Essas últimas semanas temos visitado várias exposições e sempre encontro uma pitada de futebol nelas. Acabei me lembrando de quando o amigo Danilo “Mandioca” me apresentou esse cara da foto acima: Francisco Rebolo Gonsales, conhecido como “Rebolo“, nascido num já longínquo 22 de agosto de 1902 e falecido em 10 de julho de 1980. Francisco Rebolo começou sua carreira como atleta na Associação Atlética São Bento em 1917 e em 1922, foi para o Sport Club Corinthians Paulista. Em 1934 encerrou a carreira jogando pelo Ypiranga para dedicar-se mais intensamente à carreira de pintor e entre um monte de trabalhos legais, fez esse ícone que retrata não apenas o futebol paulista e brasileiro mas toca diretamente na questão do racismo ao retratar o negro como um dos protagonistas da cena retratada!
Rebolo fez parte do grupo conhecido como “artistas proletários”, dentro do movimento modernista. E sua ligação com o futebol e em especial com o SC Corinthians foi ainda mais profunda, já que no início dos anos 30 ele desenhou o escudo do Sport Club Corinthians Paulista, usado até hoje.
Hoje, sua obras são gerida pelo Instituto Rebolo, já que Rebolo morreu de infarto em 10 de julho de 1980. Quem disse que arte e futebol não podem andar junto?
É aí que ficava o Estádio Antônio Alonso, também conhecido como Estádio Antarctica Paulista, um marco histórico do futebol paulista.
Inaugurado em 1920 pela Companhia Antarctica Paulista, com capacidade para cerca de 5.000 torcedores, o campo foi o segundo estádio do São Paulo FC, mas antes, sediou o Antarctica FC .
Em 1915, o grêmio formado pelos trabalhadores da Companhia Antartica Paulista de Bebidas fundou o Antarctica FC. Foto do Site História do Futebol:
O time logo passou a disputar as divisões inferiores da APSA (Associação Paulista de Sports Athleticos) e a partir de 1926, filiou-se à LAF (Liga dos Amadores de Football), disputando a primeira divisão dessa liga até 1929. Com a extinção da LAF, o clube reintegrou-se a APSA, participando da Segunda Divisão da APEA tornando-se campeão da edição de 1930. Em 1933, fundiu-se com o Sport Club Internacional, dando origem ao Clube Atlético Paulista que passou a mandar aí os seus jogos.
O Atlético Paulista jogou três temporadas na primeira divisão estadual, e fundiu-se com o Clube Atlético Estudantes de São Paulo e depois CA Estudantes Paulista para formar Clube Atlético Estudantes Paulista.
Em 1938, o CA Estudantes acabou sendo incorporado pelo São Paulo FC.
E de 1938 a 1942, o São Paulo mandou ali os seus jogos:
Atualmente, o local é ocupado por edifícios residenciais, depois de ter abrigado por anos instalações da Ambev.
Hoje o papo foi com William Silva, presidente do ECUS de Suzano e ex-jogador com uma história marcante dentro e fora de campo.
Na conversa, ele relembrou sua trajetória como atleta, incluindo o momento difícil em que quase precisou deixar os gramados por um problema no coração, e falou sobre os desafios de comandar um clube tradicional da Série B do Paulista. Futebol, superação e amor ao Tricolor suzanense marcaram o tom do bate-papo.
Uma história de resistência, paixão e compromisso com o futebol raiz.
Participaram: Mau! (www.asmilcamisas.com.br) e Ruben (@1902futebol)
Hoje o papo foi com o presidente do CA Assisense, Fábio Mello — ex-atleta e apaixonado pelo clube que representa a cidade de Assis na Série B do Campeonato Paulista.
Na conversa, ele relembrou momentos marcantes da história do time, comentou os desafios enfrentados por quem vive o futebol fora dos holofotes e compartilhou sua visão para o futuro do Falcão do Vale.
Uma história de resistência, amor à camisa e dedicação ao futebol raiz.
Domingo, 25 de maio de 2025 Mais uma aprazível manhã de outono em Santo André. Com o fim da Divisão Especial, a 1ª divisão ganha visibilidade e foi pra registrar um embate bem interessante que nos dirigimos à Arena Colorado.
Seja bem vindo a mais um campo de várzea de Santo André!
