Clipe da 1ª final da Copa Paulista

Segue o nosso tradicional clipe, desta vez tendo como tema a música “Acordas p’la manhã”, da banda Pesta & Sida, de Portugal.

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União São João campeão da Segunda Divisão 2023

Sábado, 30 de setembro de 2023. É dia de festa para o futebol paulista, o Estádio Hermínio Ometto recebe o segundo jogo, a finalíssima da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Ah, se você quiser ver um montão de vídeos que fizemos no jogo, acessa a playlist que montamos.

Em uma tarde bastante quente, ainda que com o sol encoberto pelas nuvens, desde as 13hs, a torcida local já se encaminhava para o Estádio.

Infelizmente não foi possível evitar as filas já que quase 8 mil torcedores compareceram à partida!

Desde a concentração em frente ao estádio até o final do jogo, houve a venda de diversas camisas e até daquele chapéu tipo “pescador”.

Até uma cerveja do time estava a venda na entrada do estádio.

Mais uma vez, tive a companhia do amigo punk, escritor, professor, poeta e até futeboleiro, o Joey, que vive por estas bandas, passeando entre Araras, Leme, Mococa, Porto Ferreira… Ah, e pudemos conhecer o amigo Pedro “Carroceiro” e sua sobrinha, Sophia Helena!

Então, acompanhe-nos na entrada para o estádio!

Lá dentro, um espetáculo emocionante: as arquibancada do Estádio Hermínio Ometto cheias, como há muitos anos não se via…

Uma faixa me chamou a atenção e depois fui conhecer a triste história, que se contrapôs ao momento feliz da tarde de sábado: Bruna Angleri, de 40 anos, foi morta de forma brutal na quarta feira (27), tendo o seu ex namorado como o principal suspeito até o momento.
No domingo, ainda rolou uma manifestação nas ruas de Araras (foto abaixo do Portal de notícias da Rádio Clube Ararense).
Vivemos uma verdadeira “epidemia” de feminicídio… Isso é inaceitável!
Precisamos lutar contra essa aberração.

Voltando ao jogo, havia muita gente com a camisa do time, de diferentes épocas, como esta:

Dessa forma, foi se pintando de verde e branco as bancadas do Estádio Hermínio Ometto!

Dê uma olhada no público:

A Torcida União Alviverde é quem comanda a festa na bancada!

Além das arquibancadas, o Estádio tem um um “corredor” ao lado do alambrado e com um gramado que cria um ambiente bastante “acolhedor”.

Lá no campo, quem anima a festa é a Arararinha!

A Torcida União Alviverde espalhou tirantes (esses panos verdes e brancos indo até lá embaixo) que deu um visual bem legal!

A Torcida visitante também se fez presente e merece respeito, principalmente porque com o acesso, o Catanduva FC está tentando se tornar o novo time da cidade.

O Estádio Dr Hermínio Ometto tem capacidade para mais de 16 mil torcedores e o público no sábado foi de quase 8 mil pessoas!

Em campo, após o 0x0 na primeira partida, ambos os times partiram pra cima, afinal, quem ganhasse o jogo, se tornaria campeão.

Às torcidas, cabia apoiar!

O primeiro tempo chegava ao fim, mantendo o placar do início, quando Toninho recebeu uma bola, e observando que o goleiro Mandela estava adiantado, mandou um petardo de fora da área fazendo 1×0 para a festa da torcida local!

Intervalo de jogo, tempo pra botar a conversa em dia!

Também deu pra dar um rolê e registrar um pouco da galera que compareceu!

Foi distribuída uma bandeirinha que poderia ter dado um charme maior na arquibancada, mas o pessoal preferiu usar como “abanador”. De qualquer forma, trouxe logo 3 de recordação do dia!

O segundo tempo viu o sol se por e até uma ameaça de chuva, que não caiu, mas ajudou a amainar o calor que esquentou a cabeça do pessoal…

E o jogo voltou com o Catanduva vindo pra cima em busca do empate!

Além disso, o juiz começou a não agradar o público local…

Também achei engraçado a turma que assistiu o jogo lá no morro atrás da arquibancada!

E a Torcida União Alviverde seguia com a festa:

Pra quem acha que as organizadas tem que acabar… Sem a presença dos caras, o jogo não teria menor graça…

E tamanho apoio deu certo: penalty para o União São João cobrado por Valdívia (o craque da Bezinha) e o 2×0 praticamente sacramentou o resultado e o título!

Daí pra frente foi só curtir a festa com a certeza de que o time da casa estava a minutos de se tornar campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paulista!

