Agora chegou a vez de falar do caçula (e que teve menor trajetória), o Clube de Futebol Boa Vista e o Estádio Municipal Doutor Octávio da Silva Bastos, o “CIC”.
Sim… Eu sei que o Estádio Octávio da Silva Bastos foi usado pelo Palmeiras FC antes do CF Boa Vista, mas como visitamos 3 estádios principais (no fim deste post ainda tem um 4º de brinde), achei melhor mostrar um para cada post.
O Estádio CIC pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para pouco mais de 11 mil torcedores. Vem com a gente num rolê pra conhecer um pouco mais desse lindo estádio:
O Estádio CIC foi inaugurado em 12 de abril de 1981 em um amistoso entre o Palmeiras FC e o Ginásio Pinhalense, vencido por 2×1 pelos mandantes.
Foi aí que em 2006, o Clube de Futebol Boa Vista Ltda disputou a Série B do Campeonato Paulista Profissional.
E mesmo com um gramado lindo, e um estádio super bem cuidado, o time não decolou e disputou apenas o campeonato de 2006 em São João da Boa Vista, quando terminou na 5ª colocação (fonte da tabela: site Global Sports Archive)…
Mas o Estádio segue por lá, ainda super bem cuidado!
Quantas cidades acabam não disputando o profissionalismo por falta de um estádio em boas condições e vemos São João da Boa vista com 3 lindas canchas!
Olha a arquibancada coberta:
Venha dar uma volta pelo estádio pra sentir o clima de paz e de silêncio…
O fundo do estádio explica o silêncio… Esse é o meio campo:
Aqui, o gol da esquerda:
Aqui, o gol da direita:
Lá do outro lado, existe um outro lindo anel de arquibancada, descoberta.
Na outra lateral também existe essa mesma extensão:
Eu arriscaria que o Estádio Municipal comporta 7 mil torcedores em total segurança…
E, claro que registrei nossa presença por aqui…
Aqui, o corredor que passa atrás da bancada:
Hora de ir embora, mas antes, um olhar imaginando um time de São João da Boa Vista de volta à Bezinha, jogando bem aí…
Antes de terminar, vale registrar o Pratinha Futebol Clube, fundado em 1º de janeiro de 1953, no bairro homônimo, mas que nunca disputou o profissionalismo.
Perante a Liga Sanjoanense de Futebol, a data de fundação do clube ficou constando como 1º de março de 1953. Em 26 de abril de 53, ocorreu a estreia oficial do Pratinha Futebol Clube no Campeonato Extra, contra o Jabaquara, terminando empatado em 2×2. Aqui, uma foto do time de 1960:
Em 55 estreou no Campeonato Amador do Interior:
O Estádio de brinde nesse post é o Estádio Municipal “Clarice Damálio Boratto”, a disposição para o futebol amador local. Aqui, o meio campo:
Mas hoje, é hora de falarmos sobre a história, a sede e o Estádio do Palmeiras FC.
A primeira coisa interessante é que o Palmeiras de São João da Boa Vista não é uma homenagem ao homônimo da capital. O time foi fundado em 12 de janeiro de 1924, quando o alviverde paulista ainda era o “Palestra Itália”. Outra curiosidade é que seu distintivo tem as cores menos esperadas para um “Palmeiras“: preto e branco.
Uma das origens do nome do time é o antigo Largo das Palmeiras (atual Praça Coronel José Pires), onde se reuniram os atletas que não se encaixavam em nenhum dos times da cidade e decidiram fundar o Palmeiras FC, tendo sua sede construída na mesma avenida.
Até hoje mantém duas palmeiras em frente o lindo prédio (só o tempo estava com uma carona de chuva kkkk).
Sua sede é imponente e chama a atenção até os dias de hoje. Segundo o amigo Dawison Rodrigues Romeiro o clube tem uma cessão de comodato com a Unifeob (uma universidade da cidade) e mantém uma diretoria eleita com sócios patrimoniais do clube, ou seja, o patrimônio ainda é do clube.
Assim, o Palmeiras FC começa a disputar as competições locais, amistosos e torneios, tornando-se cada dia mais conhecido. Aqui, o time de 1938, ainda no campo da Vila Manoel Cecílio:
A partir de 1942, passa a disputar o Campeonato do Interior, competição de grande prestígio e importância. Utilizamos o livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista” para levantar os dados dessa competição de 1942 a 1947.
