Estádio Uady Chaiben, a casa da Portuguesa Londrinense (PR)

No carnaval de 2025 fomos até Presidente Prudente ver um 0x0 entre o Grêmio Prudente e o Santo André pela série A2.
Para fazer a viagem ainda mais inesquecível, demos um rolê pelo norte do estado do Paraná, começando por Alvorada do Sul e logo parando em Londrina.

A fertilidade da terra roxa desde sempre atraiu as pessoas para a região onde hoje encontra-se Londrina.
Fossem os povos Guarani, os Kaingang ou os Xetá, a região provavelmente sempre teve suas florestas ocupadas. Conhece os Xetá?

A aceleração da ocupação de Londrina se deu com a Companhia de Terras Norte do Paraná (subsidiária da inglesa Paraná Plantations Ltd.), que transformou as grandes propriedades em lotes menores, oferecendo aos trabalhadores a possibilidade da produção de café criando uma classe média rural.

Nos anos 50, com considerada expansão urbana em razão da produção cafeeira a população passou para 75.000 pessoas.
Se tiver interesse, busque o livro “Transformações urbanas. A Londrina da década de 1950″.

A região ganhou maior atenção impulsionada pela Ferrovia São Paulo-Paraná e a estação Londrina inaugurada em 1935.
Foto do site Londrina Histórica:

A década de 80 marca a retirada da ferrovia do centro, o que sobrou está no Museu Histórico de Londrina.

Uma pena que o Museu está fechado e não parece muito perto de reabrir…

Olha aí a Igreja Matriz

Mas o grande templo que queríamos visitar era o Estádio Uady Chaiben, a “toca do tigre”.

O Estádio Uady Chaiben é a casa da Associação Portuguesa Londrinense!

O time foi fundado no dia 14 de maio de 1950, sob o nome de Associação Atlética Portuguesa de Desportos e assim em 1959, disputou seu primeiro Campeonato Paranaense, no grupo da zona norte:

Também disputa o campeonato de 1960:

E faz, em 1961, sua terceira participação no Campeonato Paranaense coroando o primeiro momento de existência do time.
Olha a tabela de classificação que a Rsssf montou:

Talvez decepcionados pelas más campanhas, o time abandona o futebol profissional e passa quase 4 décadas licenciado.
Apenas em 1998, o time retorna ao profissionalismo, agora sob o nome Associação Portuguesa Londrinense, disputando a Segunda Divisão estadual.
Olha que vídeos incríveis deste ano:

Em 1999, é vice campeã e obtém a vaga para Primeira Divisão.

Assim, no ano 2.000, a Portuguesa joga a primeira divisão, mas cai no mesmo ano.

Em 2001, termina como vice campeã da segunda divisão, após classificar-se em 1º no seu grupo:

Este vídeo mostra os gols e melhores momentos das duas finais:

Assim, a Portuguesa Londrinense disputa a principal divisão em 2002, ano que Coritiba, Atlético, Paraná e JMalucelli só jogaram o SuperCampeonato Paranaense.
Tabela do site Bola na área:

Em 2003, mais uma vez a Portuguesa Londrinense acabou rebaixada…

Em 2006, na tentativa de conseguir maior apoio da cidade, resolveu mudar de nome para: Grande Londrina Futebol Clube.
Distintivo do site História do Futebol:

Mas o Londrina EC entrou na justiça contra o novo nome e a mudança acabou melando.
Ainda assim, a Portuguesa conquistou o título da segunda divisão e a vaga na elite paranaense de 2007.
Por incrível que pareça, esse foi seu primeiro título.

Disputa a primeira divisão em 2007 e 2008, quando é rebaixada.
Entre 2012 e 2014, disputou o Campeonato Paranaense da 3ª divisão, conseguindo o acesso para a 2ª Divisão.

Em 2015 fez boa campanha, chegando às quartas finais da competição.

Em 2016 volta a disputar a Divisão de Acesso.

Em 2018 e em 2019 participou da Copa Rubro Verde, que contou a participação das outras Portuguesas do Brasil.

Em 2018 ficou na lanterna do Campeonato Paranaense da 2ª divisão caindo para a 3ª divisão.

