Mês: julho 2010
Mauaense x Nacional, um clássico operário
Mauaense?”… Nessas horas agradeço ao destino a noiva que eu consegui. E lá fomos nós enfrentar as muitas obras na cidade de Mauá para assistir mais um jogo da tradicionalíssima Segunda Divisão do Paulistão… De Santo André, mais precisamente do Parque Duque de Caxias, até o Estádio Municipal Pedro Benedetti foi questão de meia hora. Antes tive que passar na casa do meu pai pegar a câmera dele emprestada, porque a minha quebrou no último jogo do Santo André.
O Estádio foi inaugurado em 1984.
Chegando no Estádio, já me animei ao ver o estacionamento cheio, por um momento pensei que teríamos um bom público para o jogo.
Ao entrar, voltei à realidade da série B do Campeonato Paulista e sua baixa média de público.
Ao menos, as torcidas se esforçaram e coloriram as arquibancadas com suas faixas.
E se não eram muitos, ao menos todos estavam animados com a boa campanha do time nesta primeira fase do Campeonato, e assistiram a uma boa partida.
Para quem não conhece, o Benedetti surpreende por ser um estádio bonito e com uma grand earquibancada. Até o gramado estava bom, se comparada à nossa realidade.
Chegou a chover um pouco no final do primeiro tempo, mas nada que tirassa o ânimo da galera!
Ao fundo, pode se ver um pouco da cidade, que está se reinventando a cada dia! Em campo, o Mauaense foi pra cima!
O primeiro tempo parecia terminar num 0x0, para a tristeza das diretorias que acompanhavam o jogo das tribunas do estádio.
Como sempre, fiz questão de “entrar para a história do jogo”, com minha tradicional blusa do San Lorenzo!
Um pequeno vídeo para quem nunca esteve no estádio…
Algumas rádios transmitiram o jogo, embora confesso que jamais conseguir ouvir um jogo do Mauaense ou do Nacional no meu rádio…
E quando eu subia para tirar uma foto do alto, saiu o gol do Mauaense, para a alegria dos torcedores!
Acho que assim dá pra se ter uma ideia do estádio. Perceba que diferente da maioria, o campo é bem afastado da arquibancada.
O Nacional tentou reagir ainda no primeiro tempo, após ter levado o gol, mas o jogo virou 1×0 mesmo.
Pra quem acha que o jogo foi de uma torcida só, fica aí o retrato da galera do Nacional, que compareceu até Mauá para apoiar o time da capital!
Esse é o Zé do Nacional! Fiquei contente ao ouvir dele que “A mais bonita é a 19“, uma alusão a 19a camisa postada no blog, que é a do Nacional e uma prova de que realmente tem quem leia esse blog!
Outra figura carimbada das bancadas intermediárias do estado de São Paulo é o Álvaro. Temos encontrado ele em vários jogos, e é um cara gente boa!
Antes que venha a pergunta, por que eu saí fazendo careta em todas as fotos, a resposta mais possível é de que estava um dia com muita claridade o que irrita meus olhos… De qualquer forma, taí eu e a Mari em mais uma partida da série B!
E taí a galera que ainda acredita no futebol da cidade. Pouca gente ainda, mas vamos ver se passando de fase o público aumenta…
As faixas parecem ter dado sorte ao time que acabou vencendo o jogo por 3×1! Aliás, por que o tigre??
Para a festa da galera do “Barões de Mauá”!
E da Torcida Jovem!
Ah, vale lembrar que a diversão do jogo foi ver a torcida local encher o saco do Vampeta, treinador do Nacional.
Antes de ir embora, uma última imagem das arquibancadas praticamente vazias…
Mas a esperança da renovação da torcida de um time operário, que representa o povo da cidade de Mauá!
Apóie o time da sua cidade!
]]>86- Camisa do Americano F.C.
A 86ª Camisa da coleção vem da cidade de Campos dos Goytacazes, maior cidade do interior do Rio de Janeiro, com mais de 430 mil habitantes.
O time dono da camisa é o Americano Futebol Clube, fundado em 1 de junho de 1914, numa reunião na joalheria dos irmãos Suppa.