O livro apresenta o grupo da 7ª região, onde estava o Palmeiras FC.
Em 1943, mais uma vez participou da disputa. O que eu mais amo nesse livro é a possibilidade de conhecer outras equipes que em alguns casos sequer chegaram a participar de edições do Campeonato Paulista (com direito a conhecer seus escudos).
O Campeonato de 1944 traz como novidades outros times de São João da Boa Vista: o Clube Atlético Prata e o Comercial EC.
Aqui, o grupo de 1945:
Em 1946, mais uma disputa!
Em 1947, esse foi o grupo do Campeonato do Interior:
Sua rotina de fazer história no Campeonato do Interior segue, até que em 1950 sagra-se campeão! Pena que no poster abaixo não dá pra ler a campanha…
Em 1955 inaugura seu estádio contra o Guarani, mas após empatar em 1×1 no primeiro tempo, acaba derrotado pelo onze campineiro por 5×1.
O time segue evoluindo e em 1955 novamente sai campeão do seu setor no Campeonato do Interior!
Em 1956, disputa um amistoso com o SC Corinthians da capital (o alvinegro paulistano vence por 4×2) em 13 de maio. O público é considerado recorde do estádio!
Ainda em 1956, faz sua estreia na Terceira Divisão do futebol paulista, classificando-se em primeiro no seu grupo, a “série C”:
Na segunda fase, acabou caindo de produção e o Elvira chegou à final.
O time abandona o Paulista mas em 1957 faz incrível campanha no Campeonato do Interior, conquistando o título do seu setor:
Aqui, uma linda imagem do derby contra a Sanjoanense, válido pelo 1º turno.
Em 1958, inaugura as arquibancadas do seu estádio:
No mesmo ano (1958) vence o setor 36 da zona 23 do Campeonato do Interior tornando-se tetra campeão.
Em 7 de janeiro de 1961, o Palmeiras FC inaugura os refletores do Estádio Getúlio Vargas Filho novamente contra o Guarani. Outra vitória dos campineiros (2×0).
Em 1962, retorna ao profissionalismo disputando a Segunda Divisão Profissional (o terceiro nível do futebol paulista), terminando na 6ª colocação da série João Havelange.
Em 1963, apresenta-se como um adversário difícil de ser batido! E assim, classifica-se em 2º lugar do grupo.
Na segunda fase, novamente classifica-se em 2º, dessa vez para a fase final.
Na fase final, termina em um honroso 4º lugar.
Em 1964, termina em 3º lugar e não se classifica para a fase seguinte.
Em 1965, termina em 2º no seu grupo (apenas a AA Orlândia se classifica para a fase final). Em 1966 vence o seu grupo, na primeira fase.
Na segunda fase acabou desclassificado, ainda que tenha terminado em 3º lugar.
Em 1967 foi convidado a disputar o segundo nível do Campeonato Paulista, mas vai mal na competição, terminando a primeira fase em 6º lugar. Ao fim do campeonato, o Palmeiras FC abandona o profissionalismo, retornando apenas em 1971, ainda na segunda divisão, terminando em 4º e não se classificando para as fases finais.
Em 1972, novamente não disputa, mas mantém-se na segunda divisão de 1973 quando também não avança à fase seguinte. Em 1974, desiste da competição antes do seu início, retornando em 1975, quando classifica-se para a segunda fase, mas não chega à final.
Em 1976 faz uma má campanha e passa a jogar o terceiro nível do futebol paulista a partir de 1977. Em 1978, joga a Primeira Divisão Profissional (o equivalente à terceira divisão do Campeonato Paulista), classificando-se para a segunda fase.
Na segunda fase, consegue se impor frente a difíceis adversários e classifica-se para a terceira fase, quando é eliminado da final.
Em 1979, faz história! Classifica-se para a segunda fase com uma campanha um pouco irregular…
Mas na fase final, vence 11 dos 12 jogos e torna-se campeão da 3ª divisão!!!
O Facebook do amigo Manolinho Gonzales (grande pesquisador do futebol do interior paulista) apresenta uma incrível foto do time que garantiu o acesso à segunda divisão!
Na foto abaixo, o capitão Gaúcho Lima e o presidente Dr. Antenor José Bernardes recebem o troféu!
