219- Camisa do Atlético Clube Goianiense

A 219ª camisa de futebol do site vem de Goiás, e pertence ao primeiro clube de futebol de Goiânia… Falamos do Atlético Clube Goianiense!

O Atlético Goianiense foi fundado em 2 de abril de 1937 por uma iniciativa de moradores e comerciantes da Vila Operária e, principalmente, do bairro Campinas, que era uma cidade antes do nascimento da capital Goiânia.
O time nasce sob forte influência de dois times: o Flamengo, daí o rubro negro, e o São Paulo, que originou um dos antigos escudos do time:

Digo um dos escudos, porque segundo o site Redecol, houve a seguinte linha evolutiva (o atual brasão é de 2020) :

Antônio Accioly foi o primeiro presidente do clube que conseguiu o terreno para o Estádio e por isso, leva o seu nome além de ser chamado de “Estádio do Dragão“.
O Estádio foi inaugurado oficialmente em 14 de setembro de 1947, num 5×0 contra o Buriti Esporte Clube.
Nos anos 50, foram construídas as primeiras arquibancadas de cimento e em 1961, mais um lance de arquibancada, além do alambrado em torno do campo.
Mas no início do século XXI, o estádio foi abandonado e, em 2001, chegou a ser parcialmente demolido para a construção de um shopping no local.
Em 2005, o Atlético retoma o Estádio, mas em 2010, uma das arquibancadas foi interditada por questões de segurança, fechando o estádio por oito anos.
A reinauguração aconteceu em 2018, com capacidade ampliada para 12 mil pessoas.
Veja algumas imagens, também do site Redecol:

Oficialmente, o Campeonato Goiano começa em 1944, embora alguns historiadores considerem que em 1940 já existiam disputas que poderiam ser consideradas estaduais.
E é em 1944, que o Atlético conquista seu primeiro título estadual.

Nos anos 40, o Atlético Goianiense voltaria a ser campeão estadual em 1947, com o elenco da foto abaixo e em 1949.

Nos anos 50, foram mais dois títulos: o de 1955 e 1957, este de forma invicta, com o time abaixo (foto do site Anotando Futbol):

Nas décadas seguintes, mais 4 títulos: 1964, 1970, 1985 (com o time abaixo, foto do site Zé Duarte Futebol Antigo) e 1988.

O Atlético Goianiense ficou 19 anos sem ganhar o estadual devido a uma série de crises que envolveram até o risco de perder seu estádio, chegando a ser rebaixado em 2003 para a segunda divisão do estadual, sendo campe˜ão e conquistando o acesso em 2005.

Mas o primeiro título da primeira divisão estadual do século XXI viria em 2007, com o time abaixo (foto do site Futebol de Goyaz):

Na sequência, são 4 títulos na década seguinte: 2010, 2011, 2014 e 2019 (do time abaixo, do site Edição dos Campeões).

Na atual década, o Atlético se transforma em um verdadeira potência estadual sendo campeão goiano em 2020, 2022, 2023 e em 2024, ano em que escrevo este post.
Este é o time de 2024:

Além dos estaduais, o Atlético tem dois títulos da Copa de Goiás, uma em 1968 (da foto abaixo) e outra em 1998.

Em 1971, tornou-se o primeiro time goiano a ser campeão nacional, ao vencer o Torneio da Integração Nacional, equivalente à série B do Campeonato Brasileiro, contando na época com 16 times de 10 estados diferentes.

Falando das conquistas nacionais, em 1990, o Dragão conquistou o Campeonato Brasileiros da Série C, tendo em seu ataque Gilson Batata (o primeiro agachado da esquerda para a direita), jogador que se retornou ídolo aqui no Santo André também!

Em 2008, conquista o bicampeonato da Série C e desta vez eu destaco o baixinho Anaílson que também jogou aqui pelo ABC, tanto pelo Ramalhão quanto pelo São Caetano.

Em 2009, a 4ª colocação na série B garante a presença do time na série A, com o time retratado abaixo (foto do site: Zé Duarte Futebol Antigo):

Mas em 2012 acabou rebaixado e somente em 2016, dessa vez com o título da Série B do Brasileiro, e a quinta melhor campanha da história da competição, voltou à série A do Campeonato Brasileiro.