Disputa a 3ª divisão desde então.
Este é o time de 2020 do blog do rafael:

Em 2025 disputará novamente a 3ª divisão do Campeonato Paranaense.
E se tudo der certo, o time volta a jogar no Estádio Uady Chaiben, também chamado de Vila Santa Terezinha.
Conheça mais este estádio do Paraná:

Como deu pra ver, a arquibancada do Estádio Uady Chaiben não tem uma grande capacidade, oficialmente o estádio está liberado para pouco mais de 1.000 torcedores.

Olhando da arquibancada, este é o meio campo:

Aqui o gol da esquerda:

E o gol da direita:

Encontramos o preparado de goleiros do time com quem pudemos trocar uma ideia rápida:

Para o campo ser usado pelo profissional, acredito que precise passar por uma reforma, principalmente no gramado…

E talvez um cuidado maior com o banco de reservas…

Pra quem gosta de assistir de pé, a vantagem é que o alambrado permite você estar bem próximo do campo!

Na falta de um belo pórtico que apresente o estádio, entramos por um portão que dá acesso aos automóveis…

Agradeço sempre a oportunidade de poder viajar e conhecer estádio como este que fazem parte da história do futebol.

Vamos embora com um último rolê pela rua do estádio…

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3ª rodada da LIGASA 2025: SE Jd Irene x EC Guaraciaba

Domingo, 23 de fevereiro de 2025.
É manhã no Jardim Irene, mas a população local acordou cedo, afinal é dia de jogo importante para o time do bairro.
Seja bem vindo à 3ª rodada da Liga Santoandreense de futebol, com o embate:

O Jardim Irene fica distante 20 minutos do centro da cidade, confira no mapa para você ter uma mínima noção de sua localização, perceba que fica bastante próximo da Arena Aclimação.

Olha que legal esse “bolsão” formado pelo campo, a Escola Municipal de Ensino Infantil, o CESA, Creche e Unidade de Saúde Jardim Irene que tem melhorado bastante a qualidade de vida da região.

Aliás, a própria Arena Jardim Irene também é parte disso, e seu entorno ainda está em obras.
A área ao redor do córrego era ocupada por famílias, que temporariamente estão sendo assistidas por aluguel social até a finalização das novas unidades habitacionais e assim, abriu-se uma avenida melhorando o acesso ao bairro e ao campo.
Então, venha conhecer a casa da SE Jardim Irene na várzea de Santo André!

A Sociedade Esportiva Jardim Irene foi fundada em 16 de abril de 1987 e tem sua sede do outro lado da margem da obra supracitada.

Eu tenho grande orgulho em registrar os campos da várzea andreense, onde as pessoas ainda se permitem sonhar, sejam no campo, ou na bancada.

A cidade cresceu demais nas últimas décadas e o futebol amador está acompanhando esse crescimento com campos de melhor qualidade a cada dia e a Arena Irene deixa isso muito claro, a começar pelo bar do time que além de está super bem cuidado é gerido por pessoas que vivem e amam o Jardim Irene, e isso faz toda a diferença!

Mas o que torna a experiência mais mágica é realmente um jogo entre a SE Jardim Irene, apoiada pela sua torcida contra um adversário de importância como o Guaraciaba.
Se liga na entrada do time do Jardim Irene em campo:

O adversário de hoje, é um time super tradicional e vitorioso: o EC Guaraciaba, fundado em 24 de março de 1956 e que possui entre suas conquistas 6 títulos da Divisão Especial de Santo André, 2 da Copa Uniligas e 5 da Copa Amizade.
E se futebol se joga com a cabeça, os caras mostraram a importância de se entender e ficaram mais de 15 minutos conversando dentro de campo, antes da partida.

A tradicional foto do time posado precisa contar com a torcida apoiando ao fundo:

Aliás, a torcida organizada do EC Guaraciaba é a Fúria Vermelha e ela coloriu todos os espaços possíveis com suas faixas, camisas e bandeiras!

E usou a força da sua bateria para tentar tirar do Jd Irene o fator de jogar em casa como diferencial.

Vem dar um role com as torcidas já empolgadas pra ver como é bonita a festa na várzea e, como sempre reforço, como dá pra ter duas torcidas diferentes presentes na bancada, sabendo se respeitar.

Já do lado dos donos da casa, a torcida organizada do Jd Irene é a Força Jovem e eles ficaram mais ao lado esquerdo (pra quem olha do campo).

