A AE Promeca de Várzea Paulista. Ou de Jundiaí?

Feriado de 15 de novembro de 2024.
Além de visitarmos a cidade e o Estádio de Campo Limpo Paulista, também fomos conhecer Várzea Paulista, uma cidade jovem, nascida no século XIX graças à Ferrovia Santos Jundiaí.
A estação local foi inaugurada em 1891 e como a estrada passava por uma várzea campesina, surgiu o nome do povoado…

Mas, muito antes, estas terras eram ocupadas possivelmente pelo povo Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros).
Foi a chegada dos portugueses que mudou drasticamente esta realidade.

A ocupação começou com pequenas olarias, cerâmicas, destilarias até chegarmos no café, que impulsionou o desenvolvimento da região, infelizmente bastante baseado no uso de mão de obra escravizada. (A foto abaixo apenas ilustra o triste fato, com uma plantaçào de café do Rio de Janeiro)

Em 21 de março de 1965, mobilizações populares fizeram com que o distrito fosse elevado a município de Várzea Paulista, onde vivem atualmente, quase 110 mil pessoas.

No momento de desenvolvimento industrial da cidade, em 1952 foi fundada a Promeca S/A, Progresso Mecânico do Brasil, que produzia tornos mecânicos de alta qualidade, como mostra a Matéria do Correio Paulistano daquele ano:

Uma imagem de um torno da Promeca:

E é dos funcionários da empresa que nasceu o bairro da Promeca, com o primeiro conjunto habitacional de Várzea e um time de futebol: a Associação Esportiva Promeca!

A AE Promeca foi fundada em 21 de abril de 1955, quando Várzea Paulista ainda era um distrito de Jundiaí, por isso, a dúvida sobre a cidade de origem do time.
Pra piorar, o time mandou seus jogos mais importantes no Campo do Nacional de Jundiaí, um pouco distante da Vila Promeca, em Várzea Paulista.

Aqui, um registro de um amistoso de 1957, contra o CA Legionário de Bragança Paulista:

Ainda naquele ano, a AE Promeca sagrou-se campeã da Taça Cidade de Jundiaí.

Em 1958, disputou o Campeonato do Interior sempre mandando seus jogos no Estádio do Nacional:

Dá até pra conhecer a escalação da AE Promeca daquele ano:

Encontrei uma nota sobre um amistoso contra um time misto do Santos, em 1961:

Em 1962, fez sua estreia no profissionalismo disputando o Campeonato da 3ª Divisão (o 4º nível do futebol Paulista) e classificou-se como líder na 1ª série.

Na fase final, a AE Promeca surpreendeu e terminou como vice campeão paulista da 3ª divisão de 1962!

Dessa forma, a AE Promeca consegue o acesso para a 2ª Divisão de 1963 (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista).
Abaixo a campanha desta equipe na competição:
8/9- Estrela de Piquete 1×1 Promeca
15/9– Promeca 3×2 Cerâmica São Caetano
22/9- Promeca 2×1 Hepacaré (Lorena)
29/9- Volkswagen (São Bernardo do Campo) 0x1 Promeca
05/10- Promeca 3×2 Ituano
13/10- Nitroquímica (São Miguel Paulista) 0x1 Promeca
20/10- Promeca 4×0 Corinthians (Votorantim)
03/11- Cerâmica (São Caetano) 2×1 Promeca
10/11- Promeca 4×3 Estrela (Piquete)
17/11- Corinthians (Votorantim) 1×1 Promeca
24/11- Ituano 0x1 Promeca
01/12- Promeca 2×1 Volkswagen (São Bernardo do Campo)
08/12- Hepacaré 2×1 Promeca
15/12- Promeca 3×0 Nitroquímica (São Miguel Paulista)

Na segunda fase, acabou eliminado, mas fez uma campanha bacana!