O primeiro nome do time deveria ser América Football Club, sugestão de Belfort Duarte, que tinha a mania de fundar novos Américas por onde ia, entretanto quando foi embora os irmãos uruguaios “Bertoni”, renomearam o time e assim nascia o Americano F.C. .
Logo de cara o time superou as dificuldades e em 1915 conquistou o Campeonato Campista, contra os tradicionais Rio Branco, Goytacaz, Aliança e o Luso-Brasileiro.
Em 1922, o Americano teve dois jogadores convocados para a Seleção Brasileira: Soda e Mario Seixas.
Ainda em 1922, disputou uma partida amistosa contra a forte seleção do Uruguai, placar: Americano 3×0 Uruguai.
De 1967 a 75, somou nove títulos seguidos.
Em 1975, tornou-se o primeiro clube do interior do novo Estado do Rio de Janeiro a participar do Campeonato Brasileiro.
No ano seguinte disputou seu primeiro Campeonato Carioca, pouco antes da fusão entre os dois Estados brasileiros (Rio de Janeiro e Guanabara).
Na década de 80 fez várias excursões pelo exterior.
Em 1987, representou o Estado do Rio de Janeiro no Campeonato de Seleções Estaduais, sagrando-se campeão, contra a Seleção de São Paulo que possuía cinco jogadores da Seleção Brasileira.
Atuou 7 vezes na Série A, 18 na Série B e 5 na Série C.
Em 1986, foi vice-campeão da Série B, em 1987, foi campeão do Módulo Azul 1987 (equivalentes à Série B).
É o único clube, fora os quatro considerados grandes do Rio de Janeiro, que nunca disputou o Campeonato Carioca da Segunda Divisão.
Foi também a primeira equipe do interior a vencer a Taça Guanabara e a Taça Rio. Nos anos 2000 se especializou em atrapalhar a vida dos grandes do Rio, como mostra a matéria da Globo:
É incrível como é difícil achar fotos do time, no máximo as mais recentes, como essa do time de 2007:
E essa que a wikipedia disponibiliza, que é de 2008:
Em 2009, eliminou nos pênaltis, o Botafogo, em confronto válido pela segunda fase da Copa do Brasil de 2009. Em 2010, escapou do rebaixamento nas últimas rodadas da degola pelo campeonato carioca.
O Americano manda seus jogos no Estádio Godofredo Cruz, com capacidade para 25 mil espectadores. É o segundo maior estádio do interior do estado do Rio de Janeiro.
O estádio foi fundado em 1954 e até hoje é a casa do time. O recorde de público foi de 22.853 pagantes pelo brasileiro de 83, num jogo contra o Flamengo, que acabou em 2×2.
Em 19 de fevereiro de 2014 foi iniciada sua demolição, em troca, a Imbeg, empresa de Campos especializada em construções civis, custeou a edificação do novo centro de treinamento do clube e de um estádio que até 2024 não havia sido inaugurado.
O mascote do time é o “Mancha Negra“:
O time possui muitas torcidas, das quais destacam-se a Império e a Garra Alvinegra.
Seu maior rival é o outro time da cidade, o Goytacaz, com quem faz o clássico Goyta-Cano.
O clube também mantinha grande rivalidade contra o Campos e o Rio Branco, contra quem fazia o chamado “Clássico do Barulho”.
O Americano segue lutando contra seus adversários e contra o futebol moderno que insiste em fechar os times de cidades do interior.
Sendo assim, merece o respeito até mesmo de seus maiores rivais. Para maiores informações, o site oficial do time é www.americanofc.com.br
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Respeite seus adversários em campo, o verdadeiro inimigo fica atrás de uma mesa…
85- Camisa do Olé Brasil F.C.
O Olé tem como objetivo alcançar a série A1 do Campeonato Paulista o quanto antes, para colaborar na divulgação do time e consequentemente na venda de seus jogadores e produtos.
