O Estádio Francisco Ribeiro Nogueira e o futebol em Mogi das Cruzes

5a feira, feriado de 12 de outubro de 2023.
O rolê de hoje é por Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, muito conhecida pela produção de hortaliças em uma área de cultivo estimada em mais de 7.100 hectares.

A região era densamente ocupada muito antes da chegada dos portugueses. Vários povos como os Tupis, Guaianás, Carijós e os Tupiniquim, do qual fazia parte o cacique Tibiriça, pai de Bartyra com quem o misterioso João Ramalho se casaria.

Em torno de 1560, é registrada a primeira entrada de um bandeirante na região de Mogi das Cruzes, em busca de ouro: Braz Cubas, registrado abaixo por Benedito Calixto, séculos depois:

Outro bandeirante, Gaspar Vaz, foi quem abriu o primeiro acesso a Mogi, facilitando a formação do povoado, elevado à Vila de Sant’Anna de Mogi das Cruzes em 1611.
Aqui, a igreja matriz de Mogi retratada em bico de pena por Tunico de Paula sobre aquarela de Thomas Ender:

Atualmente, a cidade é constituída por 8 distritos: distritos: Mogi das Cruzes, Biritiba-Ussu, Brás Cubas, Cezar de Souza, Jundiapeba, Quatinga, Sabaúna e Taiaçupeba.
Estivemos lá há 10 anos, em 2013, para acompanhar um jogo entre o Atlético Mogi e o Jacareí pela Segunda Divisão. Clique aqui e veja como foi.

Somente em 2023 pudemos voltar com mais calma para visitar o Estádio e entender um pouco mais da história do futebol na cidade.

Para isso, usei como base o livro “História do futebol em Mogi das Cruzes” de João Renato Leandro Amorim.

O livro cita um artigo do jornal “O Diário de Mogi”, de 1957, que indica o responsável pela introdução do futebol em Mogi das Cruzes: o sapateiro Alfredo Cardoso, mais conhecido como Alfredão (foto retirada do livro e creditada ao Acervo Glauco Ricciele).

O livro esclarece que a primeira partida de futebol de Mogi das Cruzes envolveu um time de “camisas brancas” contra o de “camisas azuis”, em 6 de maio de 1906.
O registro de uma partida em 30 de junho de 1911, apresenta o Operário Futebol Clube como o primeiro clube da cidade.
A partir da década de 20, surgem outros clubes e já uma primeira grande rivalidade: de um lado, o Mogi Futebol Clube, que jogava de vermelho e do outro, o Falena Futebol Clube (que teve o Operário FC como origem), que jogava de branco e era o time do Alfredão.
As partidas eram disputadas em um terreno próximo ao antigo convento que ficava na rua Campo Santo, atualmente rua Otto Unger.
E foi ele quem propôs a unificação dos dois times, dando origem, no dia 7 de setembro de 1913 a um clube que agregaria o futebol mogiano como um todo: o União Futebol Clube. Evolução do distintivo vindo do site Gino Escudos:

O União Mogi começou jogando no campo do Parque, atualmente Rua Major Pinheiro Franco.
Segundo o livro Os Esquecidos, depois de partidas amistosas, fez sua estreia no Campeonato do Interior da APEA em 1928, sendo desclassificado em uma polêmica partida desempate com a Caçapavense, um 3×2 com arbitragem duvidosa. Como consequência, os dirigentes do União mandaram um ofício à APEA pedindo desligamento da entidade. Rolou até um “enterro simbólico” da associação reunindo cerca de duas mil pessoas.
O time retorna às competições oficiais em 1942, e nesse ano, nada menos do que 6 times da cidade disputaram a 24ª região do Campeonato do Interior (contando o AA Poaense, já que na época, Poá era um distrito de Mogi das Cruzes).

Destes, a AA Comercial, fundada em 14 de abril de 1931, ainda está viva disputando o amador e com seu Estádio em funcionamento.

Achei uma única foto do pessoal do Mogytex FC:

Do Santo Angelo FC, que representava o distrito de Jundiapeba encontrei uma foto dos anos 70:

A AA Poasense ainda mantém se na ativa, com uma bonita sede própria.

Do São João FC eu não encontrei nada, mas o Vila Santista teve uma importante história que resumiremos daqui a pouco.

Voltando à história do time do União Mogi, destaque para o Campeonato do Interior de 1947, quando vence o Setor 1 da Zona 1 com o time abaixo:

Este é o Estádio Francisco Ferreira Lopes, na Rua Casarejos:

Em 1951, o União se profissionaliza. Time daquele ano:

Em seu primeiro ano, disputa o Campeonato Paulista da Segunda Divisão e licencia-se no ano seguinte.
Retorna em 1955, quando disputou mais uma vez a Segunda Divisão, onde permaneceu por outros quatro anos.
Aqui,o time do União em partida contra o Vila Santista, pela segunda divisão paulista de 1958, no estádio da Rua Francisco Franco, do Vila. O jogo terminou em
empate por 2×2.

Em 1960, o clube pediu licença mais uma vez, ficando fora por quase duas décadas.
O União retorna em 1979, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão, até 1981, quando foi promovido à Segunda Divisão.
Permanece na segunda até 1993.

Em 1998, o clube mudou seu nome para União Mogi das Cruzes Futebol Clube.
Em 2002, a equipe foi rebaixada à Série B1.
A partir de 2004, passa a disputar a Segunda Divisão, da qual sagra-se campeão em 2006, retornando à Série A3. O pessoal do Jogos Perdidos esteve cobrindo a final (veja aqui como foi), as fotos abaixo são do Fernando Martinez:

Em 2008, o clube volta ao nome União Futebol Clube.
Em 2009, passa por dificuldades financeiras e faz uma má campanha na A3, ficando em último lugar, voltando para a “Série B”.
Em 2011, além d crise financeira, o União Mogi acaba acusado (por conta de atos de seu treinador) de estelionato, injúria, difamação e até assédio moral e sexual.
Em 2023, o União Mogi foi rebaixado para a quinta divisão paulista de 2024.

O time manda seus jogos no Estádio Municipal Francisco Ribeiro Nogueira, o “Nogueirão”, inaugurado em 31 de maio de 1995. Para viver um pouco desta história na prática, fomos até lá conhecê-lo.

Vamos ao campo!

