

Segunda feira, 19 horas de 19 de fevereiro de 2024.
Entre na fila, pegue seu ingresso, segure seu coração e vamos a mais uma partida do Campeonato Paulista!

Uma de nossas bandeiras foi impedida de entrar… Segundo a PM, a frase “Nunca vão entender” pode gerar interpretações ofensivas.

Taí, seu guarda, de onde saiu a frase:

Em campo, o Santo André mais uma vez joga a vida contra um rival que tem vivido dias de glória com melhores investimentos.
E nós…sofrendo e comemorando cada pequeno ato de sobrevivência nesse futebol tão caro e tão bussiness…

Mas, nossa torcida segue fiel. Com críticas, com tristeza, mas mantendo vivo o orgulho e a vontade de ver o time da nossa cidade prosperar e ao menos seguir vivo.

Na bancada do São Bernardo, a Febre Amarela vem ganhando destaque e tornou-se uma torcida bastante importante para o time auri-negro.

Particularmente gosto muito do estilo e da caminhada que a Febre Amarelo tem realizado. Abraço para o Nadal e demais amigos!

A Guerreiros do Tigre também se fez presente:

E, ainda falando sobre o time local, o torcedor comum também apareceu pra prestigiar o clássico!

E agora, hora de falar sobre a torcida do Santo André…
Sempre tento manter a paixão clubística de fora, principalmente mantendo total respeito aos adversários, mas não tem como negar que é legal vivenciar esses momentos sendo torcedor e me permitir compartilhar o quanto me emociono e quanto me faz bem ver nossa torcida ocupar a bancada em festa.

Acho que é impossível a festa na arquibancada sem as organizadas.

Assim, como sei que dentro dessa cultura existem aspectos que muitas pessoas não concordam, como é o meu caso, que são questões ligadas à violência.
Mas, o fato é que a organizada comanda sim a festa e faz a diferença!

E nossa velha guarda, sempre representando!!!!

Mas não dá pra desassociar a empolgação da bancada do resultado em campo, mesmo as maiores torcidas sofrem essa consequência… E mesmo estando desde a 1ª rodada na última colocaç˜ão, a cada jogo que começamos jogando bem (e eu acho que o começo do jogo de ontem foi bom) a esperança renasce.

Ao mesmo tempo a ideia é essa né? Apoiar o time independente da fase, do momento… Viver a bancada, respirar essas experiências e entendê-las como metáforas da vida.

Cantar e ficar triste faz parte. Mas sem desespero.
Temos que ter a resiliência de entender o jogo e de saber seguir em frente até porque ainda há chances!

Falando sobre o jogo… Eu não costumo reclamar muito da arbitragem, mas o que aconteceu ontem foi no mínimo esquisito. Expulsão logo no começo do jogo, penalty que no mínimo poderia ser verificado no VAR, mas enfim… Chegamos aos 45″do segundo tempo segurando um 0x0 e fazendo a nossa parte: apoiando o time a cada jogada…

Mas o que não queríamos aconteceu… Aos 45 do segundo tempo, em boa jogada aérea do São Bernardo FC, Hélder fez de cabeça 1×0 para o time local…

Olha o Joel aí, outro que acompanha o time há tanto tempo!!

Cara, o Santo André tentou até o fim, e justo no fim foi castigado. Méritos pro time e torcida do São Bernardo, como sempre dizemos por aqui: rivais sempre, inimigos nunca!

Agradeço ao Ramalhão, aos amigos da bancada, e mesmo aos rivais.

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Podcast #2: Fernando Martinez, o "Jogos Perdidos" e a pesquisa no futebol

Além de ser um dos responsáveis pelo site Jogos Perdidos, Fernando Martinez é um apaixonado pelo futebol. São mais de 3 mil partidas acompanhadas nos estádios, além de um trabalho em pesquisa que deu origem a livros incríveis como “Esquecidos” e a “Enciclopédia do Futebol Paulista“. Confira como foi o nosso papo com esse grande jornalista esportivo

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Rolê pelos estádios – Setembro/2021

Nos próximos dias vou dividir por aqui o rolê que eu e a Mari fizemos registrando os estádios do Noroeste Paulista nesse feriado de 7 de setembro de 2021, quando saímos de Santo André e fomos até a cidade de Selvíria, no Mato Grosso do Sul, na outra margem do rio Paraná, que você vê aí abaixo, no lado paulista, na margem de Ilha Solteira.

Foram 24 cidades visitadas para terem seus estádios registrados. Pela ordem da viagem, nós passamos em 1) Guariba, 2) Monte Alto, 3) Bebedouro, 4) Monte Azul, 5) Severínia, 6) Riolandia, 7) Cardoso, 8) Votuporanga, 9) Fernandópolis, 10) Palmeira D’oeste, 11) Aparecida D’oeste, 12) Ilha Solteira, 13) Selvíria-MS, 14) Pereira Barreto, 15) Auriflama, 16) Araçatuba, 17) Guararapes, 18) Buritama, 19) Promissão, 20) Guaiçara (o Estádio Municipal Virgilio Zanotto – da foto abaixo – entrou como bônus por ser o único que não recebeu ao menos uma edição do Campeonato Paulista profissional, independente da divisão), 21) Getulina, 22) Lins, 23) Cafelandia e 24) Pirajuí.

Essa é uma viagem que planejávamos há anos e, como sempre, não envolveu apenas futebol, mas também um pouquinho da cultura e da história de cada cidade e também as belezas naturais do interior paulista, como essa praia em pleno rio Tietê na cidade de Buritama.


No final das contas deu tudo certo, pudemos conhecer gente nova, muitos lugares legais e misturar o futebol nesses montes de quilometros que rodamos

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