Aí a foto do time com a faixa de campeão:
Naquele ano, o Palmeiras F.C. enfrentou a Ponte Preta celebrando a transferência do atacante Mirandinha Newcastle para São João da Boa Vista.
Em 1980 volta à segunda divisão e faz uma campanha mediana, terminando em 6º lugar na primeira fase e em 3º na segunda fase. Em 1981, um campeonato longo viu um Palmeiras FC bastante maduro, terminando a 1ª etapa da 1ª fase em 2º lugar.
Na 2ª etapa da 1ª fase, termina em 5º lugar.
Na 2ª fase, termina um honroso 3º lugar.
Assim, classifica-se para a fase final, quando termina em último do seu grupo.
Em 82,83 e 84 consegue bons resultados mas o Palmeiras FC não chega na fase final. Em 1985 tem uma campanha mais fraca, terminando a fase inicial em 7º lugar. Em 1986 e 87, volta a apresentar bons resultados mas sem chegar à fase final. O time de 1988 acabou se tornando emblemático porque vários daqueles jogadores vieram para o Santo André no ano seguinte, casos de Luciano, Rizza, Chaléu, Preta e Rildo. Mas na prática o time foi mal e não passou da 1ª fase…
Em 1989, embora tenha sido eliminado na primeira fase da chamada “Divisão Especial”, disputou em 3 de setembro de 1989 um amistoso contra o Corinthians no Estádio Octávio da Silva Bastos (CIC).
Não disputa o paulista de 1990, mas em 91 mantém se na segunda divisão, terminando a primeira fase em 5º lugar. Em 92, uma campanha ruim, terminando na última posição de seu grupo. Em 93, novamente termina em último. Com a reorganização do campeonato paulista, o Palmeiras FC joga a 4ª divisão, mas o time perdera sua força e termina em penúltimo. Em 1995, joga a série B1B e termina em 6º lugar, licenciando-se do futebol. Volta para o último suspiro, na 5ª divisão de 98, quando abandona o profissionalismo até os dias atuais.
Com tanta história, ficamos animados de poder conhecer e registrar o Estádio Getúlio Vargas Filho!
Em meio à tradicional arquibancada, existe uma cabine de imprensa que homenageia o narrador Luis Roberto de Múcio, natural da cidade de São João da Boa Vista.
Quem será o atleta retratado na parede ao fundo da arquibancada?
O estádio conta com sistema de iluminação até os dias de hoje.
Um olhar mais de perto da arquibancada…
O estádio fica literalmente colado à estrada de ferro.
Olha aí o portão 2:
Aqui, dá pra ter uma ideia geral do estádio e do campo:
É um verdadeiro alçapão!
Dá pra sentir no ar uma certa nostalgia de dias em que milhares de torcedores ocupavam suas arquibancadas para vibrar com o Palmeiras local!
Até uma pequena arquibancada coberta existe ali do outro lado:
E claro, registro minha presença em mais um templo do futebol!
Alguns degraus de cimento em torno de um gramado… Tem algo mais simples e mais romântico?
Lá ao fundo, é onde passa a linha do trem.
Achou que faltava o nome do Estádio? Aí está ele!
Até ali atrás do gol existe um pequeno espaço para torcedores.
Agradeço a vizinha que permitiu fotografar o estádio de cima do seu quintal!
Encontrei essa linda camisa exposta em um bar local!
E assim como a ferrovia coloca tudo em movimento, sigamos em busca de novas aventuras!
São João da Boa Vista foi um dos lugares que nos incentivaram a registrar estádios, mas, quando começamos, nem sabia como fazer isso direito…
Por isso, em Abril de 2023, depois de me formar em História, voltamos à cidade para registrar com mais detalhes e metodologia, os estádios de São João da Boa Vista, que receberam jogos dos 3 times profissionais!
Segundo o livro Indígenas em São Paulo – Ontem e hoje, os povos originários que ocupavam a região eram do macro grupo Jê, conhecidos como “Tapuias”, e possivelmente Kaiapós, que acabaram expulsos ou assassinados pelos portugueses que chegavam à terra. A cidade surge em torno da Fazenda Boa Vista, onde vivia o Padre João Ramalho, e se expandiu no terreno doado por Antônio Machado.