19/1- Promeca 1×0 Cerâmica (Mogi Guaçu)
26/1- Hepacaré (Lorena) 1×1 Promeca
02/2- Cerâmica São Caetano 1×0 Promeca
16/2- Promeca 1×1 Palmeiras (São João da Boa Vista)
23/2- Internacional (Limeira) 2×0 Promeca
01/3- Promeca 1×0 Cerâmica São Caetano
08/3- Palmeiras (São João da Boa Vista) 8×2 Promeca
15/3- Promeca 2×1 Internacional (Limeira)
22/3- Cerâmica (Mogi Guaçu) 4×2 Promeca
29/3- Promeca 2×2 Hepacaré (Lorena)

Infelizmente em 1964, o time se licenciou e passou a disputar apenas as competições amadoras. Aqui, o time de 1966:

Outros times sem a identificação da época:

O time acabou se licenciando do profissionalismo e acabou sumindo até mesmo das disputas amadoras.
Para tentar sentir um pouco do que foi a sua trajetória fomos até a vizinha Jundiaí para registrar o Estádio onde a AE Promeca mandava seus jogos.

O campo do Nacional, que fica ali bem em frente à estação de trem!

A estação é a última parada do trem Jundiaí-Rio Grande da Serra e é bem movimentada!

Bacana terem preservado um pouco do passado bem ali em frente à estação!

Do outro lado da avenida e alguns quarteirões à frente fica a sede e o Estádio do Nacional Atlético Clube, funcionando quase como a sede do time da capital.

Sendo assim, o campo do Nacional acabou utilizado por outros times em disputas oficiais, como fez a AE Promeca!

Olha aí os bancos de reservas embaixo dos coqueiros que seguem a linha lateral do campo.

Ao fundo, a cidade que não para de crescer. Aqui, o meio campo:

Aqui, o gol do lado esquerdo:

E o gol do lado direito:

O sol quente nem fazia lembrar da chuva que caiu horas atrás…

E aí estamos em mais uma aventura futebolística!

Atualmente, só existem arquibancadas atrás do gol, onde está a estrutura do clube.

A parte interna do clube é bem bonita, uma pena que aparentemente o clube não tenha mais tanto glamour como no passado…

Fiquei em dúvida se essa informação presente em uma das paredes refere-se ao estádio ou ao clube…

E tudo isso, em território Jundiaiense…

Só nos restou curtir um pouco da cidade antes de ir embora, almoçando no Mercadão dos Ferroviários

Olha as placas que eles mantiveram por lá:

E depois ainda fomos até o Museu Ferroviário da cidade:

Olha quye placa bacana sobre a CIA PAulista de Vias Férreas:

Uma pena que estas locomotivas estão aí se degradando a céu aberto…

As construções pelo menos estão super bem mantidas!

Dentro do Museu, até uma camisa do Paulista está presente!

Ao lado dela uma foto do estádio antigo do Paulista, na Av Prof Luis Rosa:

Existe uma relação bastante complicada entre indígenas e a ferrovia…

E essa placa do século XIX??

Estou pensando em comprar essa locomotiva pra ir até os estádios, que tal?

Essa abaixo é uma miniatura, que, segundo a moça que trabalha no museu, tem planos para transportar crianças pela área externa…

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A incrível torcida da AEA e a semifinal da série B – 2024

31 de agosto de 2024.
Último dia do mês e última chance para um dos dois semifinalistas abaixo chegarem à série A4 de 2025…

Seja bem vindo à Araçatuba, cidade onde vivem mais de 200 mil pessoas.

Foram 576 km de Santo André até chegar aqui para acompanhar a semifinal da série B.
E mesmo já tendo visitado a cidade duas vezes (veja aqui como foi a primeira visita e aqui, como foi a segunda), aproveitamos para dar mais um rolê pela cidade, principalmente o centrão!
Pra isso, saímos de casa às 4h30 da manhã!

O céu azul prometia uma temperatura alta naquele dia.

Quem acompanha o site, sabe que, por ser neto, sobrinho e primo de ferroviários, tenho uma grande paixão pelas linhas férreas e por isso fiz questão de visitar a antiga plataforma da estação de Araçatuba, em tentativa de tombamento como patrimônio histórico.

Outro ponto de grande interesse pra nós é a história pré europeia dos lugares onde visitamos, por isso, foi com grande alegria que registramos esse pequeno monumento ao povo kaingang!

