A 219ª camisa de futebol do site vem de Goiás, e pertence ao primeiro clube de futebol de Goiânia… Falamos do Atlético Clube Goianiense!
O Atlético Goianiense foi fundado em 2 de abril de 1937 por uma iniciativa de moradores e comerciantes da Vila Operária e, principalmente, do bairro Campinas, que era uma cidade antes do nascimento da capital Goiânia. O time nasce sob forte influência de dois times: o Flamengo, daí o rubro negro, e o São Paulo, que originou um dos antigos escudos do time:
Digo um dos escudos, porque segundo o site Redecol, houve a seguinte linha evolutiva (o atual brasão é de 2020) :
Antônio Accioly foi o primeiro presidente do clube que conseguiu o terreno para o Estádio e por isso, leva o seu nome além de ser chamado de “Estádiodo Dragão“. O Estádio foi inaugurado oficialmente em 14 de setembro de 1947, num 5×0 contra o Buriti Esporte Clube. Nos anos 50, foram construídas as primeiras arquibancadas de cimento e em 1961, mais um lance de arquibancada, além do alambrado em torno do campo. Mas no início do século XXI, o estádio foi abandonado e, em 2001, chegou a ser parcialmente demolido para a construção de um shopping no local. Em 2005, o Atlético retoma o Estádio, mas em 2010, uma das arquibancadas foi interditada por questões de segurança, fechando o estádio por oito anos. A reinauguração aconteceu em 2018, com capacidade ampliada para 12 mil pessoas. Veja algumas imagens, também do site Redecol:
Oficialmente, o Campeonato Goiano começa em 1944, embora alguns historiadores considerem que em 1940 já existiam disputas que poderiam ser consideradas estaduais. E é em 1944, que o Atlético conquista seu primeiro título estadual.
Nos anos 40, o Atlético Goianiense voltaria a ser campeão estadual em 1947, com o elenco da foto abaixo e em 1949.
Nos anos 50, foram mais dois títulos: o de 1955 e 1957, este de forma invicta, com o time abaixo (foto do site Anotando Futbol):
Nas décadas seguintes, mais 4 títulos: 1964, 1970, 1985 (com o time abaixo, foto do site Zé Duarte Futebol Antigo) e 1988.
O Atlético Goianiense ficou 19 anos sem ganhar o estadual devido a uma série de crises que envolveram até o risco de perder seu estádio, chegando a ser rebaixado em 2003 para a segunda divisão do estadual, sendo campe˜ão e conquistando o acesso em 2005.
Mas o primeiro título da primeira divisão estadual do século XXI viria em 2007, com o time abaixo (foto do site Futebol de Goyaz):
Na sequência, são 4 títulos na década seguinte: 2010, 2011, 2014 e 2019 (do time abaixo, do site Edição dos Campeões).
Na atual década, o Atlético se transforma em um verdadeira potência estadual sendo campeão goiano em 2020, 2022, 2023 e em 2024, ano em que escrevo este post. Este é o time de 2024:
Além dos estaduais, o Atlético tem dois títulos da Copa de Goiás, uma em 1968 (da foto abaixo) e outra em 1998.
Em 1971, tornou-se o primeiro time goiano a ser campeão nacional, ao vencer o Torneio da Integração Nacional, equivalente à série B do Campeonato Brasileiro, contando na época com 16 times de 10 estados diferentes.
Falando das conquistas nacionais, em 1990, o Dragão conquistou o Campeonato Brasileiros da Série C, tendo em seu ataque Gilson Batata (o primeiro agachado da esquerda para a direita), jogador que se retornou ídolo aqui no Santo André também!
Em 2008, conquista o bicampeonato da Série C e desta vez eu destaco o baixinho Anaílson que também jogou aqui pelo ABC, tanto pelo Ramalhão quanto pelo São Caetano.
Em 2009, a 4ª colocação na série B garante a presença do time na série A, com o time retratado abaixo (foto do site: Zé Duarte Futebol Antigo):
Mas em 2012 acabou rebaixado e somente em 2016, dessa vez com o título da Série B do Brasileiro, e a quinta melhor campanha da história da competição, voltou à série A do Campeonato Brasileiro.
A partir daí, o time passa a um novo nível jogando série A e B. Em 2017, novo rebaixamento para a série B. A volta se daria em 2019, com a 4ª colocação. Novo rebaixamento em 2022 e novo acesso em 2023, mais uma vez com um 4º lugar na série B. Enquanto escrevo este texto, em 2024, o time corre sérios riscos de cair novamente para a série B…
Por fim, o maior patrimônio do clube: sua torcida:
31 de agosto de 2024. Último dia do mês e última chance para um dos dois semifinalistas abaixo chegarem à série A4 de 2025…
Seja bem vindo à Araçatuba, cidade onde vivem mais de 200 mil pessoas.