A partir daí, o time passa a um novo nível jogando série A e B. Em 2017, novo rebaixamento para a série B.
A volta se daria em 2019, com a 4ª colocação.
Novo rebaixamento em 2022 e novo acesso em 2023, mais uma vez com um 4º lugar na série B.
Enquanto escrevo este texto, em 2024, o time corre sérios riscos de cair novamente para a série B…

Por fim, o maior patrimônio do clube: sua torcida:

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Um role pela cidade e os estádios em Liubliana

Liubliana - Eslovênia

Você já teve algum momento na vida em que pensou: “Ah, que bom seria se o tempo parasse…”?
Pois é, descendo do ônibus da Flixbus , no dia 23 de dezembro de 2016, tive exatamente esta sensação…

Flixbus

O Santo André havia subido de divisão, eu estava de férias e como num sonho, acabava de descer em Liubliana, a capital da Eslovênia… Não tem aquele papo de “Eu era feliz e não sabia”, eu sabia que um rolê desses talvez não se repetisse tão cedo e eu tinha que aproveitar cada segundo!

Liubliana

A Eslovênia é um pequeno país do Leste Europeu, limitado a norte pela Áustria, a leste pela Hungria, a leste e a sul pela Croácia e a oeste pela Itália e pelo mar Adriático.
Durante o inverno chega a nevar, mas ainda que o tempo estivesse no nível “frio congelante”, passamos dias incríveis caminhando pelas ruas da cidade.

Frio em Liubliana

A cidade foi (e ainda é) muito influenciada pelo punk. Dos adesivos espalhados pela rua até os diversos Squats espalhados pela cidade.

rua liubliana

É mais uma dessas oportunidades de se conhecer um lugar em que passado e presente se misturam.

Liubliana - Eslovênia

Comemos tanta coisa gostosa e diferente que só de lembrar me dá água na boca! A começar por esse restaurante “Meditarea”.

Comida mediterrânea em Liubliana

E tinha uma doceria que ficava às margens do rio, que só de lembrar me dá vontade de voltar e gastar tudo o que tenho em tortas de amora…

Torta de blueberry

A língua é fácil. Parece muito com o português, só que não….

Doceria

Uma coisa que chama a atenção na cidade é o seu “mascote”, o dragão verde que, segundo a lenda aterrorizava a cidade, em 1144, cuspindo fogo em todos que se aproximavam dele. Tal comportamento o levou a uma vida de solidão, até que se apaixonou por uma dragão fêmea e desse amor nasceu um dragão que não queria mais atacar as pessoas e sim divertir o pessoal.
As outras as criaturas mágicas da cidade acharam aquilo tão lindo que o levaram para dormir no fundo do rio, onde ele descansa até os dias de hoje.

Dragão de Liubliana

O rio que a lenda cita é o Liublianica que tem um visual lindo e divide a cidade!

rio Liublianica
rio Liublianica

De um lado da margem fica o Castelo de Liubliana, no estilo medieval e localizado no topo da colina, do outro lado está a parte comercial, as residências e a cidade em si. Aqui duas fotos feitas na gélida tarde em que subimos até o castelo:

Castelo de Liubliana

Aliás, pra quem nunca viajou pra lugares frios assim, vale frisar que, embora seja bonito, acaba estragando um pouco o passeio, já que escurece cedo e é sempre mais difícil lidar com tanto frio.

Castelo de Liubliana

Como disse, lá no início, Liubliana é uma cidade bem punk. Okupas, vários exemplos de coletivos e espaços autogeridos… Tudo isso faz parte da sua realidade, e pudemos comprovar visitando alguns locais como a antiga fábrica de bicicletas Rog, um Squat ocupado desde 2006. O prédio estava abandonado desde 1991.

Rog Tovarn

A fábrica de Rog foi inaugurada em 1953 e ocupava uma área de 7 mil metros quadrados, e agora dá lugar a vários coletivos e espaços relacionados à arte, skate, além de um centro para apoio aos refugiados, vários locais para shows e uma oficina de bicicletas.

Vale a pena conferir o documentário sobre a ROG:

ROG

A cidade guarda ainda uma mostra permanente sobre o início do movimento punk na Eslovênia, no Museu de Arte Contemporânea.

Museu da Arte Contemprânea - Liubliana
Museu do punk - Liubliana
Museu Punk Eslovênia

Mesmo com seu valor, o pessoal punk local reclama que a arte (principalmente a punk) não deveria estar “trancada”…

Museu de Arte Contemporânea
Museu de Arte Contemporânea

Pra fechar o lado punk da cidade, um rolê pelo Centro Cultural Autônomo da Cidade de Metelkova, bem no centro de Ljubljana, onde antes ficava o quartel-general militar do Exército Nacional Iugoslavo.

Metelkova - Liubliana - Eslovênia - punk

Todos os quartéis militares foram convertidos em pubs, estúdios de música ou tatuagem, tão logo os militares desocuparam a cidade, em 1991, com o fim da República Federal Socialista da Jugoslávia.