Por fim, um abraço ao Ronaldo, que já jogou pelo AEA e atualmente cuida da Replay, uma banca com vinil, dvds, livros, quadrinhos… Fica ali na Rua Tiradentes, 169, bem no centro da cidade.

Mas, a manhã passou rápida e logo, estávamos mais uma vez, em frente ao Estádio Municipal Adhemar de Barros, e se liga como estava o clima:

E olha aí a identificação da reinauguração do Estádio:

Ingresso em mãos, é hora de, finalmente, conhecer esse fenômeno do futebol do interior paulista que é a torcida da Associação Esportiva Araçatuba, ou “AEA” como é cantada nas bancadas!

A torcida se fez presente nos arredores do EstádioAdemarzão” desde a manhã, assim, mesmo antes da bola rolar as arquibancadas já estavam cheias!!!

Com o sol forte já previsto, as cadeiras cobertas foram bastante disputadas…

Mas a festa estava mesmo na arquibancada descoberta…

As muitas crianças presentes e torcendo pra valer pelo AEA deixaram o clima bem legal nas bancadas!

Destaque para este pequeno torcedor que trouxe para a bancada canarinha uma pitada argentina, misturando o azul e amarelo da camisa do Boca às cores locais!

E se tem crianças na arquibancada, olha quantas entraram com o time em campo:

Outro que se fez presente em campo e ajudou a animar ainda mais o ambiente é o mascote “Canarinho” da AE Araçatuba!

Veja aí como foi o momento do time saudar a torcida:

Hora da foto. Será a foto do acesso? Infelizmente, para a torcida local, escrevo esse post já sabendo que não…

Aliás, o jogo começou diferente do que eu esperava…
Pensei que o time do Araçatuba ia começar com tudo, fazendo aquela pressão inicial buscando abrir o placar logo de cara.
Mas logo percebi que não seria assim… O time de Araçatuba está nervoso…

Jogo pegado, sem grandes chances para o time local, mas ao menos a torcida da casa também não se sentia ameaçada pelo ataque rival.

Se em campo as coisas não iam bem, sente o clima na arquibancada:

Os principais responsáveis pela festa são esses aí…

Aliás, muito obrigado ao pessoal da torcida que trocou ideia durante e pós o jogo!

Os Piratas Canarinhos tem levado o nome do time muito além dos gramados, e fizeram-se presentes como visitantes até em jogos distantes como foi lá em Caieiras no jogo de ida, por isso, todo respeito aos caras e as minas da torcida!

E olha que legal as faixas que estão nas bancadas relembrando heróis do passado:

Mas toda essa festa se transformou em pesadelo para a torcida local aos 22 minutos do primeiro tempo, quando Neto, último homem da zaga, foi tentar sair jogando mas perdeu a bola e viu Victor Soares fazer 1×0 para o Colorado Caieiras.

Pra piorar, na comemoração, um dos atletas do time de Caieiras se postou em frente à torcida local e o gandula não achou aquilo legal saindo na mão com este atleta e logo com boa parte do time visitante. Para não brigar sozinho, logo um fotógrafo entrou pra ajudar o gandula…

A polícia teve que aparecer pra tentar resolver…

Foi um banho de água morna em quem já estava com a cabeça bem quente do sol e esperando que o time local tomasse as iniciativas…

O time de Araçatuba precisava se acalmar e voltar a jogar, mas além do gol contrário, o juiz também atrapalhou bastante parando o jogo a todo momento e deixando a torcida também bastante irritada…

Surpreendeu o número de camisetas e bandeiras. Nem sempre vemos uma torcida assim tão paramentada, principalmente na 5ª divisão do futebol paulista…

E em campo, o time bem que tentava, mas realmente não parecia que era o dia da Associação Esportiva Araçatuba

Jogo tenso e os lances que poderiam trazer o gol da AEA não acabavam bem…

Nem o gelinho gourmet ajudava a diminuir a tensão…

Os rostos começavam a refletir a preocupaç˜ão… Será que o tão seperado acesso não virá?

E assim, o primeiro tempo foi chegando ao fim… A espectativa é de que o time acorde no segundo tempo e faça o que todos esperam: virem o jogo!