A Arena Colorado está muito bem organizada, com seu bar, e uma seção dedicada à memória do time.
Aqui você pode ver alguns dos troféus que estão lá exibidos. Vale a pena a visita e no nosso caso, vamos tentar voltar para ver uma partida do Colorado jogando “em casa”.
A partida de hoje traz dois times muito bacanas: de um lado, o XV de Julho Futebol Clube, um time até que jovem, fundado em 15/07/1990 e apoiado por sua torcida: XV Loucos.
Olha aí o pessoal do XV de Julho fazendo aquela fotona com a torcida:
Do outro lado, um time tradicional e com uma história muito bonita: o Ouro Verde Popular Futebol Clube, fundado em 5 de fevereiro de 1950, no bairro Santa Terezinha, e que levou para o futebol a identidade das famílias que moravam nas casas populares construídas no bairro naquela mesma época e que até hoje estão ali.
E lá estão as faixas de sua torcida, principalmente aquela que lembra seu presidente Zé Luís.
E a rapaziada do Ouro Verde Popular estava presente, lá em cima do morro que margeia o campo, ainda que não tenham levado a bateria pra fazer aquela tradicional “cantoria”.
Lá de cima do morro, pude fazer o registro do campo do Colorado, começando pelo gol do lado esquerdo, onde ao fundo erguem-se os bairros vizinhos, como a Vila Suiça.
Aqui, você pode ver o meio campo, e lá atrás está a Vila Luzita:
É ali que está a sede social do Colorado:
O gol do lado direito, onde ao fundo estão bairros como o Jardim Silvania.
E vamos para o jogo!
Com a bola rolando, a torcida do XVde Julho tratou de cantar e fazer o time se sentir em casa!
A pressão surtiu efeito e o XV chegou ao seu primeiro gol (você pode ver o gol aqui no Insta do XV), mas o time do Ouro Verde alegou que a bola havia saído no lance que origina o gol e foi tanta reclamação que seu goleiro acabou expulso. A festa do pessoal do XV Loucos só aumentou!
Por um infortúnio do mundo do futebol, o goleiro que assumiu o posto do titular e que deu até uma acelerada nas saídas de jogo, acabou errando uma destas bolas e entregou o segundo gol para o XV de Julho.
O XV ainda teve chances de ampliar o placar, mas faltou o detalhe final.
Assim, o primeiro tempo terminou em 2×0 para o XV de Julho. Aproveitei o intervalo para conversar com um torcedor de cada time, registrando suas opiniões sobre a importância da várzea e dos seus respectivos times, o resultado foi esse:
O segundo tempo começou, o sol apareceu e o cenário parecia perfeito para quem quer curtir uma partida!
A comissão técnica do XV de Julho trouxe o time pro segundo tempo pensando em rapidamente marcar o 3º gol pra matar o jogo.
Isso deixou o jogo ainda mais animado porque o Ouro Verde é um time forte e levava muito perigo nos contra ataques.
E se alguém esperava que, mesmo com um homem a menos, o Ouro Verde se entregaria, é porque não conhece a história e a importância deste time para o pessoal das Casas Populares. O Ouro Verde não só passou a dificultar a partida, impedindo um placar maior, como a se arriscar no ataque buscando diminuir a vantagem. Mesmo com XV de Julho mantendo o apoio sem parar!
Os atletas do Ouro Verde corriam tanto que em determinados momentos nem dava pra lembrar que o time jogava com um a menos. Era uma verdadeira guerra em campo!
E pro cenário ficar ainda mais divertido – pelo menos para quem como eu estava ali apenas assistindo a partida sem torcer por nenhum dos dois times- o Ouro Verde encontrou o seu gol para a alegria do pessoal do time que acompanhava o jogo lá de cima do morro.
Mas, a matemática é fria e com um jogador a mais, finalmente o XV de Julho aproveitar os espaços e o cansaço do adversário e encontrou o seu 3º gol,
Por fim, o XV de Julho ainda marcou seu 4º gol determinando o placar final.
