

Rodando por estas estradas, no caminho para Presidente Prudente, tivemos a oportunidade de visitar mais uma cidade que tem no futebol parte de sua cultura,

Falamos da cidade de Maracaí!

Maracaí esta localizada na chamada “região da Sorocabana”, distante mais de 470 km da capital do estado.
Sua fundação se deu no início do século XX, com Joaquim Gonçalves de Oliveira e Melchior de Camargo estabelecidos na região desde 1903.
Segundo o site da Prefeitura, Maracaí era o nome pelo qual o povo carijó chamavam o trecho em que o rio Capivara conflui com o do Cervo. Interessante porque pensava que esta região era habitada pelo povo kaingang…

Fomos até Maracaí para conhecer o Estádio Municipal José Maria de Souza, e relembrar um pouco da história do futebol na cidade, principalmente graças a dois times que disputaram o Campeonato do Interior de São Paulo, provavelmente neste campo.

Aparentemente, houve uma reforma no pórtico de entrada dando uma nova cara ao Estádio.


Dê uma primeira olhada no Estádio e veja como está bem cuidado para quem sabe pelo menos ter um time no Campeonato Amador do Estado:
Fico me perguntando se a singela arquibancada coberta ainda tem vivido dias de glória como outrora…


Veja uma imagem antiga desta mesma arquibancada, datada provavelmente dos anos 70, retirada da fanpage Memórias de Maracaí:

Além da arquibancada coberta, também existem dois lances de arquibancadas descobertas no outro lado:


Pelo que conversamos, Maracaí segue com grande tradição no futebol amador e esse gol segue sendo o objetivo de muitos times da cidade e da região…

O tradicional registro do meio campo:

O gol do lado direito (para quem olha da arquibancada descoberta):

E o gol do lado esquerdo:

Mais um estádio bacana e com potencial para vôos mais altos no futebol…


Antes de ir embora, registramos a homenagem a Marcos Antonio de Lima, o “Índio”, um dos meu ídolos no Santo André no fim dos anos 90 e que é nascido na cidade de Maracaí e ganhou notoriedade ao ser campeão mundial pelo Internacional de Porto Alegre, como recorda a placa:


Se você não lembra dele, aí está uma recordação:

Os dois times que fizeram a cidade se oficializar na história das competições oficiais da Federação Paulista foram o Maracaí FC, primeiro time da cidade a disputar o Campeonato do Interior em 1942.
A fanpage Memórias de Maracaí traz algumas fotos do Maracaí FC:


O outro time é a Associação Atlética Maracaiense, que disputou as edições de 1950…


A de 1958, jogando o setor 33…


E ainda foi vice campeã do seu setor em 1964, com o time abaixo:

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A AE Promeca de Várzea Paulista. Ou de Jundiaí?

Feriado de 15 de novembro de 2024.
Além de visitarmos a cidade e o Estádio de Campo Limpo Paulista, também fomos conhecer Várzea Paulista, uma cidade jovem, nascida no século XIX graças à Ferrovia Santos Jundiaí.
A estação local foi inaugurada em 1891 e como a estrada passava por uma várzea campesina, surgiu o nome do povoado…

Mas, muito antes, estas terras eram ocupadas possivelmente pelo povo Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros).
Foi a chegada dos portugueses que mudou drasticamente esta realidade.

A ocupação começou com pequenas olarias, cerâmicas, destilarias até chegarmos no café, que impulsionou o desenvolvimento da região, infelizmente bastante baseado no uso de mão de obra escravizada. (A foto abaixo apenas ilustra o triste fato, com uma plantaçào de café do Rio de Janeiro)

Em 21 de março de 1965, mobilizações populares fizeram com que o distrito fosse elevado a município de Várzea Paulista, onde vivem atualmente, quase 110 mil pessoas.

No momento de desenvolvimento industrial da cidade, em 1952 foi fundada a Promeca S/A, Progresso Mecânico do Brasil, que produzia tornos mecânicos de alta qualidade, como mostra a Matéria do Correio Paulistano daquele ano:


Uma imagem de um torno da Promeca:

E é dos funcionários da empresa que nasceu o bairro da Promeca, com o primeiro conjunto habitacional de Várzea e um time de futebol: a Associação Esportiva Promeca!

A AE Promeca foi fundada em 21 de abril de 1955, quando Várzea Paulista ainda era um distrito de Jundiaí, por isso, a dúvida sobre a cidade de origem do time.
Pra piorar, o time mandou seus jogos mais importantes no Campo do Nacional de Jundiaí, um pouco distante da Vila Promeca, em Várzea Paulista.

Aqui, um registro de um amistoso de 1957, contra o CA Legionário de Bragança Paulista:

Ainda naquele ano, a AE Promeca sagrou-se campeã da Taça Cidade de Jundiaí.

Em 1958, disputou o Campeonato do Interior sempre mandando seus jogos no Estádio do Nacional:



Dá até pra conhecer a escalação da AE Promeca daquele ano:

Encontrei uma nota sobre um amistoso contra um time misto do Santos, em 1961:

Em 1962, fez sua estreia no profissionalismo disputando o Campeonato da 3ª Divisão (o 4º nível do futebol Paulista) e classificou-se como líder na 1ª série.

Na fase final, a AE Promeca surpreendeu e terminou como vice campeão paulista da 3ª divisão de 1962!

Dessa forma, a AE Promeca consegue o acesso para a 2ª Divisão de 1963 (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista).
Abaixo a campanha desta equipe na competição:
8/9- Estrela de Piquete 1×1 Promeca
15/9– Promeca 3×2 Cerâmica São Caetano
22/9- Promeca 2×1 Hepacaré (Lorena)
29/9- Volkswagen (São Bernardo do Campo) 0x1 Promeca
05/10- Promeca 3×2 Ituano
13/10- Nitroquímica (São Miguel Paulista) 0x1 Promeca
20/10- Promeca 4×0 Corinthians (Votorantim)
03/11- Cerâmica (São Caetano) 2×1 Promeca
10/11- Promeca 4×3 Estrela (Piquete)
17/11- Corinthians (Votorantim) 1×1 Promeca
24/11- Ituano 0x1 Promeca
01/12- Promeca 2×1 Volkswagen (São Bernardo do Campo)
08/12- Hepacaré 2×1 Promeca
15/12- Promeca 3×0 Nitroquímica (São Miguel Paulista)

Na segunda fase, acabou eliminado, mas fez uma campanha bacana!
19/1- Promeca 1×0 Cerâmica (Mogi Guaçu)
26/1- Hepacaré (Lorena) 1×1 Promeca
02/2- Cerâmica São Caetano 1×0 Promeca
16/2- Promeca 1×1 Palmeiras (São João da Boa Vista)
23/2- Internacional (Limeira) 2×0 Promeca
01/3- Promeca 1×0 Cerâmica São Caetano
08/3- Palmeiras (São João da Boa Vista) 8×2 Promeca
15/3- Promeca 2×1 Internacional (Limeira)
22/3- Cerâmica (Mogi Guaçu) 4×2 Promeca
29/3- Promeca 2×2 Hepacaré (Lorena)

Infelizmente em 1964, o time se licenciou e passou a disputar apenas as competições amadoras. Aqui, o time de 1966:

Outros times sem a identificação da época:

O time acabou se licenciando do profissionalismo e acabou sumindo até mesmo das disputas amadoras.
Para tentar sentir um pouco do que foi a sua trajetória fomos até a vizinha Jundiaí para registrar o Estádio onde a AE Promeca mandava seus jogos.



O campo do Nacional, que fica ali bem em frente à estação de trem!

A estação é a última parada do trem Jundiaí-Rio Grande da Serra e é bem movimentada!


Bacana terem preservado um pouco do passado bem ali em frente à estação!

Do outro lado da avenida e alguns quarteirões à frente fica a sede e o Estádio do Nacional Atlético Clube, funcionando quase como a sede do time da capital.

Sendo assim, o campo do Nacional acabou utilizado por outros times em disputas oficiais, como fez a AE Promeca!

Olha aí os bancos de reservas embaixo dos coqueiros que seguem a linha lateral do campo.

Ao fundo, a cidade que não para de crescer. Aqui, o meio campo:

Aqui, o gol do lado esquerdo:

E o gol do lado direito:

O sol quente nem fazia lembrar da chuva que caiu horas atrás…

E aí estamos em mais uma aventura futebolística!

Atualmente, só existem arquibancadas atrás do gol, onde está a estrutura do clube.