E se liga no som dos caras:

Os tirantes deram um clima ainda mais legal ao campo do Jd Irene!

Abraço ao amigo Dianidson, torcedor do Ramalhão que também estava presente:

Falando em Santo André, olha o nosso ex-lateral Pará, defendendo as cores do Guaraciaba!

E é hora da bola rolar!

O jogo começou bastante parelho com o time da casa tendo algumas boas chances para abrir o placar.

O goleiro Borges, do EC Guaraciaba, mostrou estar em excelente momento e evitou pelo menos 2 gols claros para o time local.

E como o futebol não perdoa…
Aos 21 minutos, em um contra ataque, o Guaraciaba abriu o placar com o atacante Preguiça.
Veja o lance filmado e narrado pelos amigos do Tvila:

O gol deixou a torcida visitante ainda mais animada!

Agora, o Jardim Irene precisa se jogar ainda mais ao ataque, e sua torcida sabe disso, apoiando ainda mais as investidas do time.

Lance de falta para o time local, será que agora o empate vem?

O jogo fica mais pegado, com várias discussões entre os times e com a arbitragem, mas tudo dentro do respeito…

Que tal acompanhar o jogo do ponto de vista do goleiro do Irene?

Os primeiros 45 minutos passam voando… É festa na Fúria Vermelha!

Aproveitamos o intervalo primeiro tempo chega ao fim e fomos trocar uma ideia com o público local sobre o que é a várzea e qual sua importância na vida do pessoal do Irene…

A várzea vai além do amor ao futebol.
O amor ao time da sua área, no fundo é o amor ao lugar onde vivemos, ao que realmente somos…
É só olhar a expressão de cada um enquanto a partida rola…

Fomos bater um papo com o Alexandre, diretor do Jardim Irene sobre as expectativas em relação ao time este ano:

Marcelo, diretor do Guaraciaba também deu sua visão sobre o time esse ano:

O segundo tempo começa!

Vamos dar um rolê pra ver como está o clima desse início de segundo tempo:

Torcida do Guaraciaba de olho no lance…

É escanteio para colocar a torcida local na expectativa…

A torcida do Jardim Irene não quer aceitar essa derrota…

E bota o seu apoio em campo!

Mesmo perdendo, o amor se materializa em faixas, bateria, fumaça e muita voz…

Mas o Guaraciaba não se deixa intimidar e Felipinho, aos 26 do segundo tempo faz o segundo gol.

O que mais a torcida visitante podia esperar de uma manhã de futebol como essa?

Um terceiro gol, talvez?
Pois ele veio, com Diego, aos 31, selando o placar final: 3×0 para o Guaraciaba.
Acompanhe com a Tvila:

Agora é só esperar…

É fim de jogo mas não fim da festa para a torcida local.

Até a próxima rodada, e lembre de se comportar quando estiver pelo Irene…

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EC IV Centenário 0x2 União São Jorge FC (Divisão Especial Santo André 2025)

Domingo, 16 de fevereiro de 2025.
Nesta 2ª rodada da Divisão Especial da Liga de Futebol de Santo André, escolhemos registrar a partida na Arena IV Centenário, acompanhando o time local contra o União São Jorge FC.

Abraço especial ao amigo Marcelo da Tvila, que nessa 6ª feira lançou o seu primeiro filme “Rango de quebrada” (veja aqui matéria sobre o evento de lançamento)

Outro que merece menção especial é o Sérgio Baresi, zagueiro que marcou muito aqui no Santo André no time de 1997.

Os dois times vieram fazer suas fotos oficiais em frente suas torcidas, comecemos com o União:

E olha a torcida do União fazendo a festa para o apoio do time:

A sua torcida é a Uni Loucos!

Embora presentes como visitantes, a Uni Loucos fez uma festa muito legal com sua bateria e com muita pirotecnia!

O presidente Oswaldo estava tão concentrado na partida que passou a palavra pro Renato, da diretoria, falar um pouco sobre as expectativas do União para 2025:

Do lado local, aí está a foto oficial do time do EC IV Centenário, fundado em 1954:

A torcida do time local é a Explosão!

E o grande destaque vai para a sua bateria e para a criatividade das suas letras:

A torcida sabia da importância do apoio, já que o IV Centenário perdeu a primeira partida…

O IV Centenário é o time do amigo de arquibancada André Biazon, mesmo ele me deixou sozinho na partida de hoje, um grande abraço pra ele e para sua família! Ele reforçou “prepare-se para conhecer a Explosão”.