Foram 576 km de Santo André até chegar aqui para acompanhar a semifinal da série B. E mesmo já tendo visitado a cidade duas vezes (veja aqui como foi a primeira visita e aqui, como foi a segunda), aproveitamos para dar mais um rolê pela cidade, principalmente o centrão! Pra isso, saímos de casa às 4h30 da manhã!
O céu azul prometia uma temperatura alta naquele dia.
Quem acompanha o site, sabe que, por ser neto, sobrinho e primo de ferroviários, tenho uma grande paixão pelas linhas férreas e por isso fiz questão de visitar a antiga plataforma da estação de Araçatuba, em tentativa de tombamento como patrimônio histórico.
Outro ponto de grande interesse pra nós é a história pré europeia dos lugares onde visitamos, por isso, foi com grande alegria que registramos esse pequeno monumento ao povo kaingang!
Por fim, um abraço ao Ronaldo, que já jogou pelo AEA e atualmente cuida da Replay, uma banca com vinil, dvds, livros, quadrinhos… Fica ali na Rua Tiradentes, 169, bem no centro da cidade.
Mas, a manhã passou rápida e logo, estávamos mais uma vez, em frente ao Estádio Municipal Adhemar de Barros, e se liga como estava o clima:
E olha aí a identificação da reinauguração do Estádio:
Ingresso em mãos, é hora de, finalmente, conhecer esse fenômeno do futebol do interior paulista que é a torcida da Associação Esportiva Araçatuba, ou “AEA” como é cantada nas bancadas!
A torcida se fez presente nos arredores do Estádio “Ademarzão” desde a manhã, assim, mesmo antes da bola rolar as arquibancadas já estavam cheias!!!
Com o sol forte já previsto, as cadeiras cobertas foram bastante disputadas…
Mas a festa estava mesmo na arquibancada descoberta…
As muitas crianças presentes e torcendo pra valer pelo AEA deixaram o clima bem legal nas bancadas!
Destaque para este pequeno torcedor que trouxe para a bancada canarinha uma pitada argentina, misturando o azul e amarelo da camisa do Boca às cores locais!
E se tem crianças na arquibancada, olha quantas entraram com o time em campo:
Outro que se fez presente em campo e ajudou a animar ainda mais o ambiente é o mascote “Canarinho” da AE Araçatuba!
Veja aí como foi o momento do time saudar a torcida:
Hora da foto. Será a foto do acesso? Infelizmente, para a torcida local, escrevo esse post já sabendo que não…
Aliás, o jogo começou diferente do que eu esperava… Pensei que o time do Araçatuba ia começar com tudo, fazendo aquela pressão inicial buscando abrir o placar logo de cara. Mas logo percebi que não seria assim… O time de Araçatuba está nervoso…
Jogo pegado, sem grandes chances para o time local, mas ao menos a torcida da casa também não se sentia ameaçada pelo ataque rival.
Se em campo as coisas não iam bem, sente o clima na arquibancada:
Os principais responsáveis pela festa são esses aí…
Aliás, muito obrigado ao pessoal da torcida que trocou ideia durante e pós o jogo!
Os Piratas Canarinhos tem levado o nome do time muito além dos gramados, e fizeram-se presentes como visitantes até em jogos distantes como foi lá em Caieiras no jogo de ida, por isso, todo respeito aos caras e as minas da torcida!
E olha que legal as faixas que estão nas bancadas relembrando heróis do passado:
Mas toda essa festa se transformou em pesadelo para a torcida local aos 22 minutos do primeiro tempo, quando Neto, último homem da zaga, foi tentar sair jogando mas perdeu a bola e viu Victor Soares fazer 1×0 para o Colorado Caieiras.
Pra piorar, na comemoração, um dos atletas do time de Caieiras se postou em frente à torcida local e o gandula não achou aquilo legal saindo na mão com este atleta e logo com boa parte do time visitante. Para não brigar sozinho, logo um fotógrafo entrou pra ajudar o gandula…
A polícia teve que aparecer pra tentar resolver…
Foi um banho de água morna em quem já estava com a cabeça bem quente do sol e esperando que o time local tomasse as iniciativas…
O time de Araçatuba precisava se acalmar e voltar a jogar, mas além do gol contrário, o juiz também atrapalhou bastante parando o jogo a todo momento e deixando a torcida também bastante irritada…
Surpreendeu o número de camisetas e bandeiras. Nem sempre vemos uma torcida assim tão paramentada, principalmente na 5ª divisão do futebol paulista…
E em campo, o time bem que tentava, mas realmente não parecia que era o dia da Associação Esportiva Araçatuba…
Jogo tenso e os lances que poderiam trazer o gol da AEA não acabavam bem…
Nem o gelinho gourmet ajudava a diminuir a tensão…
Os rostos começavam a refletir a preocupaç˜ão… Será que o tão seperado acesso não virá?