Que bacana poder fazer parte de uma tarde como esta!

Logo após o apito final, o que se viu foi um encontro entre o time e sua torcida, para a alegria de toda uma cidade, que há anos parecia ter abandonado o amor pelo futebol…

Foi emocionante ver o Catanduva FC receber o troféu e ser aplaudido por todo o estádio. Na imagem abaixo, você percebe que eles mesmos estão batendo palmas a torcida do União em um dos momentos de respeito e admiração!

A torcida visitante também reconheceu o esforço do time e celebrou o vice campeonato.

Os próprios jogadores do Catanduva FC fizeram questão de ir celebrar com a torcida.

E aí chegou a grande hora… o troféu vem para as mãos do União São João

Uma verdadeira explosão de alegria para a torcida!

Muitos sequer eram nascidos quando em 1996, o time levantou seu último caneco: o título da série B.

A nova geração soube aproveitar a oportunidade e interagir com os novos ídolos!

E eu e a Sophia Helena também fomos lá pra fazer uma foto com o craque Miguel!

Também fizemos a tradicional foto em frente ao distintivo, com a esperança de dias cada vez mais animados para o futebol em Araras.

Saímos cheio de felicidade, mas lembrando que o caso da dentista Bruna clama por justiça… (foto de Carol Custanari do site Notícia 360º):

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Nacional 2×1 XV de Jaú (Segunda Divisão 2023)

Quarta feira, 16 de agosto de 2023
São Paulo é a cidade que não para, mas consegui dar uma parada no meio do trabalho para chegar até o Estádio Nicolau Alayon e acompanhar um incrível embate entre um time da capital e um digno representante do interior!

O Estádio Nicolau Alayon, também conhecido como Estádio da rua Comendador Souza, recebe partidas do Nacional desde 1938. Já parou pra pensar que talvez nem seu avô tinha nascido quando o Naça fez ali sua primeira partida?

O Estádio homenageia Nicolau Alayon, um uruguaio que foi dirigente do time, na sua origem.

O Nacional é um dos primeiros times de São Paulo e do Brasil, já que Charles Miller foi funcionário da São Paulo Railway (SPR) e acabou trazendo a cultura do futebol para os ferroviários que fundaram o São Paulo Railway Athletic Club em 16 de fevereiro de 1919, assumindo um caráter de clube operário.

Em 1946, chega ao fim a concessão da SPR e com a nacionalização da estrada de ferro, o clube precisa modificar sua denominação e inaugura o “novo nome” contra o Flamengo, jogando o primeiro tempo como “São Paulo Railway AC” e o segundo como Nacional Atlético Clube, em um Pacaembu lotado. O Flamengo venceu por 5×3. Leia no site O curioso do futebol, uma matéria legal sobre esse jogo (a foto abaixo é de lá):

O Estádio Nicolau Alayon foi inaugurado em 15 de maio de 1938 em partida contra o Corinthians (que venceu por 2×1).

Atualmente, o Estádio segue sendo a casa do Nacional e tem até uma loja oficial!

Ainda que atrasado uns 20 minutos, finalmente comprei meu ingresso e me encaminhei para assistir ao jogo.

Eu não tive muita vivência no Nicolau Alayon como tive em outros estádio próximos, mas já estive em pelo menos umas 15 partidas por aí e posso dizer que o Estádio gera em mim uma série de recordações e mesmo imaginações sobre o futebol no século passado…

Até por isso, faço questão de registrar a presença nesse embate incrível entre interior e capital!

Nem bem cheguei e saiu o gol do XV de Jaú…

Até achei que fosse o primeiro gol da partida, mas tratava-se do gol de empate dos visitantes.

Mesmo sendo uma quarta feira, a torcida visitante se fez presente!

Bem como a torcida local!

Sinta aí o clima do Estádio:

Olha aí o pessoal da Almanac, a torcida organizada do Nacional!

As bandeiras do pessoal da Almanac dão uma cara bem legal a essa arquibancada atrás do gol, com direito a lembrar da FEPASA e eu que venho de família ferroviária sempre fico muito contente de ver esse encontro entre a ferrovia e o futebol!

Empolgado pela sua torcida, o Nacional teve boas chances de se colocar a frente novamente:

Pra quem curte assistir jogos que tem grande proximidade com os atletas, o Estádio Nicolau Alayon é um daqueles que te colocam praticamente dentro do campo!

O treinador Campagnolo estava bravo, mas sabemos do potencial que ele tem de mexer no time (lembre que já vimos um jogo do XV nessa fase, veja aqui!)

