Em 2014, tivemos uma oportunidade incrível de passar uma virada de ano, em Colônia, na Alemanha!
Colônia é uma cidade super antiga, conhecida pela sua Catedral de estilo gótico, construída a partir de 1248, sendo hoje a quinta igreja mais alta do mundo e patrimônio da humanidade desde 1996.
Ali atrás da catedral passa o rio Reno, que percorre a Europa por mais de 1.233 km de sul a norte, até desaguar no mar do Norte, chegando ao Oceano Atlântico. O rio faz parte da história da humanidade desde sempre.
Durante a noite de reveillon os alemães ficam meio loucos e declaram uma espécie de guerra, tendo como armas garrafas e fogos de artifício, que são atirados na catedral, nos barcos que estão parados no rio Reno e entre eles, levando dezenas de pessoas aos hospitais.
Outro ponto curioso desse rolê é que eles tem uma igreja dedicada a Santo André e fomos visitá-la:
Depois de participar das festividades de fim de ano, fomos conhecer e registrar um pouco do futebol local visitando o estádio local, o “Rheinenergie-Stadion“.
O Rheinenergie-Stadion (que nome hein…) é a casa do 1. Fussball-Club Köln mais conhecido como 1. FC Köln, ao qual chamamos aqui no Brasil, simplesmente de Colônia.
O time foi fundado em 13 de fevereiro de 1948 e nasceu da fusão dos clubes: Köln BC 01 e SpVgg Sülz 07 e foi campeão alemão três vezes, e quatro vezes da Copa da Alemanha.
Em 1986, o FC Köln foi vice-campeão da Copa da UEFA em 1986.
A cultura ultras parece bem presente nos arredores do estádio pelos adesivos que encontramos:
O FC Köln é membro fundador da Bundesliga e primeiro campeão, na temporada 1963-64.
Seu maior rival é o Borussia Mönchengladbach.
Esse estádio foi inaugurado em 1923, na época sob o nome de Müngersdorfer Stadion.
O RheinEnergieStadion é uma dessas grandes arena, e infelizmente estava tudo fechado, impossibilitando nossa entrada.
Quem sabe um dia a gente cola no estádio pra pegar um jogo?
Pessoal, segue o podcast gravado ao vivo pelo jornal Correio de Atibaia que participei junto dos amigos Mário e Fernando (Jogos Perdidos). Gastamos algum tempo falando sobre as competições da Federação Paulista de 2024. Divirta-se!
30 de novembro de 2024. Sábado a tarde. Dia de embate inédito em plena final do tradicional Campeonato da Federação Paulista: o Amador do Estado!
Nos dirigimos até o Estádio Municipal Pedro Benedetti, a casa do Grêmio Mauaense…
Mas hoje, é dia de ver outra equipe de Mauá: o Belenense FC que enfrentou o CA Bandeirante de Brodowski pela primeira partida da final do Campeonato Amador do Estado de 2024. Vamos lá?
E aí está o Estádio Pedro Benedetti em mais um grande momento de sua história, recebendo uma final de Campeonato Estadual!
E bola em jogo para a tão aguardada final!!!
Final que colocou em campo dois times com modelos bem diferentes: um representando a quebrada de uma grande cidade industrial e outro que defende uma pequena cidade do interior. O que ambos tem em comum? São apaixonados pelo futebol! E hoje foi a vez de registrar a festa da torcida do pessoal de Mauá!
A torcida local teve como principal representante sua organizada, a Fúria Belenenseque canta com orgulho o amor ao Morro do Macuco, no Zaíra, a sede do time.
A Fúria pintou de azul, vermelho e branco as bancadas do Benedetti!
A bateria da torcida estava animada!
Se liga que bonitas as faixas e bandeiras da torcida:
O jogo era um enorme desafio para a equipe do Belenense porque o CA Bandeirante é um verdadeiro fenômeno no Campeonato Amador do Estado, sendo o atual campeão do torneio. Mas o Belenense soube se impor, dificultando o jogo!
Aliás, estivemos em São Bernardo vendo o primeiro jogo da final entre o Nacional da Vila Vivaldi e o próprio CA Bandeirante de Brodowski em 2023. Veja aqui como foi e abaixo um registro de como estava a torcida do time de São Bernardo:
É muito legal poder registrar o amor do pessoal pelo time da sua área…
Bacana também ver a renovação da bancada, muita criança torcendo pelo Belenense FC!
Mas o CA Bandeirante passou a apertar…
Até que finalmente fez valer sua condição de favorito e fez 1×0…
Mas de verdade, o gol passou quase como desapercebido para a torcida do Belenense que não se importou com o resultado. O pessoal está ali pra levar o nome do seu time e o seu bairro até as últimas!
Aqui, a rapaziada que pediu pra fazer a foto!
Na arquibancada, a Fúria empurrava o time rumo ao empate!
Foi bom reencontrar o amigo Daniel Alcarria, que além de historiador e jornalista, agora é Secretário adjunto de esportes em Mauá e me convidou para ir até a cabine de imprensa, onde pude conhecer o prefeito reeleito Marcelo Oliveira.
E também acabamos conhecendo o pessoal da organização do CA Bandeirante:
Aproveitei o intervalo para bater um papo com Guilherme Aleixo, o presidente do CA Bandeirante de Brodowski, confira:
Também deu pra conversar com o vice presidente Márcio de Oliveira Passos:
Vamos dar um rolê e registrar um pouco de quem representa o time nas arquibancadas…
O time visitante começou o segundo tempo com tudo e Léo, cobrando falta com categoria, marcou um golaço ampliando a vantagem do CA Bandeirante.
