O site passou as últimas semanas dando atenção apenas ao lado rubro verde da cidade de Rio Claro, mas você há de concordar que foi por uma justa razão… Para equilibrar as coisas, hoje vamos falar do lado azul da cidade, mostrando o Estádio Municipal Dr. Augusto Schmidt Filho, a casa do Rio Claro.
O Estádio Augusto Schmidt, o “Schmidtão” foi inaugurado em 28 de janeiro de 1973 em um Rio Claro 1 x 2 Corinthians.
Estivemos acompanhando uma partida decisiva nele em 2016, pela série A2 do Campeonato Paulista entre o Rio Claro e o Santo André.
A partida era válida pelas quartas de final, e após ter perdido em casa por 1×0, o Santo André foi até Rio Claro em uma noite chuvosa, em busca de um milagre…
Choveu tanto aquela noite que a própria torcida local acabou prejudicada e presente em baixo número.
Após abrir 2×0 e ter a certeza do milagre realizado o Santo André aguardava o fim do jogo quando, batendo uma falta na entrada da área, o Rio Claro marcou o seu gol levando a partida para a decisão por penaltys, onde finalmente o time visitante conseguiu carimbar a vaga para a semifinal, para a festa da sua torcida.
Confesso não lembrar se depois deste dia voltei ao Estádio, mas fato é que em 2023, acabamos dormindo uma noite em Rio Claro e aproveitei para rever o Augusto Schmidt!
O Estádio foi inaugurado com o nome de Dr. Álvaro Perin, e teve o Corinthians, o São Paulo, e o Velo Clube, como primeiros adversários. (28 de janeiro de 1973: Rio Claro 1-2 Corinthians, 4 de fevereiro de 1973:Rio Claro 0-1 São Paulo e em 11 de fevereiro de 1973 – Rio Claro 1-0 Velo Clube)
E realmente o Estádio não só é espaçoso, como está muito bem conservado e bonito, todo pintado em azul e branco!
Pra quem acha que o futebol do interior não é cheio de emoções, vale lembrar que nos últimos 20 anos este estádio viu o Rio Claro ser vice-campeão da Série B2 do Campeonato Paulista em 2001.
No ano seguinte, foi campeão da Série B1 conquistando o acesso à Série A3.
Em 2005, viu o acesso para a Série A2 e o vicecampeonato da Copa Paulista.
Em 2006, chega o inédito acesso para a Série A1. E daí pra frente foi aquele sobe e desce que se encerrou em 2016, quando foi rebaixado para a série A2 onde permanece até hoje.
O Rio Claro sofreu em 2024 um duro golpe: viu o seu rival voltar à série A1. Assim, em 2025, é missão da torcida e da diretoria levar o time até a primeira divisão para quem sabe fazer o derbi na série A1!
Quarta feira, 16 de agosto de 2023 São Paulo é a cidade que não para, mas consegui dar uma parada no meio do trabalho para chegar até o Estádio Nicolau Alayon e acompanhar um incrível embate entre um time da capital e um digno representante do interior!
O Estádio Nicolau Alayon, também conhecido como Estádio da rua Comendador Souza, recebe partidas do Nacional desde 1938. Já parou pra pensar que talvez nem seu avô tinha nascido quando o Naça fez ali sua primeira partida?
O Estádio homenageia Nicolau Alayon, um uruguaio que foi dirigente do time, na sua origem.
O Nacional é um dos primeiros times de São Paulo e do Brasil, já que Charles Miller foi funcionário da São Paulo Railway (SPR) e acabou trazendo a cultura do futebol para os ferroviários que fundaram o São Paulo Railway Athletic Club em 16 de fevereiro de 1919, assumindo um caráter de clube operário.
Em 1946, chega ao fim a concessão da SPR e com a nacionalização da estrada de ferro, o clube precisa modificar sua denominação e inaugura o “novo nome” contra o Flamengo, jogando o primeiro tempo como “São Paulo Railway AC” e o segundo como Nacional Atlético Clube, em um Pacaembu lotado. O Flamengo venceu por 5×3. Leia no site O curioso do futebol, uma matéria legal sobre esse jogo (a foto abaixo é de lá):
O Estádio Nicolau Alayon foi inaugurado em 15 de maio de 1938 em partida contra o Corinthians (que venceu por 2×1).
Atualmente, o Estádio segue sendo a casa do Nacional e tem até uma loja oficial!