Difícil explicar como, no coração do povo de Araçatuba, o futebol pulsa como uma extensão da vida cotidiana.

Estar ali e assistir uma partida da Associação Esportiva Araçatuba é se conectar com algo maior do que o simples ato de torcer; é viver a essência de um amor incondicional.

Aproveitei o intervalo pra dar um rolê pelo estádio e registrar imagens desse amor ao time da cidade, a começar pelas bandeiras que se fizeram presente ajudando a colorir ainda mais o estádio!

Os bares estavam a toda!
Também, o calor era de 34º, tudo o que a dona do bar queria para ajudar a vender as bebidas.

Pipoca e batatas fritas foram as opções gastronômicas para esta tarde de sábado.

Durante o rolê pela cidade, em cada esquina, em cada conversa de bar, o sonho do acesso da Associação Esportiva Araçatuba era mais do que um desejo; era um compromisso assumido por uma comunidade inteira.

E foi lindo ver ali no estádio todos aqueles que acreditaram e compraram essa ideia com o coração, fazendo do acesso um sonho coletivo.

E essa impressionante coleção de faixas transformou o Ademarzão em um espetáculo visual inesquecível!

Vamos dar uma volta e conhecer o estádio no intervalo do jogo:

Pô, e rolou um probleminha com uma turma que saiu e tentou voltar pro jogo durante o intervalo…

Encontrei um torcedor levou ainda mais a sério a ideia dos piratas…

E esses tirantes? Lindo visual não? Me senti em Buenos Aires!

Volta o segundo tempo e agora é tudo ou nada! A AEA tem que ir pra cima e sabe que pode contar com seu torcedor!

Mas, o ânimo da torcida não conseguiu empolgar o time, e o que era preocupação se transformou em uma tristeza profunda…

Logo aos 7 do segundo tempo, o Colorado Caieiras ampliou sua vantagem:

O placar de 2×0 tirou um pouco da graça do jogo, até porque o time do Colorado Caieiras travou a equipe local, diminuindo as chances de uma reação.

Confesso que foi difícil passar por esses 45 minutos finais…
Em campo, o time simplesmente não rendeu.

Ao menos, a torcida se manteve presente, e soube sofrer junto, sem entrar em desespero ou desconstruir essa relação tão bacana que foi feita durante todo o campeonato.

Olha que bacana a visão da torcida lá do alto:

Cada um lidou com a dor como pode…

E é importante lembrar que uma história bacana como a do retorno da AEA se faz assim mesmo…. Vitórias e derrotas…

Aos 38 do segundo tempo, o Colorado Caieiras deixou claro que a vaga na A4 era deles. 3×0 para os visitantes.

Mas, a partir daí, como já não havia chances de classificação, a festa explodiu mais uma vez, em nome apenas do amor e da camiseta…

Pelo menos a torcida deixou claro que o apoio era mesmo incondicional, independente do resultado!

O jogo foi chegando ao fim, mas para quem estava ali, era essencial viver aquele momento. É assim que se moldam os heróis do amanhã!

Um mixto de emoções envolvia todos que ali estavam…

Enfim, o jogo chegou ao fim…

Se por um lado saí do estádio triste por estar ao lado dos torcedores derrotados, por outro fiquei esperançoso de que o projeto não irá acabar aqui.

Muito legal a atitude dos jogadores de agaradecerem a torcida…

Em nome desse amor, a torcida não parava…

Parabéns ao Colorado Caieiras pela campanha e pelo acesso, e agora vem o Paulista de Jundiaí para a decisão do título (fotos do Insta do Colorado).

Chegou a noite e quem disse que o pessoal desanimou?

Jogadores, torcedores, diretores, patrocinadores….
Todos juntos comemorando o primeiro passo de uma nova história que sem dúvida está sendo escrita!

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Desportivo Brasil 0x1 Catanduva FC (4ª de final da série A3)

Sábado, 30 de março de 2024.
Bem vindo a mais uma aventura futeboleira, desta vez para registrar o primeiro jogo pelas quartas de final da série A3 do Campeonato Paulista de 2024, em Porto Feliz.