A parte interna do clube é bem bonita, uma pena que aparentemente o clube não tenha mais tanto glamour como no passado…

Fiquei em dúvida se essa informação presente em uma das paredes refere-se ao estádio ou ao clube…

E tudo isso, em território Jundiaiense…

Só nos restou curtir um pouco da cidade antes de ir embora, almoçando no Mercadão dos Ferroviários…

Olha as placas que eles mantiveram por lá:


E depois ainda fomos até o Museu Ferroviário da cidade:

Olha quye placa bacana sobre a CIA PAulista de Vias Férreas:

Uma pena que estas locomotivas estão aí se degradando a céu aberto…

As construções pelo menos estão super bem mantidas!


Dentro do Museu, até uma camisa do Paulista está presente!

Ao lado dela uma foto do estádio antigo do Paulista, na Av Prof Luis Rosa:

Existe uma relação bastante complicada entre indígenas e a ferrovia…


E essa placa do século XIX??

Estou pensando em comprar essa locomotiva pra ir até os estádios, que tal?


Essa abaixo é uma miniatura, que, segundo a moça que trabalha no museu, tem planos para transportar crianças pela área externa…

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O futebol em Itatiba-SP

No carnaval de 2024, tivemos a oportunidade de fazer mais um rolê misturando futebol, natureza, cultura e estrada.
Nossa primeira parada foi a cidade de Itobi, passamos também por Casa Branca, Mococa, Arceburgo (MG), Guaranésia (MG), Guaxupé, Tapiratiba, Caconde, Divinolândia, São Sebastião da Grama e agora chegamos à última cidade desta viagem: Itatiba, onde fomos conhecer e registrar 3 Estádios locais!

Itatiba é uma cidade com uma natureza bastante diversificada. Parte disso é por conta de seu relevo que apresenta diversos espaços planos em meio ao chamado “mar de morros”, tendo na sua rica hidrografia a possível causa de atração de seus habitantes. Passam pela cidade o Rio Atibaia, o Córrego dos Pereiras, o Ribeirão Jacaré e o Ribeirão do Pinhal.

Assim, esse cenário deve ter contribuído para que outros povos habitassem a região, há milhares de anos, provavelmente Guaranis e Puris.
A atual ocupação se iniciou apenas por volta de 1750, por famílias que já viviam em Atibaia, Bragança e Jundiaí e também, segundo uma “lenda urbana” por prisioneiros que teriam escapado da cadeia de Piracaia.

O documento mais antigo que trata dessa questão diz que em 1786, doze famílias vindas na sua maioria de Atibaia e Bragança começavam a abrir seus sítios pela região. Logo chega o culto a Nossa Senhora do Belém e se constrói uma pequena capela que passou a ser o centro religioso e social da antiga comunidade do Bairro de Atibaia, e que acabou substituída por uma segunda capela, a atual igreja do Rosário.

Em 1850, começam a plantar café no povoado e com isso a elite local prospera economicamente, tanto que a Vila foi promovida a cidade em 1876 passando finalmente a se chamar Itatiba (“Muitas Pedras” em Tupi). A grande produção de café chegou a justificar uma ferrovia, a “Estrada de Ferro Carril Itatibense“, que ligava Itatiba a Louveira, e a partir daí a Jundiaí e finalmente ao porto de Santos e que acabou desativada em 1952.

Mas a crise de 1929, fez a cidade trocar o café pelas fábricas, em especial a indústria têxtil, de fósforos e de calçados e, a partir de 1960, indústrias vinculadas ao ramo moveleiro. Itatiba passou a ser conhecida como a “Capital Brasileira do Móvel Colonial”, tendo até um Shopping Digital de Móveis.

Nos dias atuais, a economia local se diversificou mas a agricultura ainda hoje é bastante importante, somada ao seu crescente potencial turístico.

Mas nosso foco em Itatiba sobre o futebol local, que segundo o site História do Futebol nasceu com o Club de Foot-Ball Internacional, em 1907 e com o Club Athletico Itatibense, em 1912, o Club Football Italo Brasileiro e o Sul Americano FBC, em 1916.

Mas, o time que faria história e que ainda existe, nas disputas amadoras, é o Itatiba EC:


O Itatiba EC surge no início da década de 30, com a criação do Juvenil Itatiba, posteriormente, Juvenil Itatiba Esporte Clube, em 5 de março de 1937. Oficialmente, o registro em cartório só ocorreu em 1940 já como Itatiba Esporte Clube.
Em 1941, o time se filia à “Liga Paulista de Esportes”. Nessa época, os jogos ainda eram realizados no campo do Careca e a diretoria passou a procurar um novo local para a construção de um estádio próprio. Chegaram a cogitar o local onde está hoje o Estádio do Rosita FC, mas as dificuldades topográficas desencorajaram a ideia. Assim, o lugar escolhido foi um terreno na rua Jundiaí, tendo que mudar até a rota do Ribeirão Jacaré.
Em 1942, o Itatiba EC reforma a sua filiação na agora Federação Paulista de Futebol.
E em 1943, filia-se a Liga Itatibense de Futebol e disputa o Campeonato do Interior daquele ano, na 6ª região (que teve o Guarani de Campinas como campeão), ao lado de outro time da cidade: o Couros e Cortumes Paulista FC, time que possui um escudo desconhecido.

Em 1944, novamente participou do Campeonato do Interior:

Em 1945, surge um novo time da cidade no Campeonato do Interior, o 1º de Maio FC:


Em 1946, disputa a 3ª zona do Campeonato do Interior:

Em 1947, mais uma disputa:

Em 1948, o estádio recebe o nome do benfeitor Paulo Abreu, que naquele ano doou a arquibancada pro estádio. A mesma seria demolida em 1978.

Em 1949, teria rolado um amistoso com o São Paulo.
Em 1952, a diretoria cancela a homenagem e muda o nome do Estádio para Itatiba EC.
Em dezembro de 1956, mais uma disputa do Campeonato Amador do Interior, estreando contra o Ferroviário de Bragança Paulista.
Mas o grande momento aconteceria em 1960, quando o Itatiba EC disputa sua primeira edição do Campeonato Paulista, jogando a quarta divisão (equivalente à série A4, em 2024). Logo na estreia recebeu o Cerâmica (que seria o vice campeão daquele ano), perdendo por 3×2 para os visitantes.

Sobe para a 2ª divisão em 1961 e disputa seis edições da terceira divisão (equivalente à série A3, em 2024) até 1966, quando se licencia.
O time mandou seus jogos no atual Estádio Rubro Negro, e lá fomos nós para registrá-lo:

Próximo do Estádio, existe uma sede social, em uma área bem bacana:


E lá vamos nós para mais um estádio! Vem com a gente!
Olha que bacana a estrutura que eles tem dentro do estádio…

Aqui, o meio campo:

O gol da esquerda:

E o gol da direita:

Arquibancada rubro negra!



E registramos nossa presença em mais um campo histórico do futebol paulista!

Ao fundo as árvores dão um charme incrível ao campo…

Além de mandar seus jogos no Estádio Rubro Negro de sua propriedade, mandou também alguns jogos no Estádio Comendador Francisco Bartolomeu de propriedade do Rosita Futebol Clube e como estávamos por ali, decidimos conhecê-lo.

O Rosita FC foi fundado em 29 de junho de 1951.


E lá vamos nós, para mais um registro:
Aqui, o meio campo:

O gol da direita, onde fica o morro que deve ter assustado o pessoal que queria comprar o terreno pra fazer o estádio do Itatiba EC:

E o gol da esquerda:

Bem bonito o Estádio do Rosita FC, hein?
Aparentemente houve um problema de infiltração na arquibancada lá no fundo…


A cidade está ali, ao seu redor… e na outra lateral pode até ser vista uma arquibancada coberta bem singela!

Olha que legal a bandeira do escanteio!

Por fim, também aproveitamos para conhecer e registrar um terceiro estádio da cidade, o Luiz Scavone, casa do Operários FC!

O time do Operários FC foi fundado em 7 de setembro de 1950. E agora é hora de você conhecer a sua bela casa:

O Estádio tem muitas inscrições com seu nome e com o nome do time!


E vale uma visita pela parte interna:

O meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Aqui também fica clara a paisagem verde ao fundo do estádio.

A iluminação atual veio em 2015:

Ali também existe um lance de arquibancada coberta.

E é “nóis” em mais um estádio incrível!


Olha que lindo esse brasão!

O Operários FC tem até um livro contando sua história e seus causos:



Como dissemos láááá atrás, existiu ainda o CCAP – Couros, “Cortume” Artefatos Paulistas que se transformou no São Paulo Futebol Clube, atuando por muitas décadas em Itatiba, sendo inclusive contemporâneo do Operários FC nas décadas de 1950 e 1960
Formado com o apoio de um importante curtume itatibense localizado na Avenida Senador Lacerda Franco, no prédio onde foi implantada a Universidade São Francisco, o CCAP tinha equipes nas categorias juvenil, amadora, aspirante e principal e possuía também uma sede social.
Por fim, vale citar outro time que também usa o Estádio Luiz Scavone, o Independente Futebol Clube!