Mas o time local tentava sair vencendo o jogo e até o goleirão ligava o contra ataque!

Mas ouvindo as ordens do Mr. Campagnolo, o XV de Jaú também se lançava ao ataque e teve grande oportunidade em uma falta que foi batida na barreira:

Agora é uma falta para o Nacional que faz a torcida roer as unhas!

Sempre que possível gosto de manter o registro atualizado dos estádios que visitamos, então segue aí a vista do meio campo:

Do gol esquerdo:

E do gol direito:

A vizinhança anda diferente… Olha quantos prédios cercam o estádio fazendo com que os olhos das gulosas incorporadoras sigam crescendo o lugar onde o Nacional está…

E de tanto insistir, saiu o segundo gol do Nacional!! Na hora só deu tempo de tentar uma foto, que saiu essa coisa tremida aí kkkk

Festa na bancada local!

O moço do placar é rápido: 2×1 pro time da casa!

A torcida local ficou mais tranquila?

Mais ou menos…. Pra quem carrega o amor ao time no peito ou a bandeira em mãos, estar vencendo por 1 gol sempre significa andar por um caminho estreito onde qualquer desequilíbrio pode acabar com o dia!

Então vale sim reclamar com o juiz e xingar o banco de reservas!

Intervalo de jogo e hora de conhecer o bar local, que tem uma fogazza incrível!

Mas o tempo voa e quando vejo a partida recomeçou. Serão mais 45 minutos (fora os acréscimos) para a torcida do Nacional poder celebrar 3 importantíssimos pontos.

Do outro lado, para a torcida do XV, 45 minutos se passariam em incrível velocidade caso o empate não seja rapidamente alcançado.

Alguns torcedores do XV até mudaram de lugar pra ver se a sorte também mudava…

Enfim, nervos a flor da pele já que agora toda partida é uma decisão em busca do acesso!

Na parte coberta do estádio, onde o sol não incomoda tanto, o risco do empate deixava todo mundo apreensivo…

Assim como o bom goleiro Romário tornava mais difícil a missão de ampliar o resultado pra 3×1 e matar o jogo.

No outro jogo do grupo, o União São João fazia 1×0 no Joseense, em São José, deixando a missão da classificação para a última rodada…

A segunda divisão do paulista é assim… Emoção até o fim!

Falta para o Nacional, será agora o gol que fecha o placar?

E teve contra ataque para os ferroviários…. Mas nada do 3º gol…

E teve escanteio para o Nacional também:

Mas, mesmo a tarde aprazível chegou em seu momento final e o árbitro apitou o fim da partida!

O treinador do XV foi a loucura, mas mesmo perdendo, o time visitante mostrou força e tem boas chances de se classificar!

A imagem reflete a sensação de superação dos atletas do Nacional, que com certeza chegaram mais longe do que muitos acreditavam, ao mesmo tempo em que demonstra certa incredulidade do atleta do XV que estava confiante em um resultado melhor. Mas este é o campo da rua Comendador Souza e aqui, mandam os ferroviários do Nacional!

Hora de ir embora pelo bairro pacato que abriga o time tão tradicional…

Abraços aos amigos que estavam acompanhando a partida: Fernando, pessoal do Jogos Perdidos, Sérgio (Futebol Alternativo TV) e a torcida local que nos recebeu bem.

Sendo um time de história ferroviária, nada melhor do que pegar o trem na Água Branca e rumar de volta ao ABC!

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O futebol profissional em Araras – parte 2 de 2

No post #1, falamos de dois estádios, o Estádio Engenho Grande onde a SER Usina São João e o União São João mandaram seus jogos, e o Estádio São Joaquim, a casa da AA Ararense. Veja aqui como foi!

Mais recentemente, estivemos no Estádio Doutor Hermínio Ometto, a atual casa do futebol profissional de Araras para acompanhar o União São João contra o Amparo (veja aqui como foi) e contra o Paulista de Jundiaí (veja aqui como foi).

No post #2, vamos falar do Estádio Joel Fachini, onde os outros 3 times da cidade (o CA Ararense, o Comercial FC e o Araras CD) mandaram seus jogos nas disputas de Campeonatos profissionais!

Comecemos com o mais antigo deles, o Comercial FC, fundado em 26 de agosto de 1929 no extinto Bar do Lima, na rua Tiradentes, por um grupo de comerciários e que somente em 24 de novembro fez sua estreia contra o Cordeiropolense empatando em 0 a 0.

Apelidado de “Leopardo da Paulista“, o Comercial disputou várias competições amadoras.

