A 219ª camisa de futebol do site vem de Goiás, e pertence ao primeiro clube de futebol de Goiânia… Falamos do Atlético Clube Goianiense!
O Atlético Goianiense foi fundado em 2 de abril de 1937 por uma iniciativa de moradores e comerciantes da Vila Operária e, principalmente, do bairro Campinas, que era uma cidade antes do nascimento da capital Goiânia. O time nasce sob forte influência de dois times: o Flamengo, daí o rubro negro, e o São Paulo, que originou um dos antigos escudos do time:
Digo um dos escudos, porque segundo o site Redecol, houve a seguinte linha evolutiva (o atual brasão é de 2020) :
Antônio Accioly foi o primeiro presidente do clube que conseguiu o terreno para o Estádio e por isso, leva o seu nome além de ser chamado de “Estádiodo Dragão“. O Estádio foi inaugurado oficialmente em 14 de setembro de 1947, num 5×0 contra o Buriti Esporte Clube. Nos anos 50, foram construídas as primeiras arquibancadas de cimento e em 1961, mais um lance de arquibancada, além do alambrado em torno do campo. Mas no início do século XXI, o estádio foi abandonado e, em 2001, chegou a ser parcialmente demolido para a construção de um shopping no local. Em 2005, o Atlético retoma o Estádio, mas em 2010, uma das arquibancadas foi interditada por questões de segurança, fechando o estádio por oito anos. A reinauguração aconteceu em 2018, com capacidade ampliada para 12 mil pessoas. Veja algumas imagens, também do site Redecol:
Oficialmente, o Campeonato Goiano começa em 1944, embora alguns historiadores considerem que em 1940 já existiam disputas que poderiam ser consideradas estaduais. E é em 1944, que o Atlético conquista seu primeiro título estadual.
Nos anos 40, o Atlético Goianiense voltaria a ser campeão estadual em 1947, com o elenco da foto abaixo e em 1949.
Nos anos 50, foram mais dois títulos: o de 1955 e 1957, este de forma invicta, com o time abaixo (foto do site Anotando Futbol):
Nas décadas seguintes, mais 4 títulos: 1964, 1970, 1985 (com o time abaixo, foto do site Zé Duarte Futebol Antigo) e 1988.
O Atlético Goianiense ficou 19 anos sem ganhar o estadual devido a uma série de crises que envolveram até o risco de perder seu estádio, chegando a ser rebaixado em 2003 para a segunda divisão do estadual, sendo campe˜ão e conquistando o acesso em 2005.
Mas o primeiro título da primeira divisão estadual do século XXI viria em 2007, com o time abaixo (foto do site Futebol de Goyaz):
Na sequência, são 4 títulos na década seguinte: 2010, 2011, 2014 e 2019 (do time abaixo, do site Edição dos Campeões).
Na atual década, o Atlético se transforma em um verdadeira potência estadual sendo campeão goiano em 2020, 2022, 2023 e em 2024, ano em que escrevo este post. Este é o time de 2024:
Além dos estaduais, o Atlético tem dois títulos da Copa de Goiás, uma em 1968 (da foto abaixo) e outra em 1998.
Em 1971, tornou-se o primeiro time goiano a ser campeão nacional, ao vencer o Torneio da Integração Nacional, equivalente à série B do Campeonato Brasileiro, contando na época com 16 times de 10 estados diferentes.
Falando das conquistas nacionais, em 1990, o Dragão conquistou o Campeonato Brasileiros da Série C, tendo em seu ataque Gilson Batata (o primeiro agachado da esquerda para a direita), jogador que se retornou ídolo aqui no Santo André também!
Em 2008, conquista o bicampeonato da Série C e desta vez eu destaco o baixinho Anaílson que também jogou aqui pelo ABC, tanto pelo Ramalhão quanto pelo São Caetano.
Em 2009, a 4ª colocação na série B garante a presença do time na série A, com o time retratado abaixo (foto do site: Zé Duarte Futebol Antigo):
Mas em 2012 acabou rebaixado e somente em 2016, dessa vez com o título da Série B do Brasileiro, e a quinta melhor campanha da história da competição, voltou à série A do Campeonato Brasileiro.
A partir daí, o time passa a um novo nível jogando série A e B. Em 2017, novo rebaixamento para a série B. A volta se daria em 2019, com a 4ª colocação. Novo rebaixamento em 2022 e novo acesso em 2023, mais uma vez com um 4º lugar na série B. Enquanto escrevo este texto, em 2024, o time corre sérios riscos de cair novamente para a série B…
Por fim, o maior patrimônio do clube: sua torcida:
A 215ª camisa de futebol do nosso site foi um presente duplo… O meu amigo Caio Tâmbara recebeu do Murilo de São Caetano, e doou para mim, por isso obrigado aos dois!
O time dono da camisa é o Sharjah FC, fundado no ano de 1966 em Sharjah, terceiro emirado mais populoso dos Emirados Árabes Unidos.
Inicialmente surgiu sob o nome de Al Oruba Club, mas em 1974, passou por uma fusão com o Al Khaleej formando o Al Sharjah SCC, e tornando-se o primeiro campeão da Liga dos Emirados Árabes Unidos, na temporada 1973/74.
Sagrou-se campeão nacional também nas temporadas: 86/87, 88/89, 93/94, 95/96 e mais recentemente em 2018/19.
Também sagrou-se campeão da Emirates Cup nas temporadas 78/79,79/80, 81/82, 82/83, 90/91, 94/95, 97/98, 02/03 e 22/23, com o time abaixo:
O Maicosuel (lá de Cosmópolis, cidade da Mari) jogou por lá!
O clube adentrou à era do profissionalismo tornando-se Sharjah Football Club Company, em 2008, mudando sua identidade visual:
Mas a grana não se materializou em resultados e o Sharjah SC entrou em crise, sendo rebaixado pela primeira vez em sua história, em 2012.
Já em 2013, o time retorna à primeira divisão, e 6 anos depois conquista um novo título do campeonato nacional, em 2019.
Em 2023, veio a conquista da Copa ADIB:
E será que tem uns loucos lá nos Emirados Árabe que curtem uma festa na bancada?
Por fim, importante lembrar que o clube árabe fez uma parceria com um grupo de empresários de São Paulo (responsáveis pelo time da AA Cubatense, que já havia mudado pra Itapevi), fazendo surgir o Sharjah Brasil, que disputou a Copa SP de Futebol Júnior e mandando seus jogos em Alumínio.
5a feira, feriado de 12 de outubro de 2023. O rolê de hoje é por Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, muito conhecida pela produção de hortaliças em uma área de cultivo estimada em mais de 7.100 hectares.
A região era densamente ocupada muito antes da chegada dos portugueses. Vários povos como os Tupis, Guaianás, Carijós e os Tupiniquim, do qual fazia parte o cacique Tibiriça, pai de Bartyra com quem o misterioso João Ramalho se casaria.