Mas, mais do que um placar, fica a experiência de um novo estádio e de dois times que representam seus bairros com muito orgulho e valor. Festa pra torcida vencedora que vê seu time na liderança do grupo e muita preocupação para o pessoal do Ouro Verde, que termina a rodada na última posição…
Fiquemos com a festa da bateria do XVLoucos e aguardemos as cenas dos próximos capítulos
Sábado, 17 de maio de 2025. Guarde essa data, ela é histórica. É a primeira vez que o EC Santo André tem em campo um time feminino defendendo suas cores, e nós fomos ao Estádio Bruno José Daniel para registrar este momento!
O time do Santo André foi montado com o apoio da Prefeitura Municipal e aproveitou a base de atletas da Portuguesa, que este ano desistiu de disputar as competições por ter se tornado uma SAF.
Isso se traduziu em um time bem postado e organizado em campo, que sabia bem o que fazer com a bola.
Pode parecer simples, mas para uma equipe sub 15 esse nível de organização chama muito a atenção.
Logo, essa organização se transformou em domínio e como consequência aos 5 minutos do primeiro tempo: Coutinho aproveita a roubada de bola e faz o primeiro gol da história das Ramalhetes!
Teve quem achasse que o jogo seria fácil e que viria uma goleada…
Mas o time do Paulista acertou a marcação e passou a buscar o gol de empate, exigindo das Ramalhetes toda a atenção nas ações de contenção!
O 1×0 foi o placar do primeiro tempo, para alegria dos torcedores que compareceram!
O Doug (responsável pelo excelente @1967, projeto que resgata a historia da nossa arquibancada) trouxe a faixa que homenageia a torcida dos anos 70 e que, cita as “Ramalhetes”, na época, apenas torcedoras e hoje, atletas!
Finalmente as meninas, filhas da nossa torcida têm uma referência no futebol, quem sabe a próxima geração de atletas venham da nossa bancada?
A torcida gostou do primeiro tempo e estava empolgada para a sequência do jogo, lembrando que o sub 15 disputa 2 tempos de 35 minutos.
E o jogo voltou mais uma vez animado, com as meninas do Santo André muito coesas e decididas, enquanto o time do Paulista colocava todas as suas fichas na busca pelo empate deixando campo aberto para os contra ataques!
Muita movimentação no nosso time buscando abrir espaços no jogo…
E mais chances foram criadas…
O time do Paulista soube apertar a marcação impedindo as chegadas ao ataque do Santo André.
O nível do jogo foi bem interessante, com grande intensidade no ataque!
Mas não foi de contra ataque o nosso segundo gol, foi de uma construção tática incrível, que na hora a gente acaba nem percebendo. 8 passes trocados até Coutinho marcar o seu segundo gol e fazer 2×0 para as Ramalhetes.
E se o time está bem estruturado, muito se deve a este ai, o Professor Paulo, treinador da equipe!
Mesmo assim, as meninas do Paulista continuaram apertando…
Mas a boa atuação da zaga e da nossa goleira Ana Júlia garantiram a primeira vitória das Ramalhetes!
Foi bom ver o pessoal da Fúria presente!
Aliás, no segundo tempo parece que o público aumentou ainda mais!
Os 35 minutos finais chegaram ao fim e colocou a partida na história do EC Santo André!
Após o final do jogo todas as atletas seguem o protocolo de fair play, cumprimentando-se…
E foi hora de correr para a torcida!
Ainda quase crianças, as meninas fizeram a nossa torcida se emocionar!
Sejam bem vindas, Ramalhetes!
Quem esteve no jogo, surpreendeu-se pela qualidade e pela entrega das meninas… Foi uma ótima estreia!
Domingo, 5 de maio de 2025. Do ABC pra Guarulhos, mais uma conexão na metrópole paulistana. Em menos de uma hora estávamos na segunda maior cidade do estado. Os portões foram abertos bem em cima da hora, chegando até a criar fila na entrada do Estádio Antônio Soares de Oliveira!
Fazia algum tempo que estivemos no estádio e foi bacana voltar a ver o Estádio Antônio Soares de Oliveira, ainda muito bem cuidado, mesmo que nas cores e em alusão ao outro time da cidade que folgou na rodada.
O Estádio ainda guarda lembranças de um passado que já não parece mais existir nos dias de hoje…
Embora entrem pelo mesmo portão, a parte atrás do gol foi dedicada à torcida visitante (aliás, senti falta do pessoal da Sancaloucos, uma organizada muito presente no futebol!).
