As Mil Camisas de volta a Bebedouro

Olha a gente aí de novo! 11 anos depois de nossa primeira visita à cidade (veja aqui e confira como foi o rolê) estamos de volta a Bebedouro, após passar por Guariba e Monte Alto em um rolê que cortou o noroeste paulista em busca de estádios!

Já conhecíamos a cidade, mas dessa vez pudemos aproveitar um pouco mais os detalhes, visitar o Sebo da Cultura e simplesmente relaxar passeando pelo centro…

Dei uma passada na praça onde está o Monumento aos construtores de Bebedouro, onde pude conversar um pouco sobre a Inter com o pessoal da velha guarda que se reúne ali.

A estação ferroviária já se encontra desativada há um bom tempo, mas pelo menos transformou-se em uma área de cultura.

Assim como as demais cidades do Noroeste paulista, Bebedouro tem sua história ligada à expansão da Cultura do café e à chegada da Ferrovia.

Como nossa última visita a Bebedouro foi quase que exclusivamente dedicada ao Estádio Sócrates Stamato, dessa vez arrumei um jeito de ir até o antigo “Estádio da Rua Valim“, depois chamado de Estádio Arnoldo Bulle, que em 2021 completa seu centenário!

O Estádio Arnoldo Bulle foi a primeira casa da Associação Atlética Internacional. (Distintivos do site escudos Gino):

A AA Internacional foi fundada em 11 de junho de 1906 (o que faz com que muitos a considerem o time mais antigo do interior de São Paulo) e se filiou à Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) em 1909.

O Estádio Arnoldo Bulle foi criado em 1921, na época como o “Estádio da Rua Valim” ou ainda como “O Estádio da Internacional“. Aqui, uma foto rara (do site Campeões do futebol) do estádio nos seus tempos de “século XX”:

A página Bebedouro Arts comparou a imagem do antigo estádio com a atual área que faz parte do centro esportivo da UNIFAFIBE, faculdade referência na região:

Com a construção do estádio, logo a Inter deixou de se dedicar apenas a amistosos e a partir de 1924 começou a disputar as competições amadoras até 1947, quando adentrou ao profissionalismo. Aqui, o grupo da 1a região do Campeonato do Interior de 1930 (foto do livro “Os esquecidos”):

A Inter jogaria ainda o Campeonato do Interior de 1942 , 43, 44, 45, 46 quando chegou à fase Inter-regional e em 47 quando foi campeão do seu setor.

Nesse período enfrentou outros times de Bebedouro: o Botafogo FC, o EC Paulista, o EC São Paulo – Goiás, o Santa Cruz FC, o Vasco da Gama entre outros. O distintivo abaixo é do Escudos Gino:

Em 1948, passou a disputar o Campeonato Paulista profissional na segunda divisão, relembre (graças ao livro História da 2a Divisão no Futebol Paulista, de Júlio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Jr) a campanha da Inter no primeiro campeonato:

Foram 36 temporadas disputadas aí, com destaque para a campanha de 1956, quando a AA Internacional sagrou-se campeã da Série Pecuária, sendo eliminada apenas na segunda fase. O presidente deste ano era o senhor Arnoldo Bulle, que daria nome ao estádio.

Em 1960, acabou disputando a 3a divisão, onde sagrou-se campeão da Série Paulo Machado de Carvalho e retornou à segunda divisão em 1961.

O site do Milton Neves “Que fim levou?” apresenta uma foto do atleta Willian Gamboni em 1973:

Em 1982, a AA Internacional esteve perto de chegar à elite mas perdeu a decisão do grupo vermelho para o CA Taquaritinga, na melhor de 3 jogos: 1×1 em casa, 2×2 em Taquaritinga e derrota de 4×2, em campo neutro (Ribeirão Preto, no Estádio Santa Cruz). Foto do facebook da Inter:

A Inter mandaria seus jogos no Arnoldo Bulle até 1990, mas mesmo 31 anos depois, passeando pelo entorno, ainda é possível encontrar vestígios dos seus tempos de glória.

O pessoal da UNIFAFIBE foi muito gente boa ao nos receberem e mostrarem o quanto conheciam da história do lugar!

Essa é a imagem do meio campo, em 2021:

O gol do lado direito:

E o do lado esquerdo (ali ao fundo um incrível ginásio esportivo da faculdade):

E existe um detalhe importantíssimo nesse estádio: foi o primeiro estádio do interior a receber sistema de iluminação (permanece lá até hoje):

Ali na lateral, a arquibancada que ainda resiste ao tempo e que tantas glórias acompahou, entre elas o amistoso contra o Penarol, do Uruguai.

Do outro lado pode se ver parte importante da estrutura da UNIFAFIPE.

Se for pro gol, me chama que eu vou! Fiquei muito feliz de poder registrar

Claro que não resistimos e demos um pulinho no Estádio Sócrates Stamato…

Como gostaríamos de comprar um ingresso e assistir um jogo da Inter….

Que baita estádio… Capacidade para mais de 15 mil torcedores.

O estádio foi inaugurado em 9 de fevereiro de 1956 no jogo Internacional 2×1 XV de Jaú.

O Estádio conta com uma pequena área das arquibancadas cobertas bastante charmosa.

E olha aí o novo reforço da Inter!!!

Atualmente a Inter está disputando a Segunda Divisão do Campeonato Paulista que equivale à quarta divisão estadual (no momento em que escrevo esse post a Inter vence o América de Rio Preto por 4×0!!!).

A torcida local apoia bastante o time, dentro e fora de casa (já assistimos a Inter como visitantes contra o São Carlos e contra o São Vicente).

Antes de ir embora, vale citar um rolê que fizemos lá, no “Guerreiro offline” uma lanchonete que mistura lanches e petiscos deliciosos com a cultura de jogos de tabuleiro!

E se até o sol termina seu ciclo, nos despedimos de Bebedouro para quem sabe um dia retornar para assistir uma partida da Inter…

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Rolê pelos estádios – Setembro/2021

Nos próximos dias vou dividir por aqui o rolê que eu e a Mari fizemos registrando os estádios do Noroeste Paulista nesse feriado de 7 de setembro de 2021, quando saímos de Santo André e fomos até a cidade de Selvíria, no Mato Grosso do Sul, na outra margem do rio Paraná, que você vê aí abaixo, no lado paulista, na margem de Ilha Solteira.

Foram 24 cidades visitadas para terem seus estádios registrados. Pela ordem da viagem, nós passamos em 1) Guariba, 2) Monte Alto, 3) Bebedouro, 4) Monte Azul, 5) Severínia, 6) Riolandia, 7) Cardoso, 8) Votuporanga, 9) Fernandópolis, 10) Palmeira D’oeste, 11) Aparecida D’oeste, 12) Ilha Solteira, 13) Selvíria-MS, 14) Pereira Barreto, 15) Auriflama, 16) Araçatuba, 17) Guararapes, 18) Buritama, 19) Promissão, 20) Guaiçara (o Estádio Municipal Virgilio Zanotto – da foto abaixo – entrou como bônus por ser o único que não recebeu ao menos uma edição do Campeonato Paulista profissional, independente da divisão), 21) Getulina, 22) Lins, 23) Cafelandia e 24) Pirajuí.

Essa é uma viagem que planejávamos há anos e, como sempre, não envolveu apenas futebol, mas também um pouquinho da cultura e da história de cada cidade e também as belezas naturais do interior paulista, como essa praia em pleno rio Tietê na cidade de Buritama.


No final das contas deu tudo certo, pudemos conhecer gente nova, muitos lugares legais e misturar o futebol nesses montes de quilometros que rodamos

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