Um diferencial do time é que eles tem toda uma preocupação com a formação sócio-cultural dos atletas, além de suas estrutura diferenciada. Além disso, realizam intercâmbios constantemente, trazendo times estrangeiros para o Brasil e mandando as categorias de base para atuar em outros países. Detalhe curioso, é que mesmo com uma breve história, o time já fez até gol de goleiro: Atualmente o time manda seus jogos no Estádio Palma Travassos, o que deve se manter com a aquisição do Comercial: O time tem investido na comunicação e além do site oficial (www.olebrasilfc.com) já tem também seu mascote, um pinguim, de nome “Picolé”. Muitos torcedores tem certo receio dessa administração tão profissional, em oposição a gestões mais romànticas e apaixonadas, de antigamente, mas o fato é que o clube empresa tem se tornado uma realidade no futebol, e a cada dia que passa seus resultados em campo vão aparecendo. O que ainda fica em dúvida é a questão da torcida. Será que o amor por um time profissional será o mesmo? Só o tempo dirá…]]>84- Camisa do Danúbio (Uruguay)
Estádios, Ferrovias e W.O.: um passeio pelo futebol da alta Sorocabana
Um pacato e tranquilo fim de semana em julho de 2010, me deu a chance de pegar a estrada e (re)visitar o lado oeste do estado e escrever um pouco sobre o futebol em algumas cidades da região.
Começamos pela cidade de Santa Cruz do Rio Pardo.
A cidade conta com um time bastante tradicional, a Esportiva Santacruzense, que vem bem na série B do Campeonato Paulista.
Com a ajuda do nosso GPS, chegamos rapidamente ao Estádio Leônidas Camarinha, com sua entrada estreita, tão comum nos campos do interior antigamente.
A capacidade do Estádio é de mais de 10.000 torcedores.
Até conseguimos falar com algumas pessoas ligadas ao time, na busca por uma camisa, mas voltamos de mãos vazias, ao menos pudemos adentrar ao campo…
O estádio foi inaugurado em 1950, com o nome de Estádio Municipal de Santa Cruz o Rio Pardo.
O jogo inaugural foi entre o Santos e a Santacruzense. O placar é daqueles manuais, bem tradicionais…
Após entrar no campo e pisar na grama local, era hora de seguir viagem, afinal, não tínhamos muito tempo, para tantos planos.
Nossa próxima parada era a cidade de Ourinhos, para a visita do CAO (Clube Atlético Ourinhense).
O CA Ourinhense foi fundado em 5 de junho de 1919 e disputou uma edição da série A2, em 1952 e seis da série A3, de 1961 a 1966.
O Estádio fica dentro do próprio clube, bem próximo da Raposo Tavares e da linha do trem.
Aqui, a entrada do clube social que abriga o estádio:
O distintivo do CAO é daqueles antigos, que trazem consigo tradição e história.
O campo mantém também a essência de uma época áurea que infelizmente não deve voltar.
Eu e a Mari fizemos questão de marcar nossa presença em mais um estádio antológico do futebol paulista.
Ao fundo, um primeiro prédio mostra o que pode ser o futuro da cidade: a verticalização.
Por ficar numa área abaixo da cidade, o Estádio ficou conhecido como “Estádio da baixada“.
Ourinhos já teve outros times jogando o profissional, como o EC Gazeta:
O Esporte Clube Gazeta foi fundado em 7 de setembro de 1948, com o fim do CA Ourinhense.
O Gazeta ficou conhecido como “O Líder das Excursões” e levou a cidade de volta ao futebol profissional ao disputar a 5a divisão de 1979 e depois a série A3 de 1980 a 82.
O time voltou a jogar o profissionalismo a partir de 2000, quando jogou a série B2 em 2000, caindo pra B3 onde jogou até 2002. Aqui, o time de 2001, foto do Site “O curioso do futebol“:
Outro time que disputou o profissional foi o Esporte Clube Operário.
O site História do Futebol produziu os antigos distintivos do time:
O EC Operário foi fundado em 16 de junho de 1920 e disputou 2 edições da série A3, em 1954 e 1958. Esse foi o time de 1949:
O quarto clube a disputar o profissionalismo pela cidade foi o EC União Barra Funda.
O Esporte Clube União Barra Funda foi fundado em 23 de Março de 1972 e entrou pra história ao disputar o Campeonato Paulista da Quinta Divisão de 1978, com o time abaixo:
Veja maiores informações sobre o futebol em Ourinhos clicando neste link.