Metelkova - Liubliana - Eslovênia - Punk

Liubliana ainda não sabe bem como lidar com este espaço, e chegou a tentar demolí-lo para criação de uma área residencial, o que foi impedido pelos punks locais.

Metelkova - Liubliana - Eslovênia - Punk

E em Ljubliana, a cerveja que dá as cartas é a Laško!

Metelkova - Liubliana - Eslovênia - Punk

Hoje em dia, muitos artistas têm seus ateliês em Metelkova, assim como os escritórios de algumas ONGs e associações LGBT, e exposições de arte, performances, shows e atividades.
Graças a estas e outras iniciativas, em 1997, Ljubljana foi designada como Capital Europeia da Cultura.

Metelkova
Metelkova

No centro, a praça do poeta nacional, France Prešeren (1800-1849) estava decorada por conta do natal.

Ljubliana
Ljubliana
Ljubliana

Atualmente, em Liubliana vivem cerca de 270 mil pessoas. A história local não é tão simples e tranquila: o país fez parte de diversos impérios: Romano, Bizantino, República de Veneza, Ducado de Carantânia, Sacro Império Romano-Germânico, da Monarquia de Habsburgo, Império Austríaco, do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (depois Reino da Iugoslávia) e da República Socialista Federativa da Iugoslávia de 1945 a 1991, quando finalmente conquistaram sua independência, de maneira tranquila, sem guerras, diferente do que houve com outros países da Iugoslávia.

Tantas influências diferentes fazem a cultura local fervilhar, com livrarias oferecendo livros de diversos idiomas.

Ljubliana
Livraria

E um monte de lojas de disco vendendo os clássicos rocks da Yuguslávia e colares estranhos que a Mari adora!

Rock da Yuguslávia
punk yuguslavia

Falando um pouco do futebol na cidade, a época de natal deixou tudo mais desanimado, mas o time mais importante da cidade é o Olimpija Ljubljana.

Olimpija Ljubljana

O nome oficial do time é Nogometni Klub Olimpija Ljubljana e ele foi fundado em 2005 com o nome de NK Bežigrad.
O time acabou sendo “entendido” localmente como o sucessor do Olimpija Ljubljana, extinto em 2004, embora na realidade não o seja, apenas possuem o mesmo nome.

NK Olimpija

O NKOlimpija mandou seus jogos no ŽŠD Stadion até 2010, quando o estádio foi remodelado e entregue ao futebol local como Estádio Športni Park Stožice.

Estádio Športni Park Stožice
Estádio Športni Park Stožice

Demos um pulo pra ver como é a cara dele, pelo menos do lado de fora

Estádio Športni Park Stožice

O nome do estádio vem do local em que está localizado, mas eles estão em busca de um naming rights para o quanto antes.

Estádio Športni Park Stožice

Ele foi construído em 14 meses, inaugurado em 11 2010 no amistoso da Eslovênia com a Austrália (2×0), e tem capacidade para quase 17 mil torcedores.

Estádio Športni Park Stožice
Estádio Športni Park Stožice

Também fomos conhecer o incrível Bežigrad Stadium, o antigo estádio do NK Olimpija original.

Bežigrad Central Stadium - Liubliana

Também era chamado de Bežigrad Central Stadium e é o mais antigo de Ljubljana.

Bežigrad Central Stadium - Liubliana
Bežigrad Central Stadium - Liubliana

A construção do Estádio Bežigrad começou em 1925, tendo sido projetado pelo arquiteto Jože Plečnik.
Seu nome vem do distrito de Bežigrad, em Ljubljana, onde está localizado.

O Estádio Bežigrad era predominantemente usado para jogos locais e foi a casa do NK Olimpija Ljubljana até a dissolução do clube em 2005.
O então recém-criado, NK Bežigrad jogou no estádio entre 2005 e 2007.
Desde 2008 ele está fechado.

Não pudemos entrar…

Mas conseguimos fazer algumas fotos pelas “entranhas” do muro:

Olha aí a bilheteria agora estilizada por algum artista de rua::

Bonito ver os detalhes arquitetônicos!

Aqui, um olhar pela parte de traz do estádio e láááá no fundo pode se ver a entrada do estádio.

Aqui, uma foto dessa entrada, da wikipedia (crédito na legenda):

SLOVENIJA, LJUBLJANA, 15.04.2008. LJUBLJANSKI STADION . FOTO:MAVRIC PIVK/DELO

E assim, depois dessa singela visita, seguimos para um rolê pelas ruas e pontes encantadas desta fria cidade!