O Independente Futebol Club foi fundado em 30 de junho de 2017, para disputar a Taça Paulista, marcando sua estreia em competições profissionais.
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De volta à Casa Branca!

No carnaval de 2024, fizemos um rolê pela divisa SP/MG e depois de passarmos por Itobi, chegamos à cidade de Casa Branca, a capital da Jabuticaba!

A cidade possui cerca de 28 mil habitantes e tem grande importância no agronegócio nacional: é a maior produtora de laranja do Brasil, a maior produtora de batatinha de São Paulo, além da jabuticaba, da qual é responsável por quase metade da produção do estado.

A paixão é tanta que Casa Branca tem a jabuticabeira presente até mesmo em seu brasão.

Assim como a vizinha Itobi, Casa Branca fica em uma região cortada pelos rios Moji-Guaçu e Pardo o que induz a imaginarmos que a região foi densamente ocupada há milhares de anos por diferentes povos que buscavam alimentos fornecidos pela presença de tanta água.

Com a chegada dos europeus, a partir do século XVI, tanto estes rios quanto as pessoas que ali viviam passaram a ser incomodadas pelos bandeirantes que os escravizavam, e também pelos representantes da Igreja católica que buscavam novos fieis para suas fileiras.
Essa soma diabólica significou o fim (ou quase isso) para os povos originários da região.

Casa Branca só aparece como povoação em registros datados do fim do século XVIII, citando uma pequena “casa caiada”, que ficava ao lado do pouso dos tropeiros que percorriam a “estrada real”.
Em janeiro de 1878, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro chegou à Casa Branca, já elevada à cidade, desde 1872. Foto do site Estações Ferroviárias, possivelmente dos anos 10:

Neste rolê acabamos cruzando esse lugar… Será que é a estação original?

Vale a pena lembrar que já estivemos lá, veja aqui como foi!

Dessa vez fizemos o rolê com um pouco mais de tempo, mas ainda sem dormir por lá (aliás, alguém sugere um lugar bacana para se hospedar?), deu pra pelo menos curtir os detalhes, como esse simpático lagarto.

Gastamos um tempo curtindo o momento de estar em uma cidade diferente, apenas vivenciando aquele tempo na praça central, que é linda, sem nenhuma grande preocupação. Viajar é isso… Conhecer o novo, passear, estar em ócio…

A arquitetura do início do século XX segue de pé pela região central…

Com destaque para a Igreja Matriz.

A proximidade com MG faz com que as lembranças da nossa guerra civil de 1932 estejam presentes pela cidade…

Destaque também para a loja de fábrica da Laticínios Argenzio, na entrada da cidade:

Ah, e o sorbet de Jabuticaba da Gellu’s ??? Delicioso!!!

Ficou faltando conhecer a Bossoroca gigante que exista na cidade, mas cuja trilha estava muito fechada para se fazer em uma manha ensolarada de forte calor. Trata-se de uma “rachadura” profunda no solo, ocasionada pela erosão, que de tão grande ficaram parecidas a um canion.

Mas nossa missão era voltar onde alguns dos times locais mandaram seus jogos, o “Estádio Municipal João dos Santos Meira“, outrora chamado de “Estádio da Mogiana” e principal campo de futebol da cidade nos dias atuais.


Em nossa última visita reclamávamos que não havia uma sinalização decente…
Olha como era sem graça…

Pelas informação disponíveis no blog “Mclaralira”, o primeiro campo de Casa Grande foi o do Casa Branca Futebol Clube, que depois abrigou o Paulista Futebol Clube e que acabou transformado em uma escola (a atual ETE Dr Francisco Nogueira de Lima).

De volta ao Estádio atual, como o portão estava fechado, demos a volta para entrar pelo portão lateral, chegando ali no gol.

Dessa forma pudemos registrar o outro lado do estádio, aqui o gol da direita:

O meio campo:

E o gol da esquerda:

Ali por onde entramos também existe uma pequena arquibancada lateral.

Aliás, a região do Estádio é meio maluca… Essa parte atrás desta arquibancada é um bairro meio sem saída, enfim… Divertido perder-se por aí!

Mas voltemos à sombreada arquibancada lateral do estádio…

Por mais que eu valorize a prática do atletismo, confesso que esse espaço destinado à pista acaba tirando um espaço importante, e deixa um pouco menos divertido o Estádio.

Olha o vídeo que fizemos lá em 2018 e perceba que pouca coisa mudou.
E como é bonito ver esse monte de árvores ao redor do campo!

Esse é o outro lado, onde estão as arquibancadas menores:

Uma pena que aparentemente será difícil veremos competições oficiais por aqui nos próximos anos…

Que bom que pude filmar um sonho de como seria bater um penalty num estádio cheio de torcedores locais…
Quando falamos do futebol em Casa Branca, o EC Corinthians é o time mais conhecido por ter sido o único que disputou edições do Campeonato Paulista.




O EC Corinthians foi fundado em 7 de março de 1958 e disputou cinco edições da terceira divisão, de 1980 a 84 e duas edições da quinta divisão (1978 e 79).
O time não conseguiu bons resultados em nenhum dos Campeonatos, olha as goleadas que levou na 3ª divisão de 1980:




Em 1981, as coisas parecem não terem melhorado muito…

Entretanto, temos que dar atenção especial também ao EC Mogiana, fundado em 14 de setembro de 1935.

Em 1942 o EC Mogiana disputou o Campeonato do Interior na 7ª região:

O EC Mogiana em 1943, junto da Associação Paulista de Esportes:

E o Campeonato do Interior de 1944:

Campeonato do Interior de 1945:

Olha aí a moral do EC Mogiana em 1956:



E olha o clima da época…

O time de 1957 fez esse amistoso com a Ponte Preta:

Outro clube importante foi o União Casabranquense FC, de 1910, que surgiu da fusão do Clube dos Estudantes, do Tiro de Guerra e do EC Operário (da foto abaixo):

Olha a matéria de 1920:

Esta matéria do Correio Paulistano fala sobre uma partida com o Radium e cita o União como campeão da Liga Mogyana de 1920:


Até um misto do Palmeiras passou por lá para enfrentar o time local.

Em 1958, o União disputou o Campeonato do Interior com o time abaixo:

Aqui, uma foto de 1962 onde podemos ver o uniforme do time:


Além disso ainda houve o Casa Branca FC, time que existiu em dois momentos, o primeiro foi fundado em 1928, tendo entre suas lideranças o Sr Triunfo Vasconcellos (foto do blog MClaraLira):

E o segundo sendo (re) fundado em 1930, tendo em sua liderança o sr Sílvio Furlani.
Aqui, matéria de 1933:

Também merece destaque a Associação Casabranquense de Cultura Phisica e Esporte (ACCPE), fundada em 18 de Setembro de 1926.


Seu estádio é citado em matéria sobre a final do Campeonato Municipal de 1958:

Outros times da cidade: Paulista FC, Lagoa Branca FC, Sadopi (representando a Indústria Sasso/Dorta e Pistelli), entre outros.
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O futebol em Fartura-SP

E lá fomos nós para mais um rolê pelo interior do estado de São Paulo para conhecer e registrar um novo o Estádio, dessa vez a cidade a visitar foi Fartura!

Segundo texto do site da Câmara Municipal, a região onde se encontra Fartura, foi habitada pelos povos Caiuás (Kaiowás), da família Tupi-Guarani e ainda hoje encontram-se por lá objetos de pedra de uso destes povos originários, como bacias, mão de pilão, machados e diversos outros.
Como quase toda a história do Brasil, a região também nasce fruto da invasão dos europeus e dos latifúndios criados em torno de famílias poderosas dos séculos XVII e XVIII, no caso de Fartura, a família que tomou posse do lugar foi a José Viana.
Também seguindo o percurso tradicional, a religião rapidamente passa a se materializar na região, nesse caso, por meio da Capela Nossa Senhora das Dores, construída em 1887.

Assim, passa a surgir um povoado formado pelos lavradores que trabalhariam nas terras da família e também por um comércio local, dando origem ao município em 31 de março de 1891.
E se você acha que faltava algo, que tal uma cervejaria local? Em 1904 surge a fábrica de cerveja e gasosa do Sr. José Adriani para dar uma acalmada nos ânimos. A Inteligência Artificial ajudou a imaginar como era…

Alguns anos depois da cerveja, em 1920, surge o Clube Atlético Farturense para completar o rolê:


Após uma fase jogando amistosos, o time disputa o Campeonato do Interior de 1944:

Em 1945, sagra-se campeão da região, classificando-se para o mata mata e sendo eliminado pela Botucatuense (8×3, em Botucatu e 0x2 em Fartura, fatura de gols…):


E 1946:

Aqui, só pra lembrar outros times que disputaram aquela edição…

Porém, um outro time com nome próximo, surge em 1924: o Fartura EC.