Saindo de Ourinhos, nossa parada agora era Palmital, cidade do extinto Palmital Atlético Clube.
O Estádio visitado foi o Manoel Leão Rego, onde o Palmital Atlético Clube mandou a maior parte de de seus jogos.
O Pamital Atlético Clube nasceu em substituição do Operário Futebol Clube:
O Operário FC foi fundado em 1929 e fez história no futebol local. Vale conferir a página sobre o time: https://www.facebook.com/palmitalac
Aqui, o time do Operário FC de 1946:
Mas o grande sonho viria a ser realizado a partir de 1964 com a disputa do Campeonato Paulista Profissional, jogando a quarta divisão (na época chamada de “Terceira Divisão), quando sagrou-se campeão de seu grupo, com o time abaixo:
Em 1966, o time foi vice campeão da quarta divisão, conquistando o acesso à divisão equivalente à atual A3 do Campeonato Paulista.
E para conquistar maior empatia com o torcedor local, decidiu-se mudar o nome do time para Palmital Futebol Clube, mantendo as cores do Operário FC.
O Palmital FC mandou seus jogos no “Estádio dos Eucaliptos“, que viria a mudar de nome para Estádio “Manoel Leão Rego”, e depois no Estádio Municipal Miguel Assad Taraia . Fomos até o Estádio “Manoel Leão Rego” registrá-lo!
O Palmital FC disputaria diversas edições do Campeonato Paulista entre a terceira e quinta divisão, com destaque para a incrível conquista da série A3 de 1987.
E pensar que esse campo viu toda essa história acontecer!
Imagino as arquibancadas lotadas a empurrar o time!
Atualmente, o Estádio “Manoel Leão Rego” tem atendido ao futebol amador local.
Vamos dar uma olhada:
Ao fundo, pode se ver que a cidade está cada vez mais perto.
As arquibancadas já tem o telhado deteriorado… Para mim, estes estádios deveriam ser tombados como patrimônio histórico da cidade…
Em 1991 o Palmital AC voltou a disputar a série A3, jogando até 93.
Depois, em 97, jogou a quinta divisão do Campeonato Paulista (chamada na época de série B1-B), fazendo uma campanha bastante irregular e marcando, ao menos temporariamente o fim do futebol profissional do Palmital FC, e seu o belo estádio só é usado nas partidas amadoras.
Bom, mas já era hora de ir embora… A estrada chama por nós!
Deixamos a cidade e rumamos à Assis, nossa base nessa viagem, já que minha família por parte de pai mora lá.
A cidade acabara de fazer aniversário e haviam várias festas em comemoração, por isso o palco ali atrás.
Aliás, nosso guia na cidade foi meu tio Zé, o “Alemão” que não apenas torce como já jogou por quase todos os times da cidade. Abaixo meu pai, o tio Zé, eu e a Mari.
O supermercado Amigão possui uma série de fotos históricas nos caixas, e dentre delas, uma da Ferroviária, com o Alemão (o 4º agachado da esquerda para direita):
Assis ainda mantém várias casas feitas em madeira, o que dá um ar muito diferente à cidade, principalmente para quem está acostumado a realidade cinza das grandes cidades (a maioria dessas casas foi construída em sistema de cooperação pelos funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana).
Mas, falando de futebol, nosso primeira estádio na cidade foi o Estádio Dr. Adhemar de Barros, onde a Vermelhinha da Rua Brasil (apelido da Ferroviária) mandava seus jogos.
A arquibancada vermelha sobrevive, como as histórias do time que ali jogou e que até hoje são contadas pela região. Muitas dessas histórias meu pai conta até hoje na época em que ele e meu avô (funcionário da Ferrovia) acompanhavam a vermelhinha!
Mais uma vez, eu e a Mari registramos nossa passagem por um estádio clássico!
E uma foto com meu pai, que também jogou e torceu bastante pelos times de Assis. Ele e meu avô eram presença fiel no estádio, para ver a Ferroviária.
Sem dúvida um belo estádio…
As arquibancadas começam a sofrer com a ação do tempo, assim como a iluminação do campo que foi levada embora.
Ainda assim, os detalhes do estádio e das bancadas são únicos!