A história do Estádio está ligada à da própria cidade, já que toda essa área pertencia à empresa Mineração Geral do Brasil desde 1942. Ali foi construída uma usina siderúrgica, 550 moradias para seus funcionários e… um campo de futebol que serviu de base para o time do Esporte Clube Mineração Geral do Brasil, organizado pelos trabalhadores da usina.
Em 1957, o campo passa a ser denominado Estádio Cavalheiro Nami Jafet, ganhando estruturas ligadas a outros esportes.

Dá uma oilhada como está o campo hoje em dia:

Atualmente a capacidade do estádio é de 10.000 torcedores.

A siderúrgica entra em concordata, em 1965 e foi incorporada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em 1967. Em 1973, o Estádio Nami Jafet foi municipalizado e incorporado ao patrimônio público da Prefeitura de Mogi das Cruzes.

Esse grafite com a indústria de fundo é uma área bem característica do Estádio!

As cadeiras na área coberta deixaram o estádio realmente bem bonito!

Aqui, o gol da esquerda:

Aqui, o gol da direita:

Aqui, o meio campo:

Dê uma olhada nas demais arquibancadas, atrás dos dois gols:

Alguns vídeos para ilustrar o rolê:

E ali fica o placar:

E como estávamos em Mogi das Cruzes, importante falarmos também do Vila Santista Futebol Clube, fundado em 14 de julho de 1919:

O Vila Santista FC homenageia o bairro próximo do centro da cidade, e iniciou sua história disputando amistosos com times da cidade e da região.
Em 1922, inaugura-se seu Estádio, na atual Rua Francisco Franco.

O presidente do clube era Ângelo Pereira Passos, que viria a dar nome ao campo.

Com a criação da Federação Paulista de Futebol (FPF) em 1941, o Vila Santista passa a disputar o Campeonato Paulista do Interior.
Aqui, o time de 1949:

Em 1957, o Vila Santista segue o caminho do União e disputa o Campeonato Paulista da Terceira Divisão.
Na primeira fase, seu grupo contava com apenas outros 2 times: o Elvira, e o E.C. São José e o Vila classifica-se para a segunda fase em um novo grupo com Velo Clube, Expresso São Carlos, Guarani Saltense, Legionário (Bragança Paulista), São José, Ferroviária de Pindamonhangaba e o E.C. Aparecida, do qual apenas um time se clasificou: o Expresso São Carlos, tendo o Vila Santista terminado em 2º lugar. O Expresso São Carlos alcança o acesso à segunda divisão, mas decide abandonar o profissionalismo, deixando sua vaga ao próprio Vila!
O time disputa a segundona de 1958 e 59, quando volta à terceira.
Em 1960, cai para a quarta divisão e em 61 faz ali sua última participação no futebol profissional.

Outro time de Mogi das Cruzes, surgiu em 1952: o CA Ypiranga.

Ninguém sabe direito a história do CA Ypiranga se foi inspirado no time da capital ou se foi até mesmo uma filial em Mogi das Cruzes. Aqui, o time dessa primeira fase pré profissional:


O que se sabe é que o CA Ypiranga disputou a quarta divisão paulista em 1964, no grupo chamado “6ª Série”, ao lado do General Motors E.C. (São Caetano do Sul), o C.A. Pirelli (Santo André) e o Expulancex F.C.,de Cruzeiro, times que aproveitaram os benefícios para empresas que criaram seus times profissionais. No grupo, ainda estava o Atlético Vila Alpina e o E.C. São José. O time de Mogi terminou em penúltimo lugar, e acabou extinto.

Mas, já no século XXI, a cidade de Mogi das Cruzes viu o surgimento de um novo time: o Clube Atlético Mogi das Cruzes de Futebol, fundado em 19 de abril de 2004, na época como “Mogi das Cruzes Futebol Limitada”.

O time foi fundado por Joaquim Carlos Paixão Filho, um mogiano apaixonado por futebol que tentou fazer uma parceria com o União sem conseguir o que esperava.
Assim, em 2005, estreia no Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Mas se licencia em 2008 retornando em 2009, aí sim com o nome de Clube Atlético Mogi das Cruzes.
Em 2011 e 2015 novamente esteve licenciado das disputas.
Recentemente, o Clube Atlético Mogi passou por uma péssima fase, conquistando a alcunha de o “Pior Time Do Mundo” ao bater a terrível marca de 56 partidas sem vitórias, que até então pertencia ao Íbis!


O time ficou 62 jogos sem vitórias até que em 27 de Maio de 2023, venceu o Guarulhos por 1×0.
Mais um estádio, e uma cidade com muita história no futebol

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Clipe da 1ª final da Copa Paulista

Segue o nosso tradicional clipe, desta vez tendo como tema a música “Acordas p’la manhã”, da banda Pesta & Sida, de Portugal.

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União São João campeão da Segunda Divisão 2023

Sábado, 30 de setembro de 2023. É dia de festa para o futebol paulista, o Estádio Hermínio Ometto recebe o segundo jogo, a finalíssima da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Ah, se você quiser ver um montão de vídeos que fizemos no jogo, acessa a playlist que montamos.

Em uma tarde bastante quente, ainda que com o sol encoberto pelas nuvens, desde as 13hs, a torcida local já se encaminhava para o Estádio.

Infelizmente não foi possível evitar as filas já que quase 8 mil torcedores compareceram à partida!

Desde a concentração em frente ao estádio até o final do jogo, houve a venda de diversas camisas e até daquele chapéu tipo “pescador”.

Até uma cerveja do time estava a venda na entrada do estádio.

Mais uma vez, tive a companhia do amigo punk, escritor, professor, poeta e até futeboleiro, o Joey, que vive por estas bandas, passeando entre Araras, Leme, Mococa, Porto Ferreira… Ah, e pudemos conhecer o amigo Pedro “Carroceiro” e sua sobrinha, Sophia Helena!

Então, acompanhe-nos na entrada para o estádio!

Lá dentro, um espetáculo emocionante: as arquibancada do Estádio Hermínio Ometto cheias, como há muitos anos não se via…

Uma faixa me chamou a atenção e depois fui conhecer a triste história, que se contrapôs ao momento feliz da tarde de sábado: Bruna Angleri, de 40 anos, foi morta de forma brutal na quarta feira (27), tendo o seu ex namorado como o principal suspeito até o momento.
No domingo, ainda rolou uma manifestação nas ruas de Araras (foto abaixo do Portal de notícias da Rádio Clube Ararense).
Vivemos uma verdadeira “epidemia” de feminicídio… Isso é inaceitável!
Precisamos lutar contra essa aberração.