Um detalhe chato: o ônibus da torcida vindo de Brodowski teve 2 pneus furados no rodoanel. Em apoio, a diretoria do time mandou alguns carros pra trazer ao menos parte da torcida, e só foram chegar na metade do segundo tempo, quando foram impedidos de entrar até quase o fim do jogo… Depois de muita conversa com polícia e representantes da Liga Mauaense, finalmente puderam conhecer o Estádio e ver a vitória do CA Bandeirante sob a tradicional neblina de Mauá…
Destaque para os uniformes, as duas camisas muito bacanas!
Que tal curtir um fim de tarde de neblina em Mauá, curtindo um futebol? Pra que praia?
Com 3×0, você talvez teria abandonado seu time, mas a Fúria Belenense não fez isso e de recompensa ainda ganhou um gol já no finzinho do jogo, terminando em 3×1 para os visitantes!
Hora de dizer tchau para o Estádio Pedro Benedetti…
Mais um rolê incrível! Quem sabe a gente cria coragem para pegar a estrada e ver o jogo de volta…
Feriado de 15 de novembro de 2024. Além de visitarmos a cidade e o Estádio de Campo Limpo Paulista, também fomos conhecer Várzea Paulista, uma cidade jovem, nascida no século XIX graças à Ferrovia Santos Jundiaí. A estação local foi inaugurada em 1891 e como a estrada passava por uma várzea campesina, surgiu o nome do povoado…
Mas, muito antes, estas terras eram ocupadas possivelmente pelo povo Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros). Foi a chegada dos portugueses que mudou drasticamente esta realidade.
A ocupação começou com pequenas olarias, cerâmicas, destilarias até chegarmos no café, que impulsionou o desenvolvimento da região, infelizmente bastante baseado no uso de mão de obra escravizada. (A foto abaixo apenas ilustra o triste fato, com uma plantaçào de café do Rio de Janeiro)
Em 21 de março de 1965, mobilizações populares fizeram com que o distrito fosse elevado a município de Várzea Paulista, onde vivem atualmente, quase 110 mil pessoas.
No momento de desenvolvimento industrial da cidade, em 1952 foi fundada a Promeca S/A, Progresso Mecânico do Brasil, que produzia tornos mecânicos de alta qualidade, como mostra a Matéria do Correio Paulistano daquele ano:
Uma imagem de um torno da Promeca:
E é dos funcionários da empresa que nasceu o bairro da Promeca, com o primeiro conjunto habitacional de Várzea e um time de futebol: a Associação Esportiva Promeca!
A AE Promeca foi fundada em 21 de abril de 1955, quando Várzea Paulista ainda era um distrito de Jundiaí, por isso, a dúvida sobre a cidade de origem do time. Pra piorar, o time mandou seus jogos mais importantes no Campo do Nacional de Jundiaí, um pouco distante da Vila Promeca, em Várzea Paulista.
Aqui, um registro de um amistoso de 1957, contra o CA Legionário de Bragança Paulista:
Ainda naquele ano, a AE Promeca sagrou-se campeã da Taça Cidade de Jundiaí.
Em 1958, disputou o Campeonato do Interior sempre mandando seus jogos no Estádio do Nacional:
Dá até pra conhecer a escalação da AE Promeca daquele ano:
Encontrei uma nota sobre um amistoso contra um time misto do Santos, em 1961:
Em 1962, fez sua estreia no profissionalismo disputando o Campeonato da 3ª Divisão (o 4º nível do futebol Paulista) e classificou-se como líder na 1ª série.
Na fase final, a AE Promeca surpreendeu e terminou como vice campeão paulista da 3ª divisão de 1962!
Dessa forma, a AE Promeca consegue o acesso para a 2ª Divisão de 1963 (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista). Abaixo a campanha desta equipe na competição: 8/9- Estrela de Piquete 1×1 Promeca 15/9– Promeca 3×2 Cerâmica São Caetano 22/9- Promeca 2×1 Hepacaré (Lorena) 29/9- Volkswagen (São Bernardo do Campo) 0x1 Promeca 05/10- Promeca 3×2 Ituano 13/10- Nitroquímica (São Miguel Paulista) 0x1 Promeca 20/10- Promeca 4×0 Corinthians (Votorantim) 03/11- Cerâmica (São Caetano) 2×1 Promeca 10/11- Promeca 4×3 Estrela (Piquete) 17/11- Corinthians (Votorantim) 1×1 Promeca 24/11- Ituano 0x1 Promeca 01/12- Promeca 2×1 Volkswagen (São Bernardo do Campo) 08/12- Hepacaré 2×1 Promeca 15/12- Promeca 3×0 Nitroquímica (São Miguel Paulista)
Na segunda fase, acabou eliminado, mas fez uma campanha bacana!
19/1- Promeca 1×0 Cerâmica (Mogi Guaçu) 26/1- Hepacaré (Lorena) 1×1 Promeca 02/2- Cerâmica São Caetano 1×0 Promeca 16/2- Promeca 1×1 Palmeiras (São João da Boa Vista) 23/2- Internacional (Limeira) 2×0 Promeca 01/3- Promeca 1×0 Cerâmica São Caetano 08/3- Palmeiras (São João da Boa Vista) 8×2 Promeca 15/3- Promeca 2×1 Internacional (Limeira) 22/3- Cerâmica (Mogi Guaçu) 4×2 Promeca 29/3- Promeca 2×2 Hepacaré (Lorena)
Infelizmente em 1964, o time se licenciou e passou a disputar apenas as competições amadoras. Aqui, o time de 1966:
Outros times sem a identificação da época:
O time acabou se licenciando do profissionalismo e acabou sumindo até mesmo das disputas amadoras. Para tentar sentir um pouco do que foi a sua trajetória fomos até a vizinha Jundiaí para registrar o Estádio onde a AE Promeca mandava seus jogos.
O campo do Nacional, que fica ali bem em frente à estação de trem!
A estação é a última parada do trem Jundiaí-Rio Grande da Serra e é bem movimentada!
Bacana terem preservado um pouco do passado bem ali em frente à estação!