E assim, o primeiro tempo foi chegando ao fim… A espectativa é de que o time acorde no segundo tempo e faça o que todos esperam: virem o jogo!
Difícil explicar como, no coração do povo de Araçatuba, o futebol pulsa como uma extensão da vida cotidiana.
Estar ali e assistir uma partida da Associação Esportiva Araçatuba é se conectar com algo maior do que o simples ato de torcer; é viver a essência de um amor incondicional.
Aproveitei o intervalo pra dar um rolê pelo estádio e registrar imagens desse amor ao time da cidade, a começar pelas bandeiras que se fizeram presente ajudando a colorir ainda mais o estádio!
Os bares estavam a toda! Também, o calor era de 34º, tudo o que a dona do bar queria para ajudar a vender as bebidas.
Pipoca e batatas fritas foram as opções gastronômicas para esta tarde de sábado.
Durante o rolê pela cidade, em cada esquina, em cada conversa de bar, o sonho do acesso da Associação Esportiva Araçatuba era mais do que um desejo; era um compromisso assumido por uma comunidade inteira.
E foi lindo ver ali no estádio todos aqueles que acreditaram e compraram essa ideia com o coração, fazendo do acesso um sonho coletivo.
E essa impressionante coleção de faixas transformou o Ademarzão em um espetáculo visual inesquecível!
Vamos dar uma volta e conhecer o estádio no intervalo do jogo:
Pô, e rolou um probleminha com uma turma que saiu e tentou voltar pro jogo durante o intervalo…
Encontrei um torcedor levou ainda mais a sério a ideia dos piratas…
E esses tirantes? Lindo visual não? Me senti em Buenos Aires!
Volta o segundo tempo e agora é tudo ou nada! A AEA tem que ir pra cima e sabe que pode contar com seu torcedor!
Mas, o ânimo da torcida não conseguiu empolgar o time, e o que era preocupação se transformou em uma tristeza profunda…
Logo aos 7 do segundo tempo, o Colorado Caieiras ampliou sua vantagem:
O placar de 2×0 tirou um pouco da graça do jogo, até porque o time do Colorado Caieiras travou a equipe local, diminuindo as chances de uma reação.
Confesso que foi difícil passar por esses 45 minutos finais… Em campo, o time simplesmente não rendeu.
Ao menos, a torcida se manteve presente, e soube sofrer junto, sem entrar em desespero ou desconstruir essa relação tão bacana que foi feita durante todo o campeonato.
Olha que bacana a visão da torcida lá do alto:
Cada um lidou com a dor como pode…
E é importante lembrar que uma história bacana como a do retorno da AEA se faz assim mesmo…. Vitórias e derrotas…
Aos 38 do segundo tempo, o Colorado Caieiras deixou claro que a vaga na A4 era deles. 3×0 para os visitantes.
Mas, a partir daí, como já não havia chances de classificação, a festa explodiu mais uma vez, em nome apenas do amor e da camiseta…
Pelo menos a torcida deixou claro que o apoio era mesmo incondicional, independente do resultado!
O jogo foi chegando ao fim, mas para quem estava ali, era essencial viver aquele momento. É assim que se moldam os heróis do amanhã!
Um mixto de emoções envolvia todos que ali estavam…
Enfim, o jogo chegou ao fim…
Se por um lado saí do estádio triste por estar ao lado dos torcedores derrotados, por outro fiquei esperançoso de que o projeto não irá acabar aqui.
Muito legal a atitude dos jogadores de agaradecerem a torcida…
Em nome desse amor, a torcida não parava…
Parabéns ao Colorado Caieiras pela campanha e pelo acesso, e agora vem o Paulista de Jundiaí para a decisão do título (fotos do Insta do Colorado).
Chegou a noite e quem disse que o pessoal desanimou?
Jogadores, torcedores, diretores, patrocinadores…. Todos juntos comemorando o primeiro passo de uma nova história que sem dúvida está sendo escrita!
O futebol do ABC tem muita história e diversos times, mas hoje vamos falar de um dos poucos times da nossa região que podem se apresentar como Campeão Paulista. Falamos da Sociedade Esportiva Irmãos Romano e seu mascote esquisito…
A SE Irmãos Romano foi fundada em primeiro de fevereiro de 1958 e materializou no futebol a força de uma família bastante ligada ao transporte coletivo do ABC. Eles possuíam transportadora, encarroçadora (a Carrocerias Irmãos Romano) e participaram de diversas empresas de transporte, como a EAV São Bernardo Ltda.