Time base que jogou de 1946 até o início dos anos 50:
Em 1958, o Fartura EC defendeu as cores e o nome da cidade no Campeonato Amador do Interior:

Esse é o time de 1964:


E aqui, o time de 1975 com faixa de campeão:


Até um time feminino o Farturense EC teve!

Ambos os times mandavam seus jogos no Estádio Belgrave Teixeira de Carvalho.

O jogo de estreia foi entre o Fartura EC e o EC Cruzeiro do Sul, de Taguaí (na época a cidade se chamava Ribeirópolis) em 7 de fevereiro de 1926.

Uma pena que não conseguimos entrar para registrar a parte interna do Estádio…


No fim das contas, deu pra, pelo menos, dar uma olhada na parte interna do estádio e imaginar em como foi toda essa história…
O gramado parece muito bem cuidado e deu pra perceber também que existe um sistema de iluminação que permite partidas noturnas.

De onde fotografamos, estávamos lado a lado com o cemitério, e ali ao outro lado, a igreja!

Atrás do gol uma singela arquibancada para atormentar o goleiro:


O caminho até a cidade passa no meio de várias montanhas que dão um visual único.

Na hora de ir embora, pegamos uma tempestade que acabou com a energia da cidade e, acredite ou não, deixou TODOS os postos de combustível sem atendimento possível. Isso nos fez arriscar a atravessar as montanhas praticamente sem combustível até chegar a Piraju…

Pra terminar, nos anos 80, o time junior do Santos esteve no Estádio para um amistoso, olha aí o Cesar Sampaio, encabeçando os enfileirados.

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O futebol em São José dos Campos

Aproveitando o nosso rolê por São José dos Campos para assistir ao jogo São José EC 2×0 EC Santo André e também CA Joseense 0x1 XV de Jaú, fizemos um registro de alguns estádios e da história do futebol local.

Mas antes disso, fomos andar pelas ruas do centro, pra sentir um pouco da cidade, começando pelo Mercado Municipal…


E já que estamos por aqui, vamos curtir um som!
Também estivemos pelo Parque da Cidade.
Lá, visitamos o Museu do Folclore.


A história de São José dos Campos como a de todo Brasil é anterior à chegada dos europeus.
Há milhares de anos, a região era habitada por diversos povos indígenas, como os Guayanases, Guainás, Aimorés e Puris (retratados abaixo por Van de Velden), entre outros. Cada um com sua cultura, língua e modo de vida em harmonia com a natureza.

A chegada dos europeus efetivou um processo de desapropriação das terras indígenas, resultando em conflitos e até mesmo no extermínio de comunidades inteiras. Os sobreviventes tiveram que aceitar a política de aldeamento implementada pelos jesuítas.

Com a chegada da ferrovia (olha aí a estação), em 1876 potencializou-se a expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, e São José dos Campos se desenvolveu economicamente.

Curiosamente, o futebol não se desenvolveu junto da Ferrovia como estamos acostumados a ver, mas sim, junto às indústrias.
Entre os anos de 1920 e 40, São José dos Campos recebeu indústrias de cerâmica (como a Cerâmica Weiss) e tecelagem (Tecelagem Parahyba e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios sintéticos).
A cidade ainda iria passar por outras fases mais modernas de industrialização (lembre-se que aí fica a sede da EMBRAER), mas foram as fábricas do início do século que movimentaram o futebol local.

A cidade teve nada menos que 9 times disputando as competições profissionais do futebol paulista:

Vamos relembrá-los por ordem cronológica de fundação.
O mais antigo deles é a Associação Esportiva de São José, fundada em 15 de agosto de 1913 com o nome de “São José Futebol Clube“, rebatizada como Associação Esportiva São José em 23 de maio de 1918.

Seu campo ficava no local onde hoje está o Ginásio Poliesportivo Linneu de Moura.


Sua estreia no profissionalismo se deu em 1922 quando disputou a Divisão do Interior da APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e terminou em último lugar, as se torna o primeiro time de São José a figurar nas competições oficiais.

A Esportiva de São José termina na mesma colocação em 1923, mas segue fazendo história no futebol paulista.

Em 1927, disputa o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) jogando a Seção Sul da Zona Central do Brasil.
Em 1930 e 31 disputa o Campeonato do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos).
Aqui, o time de 1942 que também jogou o Campeonato do Interior:

A Esportiva de São José disputou ainda os campeonatos de 1943, 44 e 1946 quando foi campeão da 1ª Zona do Campeonato do Interior (grupo com os times abaixo), perdendo o título da região para o Cruzeiro FC:

Em 1957, a Associação Esportiva São José decidiu extinguir seu departamento de futebol. Mas o clube social segue vivo!

A Associação Atlética Santana do Paraíba é o segundo time mais antigo, tendo sido fundada em 10 de outubro de 1913, poucos meses depois da AE São José.

O campo da AA Santana do Paraíba ainda está de pé, mas acabamos não o visitando desta vez, até porque atualmente o time manda seus jogos no AD Parahyba (que vamos mostrar mais abaixo):

O time disputou uma única edição oficial do futebol paulista: o Campeonato do Interior da LAF, em 1928, jogando a Seção Sul da Região Central do Brasil. Naquele ano, o time era denominado Sant’Anna FC.

Aqui, a AA Santana do Paraíba nos anos 40. Em 1942, 43 e 44 disputou o Campeonato do Interior.

Na sequência, foi fundado o Esporte Clube São José em 13 de agosto de 1933.

Até por levar o nome da cidade, o time logo ganhou o carinho dos torcedores, ainda que tenha se mantido por décadas disputando apenas as competições amadoras.
Como São José dos Campos tinha muitas formigas, o time ficou conhecido como “Formigão“.

Duas equipes da cidade, o Klaxon Clube e o Internacional FC, se fundiram para fortalecer ainda mais o São José, o que acabou aumentando a rivalidade com o outro time da cidade, a Associação Esportiva São José. Na foto abaixo, um encontro entre os dois times.

Em 1943, estreou no Campeonato do Interior, jogando até 47.
Em 1957, o time faz a estreia no futebol profissional, jogando a 3ª divisão, com o time abaixo:

Após aquela aventura, o EC São José se licenciou e só retornou ao profissionalismo em 1964, desta vez na 4ª divisão, da qual foi campeão, obtendo o acesso para a Terceira Divisão do ano seguinte.


Em 1965, o Formigão do Vale brilhou na fase inicial da Terceira Divisão, liderando a sua série:

Mas o time foi mais longe, sagrando-se Campeão da Terceira Divisão de 1965, garantindo o acesso para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Aqui, a fase final do Campeonato:

Esse é o time de 1965:


Assim, em 1966 disputa a 2ª divisão do Campeonato Paulista.

Aqui, o time de 1967 que disputa a segunda divisão:

Foi nesse período que o clube revelou o goleiro Emerson Leão, que veio das categorias de base.

De 1970 a 76 disputou a 2ª divisão, sendo que em 1972, conquistou o título do Campeonato, classificando-se em 2º na primeira fase, atrás do SAAD…

Na segunda fase, vingou-se do time de São Caetano chegando à final contra o Garça FC:

O Formigão venceu por 3×0 em casa e empatou por 0x0 em Garça mas não subiu pra primeira, porque o acesso estava suspenso pela Federação Paulista.

Infelizmente, o time custava mais do que arrecadava e passou a se afundar em dúvidas.
O time permaneceu jogando a segunda divisão até 1976, quando para vencer as dívidas encerrou sua existência, mudando seu nome e dando origem ao atual São José EC (já já falaremos dele).
O EC São José mandava seus jogos no antigo “Estádio da Rua Antonio Saes“, que desde 1942 era oficialmente denominado Estádio Martins Pereira, que viria a ser também o nome do Estádio atual.

Tentei fazer uma sobreposição imaginando onde seria o Estádio nos dias atuais…

Não resistimos e fomos até a atual Igreja que ocupa o espaço imortalizado pelo futebol, pra imaginar como era…
Antes que crucifiquem a Igreja Universal (que trocadilho hein?), vale dizer que a área foi ocupada por um supermercado Jumbo Eletro depois do Estádio.