Em 1932, o filiou-se à APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e participa pela primeira vez do Campeonato do Interior da APEA.

O Comercial obteve grandes resultados em competições importantes como o título de Campeão Amador da Região do Interior em 1933, e do Estado em 1949, além de ser Campeão Amador do Setor em 1950, 55, 56, 57, 58, 59, 1963 e 1972 e Vice-Campeão do Interior em 1956 e 57.

Foi ainda Campeão Ararense em 1947 (derrotando a AA Ararense por 3×2 na final), 1957, 1963, 1970 e 71. A foto abaixo (do site História do Futebol) retrata o time campeão de 47:

Sua estreia no profissional foi na 2ª Divisão do Campeonato Paulista em 1950, terminando em 8º lugar no seu grupo.

Em 1951, tem sua segunda e última participação na segunda divisão do Campeonato Paulista de profissionais, ficando novamente em 8º lugar no seu grupo (o outro time da cidade, a AA Ararense terminou na última colocação).

Em 1956, o S.C.Corinthians esteve no Estádio Joel Fachini para enfrentar o Comercial FC, mas quando o placar estava 2 a 0 pros paulistanos uma chuva interrompeu a partida. Santos, São Paulo e Palmeiras também viriam visitar Araras. Para maiores informações sobre o time visite o site União Mania!
E olha que beleza a matéria de 1958:

O Comercial FC passou a perder sua força e em 1984, foi aprovada a concessão do Estádio Joel Fachini para o poder Executivo. Em 1996, o Comercial FC volta ao cenário futebolístico ararense com as equipes de base e em 2001 se funde com o Atlético Ararense.

O time tem utilizado um novo distintivo:

O segundo time que mandou seus jogos no Estádio Joel Fachini foi o Araras Clube Desportivo.

O Araras Clube Desportivo foi fundado em 5 de maio de 1966, para tentar suprir o amor da cidade pelo futebol. O time da Usina São João abandonou o futebol profissional em 1965, assim como a AA Ararense. Além disso, o Comercial FC também desistiu de voltar ao profissionalismo. Assim, a “ACD” representou Araras na 3ª Divisão do Campeonato Paulista (quarto nível do Campeonato) em 1966.

Por pouco o time não avançou para a terceira fase…

O site União Mania apresenta a foto do time de 1966:

Em 1967, mais uma boa campanha, desta vez no 3º nível do Campeonato, então denominado 2ª Divisão Profissional, ocupando a vaga que era do time da Usina São João.

Esse foi o time daquele ano:

Em 1968, mais uma vez disputou o 3º nível do Campeonato, a 2ª Divisão Profissional.

Ainda em 1968, o Araras CD conquista seu único título: o do Torneio Início Campeonato Ararense, com o time

Por fim, falemos do Atlético Futebol Clube, time fundado em 13 de março de 1971.

O clube nasceu como uma homenagem ao Clube Atlético Mineiro. E seu primeiro campeonato profissional foi a Quinta Divisão do Campeonato Paulista em 1979, onde classificou-se em primeiro lugar na fase inicial.

A segunda fase foi mais complicada e o time acabou desclassificado.

Em 1980, disputa mais uma edição da Terceira Divisão do Paulista.

Em 1981, terminou a primeira fase em 4º lugar, com uma foto bem mal feita:

E na segunda fase, terminou em 5º.

Em 1982 o Atlético iniciou a disputa da Terceira Divisão do Campeonato, mas acabou desistindo no meio da competição, licenciando-se até 1986, quando retorna com o nome de Clube Atlético Ararense, mas foi seu único e último ano de existência.

Sua participação no Grupo Vermelho terminou na 6a colocação.

E como disse, todos estes times jogavam no Estádio Joel Fachini daí a importância de uma visita para um registro!

E finalmente encontramos suas portas abertas!

Aí estão suas bilheterias que receberam torcedores de tantos times nas disputas relatadas acima!

E vamos finalmente conhecer a parte interna do Estádio?

Essa área da cidade sempre foi ocupada por um campinho de futebol, mas na década de 30, o Comercial FC oficializou sua compra e transformou o lugar no Estádio Joel Fachini.

Olha que bacana na parte interna do estádio a descrição de alguns dos títulos do Comercial FC.

No dia da nossa visita, estava rolando uma rodada dupla do Campeonato Amador de Araras!

Foi bacana poder ver o campo ocupado.

O gramado está muito bem cuidado.

Ainda existe uma estrutura de vestiários bem bacana!