Do outro lado da avenida e alguns quarteirões à frente fica a sede e o Estádio do Nacional Atlético Clube, funcionando quase como a sede do time da capital.
Sendo assim, o campo do Nacional acabou utilizado por outros times em disputas oficiais, como fez a AE Promeca!
Olha aí os bancos de reservas embaixo dos coqueiros que seguem a linha lateral do campo.
Ao fundo, a cidade que não para de crescer. Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol do lado esquerdo:
E o gol do lado direito:
O sol quente nem fazia lembrar da chuva que caiu horas atrás…
E aí estamos em mais uma aventura futebolística!
Atualmente, só existem arquibancadas atrás do gol, onde está a estrutura do clube.
A parte interna do clube é bem bonita, uma pena que aparentemente o clube não tenha mais tanto glamour como no passado…
Fiquei em dúvida se essa informação presente em uma das paredes refere-se ao estádio ou ao clube…
E tudo isso, em território Jundiaiense…
Só nos restou curtir um pouco da cidade antes de ir embora, almoçando no Mercadão dos Ferroviários…
Olha as placas que eles mantiveram por lá:
E depois ainda fomos até o Museu Ferroviário da cidade:
Olha quye placa bacana sobre a CIA PAulista de Vias Férreas:
Uma pena que estas locomotivas estão aí se degradando a céu aberto…
As construções pelo menos estão super bem mantidas!
Dentro do Museu, até uma camisa do Paulista está presente!
Ao lado dela uma foto do estádio antigo do Paulista, na Av Prof Luis Rosa:
Existe uma relação bastante complicada entre indígenas e a ferrovia…
E essa placa do século XIX??
Estou pensando em comprar essa locomotiva pra ir até os estádios, que tal?
Essa abaixo é uma miniatura, que, segundo a moça que trabalha no museu, tem planos para transportar crianças pela área externa…
Novembro de 2024. Aproveitamos o feriado do dia 15, para seguir a linha do trem “Rio Grande da Serra – Jundiaí” até uma cidade que já participou do futebol profissional e que ainda não tínhamos visitado: Campo Limpo Paulista! (foto do site da Prefeitura)
Falando sobre a formação da cidade, é difícil detalhar quem foram os primeiros a ocupar a região, mas a presença da água (o atual “rio Jundiaí”) deve ter atraído pessoas de tempos em tempos. Os primeiros europeus que chegaram na região citam os Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros) como os habitantes do local.
A partir da metade do século XVI, os portugueses passam a realizar expedições para aprisionar indígenas e procurar metais e pedras preciosas Brasil adentro. Com o tempo, se apossaram das terras estrategicamente localizadas para criarem pontos de paradas para as “bandeiras”. Campo Limpo Paulista passou por um processo similar. Vale lembrar que a cidade se emancipou de Jundiaí em 1965, então o começo da história das duas cidades é o mesmo, até porque são todas limítrofes.
O fato que potencializou a região foi a Estrada de Ferro São Paulo Railway, construída entre 1862 e 1867, ligando Jundiaí a Santos e primeira estrada de ferro paulista. Por ela, toda a produção de café foi transportado até a década de 1930. A estação de Campo Limpo foi inaugurada em 1881 para agir como entroncamento da E. F. Bragantina, aqui em foto nos anos 20 do site Estações Ferroviárias.
Outro ponto importante para o desenvolvimento da cidade é que de 1947 até 1951Campo Limpo Paulista sediou a Hospedaria de Imigrantes ocupando antigos galpões de depósito de café para abrigar refugiados da Polônia, Ucrânia, Lituânia, Hungria, Rússia, Iugoslávia, República Tcheca e apátridas.
Quando falamos do futebol da cidade, é necessário citar 4 times que se aventuraram no profissionalismo :
O primeiro deles é o Corinthians Futebol Clube, fundado em 1974.
O CorinthiansFC entra pra história por ser o primeiro time da cidade a disputar uma competição profissional: o Campeonato Paulista da Terceira Divis˜ão de 1976.
Na sequência, a cidade contou com a Associação Atlética Campo Limpo Paulista, fundada em 1980.
Em 1981, a AA Campo Limpo Paulista estreou no futebol profissional, na Terceira Divisão. Foi um campeonato complexo, com 6 grupos, que disputariam 2 turnos. Os campeões de cada turno (definidos após semifinal e final) se enfrentaram definindo o campeão do grupo e classificando-se para um hexagonal final, de onde o Cruzeiro sagrou-se campeão. Jogando no grupo Vermelho, a AA Campo Limpo Paulista terminou em 3º e perdendo a semifinal para o Cruzeiro (0x0 e 2×0).
No segundo turno, novamente a AA Campo Limpo Paulista se classifica mas é eliminada na semifinal.
A boa campanha levou a AA Campo Limpo Paulista para a segunda divisão de 1982. foi promovida para a Segunda Divisão, em mais um campeonato complexo, dividido em 2 turnos de duas etapas cada e um quadrangular como fase final. Na 1ª etapa do primeiro turno, jogando no Grupo Preto, a AA Campo Limpo Paulista termina na 4ª colocação do seu grupo, a série D.
Assim, o time se classifica para a 2ª etapa do 1º turno, onde terminou em 2º lugar, tendo o Bragantino como campeão do grupo.
No 2º turno, termina a 1ª fase na última colocaç˜ao, não se classificando para a 2ª fase do turno.
Infelizmente, entendendo que não teria a estrutura e verba necessária para seguir na disputa, acabou preferindo licenciar-se das competições profissionais.
O terceiro time da cidade foi o Sport Club Campo Limpo Paulista, fundado em 13 de Abril de 2000. O escudo veio do site do Gino!
No mesmo ano de sua fundação ingressou no Campeonato Paulista da Série B2 (o 5º nível do futebol paulista daquele ano), terminando na 8ª colocação do seu grupo.