Por coincidência, ao irmos embora, encontrei o atual gestor do time do VOCEM (na verdade, uma academia que disputa campeonatos infantis). Olha que linda camisa…
Ele não conseguiu me arruma nenhuma, mas felizmente o craque Bolão (outro que jogou em diversos times da região) conseguiu uma para mim:
Ainda conseguimos bater umas fotos do time sub-15 do VOCEM disputando a final do municipal.
Um sentimento bastante nostálgico ao ver as arquibancadas repletas de torcedores do VOCEM!
Nossa próxima visita foi no campo do DERAC de Assis, o Estádio Aristeu Rocha de Carvalho.
O DERAC teve um grandes times e marcou época no futebol amador da cidade! A foto abaixo também está no Supermercado Amigão.
O campo segue em boas condições de uso, e o distintivo materializado é de fazer inveja a vários grandes times…
O Estádio do DERAC chama-se Aristeu de Carvalho, e fica próximo da fábrica da Malta, cervejaria que por anos patrocinou o Assisense.
O dia estava bonito e decidimos ir para Cândido Mota, cidade vizinha, conhecer e fotografar o Estádio Municipal Benedito Pires.
Era aí que o CAC (Clube Atlético Candidomotense) mandava seus jogos..
Tudo isso com o tio Zé contando histórias sobre o futebol da região nos anos 60, 70 e 80.
Mais um estádio que sofre com a “modernização” do futebol, que a cada dia mata mais os pequenos clubes do interior. Olha como era um jogo no campo em 1987:
Só pra lembrar, o CAC foi fundado em 10 de Junho de 1957, sendo o primeiro time da cidade a disputar uma competição oficial da Federação Paulista, em 1963. Depois dessa, o time ainda disputou mais 11 campeonatos.
Outro time da cidade que disputou o profissional foi a União Atlética Ferroviaria Candidomotense fundada em 15 de novembro de 1949 por operários da Estrada de Ferro Sorocabana. O distintivo do time é bem curioso (e por isso o time era chamado de canarinho), encontrei esse no site História do Futebol:
Time de 1961:
Aqui, o time de 1962:
Mas também existe esse outro distintivo:
Por dois anos -1964 e 1965- o CAC e a Ferroviária se enfrentaram até as duas equipes desistirem do profissionalismo.
Em 1980, o CAC ainda viria disputar a Terceira Divisão, subindo para a segunda divisão até 1988, quando retorna à Terceira Divisão e em 1989, desativa seu departamento profissional.
Ou seja, falamos de um estádio com muita história.
Quer dar uma olhada no estádio? Veja:
E eu e a Mari oficializamos a presença em mais um campo!
O que é mais legal nos campos do interior é a quantidade de árvores em volta. Mais parecem parques!
Voltamos para Assis e já era tarde. Após comer na 10ª Festa do Milho, fomos dormir.
No dia seguinte, logo de manhã fomos à Paraguaçu Paulista, reencontrar o tradicionalíssimo Estádio Municipal Carlos Affini, campo do Paraguaçuense. (Disntintivos do site Escudos Gino)
Aqui, para quem como nós é torcedor do Santo André é um lugar pra se guardar na memória, graças aos confrontos emocionantes entre Parguaçuense e o Ramalhão.
O Paraguaçuense subiu de divisões rapidamente, mesmo tendo, segundo os torcedores, a administração da Federação da época (Farah) como adversário maior.
A Federação tentou proibir o acesso à série A2 devido às arquibanadas não comportarem 15 mil lugares, como manda a regra. O resultado? Uma campanha entre torcedores da cidade e da região construiu o que foi preciso num tempo recorde!
A cidade na época não tinha sequer 40 mil habitantes e um estádio onde cabiam 15 mil pessoas!
Quer conhecer mais? Veja nosso tradicional vídeo!
E que fique eternizado nosso respeito a história de um time que fez tremer grandes potências do interior!
Torço para que um dia esse estádio volte a receber clássicos contra as equipes da região!
Uma última olhada do lado oposto, enquanto nos preparamos para ire embora para a última parte de nosso rolê boleiro…
Saímos de Paraguaçú Paulista e voltamos à Assis a tempo de assistir o jogo entre o Assisense e Ilha Solteira, no Estádio Antonio Viana da Silva, o Tonicão.