Voltando ao jogo, havia muita gente com a camisa do time, de diferentes épocas, como esta:

Dessa forma, foi se pintando de verde e branco as bancadas do Estádio Hermínio Ometto!

Dê uma olhada no público:

A Torcida União Alviverde é quem comanda a festa na bancada!

Além das arquibancadas, o Estádio tem um um “corredor” ao lado do alambrado e com um gramado que cria um ambiente bastante “acolhedor”.

Lá no campo, quem anima a festa é a Arararinha!

A Torcida União Alviverde espalhou tirantes (esses panos verdes e brancos indo até lá embaixo) que deu um visual bem legal!

A Torcida visitante também se fez presente e merece respeito, principalmente porque com o acesso, o Catanduva FC está tentando se tornar o novo time da cidade.

O Estádio Dr Hermínio Ometto tem capacidade para mais de 16 mil torcedores e o público no sábado foi de quase 8 mil pessoas!

Em campo, após o 0x0 na primeira partida, ambos os times partiram pra cima, afinal, quem ganhasse o jogo, se tornaria campeão.

Às torcidas, cabia apoiar!

O primeiro tempo chegava ao fim, mantendo o placar do início, quando Toninho recebeu uma bola, e observando que o goleiro Mandela estava adiantado, mandou um petardo de fora da área fazendo 1×0 para a festa da torcida local!

Intervalo de jogo, tempo pra botar a conversa em dia!

Também deu pra dar um rolê e registrar um pouco da galera que compareceu!

Foi distribuída uma bandeirinha que poderia ter dado um charme maior na arquibancada, mas o pessoal preferiu usar como “abanador”. De qualquer forma, trouxe logo 3 de recordação do dia!

O segundo tempo viu o sol se por e até uma ameaça de chuva, que não caiu, mas ajudou a amainar o calor que esquentou a cabeça do pessoal…

E o jogo voltou com o Catanduva vindo pra cima em busca do empate!

Além disso, o juiz começou a não agradar o público local…

Também achei engraçado a turma que assistiu o jogo lá no morro atrás da arquibancada!

E a Torcida União Alviverde seguia com a festa:

Pra quem acha que as organizadas tem que acabar… Sem a presença dos caras, o jogo não teria menor graça…

E tamanho apoio deu certo: penalty para o União São João cobrado por Valdívia (o craque da Bezinha) e o 2×0 praticamente sacramentou o resultado e o título!

Daí pra frente foi só curtir a festa com a certeza de que o time da casa estava a minutos de se tornar campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paulista!

Que bacana poder fazer parte de uma tarde como esta!

Logo após o apito final, o que se viu foi um encontro entre o time e sua torcida, para a alegria de toda uma cidade, que há anos parecia ter abandonado o amor pelo futebol…

Foi emocionante ver o Catanduva FC receber o troféu e ser aplaudido por todo o estádio. Na imagem abaixo, você percebe que eles mesmos estão batendo palmas a torcida do União em um dos momentos de respeito e admiração!

A torcida visitante também reconheceu o esforço do time e celebrou o vice campeonato.

Os próprios jogadores do Catanduva FC fizeram questão de ir celebrar com a torcida.

E aí chegou a grande hora… o troféu vem para as mãos do União São João

Uma verdadeira explosão de alegria para a torcida!

Muitos sequer eram nascidos quando em 1996, o time levantou seu último caneco: o título da série B.

A nova geração soube aproveitar a oportunidade e interagir com os novos ídolos!

E eu e a Sophia Helena também fomos lá pra fazer uma foto com o craque Miguel!

Também fizemos a tradicional foto em frente ao distintivo, com a esperança de dias cada vez mais animados para o futebol em Araras.

Saímos cheio de felicidade, mas lembrando que o caso da dentista Bruna clama por justiça… (foto de Carol Custanari do site Notícia 360º):

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O 2º Estádio do Corinthians

16 de setembro de 2023.
No mês de aniversário do SC Corinthians, fomos registrar o Estádio Alfredo Schürig, que foi a casa do Timão por várias décadas e atualmente, com 95 anos de história, faz parte da estrutura poliesportiva do clube além de receber partidas das categorias de base e dos times femininos.

Fiquei espantado em ver a movimentação em torno do clube por atletas de diversas modalidades e por famílias que estavam ali pra acompanhar ou praticar esportes ou mesmo curtir uma piscina.

A loja oficial do Corinthians também está muito bonita. Uma pena que os preços praticados não condizem com o tema “o time do povo”.

O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado em 1º de setembro de 1910, por cinco trabalhadores.

A inspiração para o nome veio do Corinthian Football Club (atual Corinthian-Casuals Football Club), o maior time amador da Inglaterra, e que passou pelo Brasil, jogando e vencendo o Fluminense, o Club Athletico Paulistano e a Associação Atlética das Palmeiras.

O primeiro campo do Corinthians era na verdade um terreno baldio na Rua José Paulino (conhecida como Rua dos Imigrantes, naquela época), no Bom Retiro.
O campo era conhecido como “Lenheiro”, por ter sido um depósito de lenha.

Com o passar dos anos, o time precisou de um estádio mais estruturado e passou a jogar no Estádio da Ponte Grande, inaugurado em 17 de março de 1918 e considerado o primeiro estádio do Corinthians.

O Estádio da Ponte Grande ficava onde hoje está o Centro Esportivo Tietê.

Parece difícil imaginar aquela São Paulo do início do século XX, com as greves anarquistas assolando uma capital ainda bastante rural e às margens de um rio Tietê ainda limpo, um estádio de futebol…

Para sua inauguração, foi convidado o rival Palestra Itália, em 17 de março de 1918, terminando em 3 x 3. Uma semana depois, os clubes voltaram a se enfrentar também na Ponte Grande, e o Palestra Itália venceu por 4 x 2.

Para jogos com maiores públicos, o Corinthians utilizava o Estádio do Parque Antárctica e o Campo da Floresta.
Mas o Estádio da Ponte, com capacidade para 8 mil torcedores era bastante utilizado e recebia bons públicos como podemos ver na foto abaixo:

O Estádio da Ponte Grande viu o tricampeonato estadual de 1922, 1923 e 1924.
Aqui, o time de 1924:

O estádio foi a casa do Corinthians até 1928, quando o Estádio da Fazendinha passou a ser utilizado. E olha como era charmosa a arquibancada da Fazendinha:

O terreno do novo estádio pertencia ao Esporte Clube Sírio, e por se localizar no subdistrito do Parque São Jorge, a identificação da torcida com o santo guerreiro foi fácil e logo se tornou apelido do estádio.
Aqui estão as atuais bilheterias:

Junto do Estádio, o clube construiu uma grande sede social, com equipamentos parra outros esportes e depois uma série de outros serviços que fazem do Corinthians um baita clube atualmente.