Em um passado distante, com o rio cheio com as águas de verão, os bandeirantes saiam do rio Tietê rumo ao interior do Brasil para escravizar indígenas obtendo mão de obra para o agronegócio da época e em busca de minérios valiosos.
Esse movimento acompanhando o rumo dos rios eram conhecidos como as Monções. E agora 500 anos depois, e com um propósito minimamente mais nobre, cá estamos nós…

Naquela época, este local, atualmente acessado pelo Parque das Monções em Porto Feliz, era conhecido como Porto de Araritaguaba, que significa algo como “o lugar onde as araras bicam a areia” em Tupi.

Fiquei imaginando essas águas limpas com as margens cercadas pela mata nativa, e cheias de araras… Será que valeu a pena o preço do progresso?

A atual cidade de Porto Feliz considera-se fundada em 1693 por Antonio Cardoso Pimentel e seu nome se deve à alegria de seus habitantes nas celebrações ao retorno das expedições fluviais que haviam ido até Goiás e Mato Grosso.
E realmente vale uma passagem pelo Parque das Monções se você estiver pela cidade…

Já estivemos em Porto Feliz antes para registrar o riquíssimo futebol da cidade, veja aqui como foi! Mas mesmo assim, decidimos refazer o rolê por 2 estádios antes e ir pro jogo, começando pelo Estádio Dr. José Esmédio Paes de Ameida.

Como se pode ver pela inscrição acima, o Estádio é a casa do Esporte Clube União de Porto Feliz, fundado em 3 de setembro de 1916. Como disse, já escrevemos sobre o EC União antes e você pode ver mais detalhes aqui!

No início da tarde de sábado ainda pegamos um “pós jogo” com o pessoal concentrado ali no bar.

O outro estádio visitado foi o incrível Dr Julien Fouque e assim como o campo do União, já ganhou um texto mais completo sobre ele, basta clicar aqui para ver como foi!

Aliás, ao citar o post no Facebook recentemente, muitos amigos torcedores do Santo André lembraram do confronto com a AA Portofelicense.

Gramado e estádio em ótimo estado, segundo os administradores o atual problema, em vias de ser solucionado são as águas de um pequeno córrego, braço do rio Tietê, que tem subido e atingido a estrutura do Estádio.

Antes de ir pro jogo, dei um pulo na sede do Desportivo Brasil, que atualmente serve também de sede para os coirmãos do Shandong Luneng Taishan, time que participa da integração Brasil – China, parte do DNA do Desportivo Brasil.

Infelizmente não permitiram o nosso acesso para um registro das partes internas do Centro de Treinamentos…

Mas, no site oficial do Desportivo Brasil, você pode conhecer um pouco dessa estrutura de todos os ângulos…

E também conhecer um pouco dos jovens chineses do Shandong Luneng Taishan que estão hospedados no CT do Desportivo Brasil.

O Desportivo Brasil foi fundado em 19 de novembro de 2005 pelo Grupo Traffic e o empresário José Hawilla, como clube-empresa focado em formar jovens talentos e foi comprado em pelo grupo chinês Luneng, fornecedora de energia elétrica da província de Shandong e que é proprietário do time Shandong Luneng, da Super Liga Chinesa.

O time manda seus jogos no Estádio Ernesto Rocco, inaugurado em 6 de agosto de 2011, conhecido como “Ernestão” ou a “Toca do Dragão”, e foi construído em parceria entre a Prefeitura de Porto Feliz e a Metalúrgica Schadek, com capacidade para até 6 mil torcedores. Está localizado na Avenida Silvio Brand Corrêa, 2591 no Jardim Vante, próximo ao bairro Altos do Jequitibá.

E com ingresso em mãos lá vamos nós para o Portão de acesso!

A entrada do Estádio Ernesto Rocco é bastante simples, e nessa semifinal era o único acesso à torcida local.

A pipoca já estava pronta pra receber os torcedores!

Praticamente fui um dos primeiros a chegar…

Deu pra ver o aquecimento e chama a atenção o entrosamento e coesão do time visitante: o Catanduva FC (no ano passado acompanhamos um dos jogos finais deles, veja aqui como foi!)