Já escrevi sobre a camisa do Assisense, mas esta é a primeira partida do time, que vejo pessoalmente e por isso nem me importei com o preço do ingresso.
O Estádio fica perto do parque Buracão (nome dado devido à erosão típica do local, que gerou um buraco que engoliu de casas à arvores antes de ser transformado em parque), e pode se dizer que o Estádio também é um buracão, já que você entra pela parte alta e o campo fica lá embaixo.
Tudo estava perfeito! Dois times que nunca vi jogar, um estádio incrível…
Mas aí, veio a notícia que abalaria os 10 torcedores presentes…
Nem toda beleza e grandiosidade do Estádio foram suficientes para convencer o time adversário a sair de Ilha Solteira e vir pra Assis…
Estávamos presenciando um W.O….
Demorei pra acreditar, mas… Infelizmente meu passeio durou pouco mais de meia hora, tempo suficiente pra se dar o jogo como encerrado…
Desci até o campo para tirar umas fotos de ângulos diferentes…
Se não teria jogo, ao menos fotografar os jogadores do Assisense em campo…
Os próprios atletas ficaram surpresos (embora esse fosse o segundo W.O. seguido do time do Ilha Solteira).
Aproveitei que estava lá embaixo e fotografei um dos jogadores de perto pra mostrar a nova camisa, num tom azul mais claro.
Também aproveitei e tirei uma foto com um dos diretores do time, o Vilela:
Uma última olhada no estádio, antes de irmos embora. Acabei não ficando tão triste em perder o jogo, já que pelo menos pude visitar vários estádios e cidades.
Ufa… Sei que o post foi longo, mas achei melhor publicar tudo de uma vez, do que ficar dividindo em várias partes, que parecem nunca ter fim.
O que ficou para nós após tantos estádios, é o mesmo que temos repetido no blog e nas ruas…
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Rolê (não muito) boleiro pelas Cidades Históricas de Minas Gerais – Parte 3
O que na prática significa: Mais comidas gostosas, mais igrejas incríveis, mais uma aula de história, na prática… Opa, mas não deixamos faltar o futebol nesse rolê! E assim que deu, fugimos para conhecer um pouco dos times e estádios da cidade, a começar pelo Tabajaras! Ali, pertinho da sede do Tabajaras, encontramos o Estádio Municipal Genival Alves Ramalho: Uma pequena, mas próxima arquibancada, transforma o estádio num verdadeiro caldeirão… A cidade ao fundo, revela a geografia “montanhosa” a quem desconhece Ouro Preto. A Mari registrou sua presença em mais um estádio! Depois do breve rolê boleiro, voltamos aos pontos turísticos (sempre acompanhado da minha inseparável blusa do San Lorenzo…) E seguimos por Minas Gerais… Em breve mais uma cidade, aguarde!]]>
83- Camisa do Nacional do Paraguay
A 83ª camisa da coleção foi presente do amigo Ivan, torcedor do Santo André e um dos Ramalhonautas (não conhece os Ramalhonautas? Clique aqui).
Ivan esteve em Assunção no ano passado e ficou no mesmo hotel que o Santo André se hospedou quando foi jogar a Libertadores, em 2005 e como um bom apaixonado pelo futebol, fez um ótimo rolê boleiro pela cidade.
Começou passando no Museu da Conmebol, mas descobriu que ainda não estava aberto à visitação pública. Vestido com a camisa do Ramalhão seguiu, com um torcedor fanático do Olímpia como guia, até o estádio do Cerro Porteño, conhecido como a “Olla azulgrana”. Os seguranças do estádio só o deixaram entrar após o “guia” apresentá-lo como um torcedor brasileiro que queria conhecer o local.
Depois, foi conhecer o Defensores Del Chaco.
O “guia” mostrou uma casa que fica literalmente incrustada no estádio, no meio dos anéis do estádio. Ele conta que o dono(a) não quer se desfazer do imóvel e, assim, impede que estádio seja completado. Na saída ainda foi brindado com o comentário de um rapaz que mora em frente ao estádio, que disse conhecer o Santo André: “foi o time que jogou com o Cerro aqui no Paraguai…”. Ivan fez questão de lembrar que quando falamos de Paraguay todos pensam nas compras e na “muamba”, mas, através de seu povo (alegre, simpático e prestativo), de suas belezas naturais e por que não, de suas histórias, ele descobriu que o Paraguay vai muito além disto.