Até hoje não encontrei informações oficiais que esclareça um pouco mais sobre a motivação da sua origem, se foi iniciativa dos trabalhadores ou dos próprios diretores, já que a família Romano gostava de participar de diferentes atividades. Mas vale lembrar que entre os anos 50 e 80 era comum as empresas profissionalizarem suas equipes internas como fizeram a Pirelli, Mercedez e a Volkswagen, entre tantas outras. O time mandava seus jogos no campo da Vila do Tanque:
O campo seria vendido anos depois à Volkswagen para construção de seu clube. Aqui, o estádio já em 1967 sob cuidados da Volkswagen:
O Estádio segue vivo, e em 1982, a Portuguesa Santista foi enfrentar o Aliança de São Bernardo, no Campo da Vila Tanque.
Encontrei uma matéria na Gazeta Esportiva de 1958 que cita um time comandado pela família sob o nome “Sociedade Esportiva EAVSBL” (Empresa Auto Viação São Bernardo Ltda). Será que este seria o embrião da SE Irmãos Romano??
A primeira citaç`ão com a denominação SE Irmão Romano que encontrei foi essa, também em 1958:
No ano seguinte à sua fundação, a SE Irmãos Romano estreia na Terceira Divisão do Campeonato Paulista:
E para a surpresa dos demais, o time se classifica para a fase final:
E sagra-se campeão, bem em sua estreia!
Aqui, o time campeão invicto, formado com Tirica, Cajuru, Zito e Osvaldo, Azeitona e Geta. Agachados: Belmiro, Carvalho, Rosinha, Retti e Canhotinho, além do “mascote” do clube. Foto colorizada por F.J.Marotti. Fonte: Revista ABC Ilustrado – Serviço de Memória e Acervo de S.B.Campo.
Segundo a Gazeta Esportiva, em 1960 a SE Irmãos Romano passou a mandar seus jogos em Santo André (possivelmente no Estádio do Corinthians):
Aqui, a tabela deste primeiro ano na “Primeira Divisão” (que equivalia ao segundo nível do estadual).
Em 1961, como dissemos, vendeu seu estádio para o Volkswagen Clube, provavelmente porque este já não atendia as exigências da FPF, mas disputa mais um campeonato, terminando em 8º lugar!
Encontrei algumas poucas menções ao time nessa disputa, e que reforçam que o time manteve seus jogos em Santo André:
Desafiando todas as probabilidades, em 1962 mais um campeonato, mesmo que nas últimas colocações, segue fazendo história!:
Em 1963, mais uma vez disputa o Campeonato Paulista, encontrei um registro de um jogo cheio de animosidades com a Portuguesa Santista (que foi a líder do grupo):
Esse era o time de 1963:
Em 1964 quase é rebaixado, mas escapa no mata mata do rebolo, rebaixando o São Bento de Marília, que era o último colocado do outro grupo.
Aqui, os registros das partidas contra o Jabaquara, pelo 1º e 2º turno:
Este é o time de 1964:
Em 1965, termina na última colocação de sua série:
Em 1966, despede-se da história do futebol profissional com um honroso 8º lugar.
Com o tempo, espero poder complementar este post com novas informações, porque a Sociedade Irmãos Romano é um time ainda cheio de mistérios e envolto em uma trama familiar que acabou sumindo na neblina do ABC paulista…
Sábado, 24 de agosto de 2024. A Série B do Campeonato Paulista (atualmente equivalente à 5ª divisão estadual) chega em sua fase decisiva, onde conheceremos os dois times que sobem para a Série A4 de 2025. Um deles sairá deste encontro!
Então, bem vindos ao Estádio Dr. Jayme Cintra, em Jundiaí para este incrível embate!
O inverno de 2024 está sendo marcado por grandes temperaturas, que somadas a um longo período de seca, originaram uma assustadora onda de incêndios pelo interior paulista, como mostra a foto do Portal A hora da notícia:
Sendo assim, nem deu pra reclamar da milagrosa chuva que caiu no fim da tarde, que ajudou a diminuir a tragédia, mas que acabou nos obrigando a assistir à partida nas cadeiras cobertas e não na arquibancada…
O jogo aconteceu no incrível Estádio Dr. Jayme Cintra, caso queira saber mais sobre ele, leia este post onde falamos também sobre os demais times profissionais de Jundiaí (Hydecroft Foot-Ball Club, Jundiaí FC, Clube São João, Corinthians Jundiaiense, Paulistano, AA Ipiranga, AE Promeca e o próprio Paulista).