Times prontos, é hora da cerimônia de entrada!
Graças ao Fernando do Jogos Perdidos, pudemos ter os dois times perfilados antes do início da partida!
Os dois times entram em campo carregando seus sonhos de vitórias, acesso, sucesso…
E se os jogadores em campo tem o desejo da vitória, entre os reservas o sentimento não era diferente!
O AD Guarulhos vem de uma parceria – que deve se transformar em fusão nos próximos anos- com o Aster (que deixou Itaquaquecetuba) e assim conta com uma base bem interessante para o campeonato, traduzida desde o começo do jogo em certa dominância na armação das jogadas e em ataques criados.
Pra quem ainda não conhece o estádio, segue o registro do gol do lado esquerdo, onde fica o portão da entrada:
O meio campo:
E o gol da direita (onde antigamente ficava a torcida visitante):
O público até que foi aumentando após o início da partida, e foi anunciado como 197 pagantes.
Vale ressaltar que alguns dos presentes portavam camisas do Aster.
Vale ressaltar a presença da Torcida Organizada Resistência Azul.
Se o domínio técnico do AD Guarulhos não se traduziu em gols logo de cara…
…em parte foi graças ao Max, goleiro do São Carlos.
Mas o goleiro Cauê também foi bem!
A atenção crescia entre a torcida local…
E também dentro de campo!
Até que aos 10 minutos, Dieguinho faz 1×0 para o AD Guarulhos!
Pode anotar aí no placar: 1×0!
A partir daí, o jogo ficou equilibrado. Ainda que o AD Guarulhos mantivesse o domínio, o São Carlos teve várias chances de chegar ao empate, principalmente nos contra-ataques e nas jogadas de bola parada.
O AD Guarulhos também teve chances de ampliar, mas pecava na última bola…
Na arquibancada, mais um jogo em que o público decepcionou…
Lembre-se que estamos falando da segunda maior cidade do estado… E um estádio lindo, que merecia receber um público maior, mais famílias, mais crianças…
Claro que os times em campo sentem o clima… E ainda acho que a presença de mais torcida e dos tradicionais cânticos de apoio, poderiam ter colaborado para um ambiente mais legal e materializando-se até em outros resultados…
E o Estádio tem uma boa capacidade de público e uma boa estrutura…
Intervalo de jogo é hora de dar uma circulada pelo estádio e ver o que temos na lanchonete local!
Volta o segundo tempo e sem grandes novidades…
O AD Guarulhos criava boas jogadas…
… e o São Carlos continuava criando chances nos contra ataques…
A torcida local sente que a não chegada do segundo gol alimenta a esperança do time do São Carlos pelo empate…
Chances para animar a torcida não faltaram…
Mas apenas aos 47 do segundo tempo, Gustavinho fez o segundo, selando o placar final!
Dor para o time do São Carlos que vinha fazendo um jogo equilibrado no segundo tempo e até teve chances de empatar a peleja.
O São Carlos deu a saída e seguiu os poucos minutos até o apito final…
Fim de jogo e 3 pontos importantes para a classificação para a próxima fase.
Festa na bancada…
Agradeço mais uma participação na história do futebol paulista!
Também fizemos uma parada em Cornélio Procópio para conhecer e registrar o Estádio Municipal Ubirajara Medeiros.
Mas o caminho apresentou uma outra parada obrigatória: uma cidade cujo nome nos fez rir de dezenas de brincadeiras durante a viagem, já que o lado feminino deste site é representado pela Mariana, assim, bem vindo a…
E claro, Santa Mariana tem espaço para o futebol, com o Estádio Municipal Antonio Pereira Lima.
Olha a fachada como é bacana e aparentemente construída ou reformada recentemente:
A cidade contou com alguns times defendendo o seu nome, começando pelo Santa Mariana FC, fundado em 1960. Distintivo abaixo criado por Sérgio Mello:
O Santa Mariana FC disputou a primeira divisão Paranaense em 1961, na chamada Zona Norte Velho (Setentriao), terminando em 2º lugar nos dois turnos, e na sétima colocação geral do Campeonato. Tabela do excelente site da RSSSF:
Em 1962, novamente o time fica em 2º após os dois turnos e acaba fora da fase final…
O time ainda jogou em 1963 ficando em posições intermediárias nos dois turnos do seu grupo.