Em 1933, o estádio foi reinaugurado e substituiu definitivamente o Estádio da Ponte Grande como local de jogos do Corinthians na cidade de São Paulo.
Vamos enfim conhecer o campo?

Assim, seja bem vindo ao Estádio Alfredo Schüri, ou ao Estádio do Parque São Jorge ou se você preferir ao Estádio da Fazendinha.

Aqui, o gol do lado esquerdo (onde está o clube):

Aqui, o meio campo:

E aqui, o gol da direita:

Como existia uma pequena fazenda no local, o Estádio acabou conhecido como “Fazendinha” que se mantém até hoje em dia.

O nome oficial, Alfredo Schürig, homenageia o ex presidente do Corinthians entre 1930 e 1933, que ajudou no pagamento das prestações do terreno e forneceu ferros, pregos e parafusos de sua própria fabricação para que as novas arquibancadas fossem construídas.

Uma característica do estádio é a proximidade da torcida com o campo, mas infelizmente nos dias de hoje não se pode assistir jogos ali, apenas sentadinho ali na arquibancada.

A medida em que o futebol foi se desenvolvendo, os jogos mais importantes do Corinthians passaram a ser disputados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.
Mas o estádio nunca foi inutilizado e mantém toda essa história ali, viva!

O Estádio recebeu várias reformas, saindo de uma arquibancada que era literalmente no morro onde a torcida ficava encostada, depois recebeu as arquibancadas de madeira, até chegar nas de cimento. Mas parte da torcida protestou contra essa modernização, argumentando que o Corinthians estava perdendo sua essência. O que diriam hoje da Arena Neoquímica?

O recorde de público do Parque São Jorge é de 32.419 pessoas, numa partida contra a Ferroviária de Araraquara em 1959.

Além desta partida contra a Ferroviária, em 1962, um jogo contra o Santos teria levado aproximadamente 33 mil pessoas (incluindo imprensa e dirigentes) ao estádio, sendo assim o maior público, que vaiou Pelé, responsável pelo gol da vitória de 2×1 do time visitante.

Houve um momento em que se sonhou com um projeto de modernização do Estádio, nos anos 80, durante o período da Democracia Corinthiana, com o presidente Waldemir Pires. Os setores de arquibancadas seriam cobertos e ampliados, com capacidade estimada em 40 mil lugares.

Mas infelizmente, o sonho não saiu do papel e em 3 de agosto de 2002, a Fazendinha recebeu o último jogo oficial, o amistoso: Corinthians 1×0 Brasiliense.
Em 22 de julho de 2018, a Fazendinha completou 90 anos e o Estádio ganhou uma revitalização. Agora as arquibancadas estão pintadas de preto!

No jogo de hoje, pelo Campeonato Paulista sub 20, o Timão foi vencido pela Portuguesa por 2×1…

Mas poder acompanhar uma partida, ainda que das categorias de base, em um estádio com tanta história, já é uma vitória, independente de qual time você torce.

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O Estádio Distrital do Jaçatuba (EC Santo André)

Esse post foi feito com base em um texto produzido por um grande torcedor e ex-presidente do EC Santo André: Sidnei Riquetto.

O Estádio Distrital do Jaçatuba foi construído pela Prefeitura Municipal para servir ao futebol amador e ser utilizado alternativamente pelo Esporte Clube Santo André. Atualmente é a sede do clube poliesportivo e fica localizado à rua dos Ramalhões, 126.

É lá que você encontra a loja oficial do clube:

Seu nome oficial é Estádio Distrital do Jaçatuba, tal como consta na Lei nº. 6.288, de 24/12/1986, que autorizou a sua cessão ao Esporte Clube Santo André, pelo prazo inicial de 30 anos, posteriormente alterado para 99 anos, pela Lei nº 9.057, de 25/06/2008.

Vale destacar que, conforme artigo 2º, item 6, da Lei nº 6.288, o Esporte Clube Santo André era obrigado a manter o campo de futebol apenas até o dia 31 de dezembro de 1987, mas a Diretoria do clube optou pela sua preservação até os dias atuais.
Estive lá acompanhado do Marques, outro apaixonado pelo Ramalhão, para ver como está o Estádio em pleno 2023.

Dê uma olhada no visual:

O Estádio esteve envolvido em uma história curiosa: em meados de junho de 1975, a imprensa esportiva noticiava a existência de um movimento para a criação de um novo clube de futebol profissional em Santo André.
O ex-dirigente do Santo André FC, Geraldo Novaes trabalharia para a fundação do Utinga Futebol Clube.
Como existia um movimento separatista onde Utinga queria sua emancipação, surgiram sugestões de novos nomes (Comercial FC, Industrial FC e Operário FC).
A questão é que o futuro time alvi rubro desejava mandar seus jogos no novo Estádio do Jaçatuba que estava prestes a ser inaugurado e que mantém se vivo até os dias de hoje.
Aqui, o meio campo, lá ao fundo está a Avenida do Estado.

O gol da esquerda (é o lado de Mauá):

E o gol da direita (sentido da capital e de Utinga):

O projeto ruiu em 7 de setembro de 1975, que seria adotado como a data de fundação do time e que foi quando perceberam que não havia coesão suficiente para isso.
Já no final daquele ano, em 17/12/1975, em uma quarta feira a noite, o Estádio do Jaçatuba foi inaugurado com o amistoso Santo André 0x0 Palmeiras e as suas arquibancadas ficaram lotadas!

O jogo contra o Palmeiras, em 1975, teve tripla finalidade: serviu para a comemoração do título da primeira divisão (equivalente a atual A2), com a entrega das faixas de campeão ao elenco do Santo André; homenageou o centenário da imigração italiana ao Brasil e marcou a inauguração do Estádio.

Os times foram a campo com:
EC Santo André: Ronaldo, Roberto, Rodolfo, Flávio e Luiz Augusto; Fernandinho e Souza; Celso Mota (Luizinho Gaúcho), Vicente Cruz (Fernandes), Tulica e Rômulo.
SE Palmeiras: Leão (Bernardino); Valdir, Arouca, Alfredo (Jair Gonçalves) e Donizetti; Dudu e Didi; Zuza (Zé Mário), Erb (Fedato), Mário (Itamar) e Toninho Vanusa.