O time do Desportivo Brasil é uma grande incógnita… Com uma formação incrível, muitos dizem que o time não tem interesse no acesso, apenas em manter-se nas disputas das divisões inferiores… Será?? Eu não acredito nessa tese…

Aos poucos os elementos principais vão formando o que será mais uma festa do futebol nessa quarta de final da série A3: a torcida visitante chega e começa a fazer barulho em plena casa do Desportivo Brasil!

Os “Guerreiros do Santo” presente mais uma vez, e dessa vez em uma partida mais de 300 km longe de casa…

Ainda representando o Catanduva, chega o padre Osvaldo Oliveira, praticamente o “dono do time” e que mesmo em um sábado de páscoa se fez presente como visitante!

E aí estão os dirigentes do Desportivo Brasil:

Outra figura incrível que vive muito o futebol do interior e também se fez presente nesse jogo é o Edson, também conhecido como Gaguinho do Amendoim, mais um apaixonado por futebol que você encontra cada hora em um estádio vendendo amendoim.

Lá vem os times….

Sente aí o clima…

Até que chegou um pessoal para assistir o jogo, mas confesso que me decepcionei, já que em um jogo decisivo como este, imaginava que o estádio estaria lotado…

Começa o jogo e o Desportivo Brasil parecia que ia mandar no jogo…

Ao mesmo tempo, o Catanduva FC deixava claro que iria correr em cada jogada!

E não é que apareceu uma torcida pra fazer um barulho na arquibancada local?

Seguindo os pontos do estádio, aí estão os bancos de reservas:

A torcida visitante sentiu a pressão do time local nos minutos iniciais do jogo…

Mas, a pressão não deu certo… Aos 9 minutos do primeiro tempo Gustavo Henrique, marcou para os visitantes: Catanduva FC 1×0!

Festa na torcida visitante…

Mesmo com a torcida local sem grande apoio, o Desportivo Brasil tentou seguir apertando…

Bola na área… Mas muito forte…

O torcedor visitante se perguntava se o time iria segurar essa pressão até o fim do jogo…

Não faltava habilidade ao time local, mas o Catanduva FC segurava o placar com os dentes, e a cada minuto isso ia desconstruindo os ímpetos do Desportivo Brasil

Pra evitar riscos, o Catanduva ia truncando o meio de campo, sempre com mais de um marcador no entorno dos jogadores do Desportivo Brasil

As chances iam saindo nas bolas aéreas em faltas, escanteios ou mesmo em jogadas pelas laterais do time local.

Do lado visitante, a torcida do Catanduva não queria saber de nada e curtia essa vitória, sabendo da importância desse resultado!

Já no segundo tempo e o Desportivo Brasil não consegue transformar em gol as chances criadas…

Também não se pode dizer que a torcida local conseguiu criar um alçapão…

Dá uma olhada como é a torcida do Desportivo Brasil, olhando lá do último degrau da arquibancada…

E claro… Além de muito respeito a mais um clube importante do futebol paulista, fico muito feliz em poder curtir a cultura local e sentir o que é torcer pro Desportivo Brasil…

De verdade, o final do jogo ficou bastante moroso… O time local até tentava a virada, mas sabe aqueles jogos em que parece que nada dá certo?

E isso acabou se refletindo na arquibancada…

Até o pessoal que era pra estar batucando sentou e deu uma parada…

O Desportivo Brasil seguiu criando oportunidades até os últimos momentos…

Fim de jogo… O Desportivo Brasil é derrubado!

Pô, fiquei contente porque embora já estivera em Porto Feliz foi a primeira vez que assisti a uma partida no Estádio Ernesto Rocco, e posso dizer que foi um grande prazer.
Espero que no futuro toda a pujança do futebol da cidade possa estar somada, unindo as forças do EC União e da AA Portofelicense e dos apaixonados por futebol.

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Projeto Brunão Raiz

Nos momentos mais difíceis, o amor se torna ainda mais importante!