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157- Camisa do Pouso Alegre F.C.

E lá vamos nós para mais uma camisa e mais uma história! Chegamos à 157ª camisa e infelizmente, falamos de mais um clube que não disputa os campeonatos profissionais: o Pouso Alegre Futebol Clube.

Consegui a camisa em uma visita que fiz à cidade de Pouso Alegre, em Minas Gerais. Clique aqui e veja como foi!

E em 2018, estivemos em uma partida do Pouso Alegre contra o Araxá. Veja aqui como foi.

A cidade de Pouso Alegre fica ao sul de Minas Gerais, bem próxima da divisa com o estado de São Paulo.

É uma cidade muito bacana, que mistura os aspectos do interior com o de uma cidade em pleno desenvolvimento!

O time foi fundado em 1913, como “Pouso Alegre Football Club“. Mas, as dificuldades naquela época eram grandes, e só em 1928, o rubro-negro se firmou com estabilidade. Em 1928, foi construído o estádio do Pouso Alegre Futebol Clube, o “Estádio da Comendador José Garcia“, permitindo a visita de muitos times paulistas e mineiros para desafiar o PAFC, como Guarani, Ponte Preta e o extinto Ypiranga, da capital. A Liga Esportiva Municipal de Amadores (LEMA) ficou responsável por administrar o Estádio, por isso, muitos o chamam de “Estádio da LEMA”.

O início do time foi marcado pela disputa de torneios municipais e intermunicipais. Outros times foram criados e o Pouso Alegre FC acabou sendo deixado de lado durante a década de 1950.

A década de 60 foi mais feliz para o time e a torcida do Pouso Alegre, e em 1967, o time não só voltou a ativa como decidiu participar pela primeira vez da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Nessa época, a torcida comparecia em peso aos jogos do time!

E pra satisfazer sua torcida, o rubro negro foi o campeão da Chave Sul, classificando-se para a fase final, porém, a inscrição irregular de um jogador eliminou o time da sequência do campeonato.

Um fato curioso, é que em 1968, o Pouso Alegre FC disputou um amistoso com o Grêmio Recreativo Beta, de São Paulo e venceu por 38 a 0. A partida é considerada como a maior goleada do futebol mundial. Mas mesmo tantos gols não impediram o clube de  fechar suas portas no ano seguinte, após um mal campeonato.

Dessa forma, a década de 70 passou em silêncio para o time e até para a cidade, com o final da LEMA. O futebol só daria sinais de vida nos anos 80, com a reativação da Liga Municipal, e em 1983, com o retorno do Pouso Alegre F.C. à ativa.

No mesmo ano, o time sagrou-se campeão da Copa Sul Mineira, jogando apenas com atletas da cidade. Mas o ânimo que faltava ao time viria ainda no mesmo ano, com a conquista do Campeonato Amador do Estado de Minas Gerais. Essa conquista reacendeu time e torcida e em 1984, o time voltou a disputar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro.

Em 1988, o grande momento: o rubro negro de Pouso Alegre chega a Primeira Divisão do Campeonato Mineiro, após uma verdadeira batalha contra o Atlético de Três Corações, que teve final no tapetão e somente no ano seguinte, já com a primeira divisão em andamento. Resultado, o time de Pouso Alegre estreou com o campeonato já em andamento, chegando a jogar 3 vezes por semana para “alcançar” os demais clubes.

Em seu ano de estreia na primeirona, 1989, o time conseguiu se segurar na elite do futebol mineiro.

1990 é considerado o ano de ouro do Pouso Alegre Futebol Clube, terminando o campeonato na quinta colocação. Aquele time tinha no gol PC Gusmão, hoje técnico de futebol.

Aqui, um vídeo com os gols do time, em 1991:

Assim como acontece sempre, no final do ano o time foi desmontado e em 1992, o time voltou à segunda divisão. Em 1996, o então prefeito, João Batista Rosa, inaugura o Estádio Manduzão, com capacidade para 30 mil pessoas, considerado o 3º maior estádio de futebol de Minas Gerais. Estádio Manduzão Essa, a gente fez na nossa visita, em 2012:

O “dragão” permaneceu no chamado Módulo II do Campeonato Mineiro até 1998, quando novamente se afastou das disputas até 2009.

Em 2009, o time voltou a disputar a Segunda Divisão, terminando em quinto lugar. Aqui uma foto do pessoal do  Jogos Perdidos:

Depois de sua volta em 2009, o Dragão do Mandú, novamente se desligou do futebol profissional e mais uma vez deixou órfãos seus torcedores.

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