No site do Museu do Futebol encontrei essa foto da torcida do Esporte Clube São José no 0 X 0 contra o Fernandópolis, em 1960:

Sua capacidade era de apenas 5 mil torcedores, motivo pelo qual a cidade se organizou para a construção do novo Martins Pereira. O Museu do Futebol tem também uma foto que registra a última partida disputada no Estádio da Rua Antonio Saes: o amistoso EC São José 2X0 DERAC, de Itapetininga.

O time seguinte a ser fundado foi o Rhodosá Atlético Clube, em 13 de fevereiro de 1948.

O time foi formado por trabalhadores da Companhia Rhodosá de Rayon SA, indústria química, instalada no bairro de Santana.

O time se filiou à Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato Amador pela Zona de Lorena. Aqui, o time de 1949 que disputou competições e torneios amadores e com outras indústrias.

O Rhodosá Atlético Clube se tornou bicampeão amador em 1959 e 1960, levando o time a se tornar o 1º time profissional de São José dos Campos, disputando a 4ª divisão em 1965, ainda que sem conseguir realizar uma grande campanha:

De qualquer forma, o time fez história no futebol e isso não se apaga jamais!

O Rhodosá AC teve até um time feminino!

Mandava seus jogos no Estádio Dr Roberto Moreira (nome do presidente da Rhódia na época) construído junto à fábrica, no bairro de Santana, e inaugurado em 1956.

Como o endereço em mãos fomos até lá para ver se o Estádio ainda existe, mesmo com o fechamento da indústria.
Próximo do local, encontramos esta linda e gigantesca árvore:

Olha aí a frente do Estádio:

Olhando do lado de fora, deu pra ver que o que encontraríamos não era mais um estádio de futebol…
A entrada para o antigo estádio é esse portão:

Pedimos permissão para o “caseiro” da atual área e fomos tentar encontrar algo do antigo estádio. Olhando assim, parecia apenas uma casa, mas… o que parece aquilo no andar de cima?

Subi essa escada, sabendo onde chegaria…

Aí está a arquibancada do Estádio Dr Roberto Moreira, o Campo do Rhodosá!

Presença registrada em mais uma arquibancada histórica!

Agora, olhando da arquibancada, aqui está (está ???) o gol da esquerda:

O gol da direita:

E o meio campo:

Encontrei uma imagem que mostra o campo algumas décadas atrás:

Missão cumprida, ainda que os registros não sejam muito animadores…

Dando sequência, é vez de falar do Corinthians Futebol Clube de São José dos Campos, fundado em 3 de janeiro de 1954.

Lá no Mercado Municipal já havia visto (e registrado) esse poster do time, no bar em que ouvimos aquele senhor cantar.

Inicialmente, o Corinthians FC usava um campo que ficava na Praça Duque de Caxias, 48, no bairro do Jardim Paulista.
Esse é o time de 1961, vice campeão local:

Em 1976, decide disputar a 3ª divisão, mas infelizmente acaba abandonando a competição ao fim do primeiro turno.

Falemos agora do Grêmio Olimpico Futebol Santanense, fundado em 5 de setembro de 1975. Distintivo direto do site Escudos Gino:

O clube surgiu por iniciativa de atletas da equipe juvenil do Esportivo Futebol Clube, que queriam levar o futebol adiante, fazendo surgir o Grêmio Olímpico de Futebol Santanense.
Aqui, o time de 1981:

Depois de muitos campeonatos amadores e locais, o time decidiu se profissionalizar e disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1986.

De 1986 a 92 disputou a 3ª divisão.


Destaque para a campanha de 1988, quando se classificou em segundo lugar na primeira fase:

Liderou a fase 2:

E só acabou desclassificado na penúltima fase.

O Grêmio Santanense mandou seus jogos no campo da ADC Parahyba, o campo que surgiu junto à Tecelagem Parahyba presente em São José de 1925 até 1995. Hoje ainda há produção de cobertores por meio de uma cooperativa de ex- funcionários. Ficou conhecida com a marca Cobertores Parahyba.

Como o Estádio ADC Parahyba, também conhecido como o “Campo da Tecelagem”, ainda está lá, fomos fazer uma visita para registrá-lo:

Diferente do estádio do Rhodosá, confira que lindo está o Campo da Tecelagem:
Então, vamos eternizar mais este lugar com nossa humilde câmera digital kkkk

Olha que charmosa a arquibancada que lembra a geral dos tradicionais estádios brasileiros:

Lä do outro lado também existe um lance de arquibancada, o que totaliza mais ou menos 5 mil lugares para a torcida.


A manutenção do local garantiu mais um momento histórico para o futebol local, ao receber jogos da Copa Libertadores de América de Futebol Feminino de 2011 a 2014.

Aqui o gol da esquerda:

Aqui, o meio campo:

Aqui, o gol da direita:

Ali ao fundo, os bancos de reserva e vestiários:

A arquibancada é única e realmente inesquecível!


Agora, é a hora de falar do time mais expressivo e tradicional da cidade: o São José Esporte Clube.

Pra isso, devemos voltar a 1976, com o antigo EC São José completamente endividado. A solução para a situação foi “encerrar” o antigo clube e realizar uma reformulação da identidade, fazendo surgir um novo São José.
O Formigão deixava de existir para em seu lugar surgir a Águia do Vale.
O preto e branco deram lugar ao azul, amarelo e branco, as tradicionais cores da cidade.
Assim, em 24 de dezembro de 1976, surge o São José EC e que logo no ano seguinte, passa a disputar a 2ª divisão (a Intermediária) e logo no primeiro ano, termina em 3º lugar:

Mesma posição do ano seguinte (1978):

E também a de 1979:

Finalmente em 1980, chegou a vez do São José EC realizar uma campanha quase perfeita e finalmente subir para a Primeira Divisão.
Essa foi a primeira fase:

Liderou também a segunda fase:

Depois vieram as semifinais contra o Aliança de São Bernardo (0x0 no ABC e 2×1 em São José), depois as finais com o Grêmio Catanduvense (ganhando como visitantes por 1×0 e 4×0 em casa) e sagrando-se assim campeão, com o meu ídolo Tonho, no gol.

Sua estreia na 1ª divisão em 1981 foi incrível! Em um campeonato maluco, chegou à fase final, após 2 turnos, em um grupo ao lado de Palmeiras, Santos e Ponte Preta, mas não se intimidou…

Assim, fez a final do turno com o São Paulo, vencendo em São José por 1×0 e perdendo por 3×2 no Morumbi, em um jogão!
Em 1982, o São José realizou uma campanha mediana, mas em 83, acabou rebaixado, e acabou se licenciando até 1985 quando voltou a disputar a segunda divisão, mas teve uma campanha fraca, assim como em 1986.
Mas, em 1987, novo bom momento: com o vice campeonato da 2ª divisão, o São José estava de volta à elite!

Assim de 1988 a 93, a Águia voou pela 1ª divisão, com campanhas interessantes, um 3º lugar em 88, um vice campeonato em 1989, com o time abaixo (olha o goleirão Rafael no time!):

Em 1990, 91e 92, novamente campanhas medianas, culminando no rebaixamento de 1993.
Assim, em 1994 o São José EC jogava mais uma série A2.
Mas, em 1996, um terceiro lugar devolvia a Águia à principal divisão do futebol paulista.

De volta à primeira divisão, o São José EC conseguiu se segurar até 1999 quando acaba rebaixado mais uma vez.
Mas dessa vez, após 4 anos na A2, a águia foi parar na A3.
Daí em diante, o time passou por muito sobe e desce, jogando a A3 em 2005 e 06, a A2, de 2007 a 2014, a A3 em 2015 e 16, a Segunda Divisão de 2017 a 2020, a A3 de 2021 a 23, quando finalmente volta à série A2.

Vale reforçar a importância e o sucesso do time feminino do São José, criada em 2001.
O time foi vice campeão Paulista de 2010. Em 2011, garantiu vaga na Copa Libertadores por ser sede do torneio, do qual sagrou-se campeã!

Em 2012, conquistou seu primeiro título da Copa do Brasil e o Campeonato Paulista.
Em 2013, o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.

Em 2014, além da Libertadores, o São José conquistou o Torneio Internacional de Clubes, derrotando o Arsenal.

Desde 2017, infelizmente, vive um período de declínio na modalidade.
Mas a cidade de São José dos Campos ainda tinha inspiração para mais times e em 1º de outubro de 1998 foi fundado o Clube Atlético Joseense.