A cidade nasceu de modo planejado com um projeto para o progresso de toda a região, explorando atividades agropecuárias e industriais. Curiosamente não há registros de quilombos ou terras indígenas, facilitando o agronegócio.
Em 2020, se confirmou a data de fundação da cidade como 24 de junho de 1824. É bacana saber que existem diversos livros sobre a história da cidade.
Em 1853, foi inaugurada a Igreja Matriz, com uma missa celebrada pelo Padre João Ramalho, que acabou morrendo no meio da celebração, marcando de forma emotiva a data!
Em 1880, São João é elevada a Município, compreendendo as vilas de Aguaí, Águas da Prata e Vargem Grande do Sul que, com o tempo, também se emanciparam. Em 1886, a estrada de ferro chega até a cidade, com a Companhia Mogiana, colaborando com a exportação de sua produção agrícola.
O rio Jaguari-Mirim corta a cidade e dá um clima bem gostoso à cidade!
Uma das praças, há uma homenagem dos alunos da UNIFAE em homenagem ao Cachorro Zé, mascote da Instituição.
Falando do futebol local, Luiz de Freitas, ex-jogador da Esportiva Sanjoanense, diz que o esporte chegou à cidade em 1904, com as primeiras partidas disputadas no campo do Largo da Estação, usando como bola, a bexiga de um boi!
Logo, um esportista mais “moderno”, Eudálio Camargo, de Mogi Mirim, trouxe uma bola oficial para substituir a “bola” usada até então. O primeiro clube de futebol de São João da Boa Vista foi o Sport Football Club Sanjoanense, fundado pela família Rehder.
Em 1907, entra em uso um novo campo: o da Av. Dona Gertrudes, ainda teríamos novos campos na praça Joaquim José e na Av João Osório. Em 1915, surge a Associação Atlética São João, jogando no campo da rua Santo Antônio.
A grande dificuldade da Associação Atlética São João era a falta de um campo oficial e pra resolver isso, Oscar de Andrade Nogueira, sugeriu fundar um novo clube, com a fusão entre a AA São João e o SFC Sanjoanense unindo a cidade em torno de um clube e da construção de um estádio. É aí que surge a Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 1º de julho de 1916.
A SE Sanjoanense nasce com a preocupação inicial de construir uma estrutura importante para os esportes, assim, nos primeiros anos, a Associação Atlética São João ainda jogaria com seu nome, e assim conquistaria o primeiro troféu da cidade: a Taça Tulé, vencida por 2×0 em cima do Paulistano (time de Arthur Friedenreich), em 1918!
A AA São João passa a fazer parte do novo clube que logo se filia à Associação Paulista de Esportes Atléticos fazendo sua estreia nas Campeonato do Interior de 1920 (as informações dessa competição vêm do livro “Os Esquecidos – Arquivo do futebol paulista“):
O time foi vice campeão, perdendo a final para o Corinthians Jundiaiense.
Em 1921, acaba desclassificada por inscrever jogadores irregulares, mas é também nesse ano que o campo da SE Sanjoanense é inaugurado com um amistoso contra o Palestra Itália. E veja a linda foto do estádio naquele dia:
Que lindo ver uma imagem de 102 anos atrás…
102 anos depois lá fomos nós conhecer e registrar a casa da Sociedade Esportiva Sanjoanense, que passa a ser chamada de “Esportiva“.
Atualmente, o estádio fica dentro do clube, que é uma verdadeira potência na cidade!
Existem duas entradas, uma lá pelos lados da ferrovia e outra a principal.
Vamos então conhecer o incrível estádio da Esportiva!
O nome escolhido (Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira) homenageia o idealizador do clube.
Existe ainda um espaço homenageando os campeões mundiais Mauro Ramos e Bellini, que fizeram parte do futebol local.
De todos os estádios registrados, eu diria que o Estádio da Sanjoanense é um dos que mais prestam homenagens à sua história!
Olha aí que lindo o placar!
Olhando ali do espaço em homenagem aos campeões mundiais, aqui está um registro, começando pelo meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
Mas pudemos andar pelo campo e registrar outras vistas.
Essa arquibancada fica no antigo espaço ocupado pela “torcida do barranco”.
Um pouco mais a frente, está registrada a frase imortalizada pelo ex presidente Christiano Osório de Oliveira para incentivar seus jogadores.