Uma briga política fez o time mudar de cidade para a vizinha, Caieiras e seu nome para Sport Club Paulista, jogando a série B3 de 2001, chegando até à semifinal, onde perdeu para o Corinthians B. O time sobe para a Série B2 de 2002, e faz má campanha. Em 2003, retorna a Campo Limpo Paulista mas faz novamente uma má campanha. Licenciou-se em 2004 e 2005, retornando em 2006 no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (atual Série B) onde terminou a 1ª fase na 5ª colocação.
Em 2007, mais um problema de gestão levou o clube a mandar seus jogos em Salto. Em 2008, se transferiu para Espírito Santo do Pinhal, mudando novamente o nome para Sport Club Paulista. Licenciou-se novamente em 2009. Depois de muitas trocas de sedes, em 2010 mudou-se para cidade de Cotia, mudando de nome, em 2011, para Cotia Futebol Clube, e disputando a Segunda Divisão (Série B) até 2013, jogando a A3 de 2014 e 2015.
O terceiro time da cidade é o Metropolitano Futebol Clube, fundado em Jundiaí, em 10 de janeiro de 2018.
O Metropolitano nasceu em Jundiaí para revelar novos jogadores sendo desde o princípio um clube-empresa. Em 2021, se muda para Campo Limpo Paulista, e em 2022, passa a disputar as categorias de base do futebol paulista, destaque negativo para o sub 20 de 2024 terminando na lanterna do grupo 9.
Apresentados os times, hora de falar do Estádio Municipal de Campo Limpo Paulista.
O Estádio Municipal leva o nome de Aldévio Barbosa de Lemos um dos envolvidos na emancipação da cidade e faz parte do equipamento esportivo da cidade.
Tem até estacionamento!
E fomos conhecer e registrar a casa do futebol de Campo Limpo Paulista, começando pela sua bilheteria!
Venha conosco conhecer mais um estádio do futebol paulista!
As bandeiras tão admiradas pelo amigo Sérgio Gisoldi!
Foram 3 anos de construção: de 1973 a 1976 e o resultado está aí, veja que linda arquibancada coberta:
As entradas para as arquibancadas estavam fechadas, então não deu pra fazer uma foto lá em cima…
O Estádio pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para 5.400 torcedores.
Olhando do lado de frente da arquibancada, este é o meio campo:
O gol da direita:
O gol da esquerda:
Dei uma volta na pista de atletismo para ter uma ideia do estádio como um todo.
Banheiros em dia!
Mais uma experiência bem sucedida com o futebol que deveria representar uma importante parte da cultura de um povo que vive ali t˜ão perto da capital e que muitas vezes não consegue gerar símbolos de identificação capazes de torná-los únicos em relação a outras cidades.
Até um recado de um punk está lá na parede!
Hora de ir embora com o sentimento de missão cumprida!
A 223ª camisa de futebol do nosso site vem do Rio de Janeiro e foi presente de um grande amigo, também torcedor do Ramalhão: Sérgio Luiz Gisoldi, um dos maiores vexilologistas que já conheci.
Como já ficou claro na foto, a camisa pertence à tradicionalíssima equipe do Bangu Atlético Clube!
A história do Bangu Atlético Clube está diretamente ligada à industrialização do Rio de Janeiro já que o time nasceu dentro da Fábrica Bangu, a “Companhia Progresso Industrial do Brasil”, fundada em 6 de fevereiro de 1889.
O bairro de Bangu surgiu por volta de 1673, com a partir de uma fazenda que produzia café, algodão e cana, utilizando mão de obra escravizada para obter lucro. Colecionei algumas matérias de jornais do século XIX que mostra alguns que se rebelaram contra esta injustiça:
Dizem que os escravizados fugiam para o morro entre Bangu e Nova Iguaçu e habitaram a região próxima à nascente do Rio Pecador e como mostra desse processo histórico existe até hoje, no bairro, uma comunidade Quilombola chamada Guandu-Mirim, também conhecida como Quilombola dos Pecadores. Antes da fazenda, possivelmente, a área era ocupada pelo povo tamoio (os “avós”) da grande nação tupinambá os responsáveis pela Confederação dos Tamoios, um movimento de resistência aliados com os franceses contra os colonizadores portugueses, entre 1554 e 1567. Recomendo o livro “Duas viagens ao Brasil” de Hans Staden para conhecer melhor a realidade desses povos.
Voltando à antiga Fábrica Bangu, além de produzir tecidos, os operários também criaram muita cultura e esporte. Em 1904, é fundado o Bangu Athletic Club, do qual falaremos mais hoje, mas ali ainda nasceu, em 1905, o Esperança Football Club, também pelas mãos dos operários do Bairro.
O BanguAC começou jogando em uma área dentro da Fábrica, mas para participar de seu primeiro campeonato carioca, foi necessário construir um novo campo. E olha como ficava próximo da fábrica, a “Cancha encantada da Rua Ferrer“:
Pra quem gosta da ligação da história com o futebol, e nesse caso tem muuuuita coisa a se dizer, recomendo o livro do amigo Gustavo Santos da Silva, hincha do Bangu e historiador:
Em 2005, a fábrica foi vendida e em 2007 inaugurou-se em seu lugar o Bangu Shopping, e no lugar do campo, hoje está o estacionamento…
Alguns itens, além da arquitetura preservada ajudam a manter a memória da fábrica…
O jogo de estreia de seu estádio ocorreu em 13 de maio de 1906, com vitória por 2×0 em amistoso com o Riachuelo. Na semana seguinte, o Bangu estreou no Campeonato Carioca contra o Football and Athletic.
Em 1907, a proibição de “pessoas de cor”(SIC) na Liga Metropolitana de Football, fez o Bangu abandonar o campeonato. Ao retornar, o Bangu sagrou-se Campeão Carioca da Segunda Divisão em 1911, com vários atletas negros e operários da fábrica compondo o elenco.