Em torno de 1560, é registrada a primeira entrada de um bandeirante na região de Mogi das Cruzes, em busca de ouro: Braz Cubas, registrado abaixo por Benedito Calixto, séculos depois:
Outro bandeirante, Gaspar Vaz, foi quem abriu o primeiro acesso a Mogi, facilitando a formação do povoado, elevado à Vila de Sant’Anna de Mogi das Cruzes em 1611. Aqui, a igreja matriz de Mogi retratada em bico de pena por Tunico de Paula sobre aquarela de Thomas Ender:
Atualmente, a cidade é constituída por 8 distritos: distritos: Mogi das Cruzes, Biritiba-Ussu, Brás Cubas, Cezar de Souza, Jundiapeba, Quatinga, Sabaúna e Taiaçupeba. Estivemos lá há 10 anos, em 2013, para acompanhar um jogo entre o Atlético Mogi e o Jacareí pela Segunda Divisão. Clique aqui e veja como foi.
Somente em 2023 pudemos voltar com mais calma para visitar o Estádio e entender um pouco mais da história do futebol na cidade.
O livro cita um artigo do jornal “O Diário de Mogi”, de 1957, que indica o responsável pela introdução do futebol em Mogi das Cruzes: o sapateiro Alfredo Cardoso, mais conhecido como Alfredão (foto retirada do livro e creditada ao Acervo Glauco Ricciele).
O livro esclarece que a primeira partida de futebol de Mogi das Cruzes envolveu um time de “camisas brancas” contra o de “camisas azuis”, em 6 de maio de 1906. O registro de uma partida em 30 de junho de 1911, apresenta o Operário Futebol Clube como o primeiro clube da cidade. A partir da década de 20, surgem outros clubes e já uma primeira grande rivalidade: de um lado, o Mogi Futebol Clube, que jogava de vermelho e do outro, o Falena Futebol Clube (que teve o Operário FC como origem), que jogava de branco e era o time do Alfredão. As partidas eram disputadas em um terreno próximo ao antigo convento que ficava na rua Campo Santo, atualmente rua Otto Unger. E foi ele quem propôs a unificação dos dois times, dando origem, no dia 7 de setembro de 1913 a um clube que agregaria o futebol mogiano como um todo: o União Futebol Clube. Evolução do distintivo vindo do site Gino Escudos:
O União Mogi começou jogando no campo do Parque, atualmente Rua Major Pinheiro Franco. Segundo o livro Os Esquecidos, depois de partidas amistosas, fez sua estreia no Campeonato do Interior da APEA em 1928, sendo desclassificado em uma polêmica partida desempate com a Caçapavense, um 3×2 com arbitragem duvidosa. Como consequência, os dirigentes do União mandaram um ofício à APEA pedindo desligamento da entidade. Rolou até um “enterro simbólico” da associação reunindo cerca de duas mil pessoas. O time retorna às competições oficiais em 1942, e nesse ano, nada menos do que 6 times da cidade disputaram a 24ª região do Campeonato do Interior (contando o AA Poaense, já que na época, Poá era um distrito de Mogi das Cruzes).
Destes, a AA Comercial, fundada em 14 de abril de 1931, ainda está viva disputando o amador e com seu Estádio em funcionamento.
Achei uma única foto do pessoal do MogytexFC:
Do Santo Angelo FC, que representava o distrito de Jundiapeba encontrei uma foto dos anos 70:
A AA Poasense ainda mantém se na ativa, com uma bonita sede própria.
Do São JoãoFC eu não encontrei nada, mas o Vila Santista teve uma importante história que resumiremos daqui a pouco.
Voltando à história do time do UniãoMogi, destaque para o Campeonato do Interior de 1947, quando vence o Setor 1 da Zona 1 com o time abaixo:
Este é o Estádio Francisco Ferreira Lopes, na Rua Casarejos:
Em 1951, o União se profissionaliza. Time daquele ano:
Em seu primeiro ano, disputa o Campeonato Paulista da Segunda Divisão e licencia-se no ano seguinte. Retorna em 1955, quando disputou mais uma vez a Segunda Divisão, onde permaneceu por outros quatro anos. Aqui,o time do União em partida contra o Vila Santista, pela segunda divisão paulista de 1958, no estádio da Rua Francisco Franco, do Vila. O jogo terminou em empate por 2×2.
Em 1960, o clube pediu licença mais uma vez, ficando fora por quase duas décadas. O União retorna em 1979, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão, até 1981, quando foi promovido à Segunda Divisão. Permanece na segunda até 1993.
Em 1998, o clube mudou seu nome para União Mogi das Cruzes Futebol Clube. Em 2002, a equipe foi rebaixada à Série B1. A partir de 2004, passa a disputar a Segunda Divisão, da qual sagra-se campeão em 2006, retornando à Série A3. O pessoal do Jogos Perdidos esteve cobrindo a final (veja aqui como foi), as fotos abaixo são do Fernando Martinez:
Em 2008, o clube volta ao nome União Futebol Clube. Em 2009, passa por dificuldades financeiras e faz uma má campanha na A3, ficando em último lugar, voltando para a “Série B”. Em 2011, além d crise financeira, o União Mogi acaba acusado (por conta de atos de seu treinador) de estelionato, injúria, difamação e até assédio moral e sexual. Em 2023, o União Mogi foi rebaixado para a quinta divisão paulista de 2024.
O time manda seus jogos no Estádio Municipal Francisco Ribeiro Nogueira, o “Nogueirão”, inaugurado em 31 de maio de 1995. Para viver um pouco desta história na prática, fomos até lá conhecê-lo.
Vamos ao campo!
A história do Estádio está ligada à da própria cidade, já que toda essa área pertencia à empresa Mineração Geral do Brasil desde 1942. Ali foi construída uma usina siderúrgica, 550 moradias para seus funcionários e… um campo de futebol que serviu de base para o time do Esporte Clube Mineração Geral do Brasil, organizado pelos trabalhadores da usina. Em 1957, o campo passa a ser denominado Estádio Cavalheiro Nami Jafet, ganhando estruturas ligadas a outros esportes.
Dá uma oilhada como está o campo hoje em dia:
Atualmente a capacidade do estádio é de 10.000 torcedores.
A siderúrgica entra em concordata, em 1965 e foi incorporada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em 1967. Em 1973, o Estádio Nami Jafet foi municipalizado e incorporado ao patrimônio público da Prefeitura de Mogi das Cruzes.
Esse grafite com a indústria de fundo é uma área bem característica do Estádio!
As cadeiras na área coberta deixaram o estádio realmente bem bonito!
Aqui, o gol da esquerda:
Aqui, o gol da direita:
Aqui, o meio campo:
Dê uma olhada nas demais arquibancadas, atrás dos dois gols:
Alguns vídeos para ilustrar o rolê:
E ali fica o placar:
E como estávamos em Mogi das Cruzes, importante falarmos também do Vila Santista Futebol Clube, fundado em 14 de julho de 1919:
O Vila Santista FC homenageia o bairro próximo do centro da cidade, e iniciou sua história disputando amistosos com times da cidade e da região. Em 1922, inaugura-se seu Estádio, na atual Rua Francisco Franco.