Embora há muito tempo não se tenha uma partida oficial, o campo segue com muitos cuidados, como o distintivo do Ramalhão, ali na área onde ficam as bandeiras.

Santo André, a cidade e o clube, já faziam por merecer um estádio à altura de seu potencial.
Assim, no dia 14 de novembro de 1975, foi assinado o Edital de Concorrência nº 218/75, para a construção de arquibancadas com capacidade para mais de 13 mil pessoas no Estádio Bruno José Daniel.

Assim, o Estádio do Jaçatuba foi extremamente importante para o Ramalhão porque em 1976, o Estádio Municipal Bruno José Daniel passou por uma primeira grande reforma de ampliação e não pode ser utilizado no Campeonato Paulista daquele ano.

O Estádio Distrital do Jaçatuba foi utilizado pelo EC Santo André no Campeonato Paulista da Primeira Divisão de 1976 (equivalente à série A2 atual).
A campanha como mandante foi incrível: 10 vitórias e 3 empates. Invicto no Caldeirão do Jaçatuba!

O Estádio recebeu ainda 18 partidas amistosas, com destaque para o então campeão mundial de clubes e também hexa campeão da Libertadores: CA Independiente da Argentina, realizado em 11 de março de 1976.

Jogando um futebol exuberante, o esquadrão ramalhino liquidou os argentinos por impiedosos 4 a 0 (gols de Celso Mota, Roberto, Vicente Cruz e Rômulo).
O time argentino podia ser imbatível em seu continente, mas no Bruno Daniel ou no Jaçatuba, o imbatível era o Santo André.
EC Santo André: Ronaldo (Molina); Roberto, Rodolfo, Flávio (Tito) e Luiz Augusto (Luizinho Maia); Fernandinho e Souza; Celso Mota, Vicente Cruz (Muró), Tulica e Rômulo (Luizinho Gaúcho)
CA Independiente: Pogani; Lencina, Armendari, Villaverde (Trossero) e Bertoli; Palomba, Sagioratto (Rodrigues); Arroyo, Perci Rojas (Soria) e Brites (Pavoni)

Outro importante amistoso foi um 0x0 contra o Santos, para inaugurar os refletores do Estádio Jaçatuba em 21/01/1976, quarta-feira, à noite.


EC Santo André: Ronaldo; Robertão (Tito), Rodolfo, Flávio e Luisinho; Vicente e Messias; Luizinho Gaúcho, Muró (Celso Motta), Tulica e Rômulo.
Santos FC: Wilson Quiqueto; Zé Carlos, Lazinho, Marçal (Ney) e Fernando; Clodoaldo, Léo Oliveira (Didi) e Babá (Alceu); Totonho, Da Silva (Tostão) e Mazinho.

Ainda em 1976, o Estádio recebeu a primeira partida do “Troféu Grande ABC“, um confronto entre o EC Santo André e o Saad em duas partidas: a primeira no Estádio do Jaçatuba (um 0x0 que saiu faísca de tanta porrada em campo) e o segundo em São Caetano (também marcado pelos pontapés e que foi decidida na prorrogação: 3×1 pro Ramalhão e mais uma taça pra coleção!).
No jogo no Jaçatuba, o Santo André jogou com Ronaldo, Roberto, Rodolfo, Flavio e Luiz Augusto; Fernandinho e Souza; Celso Mota (Luizinho Gaucho), Vicente, Tulica e Rômulo. O Saad jogou com Leonetti, Mingo, Celso, Nega e Walter; Serelepe, Toninho I (Nascimento) e Henrique; Toninho II, Wanderlei e Wagner.

Pra terminar, um registro que encontrei no Facebook: uma foto do festival Rock in ABC, realizado no Estádio do Jaçatuba, evento foi em 87 teve a presença dos Titãs, Beto Guedes, Sandra de Sá e Capital Inicial!

Aqui, uma foto tirada no dia 07/09/1988 após o último jogo de Luiz Pereirapelo EC Santo André, no Estádio Jaçatuba.

E um abraço ao companheiro de arquibancadas, Marques por estar junto em mais uma aventura!

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203- Camisa do Marília AC

A 203ª camisa de futebol do site veio do interior paulista e foi adquirida no dia da final da Copa Paulista contra o XV de Piracicaba (confira aqui como foi!).

Naquela tarde, o sol radiante brilhava sobre o Estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal, o “Abreuzão”.
As arquibancadas foram ficando repletas de torcedores ansiosos, vestidos com as cores azul e branca do Marília Atlético Clube, aguardando o início da decisão e em companhia aos amigos da família Pavão, entrei na festa também!

O time foi fundado em 12 de abril de 1942, ainda como Esporte Clube Comercial.

Em 1943, o Comercial foi campeão da 25ª região do Campeonato Amador do Interior, mas perdeu no mata mata para o Noroeste, que seria campeão.

Em 1944, disputando um grupo com muito mais times, e a AA São Bento de Marília sagrou-se campeão da região.

Em 11 de julho de 1947, disputou seu último campeonato com o nome “EC Comercial” e perde o título do Setor para o EC Municipal, de Vera Cruz.

O time passa a se chamar Marília Atlético Clube e trilhou um longo caminho, com bons e maus momentos, escrevendo uma história incrível, que faz dele o xodó da cidade, até hoje!

Em 1953, o MAC decide se tornar profissional, porque o outro time da cidade, a Associação Atlética São Bento, fundada em 1926, acabou se licenciando.

O MAC até que fez uma boa estreia na Segunda Divisão, sendo vice campeão da série verde, na primeira fase e terminando em 5º lugar da classificação geral.
Em 1955 liderou o seu setor e terminou em 3º lugar da classificação final.

Mas o futebol profissional não é fácil, e em 1957, após um mal campeonato, o Marília, se licenciou e voltou ao amadorismo.
Este é o time de 1962:

Em 1965, o MAC volta ao profissionalismo, disputando a Terceira Divisão Profissional, que equivalia ao quarto nível do futebol paulista, mas termina a primeira fase em 2º e não avança para as finais.
O time passa por outro afastamento do profissionalismo e só retorna em 1970, na Primeira Divisão Profissional, o segundo nível do Campeonato.
Em 1971, o MAC sagra-se campeão da Primeira Divisão Profissional, terminando em 2º lugar na primeira fase (a série Arthur Friedenreich), também em 2º na segunda fase, mas termina a fase final como campeão, conquistando o acesso à elite do futebol paulista.