Belas palavras, Ivan, e obrigado pelo presente: a camisa do Club Nacional do Paraguay!
O time, fundado em 5 de Junho de 1904, na cidade de Assunção, defende as cores do bairro Obrero e foi um dos fundadores da Liga Paraguaia de Futebol. Sua torcida sofreu um jejum de longos 60 anos sem títulos! Tanto tempo sem um campeonato fez com que o time ganhasse o carinho e respeito de torcedores de outros times. Por isso, é conhecido como “Nacional Querido”.
Manda seus jogos no Estádio Arsenio Erico, com capacidade para 8.500 pessoas.
O nome é uma homenagem ao ex atleta, já falecido, Arsenio Erico, que jogou pelo clube por vários anos.
Em apenas 5 anos de existência, o clube já conquistava seu primeiro título, em 1909, e o bicampeonato viria em 1911. Em 1924 e 1926, o Nacional saiu campeão de novo! Em 1978, caiu para a segunda divisão, retornando em 1980, seria rebaixado mais duas vezes, em 1988 e em 1998. Em 1982, o vice campeonato nacional leva o Nacional à Copa Libertadores de 1983, da qual não passa da primeira fase. Em 1985, novamente se classifica para a Libertadores com outro vice campeonato (um tormento na vida do time, a essas alturas…). Disputou a repescagem da Copa Libertadores de 2006, mas não conseguiu chegar à fase de grupos. Em 2009, novamente conseguiu disputar a Copa Libertadores 2009, passando da repescagem, mas ficando apenas na fase de grupos. Porém, 2009 trouxe de volta o grito de campeão, no Torneio Clausura depois de mais de 60 anos… Sua torcida pode não encher o estádio, com tanta frequência, mas faz uma bela festa:
Bandeiras, fogos, fumaça… Tudo em nome del Nacional Querido!
Aproveito a oportunidade para parabenizar a seleção Paraguaia pela bela atuação na Copa do Mundo. Uma pena que não passou da Espanha, para fazer a semifinal contra a Alemanha…
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Sobre o Uruguay
A Gana de Suárez (2 de julho de 2010) Trinta minutos do segundo tempo da prorrogação. Nem no basquete um foi lance foi decidido em segundos tão derradeiros. Um chute atômico consumindo todos os urânios enriquecidos e concentrados em pés e panturrilhas afros. O centro-avante, o aríete em posição inversa, fecha, lacra os portões de sua nação celeste. Com os pés, o nove que adora treinar com a 1, tira da linha. Novo ataque. Novo chute, nova defesa em cima da linha. Mãos no lugar dos pés salvam o gol mortal. Pênalti! Expulsão imediata e inquestionável do atacante-goleiro. Festa de tambores africanos. Bandoneóns abandonados nas cadeiras de um estádio em suspense. Até os cronômetros travaram. Os celestes, turvos pelas nuvens negras ao redor. Goleiro a postos. Bola na cal. Bola no… travessão! O jogo termina. E a vitória certa cerca-se de sombras. No estádio, um encontro de tribos eternas inimigas, em ternos e fraternos abraços e laços. Não existe mais oponente de jogo. Daqui para a frente é um duelo de vida e morte. Na margem do campo, o marginal das mãos manchadas contorcia-se de dor e esperança. Ele sabia que só lhe restava este recurso. Absolvido por legítima defesa da honra de uma nação inteira. Os pênaltis alternam-se com alta precisão. O primeiro erro. Uruguai na frente com a defesa legítima não conseguida no final da prorrogação. O derradeiro chute nos pés de Loco Abreu (nem o mais delirante e exagerado roteirista de uma ópera italiana faria mais dramático). E nada Abreu e completamente louco ele bate como quem lança uma bolinha de gude com o polegar dos pés. A rede acolhe a bola com braços de mãe. Fora do campo brilhava o herói. Como todo herói, sempre solitário. Sempre cúmplice de um louco.]]>