Ao fundo da arquibancada coberta está o ginásio do clube, com o desenho do tigre da mogiana estampado em sua parede.
E que linda, a arquibancada do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira!!
Fico contente de registrar um momento especial como esse. A presença em um estádio que já tem mais de 100 anos!!!
Do outro lado da arquibancada coberta, há um grande lance de arquibancada descoberta, que cobra toda a lateral do campo.
Quase na metade do campo, existe um distintivo na cobertura da saída dos vestiários!
Vale mais um rolê? Vale sim!!!
Lá do placar, essa é a vista que se tem do campo, da estrutura social ao fundo e da arquibancada no antigo barranco:
Esse é o gol da arquibancada do barranco:
Olhando da arquibancada descoberta, essa é a vista do meio campo, com vista da arquibancada coberta do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira:
Aqui, o gol da esquerda:
E o gol da direita:
O Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira tem capacidade oficial para 4.500 torcedores, mas é incrível como tem arquibancada pra todo lado que se olhar…
Olha ai a saída dos vestiários:
Lá do outro lado estão os bancos de reserva, junto à arquibancada coberta:
Ah, e lembra que eu disse que havia uma outra entrada junto à estrada de ferro, olha como os trilhos estão próximos do campo:
Antes de ir embora, uma passada no incrível Memorial Rubro Negro!
É ali que estão incríveis troféus e imagens não só ligadas ao futebol mas a outros esportes também.
Ah, se todos os times tivessem o mesmo cuidado com a preservação de sua história como a Sociedade Esportiva Sanjoanense…
Mas, voltemos ao passado para conhecer as histórias que tiveram o Estádio Dr. Oscar Andrade Nogueira como palco… No Campeonato do Interior de 1922, mais uma vez a SE Sanjoanense se classifica como líder da Zona Mogiana.
E no quadrangular final, termina como vice campeã do interior!
Segundo o livro “Esquecidos“, a SE Sanjoanense só voltaria a disputar a edição de 1927, e ainda sim desistiu da competição no segundo turno da 1a fase.
Depois disso, o time volta ao Campeonato de 1930, sem se classificar para a fase seguinte. Isso só ocorreria em sua próxima participação, em 1942, quando venceu a 7ª região, mas perde a 1ª eliminatória para o Pirassununguense.
O time segue na disputa do Campeonato amador, com destaque para 1944, 45, 46 e 47, quando sagra-se campeão da sua série. A fotona abaixo é do título da 2ª zona da 3ª região, de 1946:
Porém em 1947, o time decide alçar vôos mais altos e decide disputar a segunda divisão do futebol paulista, terminando em uma honrosa 5ª colocação.
A zaga desse time contava com o craque Mauro Ramos de Oliveira que acabaria vendido ao São Paulo:
Em 1948, desistiu da disputa antes do seu início. Em 1949, termina a 1a fase em 7º no eu grupo. Em 1950, tinha ninguém menos que Bellini (o primeiro em pé) no seu plantel:
Ainda assim, fecha a primeira fase em 3º, mas apenas os dois primeiros se classificavam para a fase final.
Em 1951, termina o grupo da Zona Leste em 2º lugar e classifica-se para o quadrangular semifinal, mas quem chega à final é o XV de Jaú e o Linense:
Em 1952, uma primeira campanha incrível! 14 jogos e apenas 2 derrotas, deixando pra traz o Bragantino, o Velo, a Inter entre outros times!
Na segunda fase, porém, um grande absurdo… Ao empatar por pontos com o Linense e o Paulista, houveram confrontos entre eles e o Linense acabou indo para a final (sagrando-se campeão contra a Ferroviária).
Vale reforçar que em 1952 aconteceu também a primeira partida de futebol feminino na cidade, no campo da Esportiva, frente à 5 mil torcedores.
Mas de 1952 a 1955, a SE Sanjoanense abandona o futebol profissional. Em 1956, volta à 2ª divisão e faz uma campanha bastante fraca.
Também vai mal em 1957 e 58, quando novamente desistiu das disputas profissionais.
E dessa vez, foram mais de 20 anos até voltar em 1982, agora na 3ª divisão.
Com o apoio da cidade, a Esportiva Sanjoanense classificou-se para a próxima fase!
Na segunda fase, empata em pontos, mas perde no saldo de gols a classificação
No segundo turno, também se classifica mas fica de fora da fase final.