Em 1914, conquista o segundo título estadual da segunda divisão e em 1933, a LCF (Liga Carioca de Football) organizou seu primeiro campeonato tendo o Bangu como campeão desta competição!
Mas a atual Federação Carioca reconhece o Botafogo como campeão daquele ano já que o time venceu o campeonato da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Vale lembrar que a Viação Excelsior conquistou a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) daquele ano.
Seu primeiro campo foi usado até 1943, sobrevivendo até a um incêndio em suas arquibancadas (em 1936) mas em 1944 o time foi proibido de jogar ali pois a Fábrica iria vender a área. Construiu-se então um novo campo: o Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho, também conhecido como o Estádio de Moça Bonita.
Sua inauguração acabou se atrasando para 1947, o que obrigou o time a disputar todo o campeonato de 1946 como visitante. Veja nas fotos do site Subúrbio, como está atualmente este lindo estádio:
Com o estádio imponente, a paixão dada fábrica acabou se multiplicando pelo bairro nos anos 50.
Um dos craques do time desta época era Zizinho:
Mas outros craques como Ademir da Guia já vestiram a camisa do Bangu.
Em 1959, foi vice-campeão carioca.
A boa fase levou o Bangu a um vôo ainda mais alto: em 1960, venceu a primeira edição da International Soccer League, disputado em Nova York.
Muitos consideram este, um título de campeonato mundial, se liga na campanha: 4/7/1960 – Bangu 4×0 Sampdoria 10/7/1960 – Bangu 3×2 Rapid Wien 16/7/1960 – Bangu 5 x 1 Sporting 20/7/1960 – Bangu 0x0 IFK Norrköping 31/7/1960 – Bangu 2×0 Estrela Vermelha de Belgrado
Em jogo único, em 6 de agosto de 1960, o Bangu venceu por 2×0 os escoceses do Kilmarnock na final do torneio.
Em 1966, vêm um segundo título, esse reconhecido pela atual Federação carioca.
O Bangu fez 3×0 (gols de Ocimar, Aladim e Paulo Borges) quando Almir Pernambuquinho perdeu a linha e transformou um bate boca em briga.
O presidente do Bangu entre 1963 e 1969 foi Eusébio de Andrade. Sua saída calhou com uma década marcada por campanhas fracas e como resposta a esta má fase, abrem-se as portas para seu filho, ninguém menos que Castor Gonçalves de Andrade e Silva, ou apenas, Castor de Andrade que se torna presidente (e financiador) do time.
O polêmico Castor de Andrade (ligado ao jogo do bicho, tráfico de armas e drogas) trouxe resultados rápidos para o Bangu e em 1985, o Brasil parou para assistir a final do Brasileiro, a Taça de Ouro, contra o Coritiba. Se você era muito novo na época ou simplesmente não se lembra, veja como foi:
Saudades de ver o Maracanã antigo e entupindo de torcedores, né? Com o vice campeonato o Bangu conquistou o direito de disputar a Libertadores da América de 1986, mas fez uma campanha muito fraca…
Em 1987, mais um ano de conquistas: primeiro, o título da Taça Rio daquele ano, com Mauro Galvão, Paulinho Criciúma, Marinho e companhia.
Na sequência, a competi瘘ão nacional dividida em dois módulos, onde os finalistas decidiam o título. A “Copa União” teve o Bangu como 3º colocado do módulo amarelo onde o Sport foi o campeão. Como o Flamengo não quis disputar a final contra o time pernambucano, o Sport sagrou-se campeão brasileiro daquele ano.
A partir daí, o Bangu entrou em uma fase de certo ostracismo nas décadas de 90 e 2000, caindo para a segunda divisão estadual em 2004, justo no seu centenário… Para comemorar, só o título da segunda divisão carioca de 2008.
Em 2010, vem o vice campeonato da Copa Rio. Em 2019, termina no 3º lugar do Campeonato Carioca. Pra terminar, vale acompanhar a incrível matéria do Canto das Torcidas:
Sábado, 9 de novembro de 2024. Quem diria que após algumas horas de estrada, finalmente acompanharíamos um jogo do Grêmio Novorizontino ao lado de sua torcida.
Pra mim, estar ao lado da torcida do Grêmio Novorizontino era um sonho há décadas, desde o time anterior, o Grêmio Esportivo Novorizontino que tanto chamou a atenção naquela final caipira do paulistão de 1990…
Como a distância é grande para um bate e volta no fim de semana, preferimos dormir em Bauru para ganhar tempo no retorno. E já que estávamos por lá, antes da partida fomos ver como está o campo do Estádio Alfredo de Castilho, a casa do Noroeste na série A1 de 2025.
Também deu tempo pra um alô no pessoal da Sangue Rubro, torcida do Noroeste que tem sua sede em frente ao portão principal do Estádio! Abraços ao Pavanello e demais amigos que nos receberam muito bem, como sempre!
Também fomos visitar o local onde ficava o Estádio Lusitana que hoje é um supermercado. Estes são os dois painéis que ainda estão no mercado:
O fim de semana já tinha começado em alto estilo com um encontro com o ex-jogador Gamarra, eterno rei da zaga paraguaia!
Mas, nosso objetivo do fim de semana era acompanhar a torcida do Novorizontino no Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi, o tradicional “Jorjão”!
Mais que um jogo, trata-se de uma verdadeira decisão com o Operário Ferroviário (time de Ponta Grossa-PR) pelo acesso à série A do Campeonato Brasileiro, por isso é dia de casa cheia no Estádio Dr. Jorge Ismael Di Biasi!
Este poderia ser o último jogo do Novorizontino como participante da série B, e por isso, os torcedores da cidade e da região compareceram!
Até as cadeiras cobertas lotadas!!
Dr. Jorge ficaria orgulhoso deste momento…
Visitantes presentes! O pessoal de Ponta Grossa, a torcida Trem Fantasma, compareceu mostrando que acredita no Operário Ferroviário Esporte Clube nesta reta final pelo acesso para a série A do Brasileirão!