Aqui, um olhar da parte de traz do gol. Quer apostar que nos próximos anos veremos surgir vários prédios no horizonte?

Olha que linda a arquibancada do estádio ali no lado direito:

Vamos dar um rolê e conhecer mais do Estádio Joel Fachini:

E além da arquibancada, perceba o charme da mureta que a separa do campo, e logo ali, os bancos de reservas:

A arquibancada é toda pintada em alvinegro:

Aí o meio campo:

O gol do lado esquerdo:

O gol do lado direito:

E a bela arquibancada!

Lá dentro, alguns quadros enaltecem os feitos históricos do Comercial FC, como a conquista do Setor do Amador de 1949:

E essa visão da arquibancada coberta na época de ouro do time… Dá uma comparada com a atualidade:

Atrás do outro gol, ainda existe um lance de arquibancada descoberta:

Também existem algumas imagens de times históricos:

Voltando aos dias atuais, é bom ver que o futebol amador tem ocupado o estádio e feito a realidade futeboleira da cidade mais feliz!

Que arquibancada linda hein?

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O futebol profissional em Araras – parte 1 de 2

Araras surgiu de um povoado formado por tropeiros na região do rio Mogi e do ribeirão das Araras. Os indígenas que ocupavam a região provavelmente foram mortos, escravizados e os sobreviventes acabaram fugindo para o interior. Em 1862, foi construída a capela de Nossa Senhora do Patrocínio das Araras, surgindo novas casas ao seu redor.

Em 1879, a vila foi elevada à cidade e se desenvolveu graças à lavoura de café, inicialmente com trabalho escravo e num segundo momento com a atuação dos imigrantes. Em 1877, a cidade viu a chegada da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, e quase 100 anos depois, a FEPASA. Foto do site Estações Ferroviárias:

O passar do tempo trouxe diversificação da produção agrícola, principalmente com a cana de açúcar, o crescimento do comércio e, já no século XX, a indústria. E todos esses passos se refletiram no futebol local…

Falar do futebol de Araras é sempre um prazer, já que várias vezes acompanhamos partidas do União São João (já escrevemos sobre a camisa do time, clique aqui e leia!). Também acompanhamos o Santo André jogando no Estádio Doutor Hermínio Ometto como mandante a Série C de 2012 (veja aqui o jogo contra o Vila Nova -GO e aqui contra o Oeste, na época, de Itápolis)

Dessa vez, nosso retorno à cidade se deu para registrar os outros estádios e assim falar um pouco da história do futebol profissional de Araras, mas como não conseguimos entrar em todos os estádios planejados, esse texto será dividido em dois posts. Neste primeiro, falaremos sobre dois estádios onde jogaram a Sociedade Esportiva Recreativa Usina São João, o próprio União São João e a Associação Atlética Ararense.

No post #2, vamos falar do Estádio Joel Fachini, onde os outros 3 times da cidade (o CA Atlético, o Comercial FC e o Araras CD) mandaram seus jogos nas disputas de Campeonatos profissionais. Veja aqui o post #2!

Comecemos então falando sobre o nosso rolê pelo time mais antigo de Araras, a Associação Atlética Ararense!

A Associação Atlética Ararense foi fundada em 16 de setembro de 1926 por trabalhadores da indústria de Araras. São 95 anos de história…

Devido à sua origem, o time foi fundado como Operário Futebol Clube. Os distintivos abaixo vieram do site “Escudos Gino“, o segundo foi adotado a partir de 1942:

O time mandava seus jogos em um campo cedido pelo dono da Fazenda São Joaquim onde mais tarde foi erguido o Estádio São Joaquim e a sede social do clube.

Após uma primeira fase de disputas regionais, em 1931, o Operário FC filia-se à APEA e passa a disputar o Campeonato do Interior, naquele ano cai no grupo da 5a região contra o Rio Claro, o Velo Clube, e a Inter de Limeira. Esse é o time de 1932, as fotos abaixo são do site UniãoMania:

Aqui, o time de 1942, nessa época havia forte rivalidade com outro time de Araras, o Comercial:

Em 1943, por pressão do governo e da sociedade em geral, o nome Operário foi mudado por ser muito “comunista”. Assim surge a “Associação Atlética Ararense“, que de alvinegra passou a ser grená.

O Operário FC despede-se da história conquistando o título da 16ª Região do Campeonato do Interior, em um grupo que contava com CA Pirassununguense, Independente FC de Pirassununga, Comercial FC (também de Araras), DER Descalvadense, EC Lemense, Inter de Limeira, Porto Ferreira FC e a AA Santa-Ritense. A final da região em 15 de agosto foi Operário 4×0 Porto Ferreira, mas o time de Araras iria cair no mata-mata após um empate em 0x0 em casa e uma derrota de 5×0 fora de casa para o Riopardense.