Em 1983, faz uma boa campanha: 3º lugar no primeiro turno e 1º lugar no segundo turno, perdendo a decisão do grupo para o Itapira. Em 1984, classifica-se em 2º lugar…
Disputa a segunda fase e lidera o grupo, jogando até com a União Funilense, de Cosmópolis!
Infelizmente no triangular final, acabou ficando em último, sem vencer nenhum jogo 🙁
Na terceira divisão de 1985, nova primeira fase exemplar, terminando como líder!
Vem a segunda fase e … novamente classificado como líder!
Mas agora, foi a vez do Mauaense eliminar a Esportiva…
Em 1986, mais uma primeira fase quase perfeita na Terceira Divisão, terminando como líder do grupo verde. O time contava com Paulinho McLaren!
Porém, na segunda fase, acabou desclassificado…
O Campeonato Paulista de 1987 foi bastante esquisito… Jogando a Terceira Divisão, a SE Sanjoanense mais uma vez liderou a primeira fase…
A segunda fase era composta por 2 quadrangulares, o Palmital EC liderou um deles, e a Esportiva o outro. Por isso, muitos consideram o Palmital EC campeão da TerceiraDivisão enquanto para outros, o título é da Esportiva. O livro “125 anos de história – A enciclopédia do futebol paulista” cita a Esportiva Sanjoanense como campeã. Ambos obtiveram o direito de jogar a repescagem da segunda divisão do mesmo ano.
Porém, em 1988, volta a jogar o terceiro nível do Campeonato Paulista, denominado a partir de então com o “Segunda Divisão”.
Em algum momento de 1988, alguns torcedores estiveram no Estádio Oscar de Andrade Nogueira para torcer pela Esportiva no Campeonato Paulista, e não sabiam que aquela seria a última vez…” Será mesmo a última vez?
Há 3 meses estou devendo contar um pouco das minhas duas últimas viagens de 2008 (natal e fim de ano), então tomo vergonha na cara pra contar sobre o lado boleiro da nossa viagem natalina de 2008.
Tínhamos pouco tempo, já que queríamos passar a noite de natal (24/12) com a família da Mari, em Cosmópolis, e o almoço do dia 25 com a minha, em Santo André. Assim, decidimos fazer um rolê curto, pelo interior de São Paulo até o sul de MG, parando em São João da Boa Vista.
Foi lá que entrevistei o Paulinho Mclaren, se não viu a entrevista, veja abaixo um trecho ou assista inteira aqui.
Fomos conhecer a sede da Sociedade Esportiva Sanjoanense. Se eu conseguir a camisa deles, mais tarde faço um post sobre o clube que em 1947, enfrentou o Flamengo em um amistoso, onde o time carioca goleou por 6 x 1.
O campo possui um belo gramado, e é um apena a Esportiva ter se desligado do futebol profissional.
As primeiras partidas de futebol, ainda nos anos 20, eram praticadas no Largo da Liberdade, atual Praça Rui Barbosa, em frente à Estação Ferroviária. O primeiro clube de futebol foi o Sport Club Sanjoanense, jogando em campos ora na Avenida Dona Gertrudes, ora na Praça Joaquim José e Rua Martins Cintra (atual Avenida João Osório), este o último palco para a prática do esporte antes do desaparecimento precoce da agremiação.
A partir daí, algumas equipes a sucederam, entre elas a Associação Atlética São João, que daria origem à Sociedade Esportiva Sanjoanense.
Em 1921, a Sociedade Esportiva Sanjoanense ganhou o título de “Campeã da Mogiana”, durante as disputas do Campeonato do Interior, certame este em que ficou, na classificação geral, com a segunda colocação.
Surgiu então o slogan “Tigres da Mogiana”, idéia do jornalista Nage. No ano seguinte, o bicampeonato da região da Mogiana e o segundo vice-campeonato do Estado de São Paulo, motivos mais que suficientes para a agremiação obter reconhecimento e respeito entre os grandes times interioranos.
De São João da Boa Vista, fomos para Águas da Prata, pequena e bela cidade, onde a água fala mais alto que o futebol.
Após beber um monte de águas com sabores, cheiros, temperaturas e recomendações diferentes, e tomar banho em umas duas cachoeiras, segui para Poços de Caldas.