O presidente do clube era Ângelo Pereira Passos, que viria a dar nome ao campo.
Com a criação da Federação Paulista de Futebol (FPF) em 1941, o Vila Santista passa a disputar o Campeonato Paulista do Interior. Aqui, o time de 1949:
Em 1957, o Vila Santista segue o caminho do União e disputa o Campeonato Paulista da Terceira Divisão. Na primeira fase, seu grupo contava com apenas outros 2 times: o Elvira, e o E.C. São José e o Vila classifica-se para a segunda fase em um novo grupo com Velo Clube, Expresso São Carlos, Guarani Saltense, Legionário (Bragança Paulista), São José, Ferroviária de Pindamonhangaba e o E.C. Aparecida, do qual apenas um time se clasificou: o Expresso São Carlos, tendo o Vila Santista terminado em 2º lugar. O Expresso São Carlos alcança o acesso à segunda divisão, mas decide abandonar o profissionalismo, deixando sua vaga ao próprio Vila! O time disputa a segundona de 1958 e 59, quando volta à terceira. Em 1960, cai para a quarta divisão e em 61 faz ali sua última participação no futebol profissional.
Outro time de Mogi das Cruzes, surgiu em 1952: o CA Ypiranga.
Ninguém sabe direito a história do CA Ypiranga se foi inspirado no time da capital ou se foi até mesmo uma filial em Mogi das Cruzes. Aqui, o time dessa primeira fase pré profissional:
O que se sabe é que o CA Ypiranga disputou a quarta divisão paulista em 1964, no grupo chamado “6ª Série”, ao lado do General Motors E.C. (São Caetano do Sul), o C.A. Pirelli (Santo André) e o Expulancex F.C.,de Cruzeiro, times que aproveitaram os benefícios para empresas que criaram seus times profissionais. No grupo, ainda estava o Atlético Vila Alpina e o E.C. São José. O time de Mogi terminou em penúltimo lugar, e acabou extinto.
Mas, já no século XXI, a cidade de Mogi das Cruzes viu o surgimento de um novo time: o Clube Atlético Mogi das Cruzes de Futebol, fundado em 19 de abril de 2004, na época como “Mogi das Cruzes Futebol Limitada”.
O time foi fundado por Joaquim Carlos Paixão Filho, um mogiano apaixonado por futebol que tentou fazer uma parceria com o União sem conseguir o que esperava. Assim, em 2005, estreia no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Mas se licencia em 2008 retornando em 2009, aí sim com o nome de Clube Atlético Mogi das Cruzes. Em 2011 e 2015 novamente esteve licenciado das disputas. Recentemente, o Clube Atlético Mogi passou por uma péssima fase, conquistando a alcunha de o “Pior Time Do Mundo” ao bater a terrível marca de 56 partidas sem vitórias, que até então pertencia ao Íbis!
O time ficou 62 jogos sem vitórias até que em 27 de Maio de 2023, venceu o Guarulhos por 1×0. Mais um estádio, e uma cidade com muita história no futebol
16 de setembro de 2023. No mês de aniversário do SC Corinthians, fomos registrar o Estádio Alfredo Schürig, que foi a casa do Timão por várias décadas e atualmente, com 95 anos de história, faz parte da estrutura poliesportiva do clube além de receber partidas das categorias de base e dos times femininos.
Fiquei espantado em ver a movimentação em torno do clube por atletas de diversas modalidades e por famílias que estavam ali pra acompanhar ou praticar esportes ou mesmo curtir uma piscina.
A loja oficial do Corinthians também está muito bonita. Uma pena que os preços praticados não condizem com o tema “o time do povo”.
O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado em 1º de setembro de 1910, por cinco trabalhadores.
A inspiração para o nome veio do Corinthian Football Club (atual Corinthian-Casuals Football Club), o maior time amador da Inglaterra, e que passou pelo Brasil, jogando e vencendo o Fluminense, o Club Athletico Paulistano e a Associação Atlética das Palmeiras.
O primeiro campo do Corinthians era na verdade um terreno baldio na Rua José Paulino (conhecida como Rua dos Imigrantes, naquela época), no Bom Retiro. O campo era conhecido como “Lenheiro”, por ter sido um depósito de lenha.
Com o passar dos anos, o time precisou de um estádio mais estruturado e passou a jogar no Estádio da Ponte Grande, inaugurado em 17 de março de 1918 e considerado o primeiro estádio do Corinthians.
O Estádio da Ponte Grande ficava onde hoje está o Centro Esportivo Tietê.
Parece difícil imaginar aquela São Paulo do início do século XX, com as greves anarquistas assolando uma capital ainda bastante rural e às margens de um rio Tietê ainda limpo, um estádio de futebol…
Para sua inauguração, foi convidado o rival Palestra Itália, em 17 de março de 1918, terminando em 3 x 3. Uma semana depois, os clubes voltaram a se enfrentar também na Ponte Grande, e o Palestra Itália venceu por 4 x 2.
Para jogos com maiores públicos, o Corinthians utilizava o Estádio do Parque Antárctica e o Campo da Floresta. Mas o Estádio da Ponte, com capacidade para 8 mil torcedores era bastante utilizado e recebia bons públicos como podemos ver na foto abaixo:
O Estádio da Ponte Grande viu o tricampeonato estadual de 1922, 1923 e 1924. Aqui, o time de 1924:
O estádio foi a casa do Corinthians até 1928, quando o Estádio da Fazendinha passou a ser utilizado. E olha como era charmosa a arquibancada da Fazendinha:
O terreno do novo estádio pertencia ao Esporte Clube Sírio, e por se localizar no subdistrito do Parque São Jorge, a identificação da torcida com o santo guerreiro foi fácil e logo se tornou apelido do estádio. Aqui estão as atuais bilheterias:
Junto do Estádio, o clube construiu uma grande sede social, com equipamentos parra outros esportes e depois uma série de outros serviços que fazem do Corinthians um baita clube atualmente.
Em 1933, o estádio foi reinaugurado e substituiu definitivamente o Estádio da Ponte Grande como local de jogos do Corinthians na cidade de São Paulo. Vamos enfim conhecer o campo?
Assim, seja bem vindo ao Estádio Alfredo Schüri, ou ao Estádio doParque São Jorge ou se você preferir ao Estádio daFazendinha.
Aqui, o gol do lado esquerdo (onde está o clube):
Aqui, o meio campo:
E aqui, o gol da direita:
Como existia uma pequena fazenda no local, o Estádio acabou conhecido como “Fazendinha” que se mantém até hoje em dia.