Em 1945, mais um time de Araras disputou o Campeonato do Interior: o CA Santa Cruz, conhecido como o “Búfalo da Zona Rural” e mandava seus jogos no Estádio Fábio da Silva Prado. O distintivo abaixo veio do site História do Futebol.

O grande ano veio em 1946, quando a AA Ararense conquistou o título de Campeão Amador da 4ª Zona da 7ª Região do Estado contra o Comercial de Araras, o Grã Clube e a Inter, ambos de Limeira, o CA Pirassununguense e o Porto Ferreira. Esse foi o time campeão:

Em 1948, venceu a Sub-zona B do 9º Setor do Campeonato Amador do Estado, com o time abaixo:

Em 1949 participa pela primeira vez do Campeonato Paulista da Segunda Divisão de profissionais (naquele ano só haviam 2 divisões no futebol paulista), ficando em penúltimo lugar no seu grupo.

Em 1950, além da melhor participação na segunda divisão, em 7 de maio, o time do Palmeiras foi para Araras para um amistoso vencido pelo time da capital por 2×0.

O time de 1950:

Depois da boa campanha no Campeonato Paulista de 1950, vem sua última participação no profissionalismo, ficando em último lugar no grupo “Zona Leste”.

Em 1958, sagrou-se campeão do Torneio Mendonça Falcão:

A final foi contra o Cosmopolitano FC:

A AA Ararense ainda ficou 10 anos em disputas amadoras, e em 1961 conquistou o Torneio Castilho Cabral, seu último título. A partir daí, o clube passou a se dedicar à sua sede social no local onde ficava o Estádio São Joaquim.

De volta aos dias atuais, vamos dar uma olhada em como está o campo atualmente? Ele fica dentro da linda sede social do clube:

Um olhar no meio campo por onde tantas histórias já passaram:

O gol da direita:

O gol da esquerda:

Mais um momento de felicidade por estar ali, num lugar histórico e tão importante para a cidade de Araras…

Os quase 100 anos que separam a estreia do estádio e o clube atualmente mudou muito o visual do local, mas a energia ainda está lá!

O gramado segue no mesmo lugar, e talvez algumas daquelas árvores frondosas ao fundo do gol tenham vivenciado aqueles dias…

A nós, cabe sonhar com um futuro impossível, que seria ver a nas disputas profissionais de novo…

O segundo estádio desse post é ainda mais emocionante e fica dentro da Usina São João!

Mais do que um estádio, estamos falando de um verdadeiro modo de vida alternativo ao que estamos acostumados hoje, com seus pontos positivos e negativos. A Usina São João foi fundada em 1944 e desde cedo reuniu seus trabalhadores ao redor da unidade fabril, a tradicional “colônia”.

A história da Usina está ligada à da família italiana Ometto (essa da foto abaixo). Em 1887, chegam ao Brasil Antônio e Caterina Ometto e logo passaram a cultivar cana-de-açúcar. Em 1944, seu filho, José Ometto comprou a Fazenda São João iniciando o que viria a ser o atual Grupo USJ, comandado atualmente pela quarta geração de José Ometto.

Infelizmente, li no site Cana Online que a usina possui uma dívida de R$2 bilhões, e apresentou um pedido de recuperação judicial, o que provavelmente facilitará sua venda para a Raízen, a gigante do setor que tem adquirido todas as antigas usinas do estado de São Paulo…

Em 1953, mais especificamente em 8 de janeiro, seguindo o modelo de outras usinas e empresas, a Usina São João decide fundar o seu time de futebol, a Sociedade Esportiva Recreativa Usina São João, tendo como cores o verde da cana, e o branco do açúcar.

Foram 8 anos disputando as competições amadoras, e o título do Campeonato Amador do Estado de 1960 em cima da AA Matarazzo da capital acabou animando Hermínio Ometto para um passo mais ousado: o futebol profissional!