Muitas faixas e bandeiras pintaram o campo com as cores do IV Cenetnário!

Fomos ouvir a palavra do Marquinhos, presidente do EC IV Centenário:

Muito bacana ver a várzea se gerindo, sem precisar de polícia pra separar torcida…

E sente o clima do começo do jogo:

Em campo, os dois times começaram com uma marcação bastante forte, sem darem chances para os ataques criarem oportunidades claras de gol.

O jogo era quase tão quente quanto a temperatura da manhã…
Por sorte, as árvores ao redor da arquibancada ajudaram a dar uma amenizada para as duas torcidas…

É bem legal poder vivenciar a realidade das torcidas da várzea da nossa cidade, pena que o futebol profissional não consegue fazer essa transição e trazer pelo menos parte desses torcedores para o Ramalhão

O primeiro tempo termina 0x0.
É a vitória dos goleiros sobre os atacantes…

Durante o intervalo deu pra tomar uma água, relaxar um pouco e conversar com o amigo “Sóbrio”, também torcedor do Santo André que estava por lá. Faltou a foto…
Após a conversa, o segundo tempo começa ainda sob forte marcação.

O time da casa sabe que é sua missão aproveitar o fator casa e a torcida aumenta a cantoria…

Mas é o União que, aos 12 minutos, em uma falta do tipo “meio escanteio” batida por Cauan, consegue chegar ao seu gol, confira com a transmissão da Tvila:

É festa na Uni Loucos!

O time e a torcida local sentem o gol…

O nervosismo toma conta do campo e da arquibancada.

O União FC não tem piedade da dor alheia e um chute que buscava o gol acaba batendo na mão do zagueiro do IV Centenário e é penalty…

Agora, a festa da Torcida Uni Loucos já é uma certeza!

Fim de jogo! E é um momento triste para o time e para a torcida local…

O lado visitante, celebra sua primeira vitória:

Fica o nosso agradecimento pela recepção entre as duas torcidas, e até a próxima rodada dessa incrível Divisão Especial da Liga de futebol de Santo André!
Ah, confira tudo sobre a competição no site da LIGASA!

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223- Camisa do Bangu Atlético Clube

A 223ª camisa de futebol do nosso site vem do Rio de Janeiro e foi presente de um grande amigo, também torcedor do Ramalhão: Sérgio Luiz Gisoldi, um dos maiores vexilologistas que já conheci.

Como já ficou claro na foto, a camisa pertence à tradicionalíssima equipe do Bangu Atlético Clube!

A história do Bangu Atlético Clube está diretamente ligada à industrialização do Rio de Janeiro já que o time nasceu dentro da Fábrica Bangu, a “Companhia Progresso Industrial do Brasil”, fundada em 6 de fevereiro de 1889.

O bairro de Bangu surgiu por volta de 1673, com a partir de uma fazenda que produzia café, algodão e cana, utilizando mão de obra escravizada para obter lucro. Colecionei algumas matérias de jornais do século XIX que mostra alguns que se rebelaram contra esta injustiça:

Dizem que os escravizados fugiam para o morro entre Bangu e Nova Iguaçu e habitaram a região próxima à nascente do Rio Pecador e como mostra desse processo histórico existe até hoje, no bairro, uma comunidade Quilombola chamada Guandu-Mirim, também conhecida como Quilombola dos Pecadores.
Antes da fazenda, possivelmente, a área era ocupada pelo povo tamoio (os “avós”) da grande nação tupinambá os responsáveis pela Confederação dos Tamoios, um movimento de resistência aliados com os franceses contra os colonizadores portugueses, entre 1554 e 1567.
Recomendo o livro “Duas viagens ao Brasil” de Hans Staden para conhecer melhor a realidade desses povos.

Voltando à antiga Fábrica Bangu, além de produzir tecidos, os operários também criaram muita cultura e esporte.
Em 1904, é fundado o Bangu Athletic Club, do qual falaremos mais hoje, mas ali ainda nasceu, em 1905, o Esperança Football Club, também pelas mãos dos operários do Bairro.