O time nasce com foco nas categorias de base, participando dos campeonatos sub-20, 17 e 15, além da Copa São Paulo de Futebol Jr, a partir de 2001, quando também participa da Série B3 do Campeonato Paulista.
Termina em 5º lugar e consegue o acesso para a Série B2, onde ficou até 2004, quando subiu para a Série B (a quarta divisão, na prática).
Aqui, o time de 2010:

Em 2012, garantiu acesso à Série A3 do Campeonato Paulista, a ser disputada pela primeira vez em sua história no ano de 2013.
Em 2014 mudou seu nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a ideia não foi muito bem aceita pela população local que considerou que o time estava tentando tomar o lugar do tradicional “São José EC”.

Em 2017, decidiram voltar ao nome de origem.
Em 2018, acaba rebaixado para a Segunda Divisão, onde está até os dias de hoje.
Este é o time de 2022:

Este é o time de 2023, que segue na briga (aliás, confira o post sobre o jogo contra o XV de Jaú aqui) pelo acesso à série A3:

O último time fundado na cidade foi o Futebol Clube Primeira Camisa, fundado em 2 de março de 2007.

O time surgiu de uma iniciativa do zagueiro Roque Júnior em parceria com as categorias de base do São José.

Em 2008, o time se profissionalizou e passou a disputar a 4ª divisão, onde ficou até 2011, quando se licenciou.

Em 2007, fez uma parceria com o São José EC e os atletas do Primeira Camisa representaram a Águia do Vale na Copa São Paulo, tendo a melhor campanha de um time de São José dos Campos na Copa São Paulo, chegando nas quartas de final, quando perdeu para o Cruzeiro, em um Martins Pereira, com mais de 20 mil torcedores e com gente do lado de fora.
Ufa… É mesmo muita história!
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O futebol em São João da Boa Vista parte 2: o Palmeiras FC

Este post é a segunda parte das nossas aventuras por São João da Boa Vista, a primeira parte falou sobre a Sociedade Esportiva Sanjoanense (veja aqui como foi).

Mas hoje, é hora de falarmos sobre a história, a sede e o Estádio do Palmeiras FC.

A primeira coisa interessante é que o Palmeiras de São João da Boa Vista não é uma homenagem ao homônimo da capital.
O time foi fundado em 12 de janeiro de 1924, quando o alviverde paulista ainda era o “Palestra Itália”.
Outra curiosidade é que seu distintivo tem as cores menos esperadas para um “Palmeiras“: preto e branco.

Uma das origens do nome do time é o antigo Largo das Palmeiras (atual Praça Coronel José Pires), onde se reuniram os atletas que não se encaixavam em nenhum dos times da cidade e decidiram fundar o Palmeiras FC, tendo sua sede construída na mesma avenida.

Até hoje mantém duas palmeiras em frente o lindo prédio (só o tempo estava com uma carona de chuva kkkk).

Sua sede é imponente e chama a atenção até os dias de hoje.
Segundo o amigo Dawison Rodrigues Romeiro o clube tem uma cessão de comodato com a Unifeob (uma universidade da cidade) e mantém uma diretoria eleita com sócios patrimoniais do clube, ou seja, o patrimônio ainda é do clube.


Assim, o Palmeiras FC começa a disputar as competições locais, amistosos e torneios, tornando-se cada dia mais conhecido.
Aqui, o time de 1938, ainda no campo da Vila Manoel Cecílio:

A partir de 1942, passa a disputar o Campeonato do Interior, competição de grande prestígio e importância. Utilizamos o livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista” para levantar os dados dessa competição de 1942 a 1947.

O livro apresenta o grupo da 7ª região, onde estava o Palmeiras FC.

Em 1943, mais uma vez participou da disputa.
O que eu mais amo nesse livro é a possibilidade de conhecer outras equipes que em alguns casos sequer chegaram a participar de edições do Campeonato Paulista (com direito a conhecer seus escudos).

O Campeonato de 1944 traz como novidades outros times de São João da Boa Vista: o Clube Atlético Prata e o Comercial EC.

Aqui, o grupo de 1945:

Em 1946, mais uma disputa!

Em 1947, esse foi o grupo do Campeonato do Interior:

Sua rotina de fazer história no Campeonato do Interior segue, até que em 1950 sagra-se campeão! Pena que no poster abaixo não dá pra ler a campanha…


Em 1955 inaugura seu estádio contra o Guarani, mas após empatar em 1×1 no primeiro tempo, acaba derrotado pelo onze campineiro por 5×1.



O time segue evoluindo e em 1955 novamente sai campeão do seu setor no Campeonato do Interior!

Em 1956, disputa um amistoso com o SC Corinthians da capital (o alvinegro paulistano vence por 4×2) em 13 de maio. O público é considerado recorde do estádio!
Ainda em 1956, faz sua estreia na Terceira Divisão do futebol paulista, classificando-se em primeiro no seu grupo, a “série C”:

Na segunda fase, acabou caindo de produção e o Elvira chegou à final.

O time abandona o Paulista mas em 1957 faz incrível campanha no Campeonato do Interior, conquistando o título do seu setor:


Aqui, uma linda imagem do derby contra a Sanjoanense, válido pelo 1º turno.

Em 1958, inaugura as arquibancadas do seu estádio:


No mesmo ano (1958) vence o setor 36 da zona 23 do Campeonato do Interior tornando-se tetra campeão.

Em 7 de janeiro de 1961, o Palmeiras FC inaugura os refletores do Estádio Getúlio Vargas Filho novamente contra o Guarani. Outra vitória dos campineiros (2×0).

Em 1962, retorna ao profissionalismo disputando a Segunda Divisão Profissional (o terceiro nível do futebol paulista), terminando na 6ª colocação da série João Havelange.

Em 1963, apresenta-se como um adversário difícil de ser batido! E assim, classifica-se em 2º lugar do grupo.

Na segunda fase, novamente classifica-se em 2º, dessa vez para a fase final.

Na fase final, termina em um honroso 4º lugar.

Em 1964, termina em 3º lugar e não se classifica para a fase seguinte.

Em 1965, termina em 2º no seu grupo (apenas a AA Orlândia se classifica para a fase final).
Em 1966 vence o seu grupo, na primeira fase.


Na segunda fase acabou desclassificado, ainda que tenha terminado em 3º lugar.

Em 1967 foi convidado a disputar o segundo nível do Campeonato Paulista, mas vai mal na competição, terminando a primeira fase em 6º lugar.
Ao fim do campeonato, o Palmeiras FC abandona o profissionalismo, retornando apenas em 1971, ainda na segunda divisão, terminando em 4º e não se classificando para as fases finais.

Em 1972, novamente não disputa, mas mantém-se na segunda divisão de 1973 quando também não avança à fase seguinte.
Em 1974, desiste da competição antes do seu início, retornando em 1975, quando classifica-se para a segunda fase, mas não chega à final.

Em 1976 faz uma má campanha e passa a jogar o terceiro nível do futebol paulista a partir de 1977.
Em 1978, joga a Primeira Divisão Profissional (o equivalente à terceira divisão do Campeonato Paulista), classificando-se para a segunda fase.

Na segunda fase, consegue se impor frente a difíceis adversários e classifica-se para a terceira fase, quando é eliminado da final.

Em 1979, faz história! Classifica-se para a segunda fase com uma campanha um pouco irregular…

Mas na fase final, vence 11 dos 12 jogos e torna-se campeão da 3ª divisão!!!

O Facebook do amigo Manolinho Gonzales (grande pesquisador do futebol do interior paulista) apresenta uma incrível foto do time que garantiu o acesso à segunda divisão!

Na foto abaixo, o capitão Gaúcho Lima e o presidente Dr. Antenor José Bernardes recebem o troféu!

Aí a foto do time com a faixa de campeão:


Naquele ano, o Palmeiras F.C. enfrentou a Ponte Preta celebrando a transferência do atacante Mirandinha Newcastle para São João da Boa Vista.

Em 1980 volta à segunda divisão e faz uma campanha mediana, terminando em 6º lugar na primeira fase e em 3º na segunda fase.
Em 1981, um campeonato longo viu um Palmeiras FC bastante maduro, terminando a 1ª etapa da 1ª fase em 2º lugar.

Na 2ª etapa da 1ª fase, termina em 5º lugar.

Na 2ª fase, termina um honroso 3º lugar.

Assim, classifica-se para a fase final, quando termina em último do seu grupo.

Em 82, 83 e 84 consegue bons resultados mas o Palmeiras FC não chega na fase final.
Em 1985 tem uma campanha mais fraca, terminando a fase inicial em 7º lugar.
Em 1986 e 87, volta a apresentar bons resultados mas sem chegar à fase final.
O time de 1988 acabou se tornando emblemático porque vários daqueles jogadores vieram para o Santo André no ano seguinte, casos de Luciano, Rizza, Chaléu, Preta e Rildo. Mas na prática o time foi mal e não passou da 1ª fase…

Em 1989, embora tenha sido eliminado na primeira fase da chamada “Divisão Especial”, disputou em 3 de setembro de 1989 um amistoso contra o Corinthians no Estádio Octávio da Silva Bastos (CIC).

