Já no caminho de volta pra casa, fomos conhecer um pouco da história do futebol em Álvares Machado e do Estádio do Paulista e é o que veremos neste post!
Álvares Machado é uma pequena cidade que está praticamente colada a Presidente Prudente com uma população de pouco mais de 25 mil pessoas.
Como todas as cidades do oeste paulista, a história de Álvares Machado começa com a ocupação indígena que ocorria há muito tempo e que viu o seu fim com a chegada dos bandeirantes. Aquela área selvagem, rodeada pela floresta do Vale do Paranapanema com seus córregos e ribeirões foi aos poucos vendo a chegada das novas famílias, expulsando (muitas vezes matando) os indígenas locais, que reagiram com bravura, mas não foram capazes de brecar este movimento.
Considera-se o fundador de Álvares Machado, Manuel Francisco de Oliveira, que chegou ao local, na época conhecido como Brejão, comprando terras da viúva de Manuel Pereira Goulart e construindo sua casa. Aos poucos o local passou a atrair outros moradores.
Em 1919, a Estrada de Ferro Sorocabana chegou à região, com a estação ferroviária de Brejão que mudaria de nome para Álvares Machado. Foto do site Estações Ferroviárias:
O futebol na cidade se iniciou com a criação do Paulista Futebol Clube em 1943. Distintivo do site Escudos Gino:
Esse é o time de 1943:
Em 1944, disputa o Campeonato Paulista do Interior na 17ª região, ao lado do rival local EC Bandeirantes. O grupo tem como campeã a AA Venceslauense.
Em 1945 mais uma disputa e o campeão do grupo foi o FADA:
Em 1946, não disputa o Campeonato do interior, mas no ano seguinte, em 1947, sagra-se campeão do seu grupo (o setor 22):
O Paulista FC enfrenta então os campeões da Zona 5, e a AA Botucatuense sai vitoriosa classificando-se para a próxima fase e chegando até a final do campeonato, da qual o Rio Pardo FC sagrou-se campeão!
Também disputou o Campeonato amador de 1950.
No site Osmardeamigos encontra-se essa foto do time de 1973:
Aqui, o time de 74:
Fiquei um pouco decepcionado por chegar ao estádio e ver que o tempo foi impiedoso com ele… A começar pela sinalização que foi apagada pelo tempo e pelas reformas.
Pelo Google Maps ainda encontrei uma imagem que mostrava o nome do time nos muros do local, diferente da realidade atual.
Navegando pelo Facebook encontrei essa imagem interna que mostra uma estrutura com toda a identificação do time.
E também uma imagem interna do campo.
Além do Paulista e do já citado Bandeirantes, nos anos 70 ainda existiu o time do Estudantes:
Nos anos 80 ainda havia o Machado Atlético Clube, o MAC que jogava no mesmo campo do Paulista. Nessa foto, dá pra ver que existia uma arquibancada coberta lá:
E destaque também para o time do Avaí:
Nos dias atuais, sequer conseguimos entrar no campo, e só deu pra registrar o campo lá de fora.
Próximo ponto de parada no nosso rolê pelo Oeste Paulista, a cidade de Chavantes! Olha aí a rodoviária local!
Atualmente, cerca de 14 mil pessoas vivem em Chavantes. A cidade ainda mantém o aspecto de interior, sem prédios, nem trânsito.
Mas, o futebol está por lá, firme e forte. O templo local é o Estádio Coronel Manuel Ferreira, que fica na Rua Zico Leite, bem no centro da cidade
É ali que a Associação Atlética Chavantense mandava seus jogos. Esse distintivo veio do excelente site Escudosgino.
Lá também aparecia este outro:
A A.A. Chavantense foi fundada em 29 de setembro de 1929.
O Estádio foi construído com o apoio de todos os moradores, que atenderam ao chamado público para ser inaugurado em 1944 em substituição ao estádio antigo! Aí está o anúncio publicado nos jornais locais da época:
O Estádio Coronel Manuel Ferreira tem capacidade para mais de 4.000 torcedores (foto do site da prefeitura).
A AA Chavantense iniciou sua trajetória no futebol disputando campeonatos amadores e da região.
Em 1958 foi campeã do setor 31 do Amador do Estado, como informa o muro do estádio:
Em 1965, um novo time surgiu na cidade, formado pelos operários que participaram da construção da Usina de Chavantes: a Associacao Esportiva Cobrapa.
E que belo trabalho fizeram…
CHAVANTES, SP, 2017-08-04: Fotos aereas da UHE Chavantes em Chavantes – SP para o Perfil Corporativo 2017. (Foto: Henrique Manreza). (Foto: Henrique Manreza)
Dessa forma, a cidade teve um 1965 especial, com dois times disputando a Terceira Divisão do Campeonato Paulista, que equivalia ao quarto nível do futebol. Ambos caíram no mesmo grupo e fizeram uma campanha mediana.
Essa foi a equipe da AAChavantense daquele ano.
Os dois times disputariam a Terceira Divisão de 1966, e a AA Chavantense se classificou para a segunda fase.
Na segunda fase, o time não manteve os bons resultados e terminou o campeonato por aí.
Aqui, a formação da AE COBRAPA que enfrentou o Corinthians num amistoso comemorando o 1º de maio de 1966 e teve vitória do time visitante.
Chega 1967, e pela primeira vez a AE COBRAPA termina a competição na frente da AA Chavantense e além disso, só não se classificou pelos critérios de desempate.
Em 1968, somente a AA Chavantense seguiria e esses foram alguns dos atletas daquele ano.
Infelizmente o time desistiu da disputa no meio do Campeonato e se licenciou até 1982, quando voltou à Terceira Divisão (que desta vez equivalia mesmo ao terceiro nível do campeonato) com este time:
Mais uma vez a AA Chavantense fez uma bela campanha, classificando-se para a segunda fase.
Na segunda fase, o time terminou na última colocação
Em 1983 faz uma má campanha na primeira fase e acaba não disputando os campeonatos de 84 e 85, retornando em 1986 na Terceira Divisão.
Novamente licencia-se do profissionalismo em 1987, retornando em 1988, dessa vez em uma Terceira Divisão que equivalia ao quarto nível do Campeonato Paulista. A cidade mais uma vez poderia estar no estádio apoiando seus jogadores! E a primeira fase foi muito boa…
Classificado como líder, a segunda fase veio e… Festa em Chavantes!!!
A terceira fase levaria o líder do grupo à final contra o Central Brasileira, mas uma derrota para o Iracemapolense acabou com as chances da AA Chavantense.
Em 1989, a campanha foi abaixo do esperado e novamente o time se licenciou. Esse foi o time de 1989:
Uma pena para a torcida que fazia a festa no estádio…
Uma tristeza para um estádio tão bonito…
No início dos anos 1990, o departamento de futebol foi totalmente desativado. Desde então, as bilheterias estão sem funcionar…