As Mil Camisas no Estádio Moisés Lucarelli

Já estivemos muitas vezes em Campinas, seja a passeio, a trabalho ou mesmo pelo futebol, mas faltava registrar o Estádio Moisés Lucarelli como ele merece.

Desde 1948, o Estádio é a casa da Associação Atlética Ponte Preta, time alvinegro de Campinas, localizado à Praça Dr. Francisco Ursaia, 1900, o número é uma referência ao ano de fundação do clube.

Campinas é hoje uma grande cidade, que reúne em torno dela outras tantas que formam a Região Metropolitana de Campinas, um importante polo econômico e social.

A história da cidade, como todo o território brasileiro, inicia-se muito antes da chegada dos europeus. Os povos originários que ocupavam a região eram bastante diversos, entre eles os guanás, caiapós e guarani, e tinham em comum um estilo de vida bastante integrado à natureza.

Depois de séculos desse estilo de vida, portugueses começaram a chegar na região para criar gado, depois o cultivo de café ganhou destaque, tornando-se essencial para a economia local, atraindo imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e japoneses, que contribuíram para a diversidade cultural da região.

O futebol na cidade tem uma história incrível.
A “Liga Campineira”, primeira organização da cidade foi fundada em 11 de abril de 1907. Depois, em 1916 surge a Associação Campineira de FootBall e na sequência, a Liga Operária!
De 1932 a 1934, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) organizou a Série Campineira da Divisão do Interior e em 1935, Guarani e Ponte fundam uma nova Liga Campineira, da qual a Macaca sagra-se campeã em 1935, 36, 37, 39, 40, 44 e 47.
Esse era o time de 1944 (fonte: Wikipedia), que inaugurou a faixa diagonal, mas saindo do ombro direito:

E nesse mesmo ano se iniciava a construção do futuro Estádio da Ponte:

Alguns anos depois, em 12 de setembro de 1948 foi inaugurado o Estádio Moisés Lucarelli, construído graças ao esforço dos seus torcedores. Este era o time de 1948:

A Ponte teve alguns times marcantes, como o de 1970 que chegou à final do Campeonato Paulista terminando como vice-campeã. Foto do site Zé Duarte Futebol Antigo.

Outro time incrível é o de 1977, que foi até a Terceira Fase do Campeonato Brasileiro e vice campeã do Campeonato Paulista (os públicos das finais contra o Corinthians, somados chegam a mais de 200 mil torcedores). Esse foi o time daquele ano:

Em 1981, a Ponte Preta teve outra campanha notável no Campeonato Brasileiro, terminando em terceiro lugar, passando por Náutico e Vasco no mata-mata caindo na semifinal contra o Grêmio.

Mais recentemente, em 2013, a Ponte Preta mais uma vez fez história e chegou à final da Copa Sul-Americana, tornando-se vice-campeã após enfrentar o Lanús na final.

E em 2023, a Macaca sagrou-se campeã da série A2 do Campeonato Paulista. Foto do site Esporte News Mundo:

A Ponte é mesmo um baita time!
Então é hora de conhecer o Estádio Majestoso, e que fachada linda, não acha?

E ela já foi bem diferente, décadas atrás…

E mesmo estando lá dentro, os cuidados com os detalhes não são minimizados.

É sem dúvida uma experiência emocionante poder estar em um estádio tão f*da e tão importante para o futebol!

Sua capacidade original era de 35 mil lugares, o que fazia dele o terceiro maior do Brasil, daí o apelido “Majestoso“. Mas com as mudanças obrigadas pela lei, a capacidade passou a 19.728 torcedores.

O Moisés Lucarelli é uma daquelas lindas histórias, de mobilização da torcida e homenageia Moysés Lucarelli, um personagem muito importante para a Ponte e para o futebol do interior como um todo, já que ele participou da criação da Lei de Acesso no Campeonato Paulista implantada a partir de 1948.
Veio a falecer em 24 de março de 1978.
Como não queria ser o patrono do estádio alguns dizem que por isso a diferença da grafia dos nomes (Moisés x Moysés).
É dele o busto ali na entrada:

Sigamos no rolê pelo Estádio!

A Ponte Preta escreveu a maior parte da sua história neste estádio e viu a cidade de Campinas crescer no seu entorno. Uma olhada no gol da esquerda:

O meio campo:

O gol da direita:

E mais detalhes interessantes…

O recorde de público ocorreu em 16 de agosto de 1970, quando 33.228 torcedores foram assistir ao embate Ponte Preta 0x1 Santos FC, e alguns dizem que havia quase 45 mil torcedores dentro do estádio e mais 4 mil pessoas do lado de fora, sem conseguir entrar para ver o time que seria vice-campeão.
Oficialmente, o maior público é da derrota por 3 a 1 da Ponte Preta para o São Paulo FC, em 1 de fevereiro de 1978 com 37.274 torcedores.

Atualmente teve a capacidade diminuída para 19.728 torcedores.

Nos ambiente internos também pode se ver o zelo com que é gerido o Estádio da Ponte Preta, aqui a lembrança do título deste ano:

Aqui, o busto ao mestre Dicá!

Os corredores estão repletos de fotos da torcida, distintivos…

E tem também fotos dos times mais marcantes espalhadas pelas salas!

Sem contar a sala de trofeus!

São a prova de que a Ponte Preta já conquistou vários títulos em sua mais que centenária história!

Esses detalhes dos portões dos estádios não existem mais…

Olha aí o vestiário da Ponte!

Vamos voltar para o campo, mas vamos com estilo!

E não é que no rolê daqui pra lá acabei trombando umas figurinhas carimbadas da Ponte Preta? A primeira delas é o Eliel, do time deste ano!

O outro que apareceu ali foi o grande zagueiro Ronaldão, que fez história no São Paulo mas que também teve importante participação na Ponte Preta no fim dos anos 90.

O outro que estava por lá era o eterno capitão Cafu!

Como sempre digo, registrar a historia inloco te fazer entender melhor o contexto da realidade que vivemos e poder experimentar um role desses em um estádio como o Moisés Lucarelli é simplesmente inesquecível e eu só tenho a agradecer aos deuses do futebol pela oportunidade!

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Visita aberta ao Estádio Bruno José Daniel

No sábado, 29 de abril de 2023, a Prefeitura Municipal de Santo André em parceria com o EC Santo André realizou uma ação para aproximar a população da cidade ao Estádio Bruno José Daniel e consequentemente do time que defende suas cores e seu nome.


O evento contou com um tour guiado pela parte interna do Estádio, começando pelos vestiários…

Também pudemos ver o lado “espiritual” do time, conhecendo o altar do Ramalhão.

Foi muito legal poder ver de perto uma série de troféus, camisas e recordações de grandes conquistas!

Pra quem coleciona camisa, o rolê estava incrível!

Destaque para o possivelmente único exemplar da camisa do Santo André FC, de 1967.

E alguns dos muitos troféus.

E medalhas também!

Olha que linda a flâmula do time!

Mas possivelmente, o grande momento foi a oportunidade de um papo com o ex-presidente Sydnei Riquetto, e da possibilidade de fotos com alguns ex jogadores como Arnaldinho.

Rolou ainda a possibilidade de bater uma bola no gramado do Brunão. Tudo isso, gratuito, bastava ter se inscrito previamente.

Por ser a primeira vez, o evento até que foi muito bem organizado e espero que se repita por várias vezes! A torcida e a população da cidade agradecem!

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O futebol profissional em Vinhedo

Vinhedo é mais um exemplo de cidade que nós já passamos várias vezes mas que nunca teve seu futebol registrado pro As Mil Camisas. A cidade ainda abriga a Associação Rocinhense de Futebol.

A região onde hoje se situa Vinhedo era ocupada, há milhares de anos, por tribos indígenas dos grupos Tupy, Jê, Macro-Jê e Kaingang (informações do site da prefeitura) até a chegada dos bandeirantes e tropeiros, no século XVI. Para maiores informações da cidade, vale a pena ler o livro Vinhedo – das aldeias indígenas aos condomínios fechados (compre aqui):

O primeiro núcleo populacional, reflexo das paragens dos boiadeiros pelo antigo caminho indígena, era conhecido como “Rocinha” (daí o nome do time da região: Associação Rocinhense de Futebol).

No século XIX, surgem os engenhos de açúcar, usando mão de obra escrava (indígena e africana), que, no futuro, daria origem ao Quilombo de Rocinha. Mas com o passar do tempo, os cafezais deram lugar para as videiras, as indústrias começaram a dar as caras e cidade seguiu crescendo, até que em 1948, um plebiscito oficializou a emancipação de Rocinha. Em 1949, o território tornou-se município, recebendo o nome de Vinhedo.

Como dito anteriormente, o time que representou a cidade no futebol profissional foi a Associação Rocinhense de Futebol.

A Associação Rocinhense de Futebol foi fundada em 20 de janeiro de 1909 e embora não dispute mais o profissionalismo, mantém uma linda sede social na cidade.

Esse é o muro de entrada:

O mascote do time é o galo da Rocinha!

Olha que bacana a camisa que um de seus colaboradores estava usando:

Aqui, uma incrível imagem da categoria de base do time.

Aqui, uma imagem de um dos times do início do século XX:

Aqui, o time de 1955:

Time de 1959:

Aqui, o time de 1975:

Vamos dar uma volta para conhecer o seu campo, dentro do clube:

Em 1966, o time disputou a 4a divisão fazendo uma campanha incrível, liderando a primeira fase:

Lidera também a segunda fase:

E só na fase final acaba deixando a desejar e termina na quarta colocação, do campeonato que teve o Ferroviário de Araçatuba como campeão…

Em 1967, o time ia disputar novamente a 4a divisão mas decide abandonar o campeonato antes de seu início.

Esse era o time de 1967, super campeão da cidade:

Estando ali, fica claro que o Rocinhense tornou-se é muito mais do que um time de futebol. Ele se tornou parte da cidade, reunindo as pessoas em torno do esporte, reverenciando as memórias de uma época que provavelmente não voltará mais…

Vamos registrar o campo, começando pela visão da meia cancha:

Aqui, o lado esquerdo:

E o lado direito:

Atual banco de reservas:

Sistema de iluminação:

O entorno do campo é todo protegido por grades:

E ali na lateral, o distintivo do clube:

Aí está o gol:

A quadra do clube ainda reforça a lembrança do mascote e do distintivo comemorativo aos 100 anos.

Antes, o campo era na perpendicular, então o gol ficava lá no fundo:

Atualmente o clube tem uma área bacana com piscinas e mesas:

E aqui um pouco da sua memória e de seus troféus:

Entre várias taças, algumas com quase 100 anos, como essa “Taça Amizade”, de 1928:

Olha as bolas de bocha de antigamente:

Depois do estádio, como nem tudo é futebol na vida, fomos conhecer a Cantina Zinhani e suas deliciosas massas! Vale a pena!

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