Em campo duas equipes centenárias, com grande tradição, sendo que o Paulista tem como grande momento em sua história a conquista da Copa do Brasil de 2005 e a consequente disputa da Libertadores de 2006.
Relembre o jogo com o River Plate:
Já a Inter de Bebedouro, se orgulha de ser o segundo time paulista mais antigo ainda em atividade, mas vive uma realidade um pouco abaixo daquela do time jundiaiense, se fazendo presente nos níveis intermediários do Campeonato Paulista. Além disso, possui o incrível Estádio Sócrates Stamato. Veja aqui nosso post sobre ele, quando estivemos por lá em 2021 e fizemos fotos como essa:
Voltando ao Estádio Dr Jayme Cintra, a casa do galo, importante citar que mesmo estando na 5ª divisão estadual, o Estádio segue muito bem cuidado, cheio de detalhes que reforçam a identidade do time!
A companhia para esta partida não podia ser melhor: o amigo Daniel lá mesmo de Jundiaí, que eu não encontrava há mais de 10 anos!
Do lado visitante, o pessoal de Bebedouro se fez presente com a Torcida Sangue do Lobo!
Em campo, os segundos que antecedem o início da partida são dedicados à concentração e união dos dois times!
Sente o clima do começo do jogo no Estádio… Insanidade total… Enquanto rolava a queima de fogos e a torcida em loucura, o time visitante desencanou da festa e meteu 1×0 a menos de um minuto… Por sorte (para os torcedores locais), o gol acabou anulado.
Sim, a torcida do Paulista comprou a ideia de participar da decisão e com certeza só não foi maior por conta da chuva que caiu bem na hora do jogo.
Foram 2.555 torcedores, e a grande maioria apoiando o Paulista!
Teve fumaça colorida para homenagear o tricolor de Jundiaí!
Com a chuva, as cadeiras cobertas receberam também um bom público!
Será que mesmo nessa atual fase, disputando a 5ª divisão, vêm aí uma nova geração de torcedores do Paulista? Esses 4 aí mostram que sim!
Até porque sabemos da importância de manter esse amor entre torcida e time sempre presente…
Em campo, um jogo diferente de muito atrevimento de ambos os times!
Tanto que depois do gol da Inter anulado logo no começo do jogo, aos 13 minutos foi a vez do bandeira anular um gol do Paulista, de Vinícius Souza.
A Inter ainda perderia duas grandes chances que esquentaram ainda mais o jogo… Teve até momentos de empurra empurra entre os atletas…
Mas o Paulista sabia da importância da vitória nesta partida… E após um cruzamento, a bola lançada bateu na mão da defesa da Inter. É penalty!
Vinicius Souza cobrou bem e fez o gol que decretaria o resultado final da partida!
Olha aí o artilheiro da partida, em foto da Rebeca Reis/Agência Paulistão:
Veio o intervalo e era a vez de conhecermos a culinária local do Estádio Dr Jayme Cintra…
Destaque para os churros que fariam dona Florinda morrer de inveja e te ajudam a engordar como o Nhonho kkkk
A volta ao segundo tempo trouxe um jogo mais parelho e brigado e com menos finalizações reais…
Da arquibancada, a GAMOR seguia fazendo barulho para apoiar…
A Raça Tricolor também fez sua parte…
Até o povo das cobertas mandava seu apoio!
Mas em campo, ambos os times lutavam com grandeza!
A partida foi encaminhando-se para o seu final e a torcida do Paulista ainda teve tempo para fazer iluminar a arquibancada com seus celulares:
Mais do que o escanteio, o vídeo abaixo é pra ilustrar como são sinalizadas as substituições do Paulista, literalmente com o galo cantando após a narração informar os atletas que entram e saem:
A turma mais próxima do campo começa a aumentar… Isso significa que a partida chega em seus momentos finais…
Vale ressaltar que o time da Internacional bem que tentou chegar ao empate… Aliás, o tempo todo a equipe visitante não deixou de se lançar ao ataque, mas não conseguiu chegar ao seu gol…
Eu sempre pondero sobre a relação do futebol com a vida social de uma cidade. E sem dúvidas, os resultados em campo sempre afetam essa relação… Espero que o Paulista esteja reconstruindo essa relação entre time e torcida!
Mesmo com um placar mínimo, a torcida do Paulista manteve a festa na arquibancada, entendendo que o time se dedicou e entregou o que podia, pra levar essa vantagem para o jogo decisivo em Bebedouro.
O jogo terminou e o 1×0 manteve o ânimo para as duas torcidas. E agora, é hora do bravo povo de Bebedouro mostrar sua força no jogo de volta, e aí? O que você acha?
Mais uma vez, saio de campo agradecido pela experiência. Mais que futebol, amigos, o que mais eu ia querer?