O Bangu AC começou jogando em uma área dentro da Fábrica, mas para participar de seu primeiro campeonato carioca, foi necessário construir um novo campo.
E olha como ficava próximo da fábrica, a “Cancha encantada da Rua Ferrer“:

Pra quem gosta da ligação da história com o futebol, e nesse caso tem muuuuita coisa a se dizer, recomendo o livro do amigo Gustavo Santos da Silva, hincha do Bangu e historiador:

Em 2005, a fábrica foi vendida e em 2007 inaugurou-se em seu lugar o Bangu Shopping, e no lugar do campo, hoje está o estacionamento…

Alguns itens, além da arquitetura preservada ajudam a manter a memória da fábrica…

O jogo de estreia de seu estádio ocorreu em 13 de maio de 1906, com vitória por 2×0 em amistoso com o Riachuelo.
Na semana seguinte, o Bangu estreou no Campeonato Carioca contra o Football and Athletic.

Em 1907, a proibição de “pessoas de cor”(SIC) na Liga Metropolitana de Football, fez o Bangu abandonar o campeonato.
Ao retornar, o Bangu sagrou-se Campeão Carioca da Segunda Divisão em 1911, com vários atletas negros e operários da fábrica compondo o elenco.

Em 1914, conquista o segundo título estadual da segunda divisão e em 1933, a LCF (Liga Carioca de Football) organizou seu primeiro campeonato tendo o Bangu como campeão desta competição!

Mas a atual Federação Carioca reconhece o Botafogo como campeão daquele ano já que o time venceu o campeonato da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Vale lembrar que a Viação Excelsior conquistou a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) daquele ano.

Seu primeiro campo foi usado até 1943, sobrevivendo até a um incêndio em suas arquibancadas (em 1936) mas em 1944 o time foi proibido de jogar ali pois a Fábrica iria vender a área. Construiu-se então um novo campo: o Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho, também conhecido como o Estádio de Moça Bonita.

Sua inauguração acabou se atrasando para 1947, o que obrigou o time a disputar todo o campeonato de 1946 como visitante.
Veja nas fotos do site Subúrbio, como está atualmente este lindo estádio:

Com o estádio imponente, a paixão dada fábrica acabou se multiplicando pelo bairro nos anos 50.

Um dos craques do time desta época era Zizinho:

Mas outros craques como Ademir da Guia já vestiram a camisa do Bangu.

Em 1959, foi vice-campeão carioca.

A boa fase levou o Bangu a um vôo ainda mais alto: em 1960, venceu a primeira edição da International Soccer League, disputado em Nova York.

Muitos consideram este, um título de campeonato mundial, se liga na campanha:
4/7/1960 – Bangu 4×0 Sampdoria
10/7/1960 – Bangu 3×2 Rapid Wien
16/7/1960 – Bangu 5 x 1 Sporting
20/7/1960 – Bangu 0x0 IFK Norrköping
31/7/1960 – Bangu 2×0 Estrela Vermelha de Belgrado

Em jogo único, em 6 de agosto de 1960, o Bangu venceu por 2×0 os escoceses do Kilmarnock na final do torneio.

Em 1966, vêm um segundo título, esse reconhecido pela atual Federação carioca.

O Bangu fez 3×0 (gols de Ocimar, Aladim e Paulo Borges) quando Almir Pernambuquinho perdeu a linha e transformou um bate boca em briga.

O presidente do Bangu entre 1963 e 1969 foi Eusébio de Andrade.
Sua saída calhou com uma década marcada por campanhas fracas e como resposta a esta má fase, abrem-se as portas para seu filho, ninguém menos que Castor Gonçalves de Andrade e Silva, ou apenas, Castor de Andrade que se torna presidente (e financiador) do time.

O polêmico Castor de Andrade (ligado ao jogo do bicho, tráfico de armas e drogas) trouxe resultados rápidos para o Bangu e em 1985, o Brasil parou para assistir a final do Brasileiro, a Taça de Ouro, contra o Coritiba.
Se você era muito novo na época ou simplesmente não se lembra, veja como foi:

Saudades de ver o Maracanã antigo e entupindo de torcedores, né?
Com o vice campeonato o Bangu conquistou o direito de disputar a Libertadores da América de 1986, mas fez uma campanha muito fraca…

Em 1987, mais um ano de conquistas: primeiro, o título da Taça Rio daquele ano, com Mauro Galvão, Paulinho Criciúma, Marinho e companhia.