Não encontrei informações sobre quando o time deixou de existir, mas o vi que nos anos 70, outro time surgiu na cidade: a Associação Esportiva Santa Mariana. Alguém aí sabe dizer se este é o distintivo do clube?
O grande feito da AE Santa Mariana foi chegar na semifinal da Taça Paraná de 1972, sendo eliminada pelo CA Loandense. Também não encontrei maiores informações sobre o time e nem quando ele teria sido extinto, entretanto, existe uma informação creditada a Rodrigo Santana e disponibilizada no site Futebol Nacional que um terceiro time existiu na cidade, já na década de 80: o EC Santa Mariana.
De volta ao presente, vamos dar um rolê pela atual casa do futebol em Santa Mariana, o “Estádio Municipal Antonio Pereira Lima“:
Aqui o meio campo, com sua charmosa arquibancada coberta:
O gol da esquerda onde a molecada estava batendo uma bola:
E o gol da direita:
Confesso que este estádio não estava nos nossos planos da viagem, mas seria impossível não parar em uma cidade com o nome da Mari, ainda mais tratando-a como “Santa” kkkk. De toda forma, acabamos presenteados por um estádio tão bacana como esse!
Até um banco de reservas coberto, o estádio possui, e olha que pitoresco. Me pergunto o porquê das cores amarelo e vermelho… Será que um dos times do passado tinha essa cor?
Enfim, com a missão cumprida, e tendo um tempinho pra parar o carro na beira da estrada pra aproveitar e observar um cenário lindo desses, voltamos ao nosso rolê!
No carnaval de 2025 fomos até Presidente Prudente ver um 0x0 entre o Grêmio Prudente e o Santo André pela série A2. Para fazer a viagem ainda mais inesquecível, demos um rolê pelo norte do estado do Paraná, começando por Alvorada do Sul e logo parando em Londrina.
A fertilidade da terra roxa desde sempre atraiu as pessoas para a região onde hoje encontra-se Londrina. Fossem os povos Guarani, os Kaingang ou os Xetá, a região provavelmente sempre teve suas florestas ocupadas. Conhece os Xetá?
A aceleração da ocupação de Londrina se deu com a Companhia de Terras Norte do Paraná (subsidiária da inglesa Paraná Plantations Ltd.), que transformou as grandes propriedades em lotes menores, oferecendo aos trabalhadores a possibilidade da produção de café criando uma classe média rural.
Nos anos 50, com considerada expansão urbana em razão da produção cafeeira a população passou para 75.000 pessoas. Se tiver interesse, busque o livro “Transformações urbanas. A Londrina da década de 1950″.
A região ganhou maior atenção impulsionada pela Ferrovia São Paulo-Paraná e a estação Londrina inaugurada em 1935. Foto do site Londrina Histórica:
A década de 80 marca a retirada da ferrovia do centro, o que sobrou está no Museu Histórico de Londrina.
Uma pena que o Museu está fechado e não parece muito perto de reabrir…
Olha aí a Igreja Matriz…
Mas o grande templo que queríamos visitar era o Estádio Uady Chaiben, a “toca do tigre”.
O Estádio Uady Chaiben é a casa da Associação Portuguesa Londrinense!
O time foi fundado no dia 14 de maio de 1950, sob o nome de Associação Atlética Portuguesa de Desportos e assim em 1959, disputou seu primeiro Campeonato Paranaense, no grupo da zona norte:
Também disputa o campeonato de 1960:
E faz, em 1961, sua terceira participação no Campeonato Paranaense coroando o primeiro momento de existência do time. Olha a tabela de classificação que a Rsssf montou:
Talvez decepcionados pelas más campanhas, o time abandona o futebol profissional e passa quase 4 décadas licenciado. Apenas em 1998, o time retorna ao profissionalismo, agora sob o nome Associação Portuguesa Londrinense, disputando a Segunda Divisão estadual. Olha que vídeos incríveis deste ano:
Em 1999, é vice campeã e obtém a vaga para Primeira Divisão.
Assim, no ano 2.000, a Portuguesa joga a primeira divisão, mas cai no mesmo ano.