A 218ª camisa de futebol do nosso site vem da Argentina e pertence ao Club Atlético Banfield.
O CA Banfield foi fundado em 21 de janeiro de 1896, e tem sua sede no bairro de Banfield, na cidade de Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires.
O CA Banfield foi fundado por ingleses. Muitos destes imigrantes chegaram na Argentina com um bom poder aquisitivo e fundaram bancos, desenvolveram a exportação de produtos agrícolas e importaram vários artigos desejados pela então crescente classe média argentina. Também trouxeram o futebol para o bairro!
O Banfield venceu seu primeiro campeonato (válido pela Segunda Divisão) em 1899, tornando-se o único clube da história a ser campeão no século XIX.
Entre 1950 e 1953, o Banfield fez história ao ficar invicto por 49 partidas (um recorde do clube até os dias de hoje), conquistando o vice-campeonato de 1951, ainda que muitos o considerem o “campeão moral”, já que embora tenha terminado empatado em número de pontos, tinha mais vitórias e melhor saldo que o Racing, mas acabaram tendo que jogar uma partida extra como decisão.
O jogo, em um lotado estádio do San Lorenzo terminou em 0x0 forçando um segundo jogo, novamente no Gasômetro, terminou em 1×0 para o Racing.
O Banifeld ainda terminou em 5º em 1952, mas em 1954 terminou rebaixado. Voltou apenas em 1963 e tornou a cair em 1972. O retorno para a elite se deu já em 1974. Em 1976, realizou uma boa campanha, eliminado nas quartas para o campeão Boca. Curiosamente adotou uma camisa laranja.
Em 1978, nova queda para a segunda divisão. O Banfield conquista o acesso à elite na temporada 1986-87, mas disputa apenas a temporada 1987-88, novamente com sua camisa laranja, e retorna à segunda divisão.
De volta na temporada 1993-94, graças ao título da Primeira B Nacional, permanece na elite até 1997. Em 2001 retorna à primeira divisão, conquistando o segundo título da Primeira B Nacional e disputa a Copa Libertadores pela primeira vez em 2005, graças a o vice campeonato nacional. E olha a camisa laranja lá!
Finalmente, levantar em 2009 chega a vez de levantar um título nacional da primeira divisão: o torneio Apertura!
Mas o título não garantiu muita estabilidade e em 2012, novo rebaixamento, o bom é que garantiu seu terceiro título da Primeira B na temporada 2013-14.
Estas últimas conquistas e a boa participação na Copa Sul-Americana em 2005, 2010, 2016, 2018 e 2022 e na Copa Libertadores da América em 2007, 2010 e mais recentemente em 2018 fizeram o clube ganhar popularidade e maior respeito no futebol argentino e sulamericano.
O CA Banfield manda seus jogos no Estádio Florencio Sola, inaugurado em 6 de outubro de 1940, com capacidade para 34.901 torcedores.
O time é chamado de El Taladro, algo que pode ser traduzido como “Brocador” (seria furadeira, mas no futebol já se criou a ideia de “brocador”, como o Hernane Brocador) e tem como principal rival o Lanús, pela proximidade geográfica na região sul da grande Buenos Aires, até por isso, o clássico entre eles é denominado El Clásico del Sur. Vale lembrar que até os anos 80, as torcidas eram amigas e cantavam “¡Banfield y Lanús, unidos en el Sur!“
A torcida do Banfield é denominada “La Banda del Sur”.
Como última consideração, semana passada, o CA Banfield foi eliminado da Copa da Argentina, nas 4ªs de final pelo Talleres, vjea como foi:
Em 2023, tivemos a oportunidade de passar por Sorocaba e aproveitamos para dar um pulo na cidade vizinha, Votorantim.
Votorantim é uma cidade especial para minha família porque meu avô teve um pequeno sítio ali, até o fim da sua vida, e por isso criamos laços emocionais e de memória com a cidade. Não a toa fizemos questão de conhecer e acompanhar o VotoratyFC, fundado em 12 de maio de 2005.
E olha quem era o treinador do Votoraty naquele ano: Fernando Diniz!
Só pra lembrar… Votorantim teve uma ocupação indígena, como todo o território brasileiro, recebendo a chegada dos primeiros portugueses em meados do século XVII, recriando o choque que houve no litoral brasileiro.
Pascoal Moreira Cabral, um parente do fundador de Sorocaba Baltazar Fernandes, decidiu produzir açúcar, dando origem a um vilarejo, próximo de uma cachoeira chamada Votorantim que acabou dando nome ao local. Já no final do século XIX, as primeiras indústrias chegam à cidade, e com elas a imigração.