Na sequência, a competi瘘ão nacional dividida em dois módulos, onde os finalistas decidiam o título. A “Copa União” teve o Bangu como 3º colocado do módulo amarelo onde o Sport foi o campeão.
Como o Flamengo não quis disputar a final contra o time pernambucano, o Sport sagrou-se campeão brasileiro daquele ano.

A partir daí, o Bangu entrou em uma fase de certo ostracismo nas décadas de 90 e 2000, caindo para a segunda divisão estadual em 2004, justo no seu centenário…
Para comemorar, só o título da segunda divisão carioca de 2008.

Em 2010, vem o vice campeonato da Copa Rio.
Em 2019, termina no 3º lugar do Campeonato Carioca.
Pra terminar, vale acompanhar a incrível matéria do Canto das Torcidas:

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202- Camisa do Plácido de Castro FC (AC)

A 202ª camisa de futebol retratada no site estreia o futebol acreano aqui no As Mil Camisas!!!!

A camisa representa o Plácido de Castro Futebol Club, clube sediado na cidade de Plácido de Castro, no estado do Acre.

Recentemente, o time reformulou seu distintivo tornando imediatamente minha camisa obsoleta. Dane-se. Eu gosto dela.

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Plácido de Castro é um município há cerca de 100 Km da capital Rio Branco, criado em 1976 e que homenageia o militar que comandou os seringueiros locais em uma luta pela independência local, frente à Bolívia.

A região tinha grande potencial seringueiro e por isso era tão cobiçada que chegou a ter o próprio presidente da Bolívia, o general José Manuel Pando, participando no enfrentamento a Plácido, sem sucesso.
Depois de diversas batalhas, a “revolução do Acre” venceu as tropas bolivianas, proclamando, o Estado Independente do Acre, ou a “República do Acre” e que teve Plácido de Castro como presidente até 1903, quando o Tratado de Petrópolis, anexou o Acre ao Brasil dissolvendo o Estado Independente.

Plácido foi morto em uma emboscada aos 35 anos, por “jagunços” a mando de um ex companheiro de armas da revolução, que se sentia menosprezado e desvalorizado após tanta dedicação.
Esta é uma ilustração de José Plácido de Castro:

Vale reforçar que antes da ocupação por seringueiros, a região onde atualmente está a cidade foi ocupada por várias etnias indígenas e que atualmente ainda se fazem presente por lá.
Destaque para os Huni Kuin também conhecidos como Kaxinawá, pertencentes à família linguística Pano.

Mas, falando do futebol local, o Plácido de Castro FC foi fundado no dia 3 de agosto de 1979, começando como quase todos os clubes: disputando campeonatos e torneios amadores.
O Plácido de Castro FC se tornou conhecido como o Tigre do Abunã.

Em 1983, disputou um amistoso pela primeira vez contra um clube de futebol profissional e empatou em 1×1 com o ADESG.
A partir daí o time passou a se desafiar cada dia mais e disputar amistosos contra outras equipes profissionais.
Em 1987 e 1988, participou das duas únicas edições da Liga Independente do Norte, colocando-se, respectivamente, em quarto e terceiro lugar.
O Plácido de Castro FC se profissionalizou somente em 2008, disputando o Campeonato Acriano, ficando em terceiro lugar.
Veja a tabela do site Bola na área:

Em 2009, terminou na última colocação.
Em 2010, perdeu 6 pontos por inscrição irregular de um atleta, o que o tirou das semifinais.

Em 2011, o clube conquistou o vice-campeonato estadual, enfrentando os dois times de maior hegemonia no estado, batendo o Atlético na semifinal e perdendo o título para o Rio Branco, com um empate e uma derrota!
Na segunda partida, quase um quarto da população de Plácido de Castro (que tinha na época pouco mais de 17 mil habitantes) se moveu para apoiar o clube: mais de 4 mil placidianos viajaram 100km até Rio Branco para assistir a grande decisão

Em 2012, terminou em 4º lugar, mas em 2013, fez uma campanha muito boa na primeira fase, terminando em 3º lugar e se classificando para a semifinal!