Em 1974, o MAC teve como presidente Pedro Pavão (cuja família é até hoje apaixonada por futebol e com quem eu fui assistir ao jogo citado lá em cima).
Logo no primeiro ano, conquistou o Troféu José Ermírio de Moraes Filho, praticamente equivalente à atual Copa Paulista. Foto do Jornal da Manhã de Marília.

Ganhou também o “Paulistinha 74“, uma competição que classificava seis times para a disputa do Paulista.
O Marília então vai disputar o Paulistão de 1975, com o time abaixo: (fonte: Site “História do Marília Atlético Clube”).

Aqui, o time de 1978 e olha a galera que acompanhava o time!

Em 1979, o MAC escreveu mais uma linda página em sua história, conquistando a Copa São Paulo de Futebol Júnior, vencendo o Fluminense por 2×1 na final. Fotos do site História do Marília AC.

O Marília permaneceu na elite do Futebol Paulista com campanhas no máximo medianas, até que em 1985 acabou rebaixado para a Segunda Divisão.
Nos anos seguintes, o time bateu na trave por várias vezes, até 1990, quando termina na 4ª colocação e retorna à elite. Foto do site Zé Duarte Futebol Antigo.

Mas os anos 90 seriam um tormento para a torcida do MAC, e em 1993, novo rebaixamento para A2, e em 1994, uma queda ainda pior, agora para a série A3.
Em 1996, o impensável acontece: o Marília foi rebaixado para a Série B1-A (quarto nível do Futebol Paulista).
Em 1999, retorna à Série A-3 com o vice-campeonato da Série B1-A.
Chegamos a 2001, e o MAC termina em 5º lugar, mas o acesso que antes era somente para dois clubes, com a criação da Liga Rio-São Paulo, recebeu mais 3 vagas, garantindo o time na série A2.
Em 2002, mais uma campanha histórica com o título da Série A2, tendo como técnico, Luiz Carlos Ferreira, o rei do acesso, que chegou para o último jogo da final. Mesmo tendo perdido o primeiro jogo por 2×0, venceu o segundo por 3×0 sagrando-se campeão!! Foto do site História do Marília Atlético Clube.

Em 2002, conquista o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, com o vice-campeonato da Série C.
Em 2003, chega ao quadrangular final da série B.
Em 2004, o time fez uma boa participação no Campeonato Paulista, terminando na 10ª posição.
Aqui, o time de 2007 (Foto do site Ze Duarte Futebol Antigo):

Em 2008, acaba rebaixado na série B do Brasileiro e no ano seguinte, no Paulistão de 2009, foi rebaixado para a Série A2.

2011, mais um rebaixamento, desta vez da Série A2 do Paulistão para a Série A3. Na Série C de 2011 o time foi rebaixado para a Série D.

Em 2012 o MAC deu adeus às competições nacionais, ao empatar com o Cianorte e ser desclassificado da briga ao acesso à Série C.

A vida de torcedor do MAC não é fácil, mas a Série A3 de 2013 veio o tão sonhado acesso, após 2 anos na terceira divisão Paulista.

E a fase parecia boa, já que em 2014 retorna à Série A1! Foto do site MAC Multimídia.

Mas a série A1 havia se tornado uma competição extremamente difícil e o MAC não conseguiu permanecer por lá um ano sequer, até porque naquele ano tivemos o descenso de 4 equipe.
E como tudo nessa vida é um fluxo, assim como a ascensão ocorreu de maneira rápida, a queda também se deu assim e em 2016, o time volta para a série A3.
Em 2018, o time volta à série B do Campeonato Paulista.
Em 2019, volta para a série A3, com o vice campeonato (Paulista campeão).
Desde então tem lutado para voltar à série A2, sendo que em 2022 e 2023 acabou desclassificado no quadrangular final.

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Catanduva FC 0x1 CA Taquaritinga (Segunda Divisão 2023)

Sábado, 9 de setembro de 2023, uma tarde de temperatura agradável já na parte final do feriado emendado de independência do Brasil.
Nosso destino era o Estádio Municipal Sílvio Salles, onde Catanduva FC e o CA Taquaritinga se enfrentaram pela primeira partida das semifinais da Segunda Divisão de 2023.

Mas antes de acompanharmos a torcida local, vamos até a entrada da torcida visitante para ver como foi a chegada do pessoal de Taquaritinga

Nada menos que 5 ônibus vieram de Taquaritinga, além de vários carros.

Você deve imaginar a festa que eles fizeram na entrada destinada aos visitantes…

Não me lembro de um deslocamento nestas proporções em uma Segunda Divisão paulista…

Parabéns, mais uma vez ao pessoal da Torcida Jovem Garra do Leão, por ter organizado o rolê !!!

Agora sim, voltemos à entrada principal, para acompanhar a torcida local.

Quem coordena a festa nas arquibancadas deste jovem time é o pessoal da “Guerreiros do Santo“, torcida que nasceu para apoiar o Catanduva FC.

Importante lembrar que a cidade de Catanduva tem uma grande tradição no futebol como você pode ver pela quantidade de times que já defenderam a cidade. Tirando o Botafogo e o Guarany, os demais levam o nome da cidade ou seu gentílico (fonte: Livro 125 anos de história – A enciclopédia do Futebol Paulista):

Respeitando toda essa história, é hora de entrar no Estádio!

E se do lado de fora ainda falta uma melhor identificação do estádio, lá dentro um mini outdoor no banco de reserva ajuda a deixar o estádio mais bonito.

Times em campo, mas aí uma coisa pega um pouco… Antigamente o estádio comportava a torcida local lá na lateral, que hoje fica vazia.

Assim, as fotos dos times posados ficam parecendo que foram feitas em um estádio vazio…

E lá vamos nós para mais uma partida memorável!

A torcida local surpreendeu e fez uma festa bonita, principalmente no setor coberto que foi onde ficou a organizada “Guerreiros do Santo“:

Olha que bonita a arquibancada coberta lotada e colorida em azul e amarelo!

A Mari arrumou um lugar para assistir dali o primeiro tempo!

E olha quem está ali nos camarotes do estádio, bem acima da torcida do Catanduva FC: o gestor do clube, que também é padre e prefeito na cidade: Osvaldo de Oliveira Rosa.

E não é que o time do padre conseguiu movimentar a cidade e levar um bom público ao estádio?