Estivemos na companhia do Rico, que também apresenta o podcast Papo de Andreense e representa a nova geração de apaixonados pelo futebol raiz do Brasil.
Olha como estava bonito o Estádio…
Empolgado com a torcida, o Grêmio pensava em vencer de qualquer forma para garantir ainda nesta rodada seu acesso!
Até o mascote do Novorizontino estava rosnando dentro da jaula do Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi !!
Cada um mostra seu amor e apoio pelo time como deseja. Esse pessoal estava usando a dança para animar a torcida. No intervalo eles foram pra dentro de campo fazer a festa!
Pra quem saiu do ABC embaixo de chuva, o dia bastante ensolarado em Novo Horizonte nos surpreendeu…
E será que o sol atrapalhava a visão?
Estratégias para se proteger do sol não faltaram. Dos tradicionais chapéus…
Até um tecido TNT (tipo um feltro fininho) amarelo que além de colorir o estádio, ainda foi usado por baixo do boné (no canto inferior direito da foto) para uma proteção ainda mais eficaz!
Posso dizer que meu boné salvou…
O calor estava tão grande que até um sheik apareceu para apoiar o Grêmio Novorizontino!
E teve até quem aproveitou a desculpa de se proteger do sol pra dar celebrar o amor…
Em campo, o Grêmio tomava as iniciativas mas as chances criadas acabavam desperdiçadas, e o Operário ainda levava perigo não só nos contra-ataques como também criando oportunidades reais.
Mas o Grêmio apertava! Parecia que o gol era questão de tempo!
A torcida fez uma festa a parte! Você que está lendo precisa lembrar que Novo Horizonte possui uma população de pouco mais de 40 mil pessoas… Tem ideia do que significa pra essas pessoas o time chegar à série A do Brasileiro?
Não tem anda mais legal que ver o envolvimento das pessoas com, talvez o mais precioso bem cultural da cidade: o seu time de futebol!
O lado das cadeiras cobertas tradicionalmente não canta muito, mas pelo menos apresentou uma padronização bem interessante quanto ao uso de camisas e bandeiras!
E hoje poder ver ao vivo a torcida pintando o Estádio Jorjão de amarelo e preto foi inesquecível!
O grande problema é que por mais que se esforçasse, o time não estava empolgando em campo e acabou criando-se uma certa tensão ao ver o primeiro tempo terminar empatado em 0x0.
Pra quem não vive a realidade do futebol, são apenas imagens, pra gente que respira esse dia-a-dia ver um estádio como este dessa maneira é uma verdadeira vitória, independente do placar!
Fomos dar um rolê pelo estádio no intervalo e se em campo o time não resolveu as coisas, no bar o faturamento foi certo!!
Foi bacana ver a diversidade de público no estádio, de crianças ao pessoal mais velho, todo mundo curtindo o momento único da cidade!
Espero que daqui alguns anos essa torcedora possa lembrar de quando ainda usava mamadeira no estádio.
O segundo tempo começou e o Operário manteve o controle do jogo, ainda levando perigo em algumas cobranças de falta e bolas paradas.
Alguns reclamavam que o técnico Eduardo Batista demorava pra mexer no time. Mas eu considero que ele tem muita moral pela fase atual do Novorizontino.
Formou-se um círculo vicioso: o gol não saia, com isso o nervosismo ia aumentando, fazendo aumentarem os erros…
Nessas horas, os deuses do futebol não tem piedade… E mesmo em frente essa multidão de torcedores, colorindo de amarelo as bancadas do Jorjão, o gol não saiu…
O placar insistia no 0x0…
A Garra do Tigre (principal organizada do Novorizontino) estava gigante!
E mesmo transformando a bancada em um verdadeiro show dos Ramons, o gol não saiu…
E quando parecia que não tinha como piorar para a torcida local, vem a bomba… Conforme disse um torcedor do nosso lado: “O futebol pune!” Veja no canal do GE o gol do time visitante:
Foi uma decepção para todos…
Confesso que achei um pouco exagerada a reclamação da torcida por um time que está bem próximo da série A…
Refletores acesos como um sinal amarelo… Será que o tão sonhado acesso só virá no próximo jogo, também em casa, contra o Payssandu?
O fim do jogo foi chegando, a pressão do Novorizontino aumentando, mas sabe aqueles dias em que nada dá nada certo?
Os raios de sol começavam a baixar, mostrando que a tarde caia e que o jogo chegava ao fim…
E sem sentimento algum, o árbitro trilou seu apito e encerrou o jogo deixando parte da torcida em silêncio como que não acreditando que a festa programada para o jogo não fosse ser realizada…
Novamente, agradeço a oportunidade de participar desse momento histórico ainda que sentindo um pouco do amargo da derrota do dia… Mas, confesso estar na torcida pelo acesso do Tigre do Vale em homenagem a essa pequena cidade que desafia os gigantes do futebol!
Abraços ao Rico, que nos acompanhou pela primeira vez em um rolê como este.
A hora de ir embora misturou emoções… Por um lado, felicidade em ter vivenciado momentos tão incríveis ao lado da torcida do Novorizontino, por outro, triste pelo resultado que no mínimo adia o sonho do acesso.
6ª feira, 1º de novembro de 2024. Quartas de final da Liga Nacional de Futsal(LNF)!
Em partida eletrizante, o Santo André FC foi derrotado em casa por 3×1, pelo Praia Clube, no Ginásio Noêmia Assunção.
Parece que a cidade de Santo André começa a se apaixonar pelo futsal!
Agora, a decisão pela vaga na semifinal será na próxima sexta-feira, no G3, em Uberlândia.
O Praia Clube tem a vantagem do empate, enquanto o Santo André precisa vencer no tempo normal e na prorrogação para garantir a classificação.
Todo o respeito ao pessoal que veio lá de Orlândia pra acompanhar e apoiar o Santo André!