Na semifinal, venceu o primeiro jogo contra o Atlético por 1×0 e empatou o segundo jogo por 0x0, chegando à final, contra o Rio Branco.
Perdeu o primeiro jogo por 2×0, mas ganhou o segundo por 3×0, levando a decisão por penaltys onde saiu como grande campeão!

Em 2014, perdeu a vaga para a final para o Rio Branco (uma derrota por 1×0 e um empate por 1×1), terminando em 4º lugar.
Em 2015, novamente perde a semifinal parao Rio Branco, terminando na 4ª colocação.
Em 2016, acaba na 6ª colocação. Mas neste ano, tem como grande destaque sua nova presidente: Rafaela Escalante, que era a líder da torcida organizada “Fanáticos Plácido”.

Seu maior feito foi liberar o Estádio local, o Estádio José Ferreira Lima para o uso no Campeonato Estadual, já que até então o time mandava seus jogos na Arena da Floresta.

Em 2017, volta a ficar entre os melhores ocupando a 3ª colocação.

O time mantém-se entre os melhores em 2018:

Em 2019, chega à semifinal do primeiro turno, mas é eliminado.
Em 2020, chega à semifinal contra o time do Galvez e é eliminado nos penaltys.
Em. 2021, termina em último lugar com apenas um ponto…

Em 2022, termina na 7ª colocação.
Em 2023, mais uma campanha ruim, ficando em 4º do seu grupo, não se classificando para o hexagonal final.
Aqui, o time de 2023:

O time manda seus jogos no Estádio José Ferreira Lima, o Ferreirão.

E aí sua torcida, de local no Estádio Ferreirão!

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ECUS 1×0 Barretos – Série B 2011

Domingo, 7 de agosto de 2011.
Mais uma data histórica, afinal, fomos conhecer um estádio que nunca estivemos antes.
Nosso rumo: Suzano!

Como moro no ABC, ao invés de usar a Ayrton Senna, fomos pela tradicional “Indio Tibiriça“, que nos recordou como a agricultura é importante no lado leste da grande São Paulo.

Ah, e nos lembrou como o trem deveria ser mais importante em todos os municípios deste país…

Chegando na cidade, fomos recepcionados pelo estranho monumento abaixo:

Após umas voltas a mais pra cá e pra lá, conseguimos avistar o Estádio Municipal Francisco Marques Figueira, ao lado da avenida em que estávamos.

Infelizmente o Estádio não possui aquelas tradicionais placas na entrada com a identificação do campo, mas mesmo assim, vale foto na frente!

Ainda em frente do estádio, para o nosso amigo Anderson, de Curitiba, que adora ônibus dos times, esse  era o do Barretos!

Pelo número de carros do lado de fora, o público parecia estar dentro da média da segundona paulista.

Pouca gente, é verdade, cerca de 300 pessoas para assistir ao primeiro jogo da segunda fase da última divisão profissional do estado.

Mas… lá estávamos nós em mais uma partida!

Ao entrar no campo, uma grata surpresa.
Um número considerável de torcedores do “BEC(Barretos Esporte Clube) passou a madrugada viajando para comparecer e apoiar o time do interior.

É disso que o futebol precisa! Gente apaixonada pela cultura local.
Ouça o que nos disse um dos torcedores do BEC:

Em campo, o que se via era um time do ECUS bastante aguerrido e sabendo aproveitar suas oportunidades.

Do outro lado, um time bem montado e até mais técnico, mas que não soube converter o domínio da partida em gols.

Assim, para a alegria da torcida local, o time da casa fez 1×0 ainda no primeiro tempo.

Para quem não conhece a cidade de Suzano, dali do Estádio se pode ter uma bela vista do horizonte.

Aproveitamos o intervalo para mostrar um pouco da torcida local, que ainda comparece em número tímido, mas que com a boa campanha, precisa reforçar as arquibancadas!

Quem esteva por Suzano também foi o pessoal da REDE VIDA que transmitiu a partida para todo o Brasil.

O Estádio possui apenas um lance de arquibancadas.

Do outro lado, a melhor opção é assistir ao jogo embaixo de uma árvore (e foi o que fizemos nos segundo tempo).

Essa é a vista de quem chega ao estádio.

O segundo tempo começou e o time do Barretos correu como louco atrás do empate.

O time foi todo ao ataque, mas num contra ataque, acabou tendo um jogador expulso.