O nome oficial, Alfredo Schürig, homenageia o ex presidente do Corinthians entre 1930 e 1933, que ajudou no pagamento das prestações do terreno e forneceu ferros, pregos e parafusos de sua própria fabricação para que as novas arquibancadas fossem construídas.
Uma característica do estádio é a proximidade da torcida com o campo, mas infelizmente nos dias de hoje não se pode assistir jogos ali, apenas sentadinho ali na arquibancada.
A medida em que o futebol foi se desenvolvendo, os jogos mais importantes do Corinthians passaram a ser disputados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. Mas o estádio nunca foi inutilizado e mantém toda essa história ali, viva!
O Estádio recebeu várias reformas, saindo de uma arquibancada que era literalmente no morro onde a torcida ficava encostada, depois recebeu as arquibancadas de madeira, até chegar nas de cimento. Mas parte da torcida protestou contra essa modernização, argumentando que o Corinthians estava perdendo sua essência. O que diriam hoje da Arena Neoquímica?
O recorde de público do Parque São Jorge é de 32.419 pessoas, numa partida contra a Ferroviária de Araraquara em 1959.
Além desta partida contra a Ferroviária, em 1962, um jogo contra o Santos teria levado aproximadamente 33 mil pessoas (incluindo imprensa e dirigentes) ao estádio, sendo assim o maior público, que vaiou Pelé, responsável pelo gol da vitória de 2×1 do time visitante.
Houve um momento em que se sonhou com um projeto de modernização do Estádio, nos anos 80, durante o período da Democracia Corinthiana, com o presidente Waldemir Pires. Os setores de arquibancadas seriam cobertos e ampliados, com capacidade estimada em 40 mil lugares.
Mas infelizmente, o sonho não saiu do papel e em 3 de agosto de 2002, a Fazendinha recebeu o último jogo oficial, o amistoso: Corinthians 1×0 Brasiliense. Em 22 de julho de 2018, a Fazendinha completou 90 anos e o Estádio ganhou uma revitalização. Agora as arquibancadas estão pintadas de preto!
No jogo de hoje, pelo Campeonato Paulista sub 20, o Timão foi vencido pela Portuguesa por 2×1…
Mas poder acompanhar uma partida, ainda que das categorias de base, em um estádio com tanta história, já é uma vitória, independente de qual time você torce.
É importante repetir a mesma história de sempre: por séculos e séculos, a região de Boituva foi terra indígena. O próprio nome é de origem guarani: Mboituva, que significa “muitas cobras”. Até por este detalhe, o local não era tão habitado pelos indígenas, mesmo sendo uma paisagem incrível. Mas ali por perto, dois povos seguiam com sua existência secular: Guaianases e Carijós até que a chegada dos portugueses mudou tudo isso…
Com o passar do tempo, a região acabou ficando entre duas ocupações: Sorocaba e Porto Feliz, ambas muito importantes durante as expedições em busca de ouro e de indígenas que seriam escravizados. Boituva acabou se tornando uma parada para viajantes, tropeiros e mascates. Atualmente existe um Museu dos Tropeiros na cidade.
Logo, a cidade passou a desenvolver a agricultura e pecuária, mas o escoamento da produção para os grandes centros de consumo só foi acontecer com a chegada da Ferrovia, a Sorocabana e a instalação da estação Boituva, em 16 de Julho de 1882. Foto do incrível site Estações Ferroviárias.
Com os trens, a cidade se movimentou, surgem hotéis, restaurantes, pensões e outros comércios, o que ajudou a aumentar o número de moradores, principalmente com a chegada de imigrantes que vieram para o cultivo do café e depois passaram a se dedicar ao algodão, a alfafa, o café, a cana, o abacaxi e mais atualmente, cogumelos e hortaliças.
Falando sobre o futebol local, Boituva tem dois times para se orgulhar, e o mais antigo deles é a Associação Atlética Boituvense.
A AA Boituvense foi fundada em 13 de Março de 1948, numa época em que a cidade possuía menos de 5 mil habitantes. Seu campo, o Estádio Luiz Grando, fica na Rua Moacir Ferreira, nº 81, na Vila Ferriello.
Aqui, uma imagem da AA Boituvense de 1956:
Estivemos por lá em 2024 para finalmente fazer umas fotos do estádio, se liga:
Vamos dar uma olhada na parte interna:
Esse é o banco de reservas:
A arquibancada fica apenas de um lado do campo, do lado da avenida:
Aqui, o gol da direita:
Aqui, o gol do lado esquerdo, onde existem as entradas do campo:
E aqui o meio campo, com a arquibancada:
Ah, tem também um pequeno lance de arquibancada atrás do gol da esquerda:
Mas logo, o amor da cidade passou a se dividir… Com o crescimento da Indústria Votorantim, em 1º de maio de 1959, por meio dos operários da industria nasceu o Esporte Clube Votoran.
Esse é o time do ano de fundação, 1959:
O time de 1960:
Mas o grande momento do time chegou em 1983, quando o EC Votoran se sagrou Campeão amador do Estado, batendo na final o Brodowski FC (após vencer em Boituva por 1×0 e conquistar um empate em 2×2 em Brodowski).
Em 1989, veio o bicampeonato do EC Votoran vencendo na final o São João FC de Capela do Alto (final: Esporte Clube Votoran 1 x 0 São João de Capela).
Foi por essas duas conquistas históricas que decidimos parar na cidade para almoçar, no retorno para Santo André.
E já que estávamos ali, decidimos conhecer e registrar o Estádio Comendador Olímpio Andrade, a atual casa do EC Votoran!
Sei que essa entrada parece meio caída, mas é que ela é a mais histórica, com o nome do estádio e tudo, mas tem uma outra entrada pela parte de baixo que está bem ajeitadinha!
Vamos dar uma olhada no estádio!
O Estádio foi inaugurado em 1989, para receber as partidas do Amador do Estado.
Olha que bacana esse vídeo de alguém que registrou o dia da inauguração do Estádio:
Com tantas dificuldades, é de se surpreender que o EC Votoran siga resistindo e ainda tenha como casa um estádio tão bonito! Essa é a outra entrada:
Olha que linda a arquibancada em verde e vermelho na lateral do campo!
Atualmente o Estádio também é conhecido como Arena Saint Roch, graças a uma parceria com a agência esportiva Saint Roch Sports.
O clube possui uma sede social no próprio estádio.
Aqui o registro tradicional do meio campo:
Do gol do lado esquerdo:
E do lado direito:
Aqui, a vista lá do morro onde fica a entrada antiga, registrada no começo do post.
Porém, como o estádio foi construído em 1989, você deveria se perguntar onde foi disputado o campeonato do 1º título, em 1983. E o Estádio do Gamitão é a resposta!
Essa é a entrada do estádio do Gamitão.
O Estádio recebeu melhorias recentemente e está todo pintado de azul e branco.
O gramado também está bem cuidado.
As arquibancadas ainda são usadas pelos torcedores do futebol amador local.