Não disputa o paulista de 1990, mas em 91 mantém se na segunda divisão, terminando a primeira fase em 5º lugar.
Em 92, uma campanha ruim, terminando na última posição de seu grupo.
Em 93, novamente termina em último. Com a reorganização do campeonato paulista, o Palmeiras FC joga a 4ª divisão, mas o time perdera sua força e termina em penúltimo.
Em 1995, joga a série B1B e termina em 6º lugar, licenciando-se do futebol.
Volta para o último suspiro, na 5ª divisão de 98, quando abandona o profissionalismo até os dias atuais.

Com tanta história, ficamos animados de poder conhecer e registrar o Estádio Getúlio Vargas Filho!


Em meio à tradicional arquibancada, existe uma cabine de imprensa que homenageia o narrador Luis Roberto de Múcio, natural da cidade de São João da Boa Vista.

Quem será o atleta retratado na parede ao fundo da arquibancada?

O estádio conta com sistema de iluminação até os dias de hoje.

Um olhar mais de perto da arquibancada…

O estádio fica literalmente colado à estrada de ferro.

Olha aí o portão 2:

Aqui, dá pra ter uma ideia geral do estádio e do campo:
É um verdadeiro alçapão!

Dá pra sentir no ar uma certa nostalgia de dias em que milhares de torcedores ocupavam suas arquibancadas para vibrar com o Palmeiras local!

Até uma pequena arquibancada coberta existe ali do outro lado:


E claro, registro minha presença em mais um templo do futebol!

Alguns degraus de cimento em torno de um gramado… Tem algo mais simples e mais romântico?


Lá ao fundo, é onde passa a linha do trem.

Achou que faltava o nome do Estádio? Aí está ele!

Até ali atrás do gol existe um pequeno espaço para torcedores.

Agradeço a vizinha que permitiu fotografar o estádio de cima do seu quintal!

Encontrei essa linda camisa exposta em um bar local!


E assim como a ferrovia coloca tudo em movimento, sigamos em busca de novas aventuras!

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]]>O futebol em São João da Boa Vista parte 1: a Sociedade Esportiva Sanjoanense

São João da Boa Vista foi um dos lugares que nos incentivaram a registrar estádios, mas, quando começamos, nem sabia como fazer isso direito…

Por isso, em Abril de 2023, depois de me formar em História, voltamos à cidade para registrar com mais detalhes e metodologia, os estádios de São João da Boa Vista, que receberam jogos dos 3 times profissionais!

Segundo o livro Indígenas em São Paulo – Ontem e hoje, os povos originários que ocupavam a região eram do macro grupo Jê, conhecidos como “Tapuias”, e possivelmente Kaiapós, que acabaram expulsos ou assassinados pelos portugueses que chegavam à terra.
A cidade surge em torno da Fazenda Boa Vista, onde vivia o Padre João Ramalho, e se expandiu no terreno doado por Antônio Machado.

A cidade nasceu de modo planejado com um projeto para o progresso de toda a região, explorando atividades agropecuárias e industriais. Curiosamente não há registros de quilombos ou terras indígenas, facilitando o agronegócio.



Em 2020, se confirmou a data de fundação da cidade como 24 de junho de 1824. É bacana saber que existem diversos livros sobre a história da cidade.

Em 1853, foi inaugurada a Igreja Matriz, com uma missa celebrada pelo Padre João Ramalho, que acabou morrendo no meio da celebração, marcando de forma emotiva a data!

Em 1880, São João é elevada a Município, compreendendo as vilas de Aguaí, Águas da Prata e Vargem Grande do Sul que, com o tempo, também se emanciparam.
Em 1886, a estrada de ferro chega até a cidade, com a Companhia Mogiana, colaborando com a exportação de sua produção agrícola.


Foto antiga da estação de São João da Boa Vista, vinda do site Estações Ferroviárias.

Esta é a atual rodoviária:


O rio Jaguari-Mirim corta a cidade e dá um clima bem gostoso à cidade!

Uma das praças, há uma homenagem dos alunos da UNIFAE em homenagem ao Cachorro Zé, mascote da Instituição.

Falando do futebol local, Luiz de Freitas, ex-jogador da Esportiva Sanjoanense, diz que o esporte chegou à cidade em 1904, com as primeiras partidas disputadas no campo do Largo da Estação, usando como bola, a bexiga de um boi!

Logo, um esportista mais “moderno”, Eudálio Camargo, de Mogi Mirim, trouxe uma bola oficial para substituir a “bola” usada até então.
O primeiro clube de futebol de São João da Boa Vista foi o Sport Football Club Sanjoanense, fundado pela família Rehder.

Em 1907, entra em uso um novo campo: o da Av. Dona Gertrudes, ainda teríamos novos campos na praça Joaquim José e na Av João Osório.
Em 1915, surge a Associação Atlética São João, jogando no campo da rua Santo Antônio.

A grande dificuldade da Associação Atlética São João era a falta de um campo oficial e pra resolver isso, Oscar de Andrade Nogueira, sugeriu fundar um novo clube, com a fusão entre a AA São João e o SFC Sanjoanense unindo a cidade em torno de um clube e da construção de um estádio.
É aí que surge a Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 1º de julho de 1916.

A SE Sanjoanense nasce com a preocupação inicial de construir uma estrutura importante para os esportes, assim, nos primeiros anos, a Associação Atlética São João ainda jogaria com seu nome, e assim conquistaria o primeiro troféu da cidade: a Taça Tulé, vencida por 2×0 em cima do Paulistano (time de Arthur Friedenreich), em 1918!

A AA São João passa a fazer parte do novo clube que logo se filia à Associação Paulista de Esportes Atléticos fazendo sua estreia nas Campeonato do Interior de 1920 (as informações dessa competição vêm do livro “Os Esquecidos – Arquivo do futebol paulista“):

O time foi vice campeão, perdendo a final para o Corinthians Jundiaiense.

Em 1921, acaba desclassificada por inscrever jogadores irregulares, mas é também nesse ano que o campo da SE Sanjoanense é inaugurado com um amistoso contra o Palestra Itália.
E veja a linda foto do estádio naquele dia:

Que lindo ver uma imagem de 102 anos atrás…

102 anos depois lá fomos nós conhecer e registrar a casa da Sociedade Esportiva Sanjoanense, que passa a ser chamada de “Esportiva“.

Atualmente, o estádio fica dentro do clube, que é uma verdadeira potência na cidade!

Existem duas entradas, uma lá pelos lados da ferrovia e outra a principal.

Vamos então conhecer o incrível estádio da Esportiva!
O nome escolhido (Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira) homenageia o idealizador do clube.

Existe ainda um espaço homenageando os campeões mundiais Mauro Ramos e Bellini, que fizeram parte do futebol local.


De todos os estádios registrados, eu diria que o Estádio da Sanjoanense é um dos que mais prestam homenagens à sua história!

Olha aí que lindo o placar!


Olhando ali do espaço em homenagem aos campeões mundiais, aqui está um registro, começando pelo meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Mas pudemos andar pelo campo e registrar outras vistas.

Essa arquibancada fica no antigo espaço ocupado pela “torcida do barranco”.



Um pouco mais a frente, está registrada a frase imortalizada pelo ex presidente Christiano Osório de Oliveira para incentivar seus jogadores.


Ao fundo da arquibancada coberta está o ginásio do clube, com o desenho do tigre da mogiana estampado em sua parede.

E que linda, a arquibancada do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira!!

Fico contente de registrar um momento especial como esse. A presença em um estádio que já tem mais de 100 anos!!!

Do outro lado da arquibancada coberta, há um grande lance de arquibancada descoberta, que cobra toda a lateral do campo.


Quase na metade do campo, existe um distintivo na cobertura da saída dos vestiários!

Vale mais um rolê? Vale sim!!!
Lá do placar, essa é a vista que se tem do campo, da estrutura social ao fundo e da arquibancada no antigo barranco:

Esse é o gol da arquibancada do barranco:

Olhando da arquibancada descoberta, essa é a vista do meio campo, com vista da arquibancada coberta do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira:

Aqui, o gol da esquerda:

E o gol da direita:

O Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira tem capacidade oficial para 4.500 torcedores, mas é incrível como tem arquibancada pra todo lado que se olhar…

Olha ai a saída dos vestiários:

Lá do outro lado estão os bancos de reserva, junto à arquibancada coberta:

Ah, e lembra que eu disse que havia uma outra entrada junto à estrada de ferro, olha como os trilhos estão próximos do campo:
Antes de ir embora, uma passada no incrível Memorial Rubro Negro!