Assim, em 1961, a Usina São João passa a disputar a 3ª Divisão do Campeonato Paulista, e logo em sua estreia faz uma incrível campanha terminando a 1a fase (a série Açucareira) em segundo lugar…

Na segunda fase, a Série Dr Waldemar Alves da Costa, só tinha time cascudo e mesmo assim, o time da Usina terminou como líder, chegando a final do campeonato…

O outro finalista era o time da Estrada de Ferro Sorocabana FC, de Sorocaba mesmo…

O campeonato daquele ano não considerava o saldo de gols, então mesmo após uma goleada, o Usina São João ainda forçou um terceiro jogo ao vencer a segunda partida. Mas, infelizmente perdeu a 3a partida e o título e o acesso ficaram com o Estrada…

Esse foi o time de 1961:

Em 1962, novamente uma ótima campanha na primeira fase, a Série João Havelange:

Mas desta vez, o time parou na segunda fase, não chegando às finais.

Chega 1963 e o time da Usina São João mostra que veio para se tornar uma nova força no futebol estadual. Mais uma vez, termina a primeira fase (a 4ª série) em primeiro lugar.

Lidera também a segunda fase, a série João Mendonça Falcão:

Mas, para a tristeza geral de Araras, o time perde o acesso por um miserável ponto…

Em 1964, o time tenta mais uma vez o acesso, mas não se classifica sequer para a segunda fase.

Vendo que o acesso não chegava, Hermínio Ometto propôe a fusão dos times da cidade, juntando a estrutura da Usina e as torcidas de Ararense e Comercial, mas o projeto não decolou e decidiram acabar com o time da Usina… Somente em 1981, em 14 de janeiro, é que surgiria finalmente o time que uniu a cidade: o União São João EC.

O União São João debuta na 3ª divisão, mas não consegue chegar à fase final do campeonato, mesmo com uma boa campanha no turno e returno…

A relação com a Federação é tão boa que o União é convidado a jogar a 2ª divisão de 1982, onde permaneceu com bons resultados até 1987, quando uma campanha maravilhosa (já sem a presença de Hermínio Ometto,que falecera em 1986), leva o time à primeira divisão.

O União São João liderou todas as fases…

Chegando à final contra o São José e vencendo os dois jogos.

O primeiro jogo da final, em Araras, ocorre no emblemático Estádio Engenho Grande, o campo da Usina

Confira o vídeo do jogo, onde mais de 4 mil pessoas estiveram presentes:

Fomos até lá registrar o Estádio Engenho Grande! Essa era a entrada e nesse muro a direita ficava o famoso cinema da usina.

Aqui, a parte do fundo do estádio:

Veja como foi noticiado sua construção em 1958:

Segure a emoção e venha comigo conhecer o Estádio Engenho Grande!

Na minha opinião, o grande charme do Estádio Engenho Grande é sua arquibancada coberta, uma verdadeira obra de arte!

Tem a áurea de um passado que muitos não queriam que tivesse ido embora…. É um sentimento mágico mesmo.

Faço questão de registrar esse momento para a minha memória futura também! Penso que se a Raízen acabar adquirindo a Usina, talvez nunca mais eu consiga entrar aí…

O campo também está muito bem cuidado! Durante a visita, estava sendo pintado novamente.

Aí estão os bancos de reserva, humildes, gastos pelo tempo, mas cheios de história e recordações.

Aqui, a visão de quem olha de cima da arquibancada coberta, ali ao fundo são escritórios da usina:

Do lado direito o galpão de estocagem de cana e parte da usina.

Essa é a visão de cima da arquibancada que fica atrás do gol. Olha que incrível… Tem uma quadra esportiva entre a bancada e o campo!

E o lance de arquibancada praticamente cerca todo o campo.

Aqui, olhando pela arquibancada descoberta, vê-se o gol da esquerda:

O da direita:

E o meio campo:

Mas, como tudo muda, em 1988, o União São João inaugura seu estádio, com nome em homenagem a Hermínio Ometto e o time obtém uma série de conquistas incríveis: a Série C do Brasileiro, o acesso à série A, a revelação do lateral Roberto Carlos (foto abaixo do site O Curioso do Futebol), a transformação em clube-empresa, entre outras.

Como tudo que sobe, desce… O União São João de Araras vive um período de quedas e problemas econômicos que leva o clube a se licenciar do futebol profissional. Em 2021, o time voltou a aparecer no cenário esportivo com participação no sub 15 e sub 17, quem sabe seja uma esperança para o torcedor…

Se você quiser saber mais sobre o União São João de Araras, clique aqui e conheça o incrível site do União Mania, obra do Marcelo Valem.

Fica a foto do time campeão em 87 para quem sabe inspirar novos vôos…

E por falar em novos vôos, alguns meses depois desse rolê estivemos aí com o amigo Joey, acompanhando o União São João, confira aqui como foi!

Ah, e um pequeno registro do “vilão” do nosso rolê, o Estádio Joel Fachini que manteve-se “impenetrável” em nossa visita e por isso, vai fazer a gente voltar à Araras para mais uma tentativa!