Ainda que atrasado uns 20 minutos, finalmente comprei meu ingresso e me encaminhei para assistir ao jogo.
Eu não tive muita vivência no Nicolau Alayon como tive em outros estádio próximos, mas já estive em pelo menos umas 15 partidas por aí e posso dizer que o Estádio gera em mim uma série de recordações e mesmo imaginações sobre o futebol no século passado…
Até por isso, faço questão de registrar a presença nesse embate incrível entre interior e capital!
Nem bem cheguei e saiu o gol do XV de Jaú…
Até achei que fosse o primeiro gol da partida, mas tratava-se do gol de empate dos visitantes.
Mesmo sendo uma quarta feira, a torcida visitante se fez presente!
Bem como a torcida local!
Sinta aí o clima do Estádio:
Olha aí o pessoal da Almanac, a torcida organizada do Nacional!
As bandeiras do pessoal da Almanac dão uma cara bem legal a essa arquibancada atrás do gol, com direito a lembrar da FEPASA e eu que venho de família ferroviária sempre fico muito contente de ver esse encontro entre a ferrovia e o futebol!
Empolgado pela sua torcida, o Nacional teve boas chances de se colocar a frente novamente:
Pra quem curte assistir jogos que tem grande proximidade com os atletas, o Estádio Nicolau Alayon é um daqueles que te colocam praticamente dentro do campo!
Mas o time local tentava sair vencendo o jogo e até o goleirão ligava o contra ataque!
Mas ouvindo as ordens do Mr. Campagnolo, o XV de Jaú também se lançava ao ataque e teve grande oportunidade em uma falta que foi batida na barreira:
Agora é uma falta para o Nacional que faz a torcida roer as unhas!
Sempre que possível gosto de manter o registro atualizado dos estádios que visitamos, então segue aí a vista do meio campo:
Do gol esquerdo:
E do gol direito:
A vizinhança anda diferente… Olha quantos prédios cercam o estádio fazendo com que os olhos das gulosas incorporadoras sigam crescendo o lugar onde o Nacional está…
E de tanto insistir, saiu o segundo gol do Nacional!! Na hora só deu tempo de tentar uma foto, que saiu essa coisa tremida aí kkkk
Festa na bancada local!
O moço do placar é rápido: 2×1 pro time da casa!
A torcida local ficou mais tranquila?
Mais ou menos…. Pra quem carrega o amor ao time no peito ou a bandeira em mãos, estar vencendo por 1 gol sempre significa andar por um caminho estreito onde qualquer desequilíbrio pode acabar com o dia!
Então vale sim reclamar com o juiz e xingar o banco de reservas!
Intervalo de jogo e hora de conhecer o bar local, que tem uma fogazza incrível!
Mas o tempo voa e quando vejo a partida recomeçou. Serão mais 45 minutos (fora os acréscimos) para a torcida do Nacional poder celebrar 3 importantíssimos pontos.
Do outro lado, para a torcida do XV, 45 minutos se passariam em incrível velocidade caso o empate não seja rapidamente alcançado.
Alguns torcedores do XV até mudaram de lugar pra ver se a sorte também mudava…
Enfim, nervos a flor da pele já que agora toda partida é uma decisão em busca do acesso!
Na parte coberta do estádio, onde o sol não incomoda tanto, o risco do empate deixava todo mundo apreensivo…
Assim como o bom goleiro Romário tornava mais difícil a missão de ampliar o resultado pra 3×1 e matar o jogo.
No outro jogo do grupo, o União São João fazia 1×0 no Joseense, em São José, deixando a missão da classificação para a última rodada…
A segunda divisão do paulista é assim… Emoção até o fim!
Falta para o Nacional, será agora o gol que fecha o placar?
E teve contra ataque para os ferroviários…. Mas nada do 3º gol…
E teve escanteio para o Nacional também:
Mas, mesmo a tarde aprazível chegou em seu momento final e o árbitro apitou o fim da partida!
O treinador do XV foi a loucura, mas mesmo perdendo, o time visitante mostrou força e tem boas chances de se classificar!
A imagem reflete a sensação de superação dos atletas do Nacional, que com certeza chegaram mais longe do que muitos acreditavam, ao mesmo tempo em que demonstra certa incredulidade do atleta do XV que estava confiante em um resultado melhor. Mas este é o campo da rua Comendador Souza e aqui, mandam os ferroviários do Nacional!
Hora de ir embora pelo bairro pacato que abriga o time tão tradicional…