A ideia das bexigas coloridas pode parecer simples, mas acaba dando um efeito legal!

E até bandeirão, rolou na bancada do Santo!

Lá do outro lado, podia ser vista (e ouvida) a torcida visitante que esgotou os ingressos que lhes foram disponibilizados e o time foi lá saudar os que fizeram essa viagem!

O duelo entre as torcidas animou a partida!

E animou a gente também! É sempre bom ver as pessoas valorizando suas culturas, as coisas que são feitas por pessoas como elas, ou mesmo por amigos e familiares e não simplesmente adotando um time da capital, há mais de 400 km de distância…

O jogo começa e quem achou que o CA Taquaritinga viria ficar apenas na defesa se enganou. O jogo foi lá e cá, com ambas as equipes criando oportunidades.

E o Catanduva FC também se lançava ao ataque, fazendo a torcida local ficar animada!

E vamos, Santo!!

Mas, para a tristeza da torcida local, aos 44’ do 1º tempo, Andradina fez 1×0 para o CA Taquaritinga!

O primeiro tempo chegou ao fim e foi a vez dos vendedores e dos bares faturarem!

Fomos acompanhar a partida lá da arquibancada descoberta e de lá deu pra ver como estava bonita a arquibancada coberta do Estádio Sílvio Salles!

E a torcida local passou a entender a importância do seu apoio e voltou ainda mais animada!

Dali, pudemos também acompanhar de perto também a torcida visitante!

E entre as torcidas… La policía!

E o jogo voltou animado para o segundo tempo, com o time da casa querendo empatar a qualquer custo!

No começo achei que a parte descoberta das arquibancadas locais estava um pouco vazia, mas no segundo tempo pude ver de perto que tinha sim bastante gente!

A vitória dá ao CAT uma boa vantagem para a partida de volta, porém, sabemos que no futebol, uma virada nessas condições não seria impensável… Imagina se o goleiro do CAT não tivesse pego essa bola…

E de repente, aquele amor pela cidade explode no coração e do nada a arquibancada descoberta começa a gritar e apoiar o Catanduva!

Uma pena que as chances criadas não foram aproveitadas para fazer a torcida local celebrar como queria…

O jogo foi chegando na parte final e cresceram as provocações entre os lados da arquibancada…

Em campo, o jogo ficou mais pegado…

Mas as celebrações eram apenas das chances criadas…

Na parte final do jogo, o Catanduva FC se lançou ao ataque com mais vontade do que técnica…

Mas mesmo assim, o placar final marcou a vitória do time visitante por 1×0.

O que dizer de um rolê desses… Ali, sentado na bancada de cimento, em meio a diferentes famílias que mesmo morando próximas muitas vezes não tem outra oportunidade para estarem próximas assim, traduzindo na prática o conceito de sociedade…

Obrigado, futebol!

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Resumo de Catanduva FC 0x1 CA Taquaritinga

Enquanto produzimos o post com fotos e vídeos do rolê por Catanduva, fique com o já tradicional clipe documentário do jogo:

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CA Taquaritinga x Rio Branco EC (Segunda Divisão 2023)

Sábado, 2 de setembro de 2023.
Data pra ficar na memória da torcida e da cidade de Taquaritinga.
O jogo ainda não valeu o acesso, mas foi o último passo para o momento decisivo, e teve como palco o Estádio Municipal Dr Adail Nunes da Silva, o Taquarão:

As duas organizadas mostraram que a rivalidade só existe dentro do jogo, fora dele, respeito total. Rivais sempre, inimigos nunca!

Ingresso em mãos (R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia), vamos conhecer finalmente a parte interna do Taquarão!

Se liga aí como estava o clima para entrar no estádio:

Estivemos por lá em 2015, pra lembrar esse rolê, clique aqui!

Só pra lembrar, de forma resumida, a história do Estádio: em 1982, o CAT conseguiu o acesso à “Primeira Divisão” do Campeonato Paulista do ano seguinte, entretanto o estádio não possuía as condições exigidas pela Federação Paulista para abrigar jogos deste campeonato.
Com medo de uma possível exclusão, a população se mobilizou, e em uma incrível prova de amor à cidade, ao clube e ao futebol, construiu em sistema de mutirão, um estádio para 35 mil pessoas em tempo recorde: três meses.
O resultado você vai ver neste post!

Fazia tempo que eu não via uma movimentação tão legal para um jogo da “Bezinha”…

É sempre um grande orgulho fazer parte de histórias como essa!

E lá vem os times!

Em campo, os dois tradicionais times do interior mediram forças após empate no primeiro jogo, ou seja, quem vencesse levava a vaga!

A torcida do Rio Branco EC também fez a sua parte e compareceu ao Estádio para deixar a festa ainda mais importante!

Eu considero a Malucos do Tigre uma das torcidas mais criativas e diferentes com faixas relacionando a paixão pelo time com outros amores como o rock, Raul Seixas, o Reggae entre outros temas!

Fico contente por já ter partilhado momentos importantes ao lado deles, em especial com o amigo, Rogérião, que já nos deixou, mas que estará sempre vivo na nossa memória… Taí o seu legado, meu irmão:

Mas, do lado local, também temos uma torcida que merece todo o respeito! A Jovem Garra do Tigre é atualmente a organizada responsável pela festa na bancada!

E no jogo de hoje, em especial, não seria diferente!

É bandeirão que você quer para a festa ficar mais colorida? Ta aí!

Mas, no caso de Taquaritinga, ainda existe um público bem representativo que são os torcedores comuns, autônomos, ou como chamamos na bancada “o povão”.

Mesmo povão que ajudou a levantar cada tijolo desse estádio que hoje recebe uma partida decisiva, mas que chegou a ficar sem futebol por alguns anos com o licenciamento do CAT.

O CAT chega ao ataque com alguns erros de pontaria…

E é bom que melhorem, porque hoje o povão está aí e quer que o CAT siga na luta pelo acesso!

O CAT tem como mascote o leão, devido à sua bravura, mas o leão que comparece nos jogos tem uma cara de gente boa…

É que ele tem outra importante missão: formar os futuros leõezinhos…

Confesso que a energia da arquibancada estava tão bacana que eu demorei uns 20 minutos pra me ater no jogo em si… Preferi ficar admirando o cenário tricolor que tomou conta do Estádio, a começar pelas bandeiras!

Me pergunto quando as autoridades responsáveis pelo futebol vão entender que essa festa só acontece por completo quando temos as bandeiras de mastro…

Mas outros detalhes dão um caráter todo único para os jogos do CAT. Os quase 40 graus precisaram de armas poderosas para se proteger do sol!