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Santo André 1×1 Oeste – série C 2012

Araras, 29 de julho de 2012.

Mesmo não sendo ligado à religião, pela manhã fui até a igreja matriz de Santo André para ver a cara do santo que dá nome à minha cidade e ao time que torço. Lembra um pouco o próprio (e misterioso e polêmico) João Ramalho, que fundou a cidade, não?

Mais uma vez (e pelo que dizem, a última) fizemos de Araras a nossa casa. Assim, lá fomos nós ao Estádio Herminio Ometo para assistir Santo André x Oeste.

E lá foram também os heróis seguidores do Ramalhão, que fizeram questão de mostrar o descontentamento de todos com o atual prefeito Aidan, que parece ter esquecido do nosso Estádio.

E se é pra falar de faixas, aí está a nossa, que mostra a mistura que mais curtimos, futebol + punk rock! O jogo prometia, afinal, o Santo André, embora invicto, vinha amargando uma sequência de empates, dando aquela incomoda sensação de que o time não anda. O jogo começou e mostrou que infelizmente o time parece não andar mesmo, este ano… Logo de cara, levamos um gol… Terceiro jogo “em casa” e nenhum gol feito. Nenhuma vitória… Os ânimos não estavam bons na torcida Ramalhina… E se é pra ser difícil, que seja tudo de uma só vez… A polícia militar de Araras proibiu a entrada da bateria da Torcida Fúria Andreense. O jeito foi improvisar… E foi assim que a percussão nasceu das cadeiras do Herminio Ometo…

Lá estavam as faixas e bandeiras para apoiar o time… Mas a verdade é que parecia que o time estava distante…

A rapaziada da Fúria Andreense também compareceu pra apoiar!

Em campo, o time esboçava uma reação e alcançou o empate de 1×1.

Mas nada que empolgasse os torcedores. Sei que é um post meio triste e chato, mas é que a situação do Santo André nos últimos anos não está muito animadora.

O jogo em si foi morno até o seu final… Por mais que o Santo André dominasse o jogo, o empate foi o resultado final.

A nós, torcedores, só restava gritar com o time…

E ao menos o orgulho em estar presente em mais um momento do nosso time…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

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Santo André 0x0 Vila Nova-GO (Série C 2012)

Sábado, 14 de julho de 2012, dia de acompanhar o meu time do coração, na série C. Ainda jogando em Araras, o Santo André iria enfrentar o Vila Nova-GO.

Em campo, dois times que já viveram fases melhores, agora se encontram pela terceira divisão nacional.

O único lado bom desses jogos acontecerem em Araras é que acabamos ficando mais íntimos do Estádio Hermínio Ometto e achando algumas coisas únicas como esse “vale água” que deve ser usado no estádio desde a época que o Roberto Carlos jogava no União.

O pipoqueiro também traz em seu carrinho um adesivo de amor ao time local.

Pra quem achava que o Santo André iria jogar para ninguém, tão longe de casa, a Torcida Fúria Andreense deu a resposta e levou uma galera. Aliás, segundo o presidente da torcida, Renato Ramos, se tivessem mais ônibus iria ainda mais gente, assim, se algum empresário quiser apoiar… Taí a chance!

A rapaziada da TUDA e da Esquadrão Andreense também esteve presente!

E a torcida do Vila Nova, a “Sangue Colorado” também apareceu por lá!

E em campo ainda tivemos a presença de um ilustre ex-jogador do Ramalhão. O goleiro Júlio César agora defende a meta do time goiano.

Se em campo o jogo andava morno, a Fúria literalmente botou fogo nas arquibancadas…

E quando os fogos pareciam acabar, veio o “Blue Hell Andreense”. Parabéns ao pessoal!

Isso, fora as faixas que estiveram colorindo de azul o estádio normalmente alvi verde.

Falando do jogo em si, embora o início do jogo tenha dado uma ideia de que o Santo André dominaria o adversário, o jogo como um todo foi muito amarrado, sem grandes chances.

As bolas paradas ainda levaram alguma emoção, mas confesso que o 0x0 foi mesmo um placar justo.

Falando sobre culinária de estádio, fica a dica para o tio da paçoca: Leve mais paçocas!!!

Como torcedor, fica a esperança que o técnico do Santo André tenha maior sorte no próximo jogo, contra o Madureira, no Rio de Janeiro.

APOIE O TIME DA SUA CIDADE

(Mesmo que ele mande os jogos em uma cidade 250km longe…)

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