Notícias recentes dizem que o estádio receberá uma parte coberta.
Depois de tanta estrada, finalmente chegamos na mais distante cidade deste rolê: Ilha Solteira!!
Segundo o Waze, daqui até Santo André, seriam 694 km… Bastava fazer o retorno ali a frente, já na cidade de Selvíria, no Mato Grosso do Sul.
Olha a placa aí da divisa já voltando no sentido de SP, enquanto isso, ali no canto direito superior, o gavião vai fazer um rolê pelo Mato Grosso do Sul…
Agora, basta cruzar o lindo rio Paraná e começar a voltar…
A cidade, que outrora pertenceu à Pereira Barreto, acabou ganhando importância com a construção da Usina Hidrelétrica (até seu brasão homenageia a “produção de energia elétrica”), iniciado em 1968 e que logo fez com que mais de 50 mil pessoas morassem ali. Após a construção, a cidade viu a população diminuir para 20.568 habitantes.
O visual da cidade é incrível, principalmente por conta do rio Paraná. Para quem não conhece, vale a pena a visita!
Ali of fundo a ilha que dá nome à cidade!
A cidade ainda trabalha pouco o seu potencial turístico, o local ainda é mais conhecido pelo pessoal que curte a pesca.
E não… Não invente de fazer graça, o risco está ali…
Mas a área urbana da cidade também é muito bem desenvolvida, com um comércio forte, ruas amplas e muita opção para quem mora ou visita a cidade. A gente almoçou por lá e foi bem legal!
Mas nosso grande objetivo era o de registrar uma cancha que sempre sonhei em conhecer: o Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho!!!
Uma entrada apenas “singela”, mas muito especial pra quem gosta de futebol.
A tradicional bilheteria!
E o brasão da cidade e …. não sei o que é esse da esquerda, você sabe? O amigo André deu o palpite dele: “pelo D. E. e bolas de diferentes esportes deduzo que seja (ou tenha sido) do Departamento de Esportes do município”. Ele ainda disse que o nome do estádio homenageia o padre que esteve na cidade de 1969 a 1976. Morreu em um acidente automobilístico no trevo de Nhandeara, indo de Ilha Solteira a Votuporanga, aos 48 anos. Foi o primeiro padre em Ilha Solteira (fundada poucos meses antes, em 15/10/1968) e sua morte prematura foi muito marcante na história do município.
O que importa é a gente registrar mais esse templo do futebol e, dentro dos nossos limites, relembrar principalmente para a população de Ilha Solteira a importância e o valor do Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho!
E essa importância é devida principalmente a dois times que desafiaram as dificuldades e as distâncias para trazer o futebol profissional para a cidade de Ilha Solteira. O primeiro é a Sociedade Esportiva Ilha Solteira, cujo distintivo veio lá do Escudos do Mundo Inteiro:
A Sociedade Esportiva Ilha Solteira foi fundada em 15 de setembro de 1970, e fez sua estreia no futebol profissional na Terceira Divisão de 1976 (na época chamada de Segunda Divisão, já que o primeiro nível era chamado de “Especial”), com esse time:
E olha que bela campanha fez em sua estreia. No primeiro turno ficou um ponto atrás do líder, o Dracena FC (que se classificou para a fase final):
Aliás, a classificação abaixo foi mais uma vez obtida no novo livro da Federação Paulista de Futebol, chamado “125 anos de história” (a venda pelo pessoal da Livraria Pontes):
E se você achou que o primeiro turno foi “sorte de principiante”, olha que linda campanha a SE Ilha Solteira fez no segundo turno.
Foram 6 vitórias e apenas 4 derrotas, uma pena que o time da A Cafelandense de Esportes estava inspirado…
A SE Ilha Solteira, também chamada de “SEIS” disputou o profissional até 1982, jogando em 1977 e 78 a “Segunda Divisão“, que equivalia ao quarto nível do estado, devido ao novo modelo de divisão adotado pela FPF: Especial (equivalia à 1ª), Intermediária (2ª), “Primeira” (3ª) e “Segunda” (4ª). Aqui a classificação de 1977, jogando a Série Manoel Nunes e terminando em 4º lugar no grupo.
Esse foi o time de 1977:
Em 1978, mais uma incrível campanha, terminando como vice campeão paulista da Segunda Divisão (o quarto nível), que foi se encerrar apenas em 1979. Essa foi a primeira fase, que terminou com a SE Ilha Solteiralíder:
Os times classificados foram para o chamado “Grupo dos vencedores” e disputaram mais uma fase, onde a SE Ilha Solteira terminou em 3o lugar, mas garantindo sua classificação para o fase final de grupos:
Na fase final de grupos, jogando no Grupo I, a SE Ilha Solteira liderou e classificou-se para a final do campeonato, contra o líder do Grupo II, o EC Lemense!
As partidas finais foram dramáticas… Mas infelizmente, a SE Ilha Solteira perdeu o último e decisivo jogo para o EC Lemense!.
Embora o acesso oficial tenha sido conquistado pelo EC Lemense, a partir de 1979, a SE Ilha Solteira, volta a disputar o terceiro nível do futebol paulista, onde fica até 1982, quando se licencia para nunca mais voltar… Aqui o time de 1981:
Essa foi a campanha do último campeonato da SEIS:
Mas, assim como a noite nunca é eterna, a ausência do futebol profissional na cidade também viu raiar uma nova esperança nos anos 90, com o surgimento de um novo time: a Associação Esportiva Ilha Solteira
A Associação Esportiva Ilha Solteira foi fundada em 1 de dezembro de 1993 para dar sequência ao legado do futebol profissional na cidade.
Não só temos a camisa do time, como já escrevemos sobre ela e sobre o time (veja aqui!).
O amigo Vinícius Medeiros, que acompanha o blog ainda mandou essas fotos da camisa que usou nos jogos escolares e que por acaso eram do time:
Além disso, a AE Ilha Solteira já nos fez perder uma viagem de mais de 500 km para ver um jogo e … o time não comparecer… Veja aqui como foi! Na foto abaixo, o time do Assisense à esquerda e à esquerda:
O time estreiou na 3ª divisão de 1994 (o quinto nível do futebol paulista daquele ano). Jogou ainda em 1995, 97, 99 e 2.000, e jogou a Segunda Divisão (a tradicional “bezinha”) de 2006 a 2010 e em 2013.
Esse é o time de 2008:
E esse o de 2013:
Bom, mas voltando ao palco onde esses dois times jogaram, vamos dar uma olhada na parte interna do estádio, começando pelo meio campo, com a arquibancada ao fundo.
Os bancos de reserva também estão ali!
Do mesmo ponto de vista, aqui está o gol da esquerda, que também possui uma bela arquibancada com vários degraus.
E aqui o gol da direita.
Somando todas as arquibancadas, a capacidade do Estádio Municipal Frei Arnaldo é de 5.540 torcedores.