Antes mesmo de buscar um hotel, fomos conhecer o Ronaldão, estádio onde a Caldense se sagrou campeã mineira em 2002. Assim como a maioria dos estádios brasileiros, o Ronaldão está mal conservado, mas mantém todo seu charme e valor.
Nem bem deixei as coisas no hotel fui conhecer o clube da Caldense, que fica ali no centro da cidade. Muito bonito, e aparentemente bem gerido, o clube apresenta o mesmo problema da maior parte dos clubes que misturam o lado social com o futebol.
O pessoal do social parece não entender que existe um time, com admiradores que não são necessariamente sócios, mas que gostariam de ver uma sala de troféus ou ao menos comprar uma camisa.
Passei por um pequeno calvário, mas consegui. Se quiser saber mais sobre o time, leia o post que fiz sobre a camisa aqui.
Ao menos, na saída do clube, fui informado que a cidade possuia desde 2007 um novo time, o Vulcão (leia sobre a camisa aqui). E pude perceber que se a Cadense representa aquele amor tradicional as origens do futebol em Poços, o Vulcão apresenta o lado da novidade, da gestão mais popular, mais midiática, mais planejada. REsumindo, agora a cidade conta com um belo derby.
Ah, vale lembrar que o bicampeão Mundial Mauro Ramos de Oliveira é nascido em Poços de Caldas, e tem uma estátua na cidade (ok, foto de turista hehehe):
Bom, claro que não foi só de futebol meu passeio. Aproveitei o clima, subi montes, entrei em cachoeiras, comi doces, aproveitei a última sessão do cinema da cidade, transformado em igreja no dia seguinte (ainda postarei essa história aqui) e pude comprovar algumas das maravilhas que fazem de Poços uma cidade turística tão legal.
Bom, mas o natal se aproximava e era hora de começar a voltar. Corri para dar tempo de conhecer um pouco mais das cidades entre Poços de Caldas e Cosmópolis, e assim, fomos tomar café da manhã em Espírito Santo do Pinhal.
Aproveitamos pra conhecer os estádios da cidade, onde jogou o Ginásio Pinhalense de Esportes Atléticos, cuja camisa eu não tenho e estou a procura.
Os estádios são o Estádio Dr. Fernando Costa e o Estádio Municipal Prefeito José Costa que surpreende pela capacidade e porte.
Achei uma pequena trilha atrás do estádio que por um instante parecia levar a alguma maravilha da natureza, mas que pra nossa tristeza, acabou nos levando a uma oficina mecânica, graças às pedras da estrada que conseguiram quebrar nosso carro.
Traumatizados pelo incidente, decidimos dormir em Mogi Guaçú, cidade que nasceu às margens do rio que lhe empresta o nome. Aliás, nome indígena, Tupi Guarani, que significa “Rio Grande das Cobras”. O time da cidade é o Clube Atlético Guaçuano.
Fomos conhecer o Estádio Alexandre Augusto Camacho, o campo do Guaçuano, um estádio pequeno (capacidade de 5 mil pessoas) e que tem tudo pra se transformar em um alçapão se a torcida comparecer.
Rodando por algumas lojas de material esportivo, consegui uma camisa do time, que em breve publico aqui. Fiquei triste em saber que o time está passando por muitas dificuldades pra seguir no profissionalismo, infelizmente uma coisa comum aos clubes do interior.
Só pra não deixar passar, o que eu achei mais curioso na cidade foi o número de anúncios de fogos der artifício espalhados via faixas, cartazes, lambe-lambe e até outdoors.
O fim do passeio era iminente, e aceleramos para poder passarmos por Mogi Mirim, antes de comemorar o natal.
Afinal, eu já havia até ganhado uma camisa do Gabriel, lá em São João da Boa Vista, e precisava no mínimo tirar uma foto do papa. O belíssimo Estádio Papa João Paulo. E assim fizemos.
Já era quase noite do dia 23, e ainda conseguimos avistar o Estádio Municipal de Artur Nogueira, o Balneário Guilherme Carlini, mas já não haviam pilhas na máquina pra fotografá-lo. Faremos isso em breve.
Bom, daí, foi só curtir o Natal em Cosmópolis com a família da Mariana e seguir pra Santo André, almoçar com a minha família. Mas… o ano ainda não havia acabado e eu continuava de férias, o que pedia uma segunda aventura…