O Santo André acaba de ser rebaixado para a série A2 do Campeonato Paulista, mas sua torcida segue buscando formas de apoiar e principalmente de fomentar a cultura em torno do time, algo que vai muito além dos resultados.
Assim, na última partida do Paulistão 2024 tivemos duas faixas muito especiais em nossa bancada: a da Torcida Jovem (primeira torcida do Santo André) e a da Ramachões e Ramalhetes (esta uma das primeiras, se não a primeira torcida uniformizada a contar com importante participação das mulheres em suas fileiras).

Mas pra quem pensa que essa foi uma ação pontual, é importante contextualizar que isso foi parte de um Projeto envolvendo os coletivos Acervo 1967 (que nasceu para resgate de memória, ações, e difusão de informações sobre a torcida, time, e esportes em geral da cidade de Santo André), Santo André na rua (que tem produzido e colado Stickers das torcidas e projetos que espalham o nome do Santo André pelo mundo) e o próprio As Mil Camisas (que você lê hoje, mas que desde 2018 tem registrado histórias de times, torcidas e estádios).

Antes desta ação, esse “coletivo de coletivos” já havia restaurado duas bandeiras históricas (e originais dos anos 80) da TUDA (Torcida Uniformizada Dragão Andreense), como comemoração dos 40 anos da torcida (escrevemos sobre isso aqui, clique para ler).

O projeto atual, o “Brunão Raiz” nasceu com o objetivo de tornar o ambiente do Estádio e seus arredores mais cativante, com resgate artístico e cultural de tradições ligadas ao futebol antigo e arquibancada raiz.
As duas faixas citadas foram a primeira materialização desse Projeto, mas tudo começou com uma densa pesquisa em busca dos visuais originais das faixas das torcidas que fizeram parte das arquibancadas ramalhinas, localizando imagens como essas:

Uma vez resgatadas as imagens, o trabalho passou ser localizar pessoas que fizeram parte destas torcidas, gerando o 1º encontro destes torcedores para um registro das histórias de cada uma delas.
Estivemos lá e fizemos um vídeo desse momento:

Com o resgate das imagens e das histórias, foram materializados adesivos com o visual de cada uma das 11 torcidas, para que sua venda pudesse financiar a confecção de faixas e bandeiras históricas!
Aliás, quem quiser contribuir, basta falar com o Doug via o canal Acervo 1967. O custo da cartela com todos os adesivos é de apenas R$25 (+ eventuais custos de envio) e todo dinheiro será destinado a produção e confecção do material histórico.

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São Bernardo FC 1×0 EC Santo André

Segunda feira, 19 horas de 19 de fevereiro de 2024.
Entre na fila, pegue seu ingresso, segure seu coração e vamos a mais uma partida do Campeonato Paulista!

Uma de nossas bandeiras foi impedida de entrar… Segundo a PM, a frase “Nunca vão entender” pode gerar interpretações ofensivas.

Taí, seu guarda, de onde saiu a frase:

Em campo, o Santo André mais uma vez joga a vida contra um rival que tem vivido dias de glória com melhores investimentos.
E nós…sofrendo e comemorando cada pequeno ato de sobrevivência nesse futebol tão caro e tão bussiness…

Mas, nossa torcida segue fiel. Com críticas, com tristeza, mas mantendo vivo o orgulho e a vontade de ver o time da nossa cidade prosperar e ao menos seguir vivo.

Na bancada do São Bernardo, a Febre Amarela vem ganhando destaque e tornou-se uma torcida bastante importante para o time auri-negro.

Particularmente gosto muito do estilo e da caminhada que a Febre Amarelo tem realizado. Abraço para o Nadal e demais amigos!

A Guerreiros do Tigre também se fez presente:

E, ainda falando sobre o time local, o torcedor comum também apareceu pra prestigiar o clássico!

E agora, hora de falar sobre a torcida do Santo André…
Sempre tento manter a paixão clubística de fora, principalmente mantendo total respeito aos adversários, mas não tem como negar que é legal vivenciar esses momentos sendo torcedor e me permitir compartilhar o quanto me emociono e quanto me faz bem ver nossa torcida ocupar a bancada em festa.