Apesar da pressão do Santo André nos primeiros minutos e das defesas do goleiro Caio, o time mineiro conseguiu abrir o placar.
Vale destacar que mais uma vez, a apaixonada torcida do Santo André lotou o Ginásio Noêmia Assunção e fez sua parte para empurrar o time.
Com cantos e apoio constantes, os torcedores foram fundamentais para o clima de pressão, mantendo o espírito do jogo vivo até o apito final. Abraços aos amigos que celebraram em quadra meu aniversário!
Hoje, registramos o rolê feito para uma cidade próxima de Santo André, que quase sempre é apenas passagem para quem está indo para o litoral: Cubatão!
A região da atual Cubatão foi ocupada há pelo menos 7.000 anos, pelo chamado Homem do Sambaqui, seminômades, que tinham sua vida cotidiana ligada ao mangue, tendo sua subsistência nos siris, conchas, crustáceos e peixes. Atualmente pode-se encontrar um sambaqui – aqueles grandes montes de conchas que seriam o que sobrou da alimentação destes homens- na ilha do casqueirinho).
Os melhores caminhos para vencer a serra do mar passam por Cubatão, seja na caminhada como faziam os tupiniquins e demais povos indígenas, seja usando a Anchieta pra curtir a praia nos dias atuais. Lá pelos século XV e XVI, o mais conhecido desses caminhos subia a serra pela Trilha dos Goianases, no Vale do Ururaí, atual Mogi das Cruzes.
Segundo o artista Benedito Calixto, os indígenas desciam a serra para fugir dos meses frios do inverno e aproveitavam para pescar já que essa é a época da tainha. Você conhece o trabalho de pesquisa e artístico do itanhaense Benedito Calixto?
Este é seu famoso quadro Cubatão em 1826 que retrata o cenário da época:
A atual cidade é fruto desses caminhos indígenas, que acabaram adotados por João Ramalho (retratado no quadro abaixo por Benedito Calixto) e que se tornou comum aos portugueses que chegaram ao Brasil e que se dirigiam a São Paulo. Mas naquela época não foi encontrado nenhum povo instalado na região.
Segundo o site Peabiru Calunga, a sequência da história se dá com a concessão de terras da região por Martim Afonso. Uma das sesmarias acabou adquirida, em 1643, pela Companhia de Jesus. Em 1803, a Fazenda dos Jesuítas acaba extinta e surge um povoado no local, que sobrevivia da agricultura, principalmente as plantações de banana. Em 1841, o povoado acaba incorporado à cidade de Santos e somente em 1949 se emancipou, graças ao desenvolvimento da região, impulsionado pela construção da Via Anchieta e pelo crescimento das indústrias na cidade.
A industrialização trouxe 2 graves problemas: o primeiro, em 1965, quando o Regime Militar tornou Cubatão Área de Segurança Nacional por seu interesse estratégico e o segundo, o alto preço ambiental, que gerou uma série de problemas ligados à poluição e à ocupação irregular do espaço. Em 1984, um incêndio na Vila Socó ganhou enorme repercussão com a explosão dos dutos da Petrobrás onde havia uma favela que acabou pulverizada. Até hoje não se sabe o número de mortos.
Na sequência, o desastre da Vila Parisi: as indústrias geraram tamanho nível de resíduo que começaram a ocorrer mortes em neonatais por anencefalia. Por conta disso, desde 1985, a Prefeitura e o Governo do Estado trabalham em torno da preservação ambiental, com o apoio da ONU, tornando Cubatão um exemplo mundial de recuperação ambiental, com a volta de um símbolo de sua fauna, o guará-vermelho, que recebe quem chega à cidade.
Uma curiosidade importante: Cubatão é cortada logo em sua entrada pela linha férrea, por onde enormes filas de vagões passam conectando o agronegócio do interior brasileiro ao porto de Santos. E a estação de Cubatão é uma das mais antigas do Estado, inaugurada em 1867.
Sendo uma cidade com tantos problemas sociais, ambientais e até mesmo políticos, Cubatão encontrou no futebol um dos territórios para se desenvolver culturalmente e teve 3 times que fazem parte da sua história nas competições profissionais:
A Associação Atlética Guimarães é a equipe mais antiga que levou a cidade ao futebol profissional, sendo fundada em 9 de Novembro de 1964 junto à comunidade portuguesa de Cubatão.
Aqui, matéria do jornal “A Tribuna” ressaltando o time, um ano depois de sua fundação:
A sua sede social fica na Rua Santos, 176, no Bairro Jardim Francisco, em Cubatão, e aqui a vista na rua lateral (Av. Joaquim Miguel Couto, 200):
Além de disputar campeonatos regionais e partidas amistosas, a A.A. Guimarães entrou para a história do futebol ao disputar a edição de 1966 do Campeonato Paulista da Quarta Divisão (que se chamava “Terceira Divisão, já que a primeira era chamada de “Divisão especial”).
Neste ano, a Federação Paulista de Futebol resolveu incentivar a profissionalização dos clubes, principalmente em cidades que não tinham equipes disputando o campeonato. Por isso, a Terceira Divisão daquele ano teve 78 times tendo como campeão, o CA Ferroviário, de Araçatuba.
A Associação Atlética dos Guimarães fundada apenas dois anos antes, não era sequer o maior time da cidade, já que o Comercial Santista FC , fundado em 23 de abril de 1932, era mais qualificado nas competições amadoras.
O Comercial Santista FC foi vice-campeão amador do Interior Paulista e campeão da Liga de Futebol Amador do Litoral em 1965.
Outro time amador da cidade que merecia destaque naquele ano era o alviverde EC Cubatão, fundado em 1930.
Desafiando as estatísticas, o EC Cubatão segue na luta, com sede na rua Belarminio do Amaral, 812, no Jardim Sao Francisco, em Cubatão.
