O 2º Estádio do Corinthians

16 de setembro de 2023.
No mês de aniversário do SC Corinthians, fomos registrar o Estádio Alfredo Schürig, que foi a casa do Timão por várias décadas e atualmente, com 95 anos de história, faz parte da estrutura poliesportiva do clube além de receber partidas das categorias de base e dos times femininos.

Fiquei espantado em ver a movimentação em torno do clube por atletas de diversas modalidades e por famílias que estavam ali pra acompanhar ou praticar esportes ou mesmo curtir uma piscina.

A loja oficial do Corinthians também está muito bonita. Uma pena que os preços praticados não condizem com o tema “o time do povo”.

O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado em 1º de setembro de 1910, por cinco trabalhadores.

A inspiração para o nome veio do Corinthian Football Club (atual Corinthian-Casuals Football Club), o maior time amador da Inglaterra, e que passou pelo Brasil, jogando e vencendo o Fluminense, o Club Athletico Paulistano e a Associação Atlética das Palmeiras.

O primeiro campo do Corinthians era na verdade um terreno baldio na Rua José Paulino (conhecida como Rua dos Imigrantes, naquela época), no Bom Retiro.
O campo era conhecido como “Lenheiro”, por ter sido um depósito de lenha.

Com o passar dos anos, o time precisou de um estádio mais estruturado e passou a jogar no Estádio da Ponte Grande, inaugurado em 17 de março de 1918 e considerado o primeiro estádio do Corinthians.

O Estádio da Ponte Grande ficava onde hoje está o Centro Esportivo Tietê.

Parece difícil imaginar aquela São Paulo do início do século XX, com as greves anarquistas assolando uma capital ainda bastante rural e às margens de um rio Tietê ainda limpo, um estádio de futebol…

Para sua inauguração, foi convidado o rival Palestra Itália, em 17 de março de 1918, terminando em 3 x 3. Uma semana depois, os clubes voltaram a se enfrentar também na Ponte Grande, e o Palestra Itália venceu por 4 x 2.

Para jogos com maiores públicos, o Corinthians utilizava o Estádio do Parque Antárctica e o Campo da Floresta.
Mas o Estádio da Ponte, com capacidade para 8 mil torcedores era bastante utilizado e recebia bons públicos como podemos ver na foto abaixo:

O Estádio da Ponte Grande viu o tricampeonato estadual de 1922, 1923 e 1924.
Aqui, o time de 1924:

O estádio foi a casa do Corinthians até 1928, quando o Estádio da Fazendinha passou a ser utilizado. E olha como era charmosa a arquibancada da Fazendinha:

O terreno do novo estádio pertencia ao Esporte Clube Sírio, e por se localizar no subdistrito do Parque São Jorge, a identificação da torcida com o santo guerreiro foi fácil e logo se tornou apelido do estádio.
Aqui estão as atuais bilheterias:

Junto do Estádio, o clube construiu uma grande sede social, com equipamentos parra outros esportes e depois uma série de outros serviços que fazem do Corinthians um baita clube atualmente.

Em 1933, o estádio foi reinaugurado e substituiu definitivamente o Estádio da Ponte Grande como local de jogos do Corinthians na cidade de São Paulo.
Vamos enfim conhecer o campo?

Assim, seja bem vindo ao Estádio Alfredo Schüri, ou ao Estádio do Parque São Jorge ou se você preferir ao Estádio da Fazendinha.

Aqui, o gol do lado esquerdo (onde está o clube):

Aqui, o meio campo:

E aqui, o gol da direita:

Como existia uma pequena fazenda no local, o Estádio acabou conhecido como “Fazendinha” que se mantém até hoje em dia.

O nome oficial, Alfredo Schürig, homenageia o ex presidente do Corinthians entre 1930 e 1933, que ajudou no pagamento das prestações do terreno e forneceu ferros, pregos e parafusos de sua própria fabricação para que as novas arquibancadas fossem construídas.

Uma característica do estádio é a proximidade da torcida com o campo, mas infelizmente nos dias de hoje não se pode assistir jogos ali, apenas sentadinho ali na arquibancada.

A medida em que o futebol foi se desenvolvendo, os jogos mais importantes do Corinthians passaram a ser disputados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.
Mas o estádio nunca foi inutilizado e mantém toda essa história ali, viva!

O Estádio recebeu várias reformas, saindo de uma arquibancada que era literalmente no morro onde a torcida ficava encostada, depois recebeu as arquibancadas de madeira, até chegar nas de cimento. Mas parte da torcida protestou contra essa modernização, argumentando que o Corinthians estava perdendo sua essência. O que diriam hoje da Arena Neoquímica?

O recorde de público do Parque São Jorge é de 32.419 pessoas, numa partida contra a Ferroviária de Araraquara em 1959.

Além desta partida contra a Ferroviária, em 1962, um jogo contra o Santos teria levado aproximadamente 33 mil pessoas (incluindo imprensa e dirigentes) ao estádio, sendo assim o maior público, que vaiou Pelé, responsável pelo gol da vitória de 2×1 do time visitante.

Houve um momento em que se sonhou com um projeto de modernização do Estádio, nos anos 80, durante o período da Democracia Corinthiana, com o presidente Waldemir Pires. Os setores de arquibancadas seriam cobertos e ampliados, com capacidade estimada em 40 mil lugares.

Mas infelizmente, o sonho não saiu do papel e em 3 de agosto de 2002, a Fazendinha recebeu o último jogo oficial, o amistoso: Corinthians 1×0 Brasiliense.
Em 22 de julho de 2018, a Fazendinha completou 90 anos e o Estádio ganhou uma revitalização. Agora as arquibancadas estão pintadas de preto!

No jogo de hoje, pelo Campeonato Paulista sub 20, o Timão foi vencido pela Portuguesa por 2×1…

Mas poder acompanhar uma partida, ainda que das categorias de base, em um estádio com tanta história, já é uma vitória, independente de qual time você torce.

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

4 comentários em “O 2º Estádio do Corinthians”

  1. Você sabe o motivo das arquibancadas atrás dos gols terem sido construídas “fora de esquadro” em relação às linhas de fundo do campo?

    Acredito que se demolissem essas duas arquibancadas atrás dos gols e refizessem elas no esquadro, o estádio ganharia em capacidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *