Já falamos sobre o time do E.C. São José, de Porto Alegre. Se você não leu, veja aqui o que escrevemos.
Agora é hora de mostrarmos a casa do “Zequinha”, o Estádio do Passo D’Areia, cuja construção iniciou-se em 1939.
Estivemos por lá, em 2010, e tivemos a oportunidade de adentrar ao campo e ver de perto alguns detalhes de mais um sagrado templo do futebol.
O estádio foi inaugurado em 1940, num jogo contra o Grêmio, tricampeão municipal na época. O placar: São José 2×3 Grêmio.
O Estádio tem uma ótima estrutura e comporta 9 mil torcedores em suas arquibancadas cobertas e descobertas:
Pra quem gosta de ônibus, segue as imagens do veículo do São José:
O estádio foi inaugurado em 24 de Março de 1940, em um jogo contra o Grêmio que acabou em 3×2 para os visitantes.
O estádio é muito bonito e possui capacidade para 16 mil torcedores.
Para chegar a este tamanho o Passos D’areia passou por várias reformas e melhorias.
Pra quem quiser visitar, ou assistir um jogo, o endereço é Rua Padre Hildebrando nº 1100 -Geral – Av. Rio São Gonçalo nº 95 – – Bairro Passo d’Areia – Porto Alegre – RS
20 de dezembro de 2014. Um dos mais legais momentos ligados ao futebol que vivi. A soma de várias paixões: música, atitude, futebol, amigos…
Esse post mostra como a camaradagem, a amizade, a música e o engajamento social podem conviver com o futebol, mostrando que mais do que um esporte é uma verdadeira cultura, talvez mais vivida por quem torce do que por quem joga.
De verdade essa aventura começa ainda no Brasil, quando conhecemos o Marten (esse alemão doido de touca marrom, do lado da Mari na foto acima) e o convidamos para conhecer um pouco do ABC. Entre outras diversões, ele visitou o Estádio Bruno José Daniel e ainda bateu um papo com o até então capitão do Santo André, Junior Paulista.
E eis que no final do ano de 2014 conseguimos fazer um role para a Europa, e não podíamos deixar de enfim conhecer o Estádio Millerntor, a casa do St Pauli, um dos times mais punk do mundo!
O time do St Pauli é conhecido por sua postura politizada tanto entre torcedores quanto dirigentes e até jogadores, e também pelo seu carisma. Entretanto, em 2014 o time está em uma má fase, ocupando as últimas colocações da série B da Alemanha.
Mas… Se a fase dentro de campo parece ter problemas, nas arquibancadas o clima é indescritível… Punks, skinheads, rockeiros em geral, além de famílias, amigos e uma diversidade de gostos, roupas e pensamentos que mais parecia um festival alternativo.
O jogo que fomos assistir era contra o VFR Aalen!
E dá lhe punk rock, tocado nos alto-falantes do estádio e cantado pela torcida nas arquibancadas.
Pra quem ficou curioso, segue o link com o som original:
Ah, e não estamos falando de uma arquibancada com meia dúzia de gato pingado, não, são cheias e cantando a todo momento!
E a gente foi cantar junto!
Pra quem não tem ideia do que seja o St Pauli, saiba que a torcida e o time são declaradamente antifascistas e contra o nazismo, e eles fazem questão de deixar isso claro não só no Estádio, mas por toda a cidade. Entra no Translator do Google e veja o recado que eles espalharam pela cidade:
E falando mais sobre os “arredores” do estádio, o estabelecimento mais comum por ali são os pubs ligados ao time. Aliás, os caras bebem muita cerveja…
E mesmo a gente que não é tão fã de cerveja, entrou no clima e antes mesmo de chegar ao estádio já mandamos ver na AMSTEL, cerveja patrocinadora do time.
Agora, tem um negócio lá que eu achei muito louco e muito diferente do que temos aqui. Além dos tradicionais vendedores ambulantes de comida e bebida espalhados pela rua (lá, são tipo uns food trucks nas ruas próximas), eles tem uns espaços que lembram os centros contra culturais aqui do Brasil na parte inferior do estádio, chamados “Fanräume”.
E são vários espaços, que servem de ponto de encontro para a torcida e também acabam virando a sede de diversos movimentos sociais que nascem nas bancadas do estádio. Ali, você encontra muita cerveja, alguma comida (quase tudo vegano), muitos fanzines e muta gente legal. Lembra os shows punks dos anos 90, quando todo mundo estava eufórico para dividir angústias, experiências e celebrar a vitória do anarquismo frente à realidade, mesmo que só durante aqueles momentos.
Segundo nossos amigos locais, os diversos espaços geridos pela Fanladen são independente do clube e rolam até shows (o Los Fastidios iria tocar ali, dias depois do jogo). Mas, voltemos para o estádio…
A primeira diferença que percebe-se é o visual, tomado por grafites, bandeiras e interferências sempre politizadas no sentido do respeito à diversidade de pensamentos. Por exemplo, a relação com o público GLTS, que no Brasil ainda está caminhando, lá é encarado com super naturalidade.
Outra coisa que fica clara logo de cara é que lá, a cerveja é liberada na bancada. E mais do que isso, eles bebem bastante e numas canecas de plástico, temáticas do time (embora lindas, acredite ou não, ao final do jogo a maior parte do público as devolve para que sejam reutilizadas na próxima partida).
Essa teve que vir conhecer o Brasil…
O resultado de tanta cerveja é uma incrível narração em Português no meio da torcida alemã…
Outra coisa que lá ainda mantém-se fiel às origens do futebol, são as bandeiras com mastro. E além disso, mais bandeiras com dizeres políticos do que preocupadas em falar sobre o nome da torcida, como acontece aqui no Brasil.
E no meio do jogo ainda sobem mais e mais faixas para protestar enquanto se torce.
A cultura dos adesivos também é bem presente no estádio e pela cidade.
Eu queria ter registrado em vídeo os momentos mais emocionante do jogo, por exemplo quando o time entra ao som de Hell’s Bells, mas a emoção foi maior e eu preferi só viver o momento, só deu pra bater uma foto…
Antes do começo do jogo, o tradicional abraço coletivo do time com o “Vamo lá, vamos ganhar!”.
Mas… Para não dizer que eu não capturei nenhum momento mágico em vídeo, fica aí a comemoração do primeiro gol, ao som do Blur.
Pra quem não conseguiu ouvir ou não lembra, esse é o som que toca na hora do gol:
Enquanto isso, o time comemorava em campo!
Vale citar que a torcida visitante (do VfR AaLEN) também esteve presente, e embora segundo nossos amigos locais, eles tivessem certo teor de rivalidade, não houve nenhum tipo de incidente. Eles ficaram meio isolados ali no canto do estádio.
A história foi mágica. Talvez muitos não se identifiquem com o teor político / anarquista do time / torcida (e eu respeito, afinal, cada um pensa de um jeito), mas ao mesmo tempo, espero que entendam que para nós, que temos essa semente da liberdade plantada em nossos corações, essa experiência foi incrível…
Ah, e teve futebol também hehehehe. O time do St Pauli, que vinha numa má fase, fez seu melhor jogo do ano (segundo os torcedores), o que fez de nós brasileiros de boa sorte hehehe!
Tem também o papel picado, porém, lá, o papel é meio que picotado mecanicamente, bem direitinho hehehehe…
Como fazem falta as bandeiras com mastros nos nosso estádios, hein?
Mas, a felicidade nos corações dos torcedores… Essa é a mesma na Alemanha, no Brasil, na Argentina…
Vale lembrar um detalhe que não fica claro nas imagens calorosas. Estava frio. Muito frio. E pra piorar, antes do jogo, pegamos uma chuva na cabeça somada a um frio de uns 3 ou 4 graus… Só nos restava o calor humano! Por isso tem tanta comemoração usando cachecóis… Eles são peça indispensável no vestuário alemão!
Mas que fica legal essa imagem de todo mundo com os cachecóis a mostra, fica hein?
Hmmmm, não sei o que dizer dessa imagem que só depois de feita revelou um papai noel pulando a cerca!
Fim de jogo! FC St. Pauli 3×1 VfR AaLEN
Mas, não significa que é o fim da festa. Diferente da maioria dos times, assim que o jogo acaba, os jogadores voltam-se para cada setor do estádio saudando a torcida e comemorando juntos!
Ao menos, aparentemente, pareceu ser algo bem espontâneo, não uma regra que deve ser cumprida. Confesso que quero muito levar essa ideia para o Santo André.
Hora de dizer tchau… Ou quem sabe um “até breve” às arquibancadas punks de Hamburgo… St Pauli, obrigado pelos exemplos…
Que tal começar 2010? Estão prontos? Então vamos lá!
A 64 Camisa da coleção é novamente de um time Boliviano (veja o post sobre as camisas da Seleção Boliviana e do Oriente Petrolero aqui), o Club Aurora.
A Bolívia de tantas culturas, tantas riquezas, tantas diferenças sociais e em cuja seleção nacional joga “Pablo Escobar”, ídolo da torcida do Santo André (mesmo tendo deixado o clube este ano).
O time foi fundado em maio de 1935, na cidade de Cochabamba.
Nasceu pela iniciativa de um grupo de jovens estudantes que criaram o time com a idéia de ser um time mais popular. A cor do céu daquele dia serviu de inspiração para as primeiras camisas:
Naquela época, além de futebol, o Auroratambém dedicava-se ao basquete.
O tempo passou rápido e em 1960, o Aurora celebrou suas “Bodas de Prata”. Haviam se passado 25 anos de existência com direito a duas participações no Campeonato Profissional da Associação de Futbeol de La Paz, colaborando para fortalecer o chamado “Time do Povo”.
Em 1964, o time alcançou o direito de disputar sua primeira Copa Libertadores de América, onde marcou apenas um ponto, num empate em casa contrao Cerro Portenho. Naquele ano, houve um fato curioso, os diretores do time foram agredidos por jogadores e torcedores ao informarem que pretendiam trazer reforços do time rival (Wilstermann).
Após muitos anos disputando torneios de divisões inferiores (após ser rebaixado em 1998), o Aurora retornou com força total ao futebol em 2003, graças ao título conquistado em 2002 (Copa Símon Bolívar), com o time:
Em 2004 puderam disputar a Copa Sulamericana.
Em 2008 saíram campeões do Clausura, voltando assim a Libertadores, dispurtada no ano seguinte.
Manda seus jogos no Estádio Felix Capriles, que tem capacidade para 35 mil torcedores.
Vale lembrar que foi no Aurora que o meu xará Mauricio Baldivieso fez seu jogo de estréia, aos 12 anos de idade tornando-se assim o jogador mais jovem a disputar uma partida oficial na América do Sul. Lembram dele?
No fim das contas o garoto e seu pai (até então treinador da equipe) acabaram saindo do clube. Ao ser informado que a diretoria não teria concordado com a escalação, o pai respondeu: “Si ustedes no lo quieren a mi hijo, no me quieren a mí”. Veja como foram os poucos minutos de participação, onde pouco fez, além de levar uma chegada forte do zagueiro rival:
Assim, o famoso Mauricio aos 13 anos encerrou sua rápida carreira e agora se dedica aos estudos.
“Los extranjeros nos valoran más que los de nuestro país”, disse o garoto ao ver a multidão de reporteres de diverosso países babando por noticias estranhas.