O estádio fica um pouco afastado do centro da cidade, então dá pra ver que as arquibancadas convivem com as árvores ao seu redor:
Depois dessa visita, perdoamos o WO de 10 anos atrás…
A cidade já está há tempo demais sem ter um time disputando o profissional, vamos ver se a nossa visita dá sorte e em 2022 voltamos a ver o AEIS na Bezinha, para a alegria do gol!
E para a nossa alegria também!!
E vamos embora, felizes da vida, com mais essa aventura pra nossa carreira!
Finalmente a chance de poder registrar um dos estádios mais legais do lado leste do estado de São Paulo: o Estádio Dr. Antonio Pinheiro Junior!
Se você não ligou o nome ao local, o Estádio Dr. Antonio Pinheiro Júnior é a casa da Associação AtléticaFerroviária de Pindamonhangaba!
Antes de falarmos sobre o futebol, vale informar que a cidade de Pindamonhangaba está situada na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, às margens do Km 99 da Rodovia Presidente Dutra (passou da hora de propor um novo nome pra essa estrada hein?), há pouco mais de 140 km da capital paulista.
O nome da cidade vem do tupi e significa “lugar onde se fazem anzóis” e serve de casa para aproximadamente 170 mil pessoas.
Os registros de ocupação de Pindamonhangaba datam de 1643, mas oficializou-se 10 de julho de 1705 (dia de sua emancipação) como a data oficial da fundação da cidade.
A grande revolução começou em 18 de janeiro de 1877 quando foi inaugurada a Estrada de Ferro São Paulo – Rio de Janeiro, e em julho do mesmo ano, o trecho da estrada entre São Paulo e Cachoeira passou a funcionar.
Em 1890, com a Proclamação da República, a estrada de ferro seria encampada pelo governo federal, passando, no ano seguinte, a denominar-se Estrada de Ferro Central do Brasil e logo a cidade ganhou sua própria estação, que permanece por lá…
A cidade conseguiu aproveitar o ciclo do café no Brasil, transformando a cidade em um grande centro cafeeiro. Mas… com o fim da escravidão, não houve como sustentar a produção e a cultura cafeeira de Pindamonhangaba passa a diminuir até sumir em 1920, trazendo um momento de estagnação econômica. A arquitetura da época permanece por lá…
E foi da ferrovia que, em 12 de abril de 1930, surgiu o único time da cidade a disputar o Campeonato Paulista de Profissionais, com a união dos funcionários das ferrovias Campos do Jordão e Central do Brasil que passaram a jogar futebol nos cantos do terreno da Vila Nair (atual sede do INSS), como uma forma de lazer. Ali seria o primeiro campo da Ferroviária.
Alguns de seus distintivos na história:
O time estreiou em competições oficiais (ainda que na época não fosse considerado “profissional”) disputando o Campeonato da Divisão do Interior da FPF em 1934, e teve a Ferroviária como campeã do grupo que contava com a AA Aparecidense, o Cachoeira FC, o Commercial FC, também de Pindamonhangaba, o Cruzeiro FC e o Teciguará FC.
Com o título, a Ferroviária obteve o direito de disputar o Campeonato Estadual da FPF, que nada mais era do que um mata mata contra o campeão da FPF, que naquele ano fora o CA Fiorentino (que nada mais era do que o Juventus).
Foram dois jogos, sendo a decisão na Rua Javari:
Em 1935 foi comprado um terreno ao lado das oficinas da “Estradinha” onde foi construído o novo estádio.
Em 1942, mais uma participação no Campeonato Paulista do Interior e a Ferroviária sagra-se campeã da 9a região!
No mata mata, a Ferroviária acabou desclassificada ao perder por 5×3 pro Taubaté, fora de casa.
Em 1943, não conseguiu classificar-se às eliminatórias, jogando novamente a 9a região ao lado de:
Em 1943, houve a estreia de 2 outros times de Pindamonhangaba, o Commercial Mombaça FC e o Curupatuba FC:
Em 1944, mais uma vez disputa o Campeonato do Interior, e o título do grupo dessa vez vai pro Cruzeiro:
Mais uma vez um time de Pindamonhangaba fez sua estreia no campeonato: o São Paulo FC!
Aqui, o time de 1951, que usava o distintivo original, bem próximo do tricolor da capital:
Em 1945, foi a vez do Frigorífico de Cruzeiro ser campeão da 9a região:
Ainda em 1945, uma retificação dos trilhos da Estrada de Ferro acabou passando exatamente no campo da Ferroviária, o que parecia ser o fim do time… Tanto que em 1946 nem disputou o Campeonato, apenas em 1947, o setor 2 da zona 1:
Destaque para mais um time de Pindamonhangaba que participou dessa edição do Campeonato do Interior: a AE Industrial!
O time ainda seria campeão do Campeonato do Interior em 71 e 74.
Aqui, o time no amador de 1983 (já usando o novo distintivo):
A própria Central do Brasil ajudou o time a se reerguer e a Associação Atlética Ferroviária seguiu na disputava de torneios, amistosos e campeonatos amadores da cidade em seu campo novo, o atual Estádio, construído por meio de uma campanha popular.
O Estádio Dr. Pinheiro Júnior foi inaugurado oficialmente, em 1948, e alguns anos depois, a A.A. Ferroviária decide disputar o futebol profissional, e a partir de 1953, o time passa a jogar a Série A3 do Campeonato Paulista até 1957.
Esse foi o time que jogou a A3 de 1956:
Em 1958, o time jogou a série A2, mas fez uma campanha bem irregular, terminando em último no grupo azul.
Em 1959, mais uma disputa do segundo nível do futebol profissional paulista, uma campanha um pouco melhor, mas ainda sem se classificar. Pra piorar, houve uma reformulação no estadual, o que provocou o rebaixamento da Ferroviária à série A3 novamente.
Esse foi o time que jogou a A2 de 1959:
Em 1960, voltou a jogar a A3, e esse foi o time daquele ano:
Em 1961, faz sua última participação no futebol profissional, pela série A3. Algumas das partidas:
O clube estava enfrentando grandes dificuldades financeiras para se manter, e como o futebol exigia gastos que não estavam sendo recompensados com resultados mais expressivos, a diretoria encerrou as atividades do futebol profissional em 1962. Mas o time seguiu nas disputas amadoras, como esse time de 1970:
Pindamonhangaba ainda veria o Corinthians local, fundado em 1930, sagrar-se bicampeão do Campeonato do Interior (agora já sob o nome de “Amador do Estado”) em 1981 e 1982.
Aqui, o poster do título de 81:
E aqui, o time de 82:
Essa é a entrada do seu campo, o “Estádio do Cardosão“:
Pra saber mais sobre o futebol de Pindamonhangaba, não deixe de acessar o incrível trabalho do pessoal do “PindaFuteboldoPassado“.
Entretanto o clube segue de pé, tanto com sua belíssima sede social, quanto com o Estádio Dr. Antonio Pinheiro Junior.