Em 2001, termina como vice campeã da segunda divisão, após classificar-se em 1º no seu grupo:
Este vídeo mostra os gols e melhores momentos das duas finais:
Assim, a Portuguesa Londrinense disputa a principal divisão em 2002, ano que Coritiba, Atlético, Paraná e JMalucelli só jogaram o SuperCampeonato Paranaense. Tabela do site Bola na área:
Em 2003, mais uma vez a Portuguesa Londrinense acabou rebaixada…
Em 2006, na tentativa de conseguir maior apoio da cidade, resolveu mudar de nome para: Grande Londrina Futebol Clube. Distintivo do site História do Futebol:
Mas o Londrina EC entrou na justiça contra o novo nome e a mudança acabou melando. Ainda assim, a Portuguesa conquistou o título da segunda divisão e a vaga na elite paranaense de 2007. Por incrível que pareça, esse foi seu primeiro título.
Disputa a primeira divisão em 2007 e 2008, quando é rebaixada. Entre 2012 e 2014, disputou o Campeonato Paranaense da 3ª divisão, conseguindo o acesso para a 2ª Divisão.
Em 2015 fez boa campanha, chegando às quartas finais da competição.
Em 2016 volta a disputar a Divisão de Acesso.
Em 2018 e em 2019 participou da Copa Rubro Verde, que contou a participação das outras Portuguesas do Brasil.
Em 2018 ficou na lanterna do Campeonato Paranaense da 2ª divisão caindo para a 3ª divisão.
Disputa a 3ª divisão desde então. Este é o time de 2020 do blog do rafael:
Em 2025 disputará novamente a 3ª divisão do Campeonato Paranaense. E se tudo der certo, o time volta a jogar no Estádio Uady Chaiben, também chamado de Vila Santa Terezinha. Conheça mais este estádio do Paraná:
Como deu pra ver, a arquibancada do Estádio Uady Chaiben não tem uma grande capacidade, oficialmente o estádio está liberado para pouco mais de 1.000 torcedores.
Olhando da arquibancada, este é o meio campo:
Aqui o gol da esquerda:
E o gol da direita:
Encontramos o preparado de goleiros do time com quem pudemos trocar uma ideia rápida:
Para o campo ser usado pelo profissional, acredito que precise passar por uma reforma, principalmente no gramado…
E talvez um cuidado maior com o banco de reservas…
Pra quem gosta de assistir de pé, a vantagem é que o alambrado permite você estar bem próximo do campo!
Na falta de um belo pórtico que apresente o estádio, entramos por um portão que dá acesso aos automóveis…
Agradeço sempre a oportunidade de poder viajar e conhecer estádio como este que fazem parte da história do futebol.
Vamos embora com um último rolê pela rua do estádio…
Domingo, 23 de fevereiro de 2025. É manhã no Jardim Irene, mas a população local acordou cedo, afinal é dia de jogo importante para o time do bairro. Seja bem vindo à 3ª rodada da Liga Santoandreense de futebol, com o embate:
O Jardim Irene fica distante 20 minutos do centro da cidade, confira no mapa para você ter uma mínima noção de sua localização, perceba que fica bastante próximo da Arena Aclimação.
Olha que legal esse “bolsão” formado pelo campo, a Escola Municipal de Ensino Infantil, o CESA, Creche e Unidade de Saúde Jardim Irene que tem melhorado bastante a qualidade de vida da região.
Aliás, a própria Arena Jardim Irene também é parte disso, e seu entorno ainda está em obras. A área ao redor do córrego era ocupada por famílias, que temporariamente estão sendo assistidas por aluguel social até a finalização das novas unidades habitacionais e assim, abriu-se uma avenida melhorando o acesso ao bairro e ao campo. Então, venha conhecer a casa da SE Jardim Irene na várzea de Santo André!
A Sociedade Esportiva Jardim Irene foi fundada em 16 de abril de 1987 e tem sua sede do outro lado da margem da obra supracitada.
Eu tenho grande orgulho em registrar os campos da várzea andreense, onde as pessoas ainda se permitem sonhar, sejam no campo, ou na bancada.
A cidade cresceu demais nas últimas décadas e o futebol amador está acompanhando esse crescimento com campos de melhor qualidade a cada dia e a Arena Irene deixa isso muito claro, a começar pelo bar do time que além de está super bem cuidado é gerido por pessoas que vivem e amam o Jardim Irene, e isso faz toda a diferença!