Porém, como o futebol não tem tanta lógica, a AA Guimarães não apenas disputou o campeonato como em um grupo formado por times do ABC e do litoral, conseguiu classificar-se para a segunda fase, na 3ª colocação do grupo.
A AA Guimarães (alguns chamam de “o” Guimarães) acabou desclassificada na fase seguinte, mas ainda assim, entrando pra história!
Esse foi o time que disputou aquele campeonato (foto do site O Curioso do futebol):
Após o Campeonato Paulista, o time tentou manter-se em disputas, com campeonatos locais e até promovendo uma peneira para disputar os anos seguintes, mas acabou se licenciando e nunca mais voltou…
Em 1968, a AA Guimarães foi declarada de utilidade público pela Prefeitura, mas nem isso ajudou o time a se manter nas disputas oficiais.
Atualmente a AA Guimarães encontra-se extinta… Então falemos do segundo time a disputar o futebol profissional defendendo a cidade: a AA Cubatense, fundada em 9 de abril de 2004.
Após eleições de 2004, a nova gestão eleita decidiu criar um novo time para a cidade, fundando a Associação Atlética Cubatense, e filiando-se à Federação Paulista de Futebol, para a disputa da edição de 2005 da Segunda Divisão Estadual (4º nível do futebol do estado), como noticia o jornal Tribuna de 2005:
A Cubatense teve uma primeira fase até que interessante ganhando 3 das quatro partidas que jogou como mandante, já na segunda fase, perdeu todas em casa. Destaque para as duas vitórias contra o líder do grupo, o São Bernardo FC.
Dessa forma, o time terminou na 7ª e penúltima colocação. Tivesse ganho os 3 jogos em casa da segunda fase, teria se classificado.
Vi que o amigo Frederico Carvalho Capacitortem uma camisa do time em sua página do facebook, então pra quem tem dúvida de como era o uniforme, aí está!
A AA Cubatense se licenciou já em 2006, mas depois de alguns anos, mudou de nome para Associação Atlética Montana Itapevi e passou a jogar competições das categorias de base em Itapevi. Em 2012, passa a se denominar Itapevi FC, e disputa a Série B do Campeonato Paulista.
Mais uma parada e nova mudança: em 2022, passa a jogar em Alumínio e adota o nome de Sharjah FC, tradicional clube dos Emirados Árabes com quem tem parceria.
O Sharjah disputa os campeonatos da base e ainda faz de Alumínio sede da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2023 e 24 (imagina se fosse em Cubatão…).
Por fim, Cubatão teve um terceiro (e até 2024, o último) time na cidade, o Clube Atlético Real Cubatense, fundado em 10 de julho de 2016. O clube buscou construir uma nova cara para o futebol cubatense e trouxe em seu escudo o Guará Vermelho, que materializou a recuperação ambiental de Cubatão.
O time fez sua estreia no profissionalismo no Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2017, terminando a primeira fase em 5º luar, ficando fora da sequência da competição.
Aqui o time daquele ano:
Embora o Atlético Real Cubatense tenha mandado seus jogo no Estádio Espanha, campo do Jabaquara, em Santos, a casa do futebol em Cubatão era (e deveria voltar a ser) o Estádio Poliesportivo Roberto Dick!
Por isso, fomos até Cubatão para registrar o Estádio Poliesportivo Roberto Dick!
Mais uma bilheteria para a nossa conta!
Atualmente o Estádio anda meio caidão para a prática do futebol, mas parece estar vivo e em movimento para o atletismo.
Lá ao fundo a famosa muralha da serra do mar faz a imagem de fundo do campo!
Se em campo não temos jogo, temos o Tapicuru, uma espécie que tem se espalhado pelo litoral paulista.
Aqui, o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
A estrutura da iluminação ainda esta presente:
Existe uma antiga estrutura lá ao fundo, parece uma fábrica, mas que é o Posto de atendimento ao trabalhador e a Junta do Serviço Militar de Cubatão.
Uma pena o dia estar encoberto e não conseguirmos ver a serra do mar como ela merece…
De qualquer modo, ficamos muito contentes em registrar mais um estádio que faz parte da história do futebol paulista.
24 de outubro de 2024. Dia de decisão na Neo Química Arena, jogo de ida da semifinal da Copa Sulamericana, com brasileiros e argentinos se enfrentando em campo e nas arquibancadas. Uma noite de linda festa das duas torcidas.
Graças ao amigo Adrian (Fulbito Records e Unión y Difusión Distro), tivemos acesso a alguns momentos dessa linda festa do ponto de vista menos mostrado pela mídia: a torcida visitante!
Em meio a uma intensa chuva, os torcedores do Racing levaram para o estádio a atmosfera que já havíamos acompanhado momentos antes no Banderazo realizado na Praça Charles Miller, no Pacaembu. (veja aqui como foi)
É difícil explicar pros hermanos como não podemos ter bandeiras de mastro nos estádios paulistas, mas eles deram um jeito de pintar de azul e branco seu espaço na arquibancada, que esteve com capacidade total dos ingressos vendida.
Também pode se ver (e ouvir) que a torcida do Corinthians também fez uma festa incrível!
Cada grito e canção transformou o espaço dos visitantes em energia contagiante, apoiando o time em um resultado que pode ser considerado positivo: 2×2.
A torcida do Racing demonstrou mais uma vez seu amor incondicional, como uma avalanche azul e branca inundando o estádio.
O Corinthians lutou para fazer a vantagem em casa, mas o Racing não se intimidou e buscou o empate com 2 golaços. Ou seja, a decisão está aberta em Avellaneda, mas a equipe argentina efz questão de agradecer sua torcida!
Em uma semana tão marcada pela violência entre torcidas, vale ressaltar que com exceção de alguns atos da polícia militar, os torcedores do Racing não tiveram nenhum tipo de problema com a torcida corinthiana, o que provavelmente trará uma recepção também amistosa no jogo de volta. Como o futebol sempre deve ser!