E foi assim que o futebol chegou à cidade. Em 1º de janeiro de 1900, os operários ingleses da Fábrica de Tecidos Votorantim, entre eles William Snapp, fundador do SPAC – São Paulo Athletic Clubcriam o Votorantim Athletic Club, tornando-se o time oficial da fábrica.
Enquanto isso, os italianos oficializam, na mesma data, o Sport Club Savoia, que por muitos é considerado o primeiro clube de futebol do Brasil.
Com o crescimento da colônia italiana na região, a torcida do Sport Club Savoia também aumenta. Já o time inglês perde torcida (os ingleses voltaram pra capital com medo do surto de febre amarela na região) e o Votorantim Athletic Club decide se unir ao Sport Club Savoia.
Em 1910, o Sport Club Savoia é convidado a disputar um torneio seletivo para a elite do Campeonato Paulista com o Vila Buarque Futebol Clube e o Clube Atlético Ypiranga, mas o Ypiranga vence e fica com a vaga.
Em 1915, o recém-fundado Palestra Itália da capital faz sua estreia no futebol contra o SC Savoia, no Campo dos Castelões, em Votorantim.
Em 28 de setembro de 1924 o SC Savoia inaugura o “Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri” com dois jogos: na preliminar, o 2º quadro do Savoia fez 4×1 no Germânia e na sequência, o primeiro quadro empatou por 4 a 4 com o Athletico Paulistano (com Arthur Friedenreich no elenco).
Em 1930, a equipe passa a ser conhecida como “Esquadrão de Ferro” por conquistar vários títulos, incluindo a 23ª Região do Campeonato Amador do Interior. Por conta da guerra contra os países do eixo nazista, em 1942 o Sport Club Savoia é obrigado a mudar de nome adotando Clube Atlético Votorantim.
Esse foi o time de 1946, campeão da 23ª Região do Campeonato do Interior:
Em 1947 a equipex conquista o título da Liga Sorocabana de Futebol e de 1948 a 1952 disputa a Segunda Divisão do Campeonato Paulista de Futebol.
Em 1952, as Indústrias Votorantim retiram o apoio ao clube, e o departamento de futebol profissional é desativado.
Aqui, o time de 1966:
Mais recentemente, surgiu o Atlético Votorantinense, usando de brasão a cruz de Savóia, para resgatar esta história.
Já a gente, preferiu reviver essa história visitando o Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri!
Uma arquibancada com mais de um século de história… É mesmo motivo de orgulho para a cidade!
Mas fizemos um role por todo o campo, olha os bancos de reservas…
Aqui, o meio campo:
O gol da esquerda com o terminal de ônibus atrás:
E o gol da direita:
Fazia um tempo que não vinha no Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri, foi bem legal poder reencontrar o lugar!
A 217ª camisa de futebol do site mais uma vez representa uma equipe do interior paulista, o Comercial Futebol Clube de Tietê e foi presente do amigo Nélson.
O Comercial FC foi fundado em junho de 1920 e participou de várias ediç˜ões do futebol profissional, depois passou um tempo licenciado e nos últimos anos tem caminhado para este retorno às competições profissionais.
Já escrevemos sobre o Comercialde Tietê e detalhamos um pouco da história do time em suas participações nos Campeonatos oficiais (clique aqui e veja).
O Comercial Futebol Clube manda seus jogos no Estádio José Ferreira Alves, em Tietê.
Estivemos em Tietê assistindo Comercial de Tietê x Rezende de Piracicaba / União Tambaú, pela Paulista Cup sub 20, veja aqui como foi!
Se tudo der certo, o Comercial FC deve estar de volta ao profissionalismo em 2025, torcemos por isso!
A 216ª camisa de futebol do nosso site vem da Colômbia, um país incrível que eu gostaria muito de conhecer e foi presente do amigo Rafa, da Rivalo, patrocinador master! O time dono da camisa se tornou mais conhecido por nós brasileiros depois de pegar o Palmeiras nas quartas de final da libertadores de 2023, falamos do Corporación Social Deportiva y Cultural de Pereira, mais conhecido como Deportivo Pereira.
Embora pouco reconhecido aqui no Brasil, o Deportivo Pereira tem uma história bem legal e tradicional, tendo sido fundado em 12 de fevereiro de 1944.
O time defende as cores da cidade de Pereira, capital do Departamento de Risaralda, e que fica no sopé dos Andes, sendo reconhecida por sua importância na cultura cafeeira. Faz parte do Patrimônio Mundial da UNESCO como “Paisagem Cultural Café da Colômbia”. 735.769 pessoas vivem por lá.
O Deportivo Pereira manda seus jogos no Estádio Hernán Villegas, com capacidade para 30 mil torcedores.