Mas o que torna a experiência mais mágica é realmente um jogo entre a SE Jardim Irene, apoiada pela sua torcida contra um adversário de importância como o Guaraciaba. Se liga na entrada do time do Jardim Irene em campo:
O adversário de hoje, é um time super tradicional e vitorioso: o EC Guaraciaba, fundado em 24 de março de 1956 e que possui entre suas conquistas 6 títulos da Divisão Especial de Santo André, 2 da Copa Uniligas e 5 da Copa Amizade. E se futebol se joga com a cabeça, os caras mostraram a importância de se entender e ficaram mais de 15 minutos conversando dentro de campo, antes da partida.
A tradicional foto do time posado precisa contar com a torcida apoiando ao fundo:
Aliás, a torcida organizada do ECGuaraciaba é a Fúria Vermelha e ela coloriu todos os espaços possíveis com suas faixas, camisas e bandeiras!
E usou a força da sua bateria para tentar tirar do Jd Irene o fator de jogar em casa como diferencial.
Vem dar um role com as torcidas já empolgadas pra ver como é bonita a festa na várzea e, como sempre reforço, como dá pra ter duas torcidas diferentes presentes na bancada, sabendo se respeitar.
Já do lado dos donos da casa, a torcida organizada do Jd Irene é a Força Jovem e eles ficaram mais ao lado esquerdo (pra quem olha do campo).
E se liga no som dos caras:
Os tirantes deram um clima ainda mais legal ao campo do Jd Irene!
Abraço ao amigo Dianidson, torcedor do Ramalhão que também estava presente:
Falando em Santo André, olha o nosso ex-lateral Pará, defendendo as cores do Guaraciaba!
E é hora da bola rolar!
O jogo começou bastante parelho com o time da casa tendo algumas boas chances para abrir o placar.
O goleiro Borges, do EC Guaraciaba, mostrou estar em excelente momento e evitou pelo menos 2 gols claros para o time local.
E como o futebol não perdoa… Aos 21 minutos, em um contra ataque, o Guaraciaba abriu o placar com o atacante Preguiça. Veja o lance filmado e narrado pelos amigos do Tvila:
O gol deixou a torcida visitante ainda mais animada!
Agora, o Jardim Irene precisa se jogar ainda mais ao ataque, e sua torcida sabe disso, apoiando ainda mais as investidas do time.
Lance de falta para o time local, será que agora o empate vem?
O jogo fica mais pegado, com várias discussões entre os times e com a arbitragem, mas tudo dentro do respeito…
Que tal acompanhar o jogo do ponto de vista do goleiro do Irene?
Os primeiros 45 minutos passam voando… É festa na Fúria Vermelha!
Aproveitamos o intervalo primeiro tempo chega ao fim e fomos trocar uma ideia com o público local sobre o que é a várzea e qual sua importância na vida do pessoal do Irene…
A várzea vai além do amor ao futebol. O amor ao time da sua área, no fundo é o amor ao lugar onde vivemos, ao que realmente somos… É só olhar a expressão de cada um enquanto a partida rola…
Fomos bater um papo com o Alexandre, diretor do Jardim Irene sobre as expectativas em relação ao time este ano:
Marcelo, diretor do Guaraciaba também deu sua visão sobre o time esse ano:
O segundo tempo começa!
Vamos dar um rolê pra ver como está o clima desse início de segundo tempo:
Torcida do Guaraciaba de olho no lance…
É escanteio para colocar a torcida local na expectativa…
A torcida do Jardim Irene não quer aceitar essa derrota…
E bota o seu apoio em campo!
Mesmo perdendo, o amor se materializa em faixas, bateria, fumaça e muita voz…
Mas o Guaraciaba não se deixa intimidar e Felipinho, aos 26 do segundo tempo faz o segundo gol.
O que mais a torcida visitante podia esperar de uma manhã de futebol como essa?
Um terceiro gol, talvez? Pois ele veio, com Diego, aos 31, selando o placar final: 3×0 para o Guaraciaba. Acompanhe com a Tvila:
Agora é só esperar…
É fim de jogo mas não fim da festa para a torcida local.
Até a próxima rodada, e lembre de se comportar quando estiver pelo Irene…