Sua torcida é tão apaixonada quanto se pode ser pelo time de sua cidade:
O site oficial do clube é www.clubaurora.com.bo
As camisas do 2o e 3o time, foram obtidas num mesmo lugar, a Feira Boliviana da Kantuta, que ocorre a todo domingo, no bairro do Pari.
Uma é a camisa da seleção Boliviana, time do eterno craque Marco Antonio “El Diablo” Etcheverry, que já pendurou as chuteiras. Para quem não lembra, a Bolívia foi campeã da Copa América em 1963, e vice em 1997 (quando perdeu para o Brasil).
Atualmente luta pra não ficar de fora da Copa do Mundo da África de 2010, afinal, já está desde a Copa de 94, sem participar do mundial.
Mais informações sobre a Federação Boliviana de Futebol acesse: www.pla.net.py/csf/asociaciones/fbf.html
A outra camisa é do Oriente Petroleiro, que eu considero uma das mais belas camisetas de futebol.
O time, que tem 53 anos de existência, nasceu no bairro homônimo, formado por trabalhadores da indústria petroleira local (YPFB – Yacimentos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), em Santa Cruz de La Sierra.
Inicialmente seu unifromes eram amarelos, só a partir da década de 60 adotou o verde como cor oficial, tornando-se a equipe “Alviverde de Santa Cruz”. Em 71, o Santos de Pelé foi até a Bolívia enfrentar o Petrolero em um amistosos que acabou 4×3 para os santistas.
Possui várias “barras” (torcidas), alguns links: www.mafiaverdepts.tk, www.lapesadapte.com, www.orienteblog.com.
O site do Oriente Petrolero é www.orientepetrolero.com.bo e abaixo, seu mascote, um papagaio que lembra o Zé Carioca.
Vale dizer que na feira boliviana, além de conseguir as camisetas, ainda aproveitei pra experimentar vários pratos típicos, de tapiocas à bolos e tortas, passando por um creme que me esqueci o nome que mistura mandioca e queijo derretido.
Diversão futebolística, cultural e gastronômica. Fica na praça Kanuta, próxima do metrô Bom Retiro, e vai das 11 às 19hs , todos os domingos.
A maioria das pessoas acha que o futebol é apenas um esporte popular o suficiente para garantir às agremiações futebolísticas (os “times”) mais do que fãs, torcedores.
Pessoas que por um motivo ou outro escolhem um time e o defenderão eternamente perante o mundo.
Eu também vivencio isso, mas acredito numa visão um pouco diferente.
Acho que o futebol tem uma complexidade maior, que envolve várias áreas da sociedade.
Tem relação com a saúde e lazer? Tem. (Que legal!)
Com política? Tem (xi…).
E com amizade? Tem também.
Assim como tem a ver com inimizade e violência. Ou seja, nem herói, nem vilão.
O futebol está paralelo aos conceitos de certo ou errado. É uma espécie de divindade que explica o mundo por si só.
Mas essa explicação não está explícita a qualquer mortal. Na verdade ninguém até hoje conseguiu chegar a ela.
Para descobrir essa verdade máxima, iniciei uma missão, com base numa lenda antiga que nasceu na China do século 3 antes de nossa era, na época da dinastia de Han, quando o “pré futebol” era chamado de TSUH KUH..
Foi escrita em um livro militar secreto, de maneira subliminar, onde era descrito um exercício que daria origem ao futebol, e chegou ao Brasil somente na década de 40 junto de um mestre de Kung fu e dizia:
“A verdade sobre os poderes do Tsuh Kuh somente fará sentido quando não 11, ou 100, mas 1.000 mantos de clãs diferentes forem reunidos sem guerras e sem competição. Somente pelo amor ao Tsuh Kuh“
E é assim que inicio essa missão de reunir 1.000 camisetas de times de futebol em busca de tal conhecimento.
Caso queira colaborar, deixe um comentário com seus dados que entro em contato.
Abraços e boa sorte!
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