Acho que é impossível a festa na arquibancada sem as organizadas.

Assim, como sei que dentro dessa cultura existem aspectos que muitas pessoas não concordam, como é o meu caso, que são questões ligadas à violência.
Mas, o fato é que a organizada comanda sim a festa e faz a diferença!

E nossa velha guarda, sempre representando!!!!

Mas não dá pra desassociar a empolgação da bancada do resultado em campo, mesmo as maiores torcidas sofrem essa consequência… E mesmo estando desde a 1ª rodada na última colocaç˜ão, a cada jogo que começamos jogando bem (e eu acho que o começo do jogo de ontem foi bom) a esperança renasce.

Ao mesmo tempo a ideia é essa né? Apoiar o time independente da fase, do momento… Viver a bancada, respirar essas experiências e entendê-las como metáforas da vida.

Cantar e ficar triste faz parte. Mas sem desespero.
Temos que ter a resiliência de entender o jogo e de saber seguir em frente até porque ainda há chances!

Falando sobre o jogo… Eu não costumo reclamar muito da arbitragem, mas o que aconteceu ontem foi no mínimo esquisito. Expulsão logo no começo do jogo, penalty que no mínimo poderia ser verificado no VAR, mas enfim… Chegamos aos 45″do segundo tempo segurando um 0x0 e fazendo a nossa parte: apoiando o time a cada jogada…

Mas o que não queríamos aconteceu… Aos 45 do segundo tempo, em boa jogada aérea do São Bernardo FC, Hélder fez de cabeça 1×0 para o time local…

Olha o Joel aí, outro que acompanha o time há tanto tempo!!

Cara, o Santo André tentou até o fim, e justo no fim foi castigado. Méritos pro time e torcida do São Bernardo, como sempre dizemos por aqui: rivais sempre, inimigos nunca!

Agradeço ao Ramalhão, aos amigos da bancada, e mesmo aos rivais.

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Podcast #2: Fernando Martinez, o "Jogos Perdidos" e a pesquisa no futebol

Além de ser um dos responsáveis pelo site Jogos Perdidos, Fernando Martinez é um apaixonado pelo futebol. São mais de 3 mil partidas acompanhadas nos estádios, além de um trabalho em pesquisa que deu origem a livros incríveis como “Esquecidos” e a “Enciclopédia do Futebol Paulista“. Confira como foi o nosso papo com esse grande jornalista esportivo

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Rolê pelos estádios – Setembro/2021

Nos próximos dias vou dividir por aqui o rolê que eu e a Mari fizemos registrando os estádios do Noroeste Paulista nesse feriado de 7 de setembro de 2021, quando saímos de Santo André e fomos até a cidade de Selvíria, no Mato Grosso do Sul, na outra margem do rio Paraná, que você vê aí abaixo, no lado paulista, na margem de Ilha Solteira.

Foram 24 cidades visitadas para terem seus estádios registrados. Pela ordem da viagem, nós passamos em 1) Guariba, 2) Monte Alto, 3) Bebedouro, 4) Monte Azul, 5) Severínia, 6) Riolandia, 7) Cardoso, 8) Votuporanga, 9) Fernandópolis, 10) Palmeira D’oeste, 11) Aparecida D’oeste, 12) Ilha Solteira, 13) Selvíria-MS, 14) Pereira Barreto, 15) Auriflama, 16) Araçatuba, 17) Guararapes, 18) Buritama, 19) Promissão, 20) Guaiçara (o Estádio Municipal Virgilio Zanotto – da foto abaixo – entrou como bônus por ser o único que não recebeu ao menos uma edição do Campeonato Paulista profissional, independente da divisão), 21) Getulina, 22) Lins, 23) Cafelandia e 24) Pirajuí.

Essa é uma viagem que planejávamos há anos e, como sempre, não envolveu apenas futebol, mas também um pouquinho da cultura e da história de cada cidade e também as belezas naturais do interior paulista, como essa praia em pleno rio Tietê na cidade de Buritama.


No final das contas deu tudo certo, pudemos conhecer gente nova, muitos lugares legais e misturar o futebol nesses montes de quilometros que rodamos

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