Aí, não adiantou a técnica nem a correria. O ECUS parecia conquistar uma ótima vitória em casa.

O jogo chegando ao fim, era hora de registrarmos na memória e na câmera, nossa passagem por este estádio.

Antes de ir embora ainda rola um amendoim??

Uma última olhada para o campo…

Parabéns para a torcida do Barretos que sofreu com o placar, mas que, sem dúvidas seguirá apoiando o time…

Uma lembrança da cidade…

E assim, termina o jogo com o placar de 1×0 para o time da casa.

Cidadãos de Suzano…
Há um time em sua cidade que precisa de você…

Nossa “gangue” agradece o bom recebimento e as amizades que fizemos em mais esse rolê boleiro.

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48- Camisa do Olympique de Marseille

A 48ª Camisa de futebol é do Olympique de Marseille, clube de futebol que disputa a 1a divisão do futebol francês, representando a cidade de Marselha, uma das principais cidades do país.

marselha

A frase Droit au But, abaixo do escudo significa “Direto ao gol” e é frequentemente gritada pelos seus torcedores.

olimpiqui

O Olympique foi fundado em 1899, o que o torna um dos clubes mais velhos da França ainda em atividade.
Assim como muitos outros clubes de cidades portuárias, surgiu graças à chegada de estrangeiros vindos do mar, no caso deles, foram os ingleses que trouxeram o futebol em seus navios e implantaram o novo esporte no município.

A agremiação foi criada depois que dois times da cidade fecharam suas portas (Sportin Club of Marseilles e Football Club of Marseilles) oferecendo um novo espaço ao futebol e também ao rugby.
No início, ocupava-se apenas com a disputa de torneios regionais de menor importância, mas o “OM“, cresceu na década de 1920, quando venceu a Copa da França por 3 vezes (1924, 1926 e 1927), além de seu primeiro campeonato francês (1929), rompendo a hegemonia dos clubes parisienses.
Outro período de muitas vitórias foi o fim dos anos 60, início dos 70, quando venceu a Copa da França (1968/69,  1971/72 e 1975/76) e a Ligue 1 (1970/71 e 1971/72). Abaixo uma foto dos anos 70:

1973

Na temporada 1979/80 foi rebaixado, retornando apenas em 1984. A partir daí, o time voltou a pensar (e ser) grande. Em 1986 montou um timaço com nomes como Jean Pierre Papin, Didier Deschamp, Rudi Voller, Eric Cantona, entre outros. Assim, o Olympique de Marselha conquistou 4 títulos da Ligue 1 consecutivos entre 1988/89 e 1991/92. Na temporada 1990-91, o Olympique chegou a final da Liga dos Campeões da UEFA, mas foi derrotado pelo Estrela Vermelha, da Iugoslávia, nos pênaltis.

estrela

Duas temporadas depois, o Olympique levantou a taça num jogo que venceu o Milan por 1 a 0.

olympiq

Acusações de corrupção financeira e participação de diretores num esquema de manipulação de resultados tiraram a tranquilidade do clube que acabou rebaixado à Ligue 2 para a temporada 1994-95. Por isso, também deixou de participar da final do Mundial Interclubes daquele ano, que foi disputada entre o vice-campeão europeu Milan e o campeão sul-americano, o São Paulo.
Só voltou a Ligue 1, 2 temporadas depois e desde então vem tentando recuperar seu prestígio. Chegou a final da Copa UEFA de 2003-04, depois de bater adversários como Internazionale, Liverpool e Newcastle, mas foi derrotado na final pelo Valencia da Espanha. Em 2005 venceu a Copa Intertoto, mas sua torcida já cobra há algunão voltou mais a conquistar um título de expressão.
Terminou a temporada 2007/08 da Ligue 1 na terceira colocação, classificando-se para a fase preliminar da Liga dos Campeões. De 1899 a 1937, o “OM” jogou no Stade de l’Huveaune.
Ele foi reformado no início dos anos 1920, graças à ajuda financeira dos torcedores e tinha capacidade para 15.000 torcedores.

HUVEAUNE

A partir de 1937 o clube passou a utilizar o estádio municipal Stade Vélodrome, com capacidade de 60.031 lugares, um dos maiores e mais belos estádios da França.

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O site do clube é http://www.om.net/

Para acabar, um pouco do sentimento das arquibancadas celestes do time:

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!