Desde 1949, disputa o Campeonato Colombiano e por onze vezes esteve na segunda divisão, mas nunca havia conquistado um título nacional da primeira divisão… Assim, o Deportivo Pereira entrou pra história sagrando-se campeão Colombiano em 2022, em um campeonato incrível e inesquecível para a torcida local!
Assim, o time se classificou para a Copa Libertadores de América. Até então só havia sido campeão da segunda divisão do Campeonato Colombiano, em 2000 e em 2019.
Na Libertadores de 2023, se classificou ao mata-mata na segunda colocação do Grupo F, terminando na frente do Colo-Colo e atrás do poderoso Boca Juniors (derrotado na Colômbia por 1×0).
Nas oitavas de final, o Deportivo Pereira eliminou o Independiente Del Valle e acabou eliminado pelo Palmeiras. O lado bom dessa partida é que consegui trombar a torcida do Deportivo Pereira nas ruas de São Paulo!
O Estádio Municipal de Santo André foi construído pela Júlio Neves (até hoje eles citam o projeto no site deles) e inaugurado em 15 de novembro de 1969, com um amistoso entre o Santo André FC e o Palmeiras, mas, até então, o Estádio possuía apenas sua arquibancada coberta:
A construção da tradicional arquibancada descoberta, de pé até os dias atuais, se iniciou em 1976, e somente no ano seguinte foi finalizada.
Assim, em 1977 um novo amistoso foi agendado para inauguração das suas arquibancadas e o jogo foi simplesmente entre o Santo André e a Seleção da Bulgária!!!
No dia da partida, 30 de janeiro, mais uma vez a torcida Ramalhina compareceu, desta vez para conhecer sua nova arquibancada e apresentar a ela nossas bandeiras!
O time foi para o jogo com o goleiro Paulo, César Cachiumbo (improvisado na lateral direita), Tito, Santana e Antonio Carlos na outra lateral; Fernandinho, Souza e a foto com Miguel (nosso eterno massagista), Santana, Tito, Souza, Vicente (Bona) e Mazzola; Tulica (Ribamar) e Bugre (Arnaldo, ele mesmo, o Arnaldinho estreando pelo profissional), destaque na foto abaixo para os dois mascotes (quem serão??) e para o massagista Miguel de Oliveira.
A Seleção Búlgara entrou com Krastev, Tchalev, Dezenov, Samatoviks e Delev; Nikolov e Rainov; Simonov (Kostev), Grigorov (Kabranov), Petrov e Ivanpetrov (Kirakov). O treinador era Stoyan Ormandzhiev. Foi bacana todo o cerimonial antes da partida, com direito a hino nacional e tudo o que vale!
A partida terminou em 0x0 e foi marcada pela forte marcação de ambos os times.
Esta foi a seleção que disputou o mundial daquele ano, aparentemente não eram os mesmos que vieram a Santo André:
A 215ª camisa de futebol do nosso site foi um presente duplo… O meu amigo Caio Tâmbara recebeu do Murilo de São Caetano, e doou para mim, por isso obrigado aos dois!
O time dono da camisa é o Sharjah FC, fundado no ano de 1966 em Sharjah, terceiro emirado mais populoso dos Emirados Árabes Unidos.
Inicialmente surgiu sob o nome de Al Oruba Club, mas em 1974, passou por uma fusão com o Al Khaleej formando o Al Sharjah SCC, e tornando-se o primeiro campeão da Liga dos Emirados Árabes Unidos, na temporada 1973/74.
Sagrou-se campeão nacional também nas temporadas: 86/87, 88/89, 93/94, 95/96 e mais recentemente em 2018/19.
Também sagrou-se campeão da Emirates Cup nas temporadas 78/79,79/80, 81/82, 82/83, 90/91, 94/95, 97/98, 02/03 e 22/23, com o time abaixo:
O Maicosuel (lá de Cosmópolis, cidade da Mari) jogou por lá!
O clube adentrou à era do profissionalismo tornando-se Sharjah Football Club Company, em 2008, mudando sua identidade visual:
Mas a grana não se materializou em resultados e o Sharjah SC entrou em crise, sendo rebaixado pela primeira vez em sua história, em 2012.
Já em 2013, o time retorna à primeira divisão, e 6 anos depois conquista um novo título do campeonato nacional, em 2019.
Em 2023, veio a conquista da Copa ADIB:
E será que tem uns loucos lá nos Emirados Árabe que curtem uma festa na bancada?
Por fim, importante lembrar que o clube árabe fez uma parceria com um grupo de empresários de São Paulo (responsáveis pelo time da AA Cubatense, que já havia mudado pra Itapevi), fazendo surgir o Sharjah Brasil, que disputou a Copa SP de Futebol Júnior e mandando seus jogos em Alumínio.