Ele fica localizado na rua Dra. Isaura e de Tolêdo Silva, 45.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
E graças a ajuda do pessoal do clube, em especial o Anderson e o Zé Carlos, foi possível conhecer o estádio por dentro.
Agradecimentos também para o Leandro Matos (Presidente da Diretoria Executiva) e Júlio César Piorino (Vice-Presidente da Diretoria), por permitir a visita. Então, vamos lá?
O nome do Estádio é homenagem ao médico Dr. Pinheiro Júnior, o “Dr Tinoco”, que foi um dos entusiastas na campanha pela construção do estádio, além de atender a muitos dos trabalhadores da ferrovia.
E nós, em pleno 2020, 90 anos depois da fundação do time… Estamos aí!
O Estádio tem capacidade para cerca de 3 mil torcedores.
O campo segue muito bem cuidado, afinal o time ainda disputa competições amadoras. O gramado está muito bom!
Os bancos de reserva levam a gente numa volta ao passado!
Possui ainda arquibancadas cobertas em toda a lateral do campo:
Pra quem está nesta arquibancada, esse é o gol do lado esquerdo:
Aqui, o meio campo:
E esse o gol do lado direito:
E o que dizer do placar que já registrou tantos gols ?
Ao fundo, a cidade de Pindamonhangaba não fica parada e começa a se verticalizar.
Até um setor para a imprensa existe ali no meio das arquibancadas!
Mais do que uma pintura qualquer na parede, a força desse distintivo faz a gente sonhar com a volta do time e da cidade às competições da Federação…
Um último olhar antes de nos despedirmos de mais um templo do futebol do interior paulista!
E lá vamos nós, de volta à estrada… Antes, vale relembrar o time tri-campeão amador!
Para os dados desse post utilizei basicamente o livro “Os esquecidos – Arquivo de Futebol Paulista” e o “História da 2ª Divisão no Futebol Paulista” do Julio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Jr.
Embora Osasco seja uma cidade da grande São Paulo, até 2018 eu ainda não havia assistido nenhum jogo no tradicional Estádio Municipal Prefeito José Liberatti.
Graças à Copa Paulista de 2019, finalmente estive lá para assistir um jogo do meu Ramalhão contra os donos da casa, o Grêmio Osasco Audax.
Ou seja, lá vamos nós a mais uma bilheteria destinada aos visitantes…
Ele fica há 5 minutos da Castelo Branco.
O Estádio é gerido pela Prefeitura, e embora tenha alguns detalhes que deixem a desejar (como a pintura) me surpreendeu pela estrutura.
Atualmente, o “Rochdalão” tem capacidade para cerca de 12 mil torcedores, sendo o principal estádio da cidade.
Mas nem só de Grêmio Audax vive Osasco.
O futebol profissional teve seu início quando a Associação Atlética Floresta (que nascera em 1916 por meio de um grupo de descendentes de italianos, quando Osasco ainda era um bairro paulistano) disputou a terceira divisão em 1960.
Olha que bela imagem do time recebendo faixas celebrativas…
Na sequência, a AA Osasquense disputou a quarta divisão em 1965 e 1966, e a terceira divisão de 1967.
Na década seguinte, em 1975, surge o Independência Esporte Clube que disputou a terceira divisão de 1975 e a A2 de 1976.
Olha como era bonita a camisa (eles fizeram imagens com as camisas de todos os clubes de Osasaco, vale conferir em: https://deskgram.net/explore/tags/camisasclássicas):
Dando sequência à história da cidade de Osasco no futebol profissional, em 1977 e 1978 o Grêmio Água Branca FC (que nascera como um time de futsal) disputou a terceira divisão do Campeonato Paulista.
Em 1979, após a saída do Água Branca do futebol profissional, foi a vez do Monte Negro Futebol Clube da Vila Yolanda disputar a terceira divisão, entre 1979 e 1992, tornando-se o time da cidade com maior número de disputas profissionais.
Porém, entre 1981 e 1982, houve um segundo time da cidade medindo forças com o Monte Negro. Tratava-se do União Esportiva Rochdale, fundado nos anos 50, mas até então limitando-se às disputas amadoras.
Em 1992, surge mais um time na cidade, criado por parte da diretoria do Monte Negro que abandonava o profissionalismo por problemas financeiros: o Osasco FC, que manteria viva a águia, símbolo do Monte Negro, agora com as cores da cidade em seu distintivo.
O Osasco FC jogou a quinta divisão em 1997, a sexta divisão de 2002 (a série B2B) e a quarta divisão de 2005 até 2008, e depois de 2011 até 2013, e de 2016 a 2017.
Aqui, o time de 2017, jogando com uniforme alvinegro bem parecido com o da Ponte Preta, clube pelo qual Mário Teixeira é fanático. Mário era um dos homens por traz da gestão do Banco Bradesco, onde ainda atua como conselheiro. Ele acabou comprando o Osasco FC (e outros times mais, como veremos):
Entre as idas e vindas do Osasco FC no profissioanlismo, surge o Esporte Clube Osasco, fundado em 1984, mas disputando apenas em 2000 seu primeiro campeonato oficial e, contando com a chamada “sorte de principiante”, sagrando-se campeão da então existente quinta divisão (B-2).
Em 2001, mais um título garantindo o acesso para a terceira divisão, onde permaneceu até 2007 quando foi rebaixado para a segunda divisão, abandonando o profissionalismo.
Era a vez de um novo time representar a cidade e assim, em 2007, Mário Teixeira (aquele mesmo do Bradesco) cria o Grêmio Esportivo Osasco aproveitando as últimas forças e estrutura do Osasco FC.
Assim como o ECO, o time acumulou dois acessos nos dois primeiros anos, chegando à série A2 em 2009, porém acabou retornando à A3 em seu primeiro ano.
Em 2012, garantiu novamente o acesso para a Série A2 e como “presente”, recebeu um significativo investimento de Mario Teixeira (aquele do Bradesco), que comprou o Audax (até então um time que dava sequência ao projeto do Grupo Pão de Açúcar no futebol) e praticamente uniu os clubes, tornando o GE Osasco um time B do Grêmio Osasco Audax (o time que viemos ver no jogo de hoje).
A consequência de ser o “segundo filho”: rebaixamento para a Série A3, onde permanece até hoje.
Mas, como fica claro, nasce aí o atual “caçula” da cidade: o Grêmio Osasco Audax.
Oficialmente, o time foi fundado em 8 de dezembro de 1985, e até 2011 era denominado Pão de Açúcar Esporte Clube (PAEC).
De 2011 até 2013, passou a e denominar Audax SP Esporte Clube.
Como disse, em setembro de 2013, o clube foi comprado e unido ao Grêmio Osasco dando origem ao time atual.
Toda essa história teve como principal palco o Estádio José Liberatti, que passou por várias obras até chegar ao atual formato.