É ali que estão incríveis troféus e imagens não só ligadas ao futebol mas a outros esportes também.

Ah, se todos os times tivessem o mesmo cuidado com a preservação de sua história como a Sociedade Esportiva Sanjoanense…

Mas, voltemos ao passado para conhecer as histórias que tiveram o Estádio Dr. Oscar Andrade Nogueira como palco…
No Campeonato do Interior de 1922, mais uma vez a SE Sanjoanense se classifica como líder da Zona Mogiana.


E no quadrangular final, termina como vice campeã do interior!


Segundo o livro “Esquecidos“, a SE Sanjoanense só voltaria a disputar a edição de 1927, e ainda sim desistiu da competição no segundo turno da 1a fase.

Depois disso, o time volta ao Campeonato de 1930, sem se classificar para a fase seguinte.
Isso só ocorreria em sua próxima participação, em 1942, quando venceu a 7ª região, mas perde a 1ª eliminatória para o Pirassununguense.

O time segue na disputa do Campeonato amador, com destaque para 1944, 45, 46 e 47, quando sagra-se campeão da sua série.
A fotona abaixo é do título da 2ª zona da 3ª região, de 1946:

Porém em 1947, o time decide alçar vôos mais altos e decide disputar a segunda divisão do futebol paulista, terminando em uma honrosa 5ª colocação.

A zaga desse time contava com o craque Mauro Ramos de Oliveira que acabaria vendido ao São Paulo:

Em 1948, desistiu da disputa antes do seu início.
Em 1949, termina a 1a fase em 7º no eu grupo.
Em 1950, tinha ninguém menos que Bellini (o primeiro em pé) no seu plantel:

Ainda assim, fecha a primeira fase em 3º, mas apenas os dois primeiros se classificavam para a fase final.

Em 1951, termina o grupo da Zona Leste em 2º lugar e classifica-se para o quadrangular semifinal, mas quem chega à final é o XV de Jaú e o Linense:

Em 1952, uma primeira campanha incrível! 14 jogos e apenas 2 derrotas, deixando pra traz o Bragantino, o Velo, a Inter entre outros times!

Na segunda fase, porém, um grande absurdo… Ao empatar por pontos com o Linense e o Paulista, houveram confrontos entre eles e o Linense acabou indo para a final (sagrando-se campeão contra a Ferroviária).

Vale reforçar que em 1952 aconteceu também a primeira partida de futebol feminino na cidade, no campo da Esportiva, frente à 5 mil torcedores.

Mas de 1952 a 1955, a SE Sanjoanense abandona o futebol profissional.
Em 1956, volta à 2ª divisão e faz uma campanha bastante fraca.

Também vai mal em 1957 e 58, quando novamente desistiu das disputas profissionais.

E dessa vez, foram mais de 20 anos até voltar em 1982, agora na 3ª divisão.

Com o apoio da cidade, a Esportiva Sanjoanense classificou-se para a próxima fase!

Na segunda fase, empata em pontos, mas perde no saldo de gols a classificação

No segundo turno, também se classifica mas fica de fora da fase final.

Em 1983, faz uma boa campanha: 3º lugar no primeiro turno e 1º lugar no segundo turno, perdendo a decisão do grupo para o Itapira.
Em 1984, classifica-se em 2º lugar…

Disputa a segunda fase e lidera o grupo, jogando até com a União Funilense, de Cosmópolis!

Infelizmente no triangular final, acabou ficando em último, sem vencer nenhum jogo 🙁

Na terceira divisão de 1985, nova primeira fase exemplar, terminando como líder!

Vem a segunda fase e … novamente classificado como líder!

Mas agora, foi a vez do Mauaense eliminar a Esportiva…

Em 1986, mais uma primeira fase quase perfeita na Terceira Divisão, terminando como líder do grupo verde. O time contava com Paulinho McLaren!


Porém, na segunda fase, acabou desclassificado…

O Campeonato Paulista de 1987 foi bastante esquisito… Jogando a Terceira Divisão, a SE Sanjoanense mais uma vez liderou a primeira fase…

A segunda fase era composta por 2 quadrangulares, o Palmital EC liderou um deles, e a Esportiva o outro.
Por isso, muitos consideram o Palmital EC campeão da Terceira Divisão enquanto para outros, o título é da Esportiva.
O livro “125 anos de história – A enciclopédia do futebol paulista” cita a Esportiva Sanjoanense como campeã.
Ambos obtiveram o direito de jogar a repescagem da segunda divisão do mesmo ano.

Porém, em 1988, volta a jogar o terceiro nível do Campeonato Paulista, denominado a partir de então com o “Segunda Divisão”.

Em algum momento de 1988, alguns torcedores estiveram no Estádio Oscar de Andrade Nogueira para torcer pela Esportiva no Campeonato Paulista, e não sabiam que aquela seria a última vez…” Será mesmo a última vez?

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
]]>O Estádio Municipal Dr. Leonardo Guaranha em Aguaí

Este post foi feito com base em 2 visitas à Aguaí, uma em junho de 2009 e outra em abril de 2023, quando a cidade anunciou que o Sport Clube Aguaí, fundado em 2021, iria disputar as competições de categorias de base da Federação Paulista.

Olha aí o time sub 17 de 2023:


Em 2009, o nosso rolê se iniciou em Cosmópolis, pegando um jogo em casa da Funilense.

No dia seguinte, rumamos à Aguaí!!!

Então, sejamos bem vindos à cidade… Aguay na língua tupi significa chocalho, guiso ou cascavel. Por isso, até 1944 o então distrito de São João da Boa Vista era chamado Cascavel.

A cidade é pequena, mas muito charmosa, o detalhe mais curioso são os pequenos (mas íngremes) viadutos que ajudam os cidadãos a atravessar a ferrovia. Olha a foto e diz que não lembra uma montanha russa…

Já em nossa segunda visita, em 2023, fiz esse vídeo pra você sentir a emoção do passeio:
Na época, estava sendo feito ou reformado um parque ao redor do lago (senão me engano, chama-se “Parque Interlagos”), e no dia que estivemos por lá, iria rolar um campeonato de bike, numa pista que fica ali.

Além da hospitalidade, a cidade guarda um tesour: o Estádio Municipal Dr. Leonardo Guaranha. Infelizmente, como quase todos os estádios desse país e da América do Sul, Dr. Leonardo anda um pouco mal das pernas, com algumas “varizes” como pode-se ver…

O estádio está junto de um complexo esportivo e após falar com uma senhora que trabalha por lá, descobrimos que só conseguiríamos adentrar ao estádio após uma hora… O jeito foi tirar umas fotos por cima do muro…

Ainda que alguns detalhes estejam ruins, o gramado pareceu estar em boas condições, melhor que muitos campos de times de divisões superiores. Ah, e a pequena arquibancada é muito charmosa.

Mari sentiu na pele o que é estar “Fora de jogo” e não poder entrar no templo sagrado de Aguaí…

O último jogo no estádio foi entre os masters da seleção Aguaiana e do Corinthians, e contou com um público muito bom, segundo alguns moradores. A seleção Aguaiana usou seu uniforme azul e branco, O placar foi 5 x 1 para o Corinthians.
Mas vale reforçar que no passado, a cidade contou com a Associação Atlética Aguaiana, fundada em 1945.

A AA Aguaiana disputou o Campeonato do Interior de 1945 em uma série beeem complicada e ainda assim saiu-se campeã do grupo!

Time de 1956:


Em 2023, mais uma vez pegamos a estrada para chegar até Aguaí!

Esta vez, com um pouco mais de tempo, pudemos completar o cenário da cidade com o registro da Igreja Matriz:

Revemos a rua que marcou minha memória por tanto tempo:

E finalmente reencontramos o Estádio Dr Leonardo Guaranha!
O estádio passou por algumas mudanças, como percebe-se, recebeu uma nova pintura tanto na entrada…


Quanto nas arquibancadas!

Ah, mais uma vez não conseguimos entrar no Estádio, então segue o vídeo feito lá de fora mesmo:
Dali, deu pra ver um pouco da parte interna do estádio:


Existe uma placa na entrada do Estádio que informa a data de sua inauguração: 31 de agosto de 1986:

Deu pra pegar uma parte do placar também:

Uma pena que não deu pra entrar pra registrar com maiores detalhes.




Na semana seguinte à nossa passagem, o amigo Rafael Murer (torcedor do Lemense) foi assistir um jogo do sub 17 e nos mandou algumas fotos da parte interna, valeu, meu amigo!








Uma tubaína antes de pegar a estrada…

De Aguaí rumamos para São João da Boa Vista, para registrar o riquíssimo futebol local!