Po, e olha que lindo o boné que estava sendo vendido lá mesmo no Estádio.

O jogo em si não foi dos melhores. Ainda que muito disputado, ambos os ataques não conseguiam chegar a oferecer perigo real aos goleiros.

Como a festa na bancada estava muito mais linda, deixei os jogadores e o jogo em si para serem registrados por outros veículos e voltei meus olhos ao que cada um estava fazendo ali na bancada pra demonstrar o amor pelo time da cidade…

Então voltemos às lindas imagens da torcida!

Olha que momento incrível: a cena começa com as primeiras palavras pronunciadas pela torcedora mirim, passando pelo futebol da molecada ali ao lado do alambrado até chegar no jogo em si. Quando foi que o Allianz, Morumbi ou Maracanã vivenciaram uma cena dessas?

Enquanto isso, tudo o que a Jovem Garra pedia era… “Honrem essa camisa”… Será que esses jogadores tem ideia do valor do distintivo que eles carregavam no peito nessa tarde?

Já ia me esquecendo de fazer o nosso tradicional registro do campo, começando pela região central:

Aqui, o lado esquerdo, lá atrás daquele gol é onde estava se posicionando a torcida visitante:

E aqui, o lado direito, onde está o portão de entrada:

A torcida viu com certa preocupação o primeiro tempo se encerrar como começou: 0x0.

Do lado dos visitantes, o fim do primeiro tempo foi um alívio já que não havia uma única sombra e o sol estava escaldante!

E há que valorizar uma partida que tem como adversário um time capaz de trazer uma torcida que também se esgoelou os 90 minutos e fez uma linda festa com seus bandeirões.

Eu também dei uma arriada embaixo do calorão…

Mas deixemos pra descansar na estrada no caminho de volta…. Vamos registrar as faixas das torcidas e pra isso, fui até a entrada novamente:

O bar lotado garantiu importante renda extra… Po, e olha aí a camisa da outra organizada a Fúria do Leão!

O tempo corre demais… Começa o segundo tempo e a torcida local volta com a corda toda! Leão eô!

Raça, amor e tradição. Não uma tradição dessas que se preocupa em perpetuar os erros do passado, mas uma tradição em se valorizar o que é seu como cultura, que foi construído por essas pessoas, assim como esse estádio…

Talvez estivessem ali sentadas pessoas que participaram do mutirão em 1982 e que há algum tempo não se lembrava de como foi importante o seu trabalho para a perpetuação desse amor pelo time que leva adiante o nome da cidade, de pouco mais de 50 mil pessoas…

Ou talvez ali estejam seus filhos, seus netos, que contam com orgulho a façanha dos antepassados na loucura que deve ter sido construir um estádio que comporta 25% da população da cidade…

São momentos assim que me fazem valorizar o futebol não apenas como esporte e cultura mas como um verdadeiro manifesto, ou documento histórico.

E fico muito feliz em poder estar no meio dessa festa e fazer essas fotos e vídeos sem grandes técnicas, mas que eu espero poder alcançar hoje, e quem sabe no futuro, parte das pessoas que participaram disso tudo.

Opa, olha a falta perigosa pro CAT.

E também teve falta perigosa pro Rio Branco!

Pô, juizão, o professor (e o auxiliar) não tão te entendendo kkkkk.

As torcidas seguiam no apoio… Uma de cada lado!

Ao fundo a não menos heroica torcida Riobranquense se esforça para tentar apoiar o time em busca de um gol que traria a classificação para a decisão do acesso…

Olha aí o placar final…

E o jogo, que no fundo acabou sendo apenas um pano de fundo para tanto amor e tanta festa chega ao final… Vamos aos penaltys e infelizmente uma das torcidas sairá do Taquarão com a alma ferida…

Todos preparados? Acho que é melhor acompanhar a cobrança lá de perto… Assim eu posso passar pela arquibancada e mais uma vez registrar esse dia incrível!

A bancada principal está lotada …

Fiquei me perguntando o quanto seria difícil pra essas pessoas que praticamente se conhecem e convivem diariamente se olharem no dia seguinte, caso o Leão fosse eliminado…

Assim como pensei nos amigos da Malucos do Tigre e no sofrimento que já se perdura por tantos anos nessa 4ª divisão…

Momento único: o “narrador” do estádio pede uma homenagem aos torcedores que não tiveram como entrar e decidiram assistir ao jogo em cima das árvores do entorno:

Nas bancadas, nem todos sabiam que a decisão iria pra penalty, mas logo a informação circulou e todo mundo estava de novo focado no campo!

Jogadores prontos para a decisão por penaltys…

Torcida também!

Os penaltys são um momento difícil para ambas as torcidas. Mas, o CAT garantiu suas 3 primeiras cobranças e viu o Rio Branco perder 2 dos 3 penaltys, o que levou o time local à 4ª batida podendo encerrar a disputa. E foi o que aconteceu:

A partir daí o que se viu foi uma explosão coletiva de felicidade.

O presidente da Garra Junior expressou a importância dessa vitória:

E aí? Você quer que eu tente traduzir o que se passava na cabeça e nos corações de quem estava ali vivendo essa catarse?

Me arrepiei todo e quase chorei ao cruzar com um homem com os olhos mareados de emoção…

Importante reforçar a proximidade que o elenco tem (ou aparentou ter) com os torcedores, afinal, eles merecem. Os jogadores chegam e saem. Nós, torcedores, estaremos sempre na bancada! Respeita a gente!

Vale chorar, se abraçar e até mandar o recado pra quem está longe: “Estamos classificados!!!”

Aos amigos de Americana, compartilho da sua tristeza, o Rio Branco não merece estar onde está e assim como um dia acompanhei o título da A3 e a volta para a A2, não tenho dúvidas que um dia estaremos juntos celebrando o acesso do Tigre!

Ao povo heróico que um dia construiu um estádio em nome do próprio time, vocês tem a minha total admiração, meu mais profundo respeito. Que esse amor não termine nunca!

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CA Taquaritinga 0x0 Rio Branco (Teaser)

Pessoal, enquanto o post oficial do nosso rolê não fica pronto, segue um clip que resume a nossa tarde tão bacana por Taquaritinga, no segundo jogo das quartas de final da Segunda Divisão do Campeonato Paulista, onde o CAT bateu o Rio Branco nos penaltys:

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