Vale ressaltar que existe um segundo Estádio na cidade (atualmente usado como CT) que é o Estádio municipal Elzo Piteri, que chegou a receber jogos oficiais também.
Mas voltemos à nossa visita… Era uma tarde de sábado, dia 13 de outubro de 2018 e fomos até o Estádio José Liberatti para acompanhar a partida entre EC Santo André x Grêmio Audax.
Chegamos embaixo de uma forte chuva e sabe o que o pessoal de Osasco fez? Liberou as arquibancadas laterais (cobertas) para a torcida visitante (que pelo que soube, normalmente fica atrás do gol).
E fica aí o nosso registro oficial de mais um estádio paulista, ao lado dos amigos torcedores.
Aqui dá pra ter uma ideia do campo como um todo, começando pelo gol ao lado direito:
Meio campo:
E o gol esquerdo:
Aliás, foi aí que o Grêmio Audax atacou no primeiro tempo.
Atrás de cada gol, mais um lance de arquibancadas:
Ah, e aqui as cobertas onde ficamos:
Também tem um espaço coberto lá do outro lado:
Pena que o placar não se deixa fotografar por um efeito de luzes…
A lanchonete tava a toda lá do outro lado:
Quer bater o escanteio?
Vale registrar a presença das organizadas do Santo André, aqui a Fúria Andreense:
Aqui, o pessoal da Esquadrão Andreense!
Jogamos a Copa Paulista 2018, com a base (time sub 20) e foi muito legal ver os meninos que sempre apoiamos disputar uma competição oficial e fazer bonito!
O David Ribeiro acabou indo para o futebol búlgaro no fim do ano.
O pequeno Garré (que disputa a série A2-2019 como titular):
Um zoom pra dar uma olhada no banco de reservas!
Um estádio que infelizmente ainda conta com baixa participação do público, talvez pela constante fragmentação dos times de Osasco.
Quem sabe com a continuidade dos times a torcida passe a se fazer mais presente…
Ficamos orgulhosos em conhecer mais uma cancha!
Chegamos à décima oitava etapa da nossa aventura em busca dos estádios da alta paulista.
Depois de registrar os estádios de Lençóis Paulista, Agudos, Gália, Garça, Vera Cruz, Oriente, Quintana, Osvaldo Cruz, Rinópolis, Lucélia, Adamantina, Flórida Paulista, Pacaembu, Junqueirópolis, Irapuru, Dracena e Tupi Paulista além de dois jogos da Bezinha (4a divisão paulista) em Andradina e em Tupã é hora de conhecer a cidade de Monte Castelo!
Em 2017, sua população foi estimada em 4.190 habitantes.
Ainda dá pra jogar bola na rua, sem se preocupar com o trânsito.
Nosso objetivo era conhecer o Estádio Municipal Manoel dos Santos Esgalha, o “Castelão“, e logo de cara, olha a boa notícia, ele recebeu (em 2015) uma reforma no valor de R$ 510 mil reais.
A má notícia é que ele não possui sequer uma placa de identificação… 🙁
Não há nem o tradicional pórtico de entrada tão característico dos estádios do interior…
O estádio foi a casa da Associação Atlética Monte Castelo nas duas disputas da quarta divisão do Campeonato Paulista (em 1964 e 1965).
O time foi fundado em março de 1963 e mesmo representando uma cidade há mais de 600 km da capital e com menos de 5 mil habitantes, conseguiu disputar duas edições do Campeonato Paulista.
O campo está bem conservado, tem até um sistema de iluminação e uma arquibancada coberta.
Vamos dar uma olhada?
Aqui, o gol da torre:
O gol do outro lado:
O meio campo, e a arquibancada coberta:
O banco de reservas:
E mesmo com nossa visita, o jogo seguia quente em campo!
É um estádio muito bonito!
Os vestiários a beira do campo:
Mais um estádio de um time com pouquíssimas informações… Não encontramos nenhuma foto do time sequer… Se você tiver alguma colaboração, entre em contato!
A décima sétima etapa da nossa aventura em busca de estádios da alta paulista nos levou até Tupi Paulista, a “cidade aconchego”.
Já havíamos registrado os estádios de Lençóis Paulista, Agudos, Gália, Garça, Vera Cruz, Oriente, Quintana, Osvaldo Cruz, Rinópolis, Lucélia, Adamantina, Flórida Paulista, Pacaembu, Junqueirópolis, Irapuru, e Dracena, além de dois jogos da Bezinha (4a divisão paulista) em Andradina e em Tupã.
É engraçado viver as diferentes possíveis realidades que a vida nos oferece. Enquanto assisto à partida entre Espanha e Rússia (que nesse momento empatam em 1×1) pelas oitavas de final da Copa do Mundo, escrevo sobre uma cidade onde vivem cerca de 15 mil pessoas: Tupi Paulista, onde nesse mesmo momento, provavelmente muitos estejam assistindo a mesma partida.
Nosso objetivo na cidade era conhecer e registrar o Estádio Municipal Belmar Ramos:
O Estádio Municipal Belmar Ramos foi a casa do Tupi Esporte Clube em suas 5 aventuras pelo Campeonato Paulista.
O Tupi Esporte Clube foi fundado em 1948 e disputou três edições da terceira divisão (1971, 73 e 74) e duas da quarta divisão (1966 e 67)
Aqui, o time na fase amadora, em 1953 (a foto faz parte do acervo da fanpage Eu amo Tupi Paulista:
Esses são Nezinho e Tião do Tupi EC:
Segundo o pessoal da fanpage Eu Amo Tupi Paulista, esse é o time do Tupi EC:
Esta outra foto também é de algum time local, mas que não consegui identificar:
Então vamos ver como o Estádio está em tempos atuais, onde pode se ver que ao menos o nome do time segue preservado:
O Estádio Belmar Ramaos fica num nível acima da rua, pra entrar no campo você tem que subir até ele.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
A placa falando sobre a data do estádio é de 1999, mas sua inauguração ocorreu muito antes, provavelmente na década de 50.
Bom, e aqui estamos nós, relembrando mais um templo histórico do futebol paulista, que atualmente é utilizado pelo futebol amador, principalmente pelas categorias de base.
Vamos entender o que é essa “subida” que eu me referi acima:
E aí estamos nós, conhecendo a arquibancada coberta do estádio de Tupi Paulista.
O gramado está bem cuidado (soubemos que tem muitos jogos das categorias dente de leite acontecendo aqui!).
Ao fundo, a torre que caracteriza o campo há tantos anos…
Aqui uma foto de uma equipe que eu não consegui identificar com certeza se é o Tupi EC, mas é o Estádio Belmar Ramos, já que dá pra ver a torre ao fundo:
Aqui, o gol da esquerda:
Olhando do gola da esquerda para a lateral sem arquibancada:
Uma olhada geral no lado esquerdo:
No meio campo:
Ficamos mais uma vez muito felizes e orgulhosos em poder pisar em solo sagrado, de mais um templo do futebol paulista.