Em cada cidade há uma história viva que pulsa nas veias e na memória de seus habitantes. É notório que a formação da sociedade brasileira deixou um legado de dor e de muita injustiça que precisa ser sempre lembrado, principalmente pelo que foi feito com os povos originários e com os povos africanos. Mas, somos resultado dessa mistura, de toda essa dor e injustiça e de certa forma, o futebol carrega essa história consigo. Em Votuporanga, temos uma nova obra que conta, através de suas páginas um pouco de como o futebol se envolveu com a cidade.
O livro se chama “Associação Atlética Votuporanguense: a paixão de uma cidade“, e é uma obra que mergulha fundo na alma do futebol local e revela os segredos por trás da equipe que uniu uma comunidade, trazendo de volta momentos inesquecíveis como a conquista da 3ª Divisão de 1960.
O responsável pela obra é o Grupo Memorial Votuporanguense (GMV), fundado em 6 de março de 2021 com o objetivo de preservar e divulgar a memória do futebol de Votuporanga, incluindo o Memorial Franciso Santana (Fifi), que será o museu de imagem e som das equipes votuporanguenses, como a equipe de 1967, campeã sem vencer.
A leitura dessa obra é uma verdadeira celebração da comunidade, do esporte e da história!
Então se você ama futebol e gosta de saber as origens dessa cultura em uma cidade como Votuporanga, junte-se a esta jornada que atravessa décadas de glória, mostrando como um time de futebol pode transcender o campo e se tornar o verdadeiro símbolo de uma cidade, como o time campeão em 1978 da 2ª Divisão:
Quem tiver interesse em adquirir o livro, fale com o Augusto pelo WhatsApp: 041 99280‑1953
Sábado, 5 de agosto de 2023. Depois de curtir uma praia no Gonzaga, onde em 1982 (41 anos atrás !!!) Raul Seixas fez um showzaço (clique aqui e relembre!), subimos o morro da Nova Cintra até o bairro Jabaquara, também conhecido por “Caneleira” para mais uma partida pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
O nome Nova Cintra foi dado por Luís de Mattos, português que viu semelhança com a “Sintra“, portuguesa. O caminho para o Estádio Espanha é tranquilo e permite conhecer uma parte de Santos pouco divulgada, mas com seu charme, seja pela Paroquia de São João Batista, que alguns dizem ter sido construída ainda no século XIX…
Seja pela Lagoa da Saudade, que teria se formado na cratera de um vulcão e abrigado diversos jacarés…
Pelas características da natureza, é certo que antes da chegada dos portugueses, havia ocupação indígena para aproveitar a abundância de água e demais recursos. O nome Jabaquara seria uma versão aportuguesada de Yab’a’kwara, algo como “o buraquento”, por causa do antigo riozinho cheio de buracos que por ali passava. O bairro ficou mais conhecido por conta do famoso quilombo de mesmo nome: Jabaquara.
Até 1922, havia um elevador hidráulico, atendendo à população, quando um grave desastre veio dar fim a ele.
A ocupação portuguesa se deu ainda nos tempos de Martim Afonso de Souza, quando foi criado um núcleo agrícola no alto do morro. O bairro se desenvolve e assim como na cidade surgem os canais. Aliás, bem em frente ao canal da Av. Francisco Ferreira Canto está o Estádio Espanha!
E ali já teve muita história rolando… Olha essa foto linda do Jabaquara de 1966:
O Estádio Espanha foi inaugurado em 7 de setembro de 1971, e 52 anos depois, lá vamos nós pra uma partida da Segunda Divisão!
Pelo adesivo que vi em um dos carros, sabia que ia encontrar uma das figurinhas carimbadas do Jabaquara, o sr. Hilário Garcia Carvalho, também conhecido como “Jabuca“.
E olha quem estava ali na entrada, ele mesmo, o maior torcedor do Jabaquara!
Antes de entrar, fiz questão de dar uma passada pela parte social do clube, para registrar a estátua em homenagem ao maior ídolo da história do Jabaquara, Gylmar do Santos Neves. Gylmar faleceu em agosto de 2013 e jogou pelo Jabaquara entre 1945 e 1951. Aqui, a foto da inauguração, em 2015:
E aqui, a estátua no dia do jogo:
Vale recordar, que em 1924, o clube tinha sua sede no bairro do Macuco, e mandava seus jogos no Estádio Antonio Alonso:
Ingressos em mãos, vamos lá!
Bandeiras hasteadas, e tudo pronto! O Estádio está lindo!
Até camisas do time estão disponíveis para a venda por R$ 75.
Os times entram em campo pressionados pois nenhum deles venceu nas duas primeiras rodadas da terceira fase.
Assim, é com certo nervosismo que a partida começa no tradicional “Estádio Espanha” neste embate válido pela 3ª fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2023.
O Estádio Espanha tem capacidade para mais de 8 mil torcedores.
Existem arquibancadas nos 4 lados do campo, mas o público se concentra mesmo na arquibancada que fica junto à entrada do Estádio, principalmente porque nos jogos a tarde é onde fica a parte da sombra. E é aqui que ficamos!
Conforme a tarde foi caindo toda a bancada estava à sombra!
Do outro lado, mais uma grande arquibancada, que permanece vazia pelo baixo público, mas que está pronta para a volta dos dias de glória do Jabuca!
Este é o gol da direita, onde também se encontra uma arquibancada e que normalmente é disponibilizada aos visitantes.
Atrás do gol da esquerda é o espaço onde se coloca o pessoal das Organizadas do Jabaquara: a Fúria Rubro Amarela e a Torcida Jovem!
Ali está a faixa da Fúria Rubro Amarela:
Poder acompanhar um time como o Jabaquara Atlético Clube é uma verdadeira honra. Fico pensando até quando um time que representa um outro tempo e que não faz parte do grupo dos “gigantes” se manterá fazendo história…
O clube foi fundado em 15 de novembro de 1914 e conseguiu ultrapassar seu centenário mantendo ao seu redor uma legião de torcedores do bairro!
Mas a bola está rolando e é hora de dividir um pouco do clima de jogo no Estádio Espanha:
O gol impedido logo cedo aumentou a vontade de ganhar do time…
… e dos torcedores locais também!
Ainda que muitas das jogadas fossem de bolas paradas ou mesmo chutões desperdiçados ao acaso…
O CA Penapolense também levava perigo….
Mas o jogo não se limita ao campo, dê uma olhada nas arquibancadas e curta o espírito do futebol em Caneleira!
O Jabaquara aperta e faz da entrega a sua maior arma!
E de tanto apertar, em um ataque aos 35 minutos, Gabriel Patrez marcou o gol do Jabaquara para alegria de sua torcida!
Em meio às emoções, o primeiro tempo vai terminando…
Hora de curtir um pouco o Estádio e registrar a torcida que compareceu pra apoiar o Jabuca!
São poucos os times brasileiros que adotaram as cores vermelho e amarelo em seus uniformes, lembro-me apenas do Atlético Sorocaba, existiu algum outro?
De qualquer forma, é uma combinação bem chamativa nas bancadas!
O bar local teve trabalho dobrado, já que mesmo à sombra, o dia estava quente!
Bacana ver uma molecada presente na arquibancada. Quem sabe não darão sequência a essa história toda?
Aproveito o intervalo pra lembrar o início do time, ligado a um grupo de jornaleiros espanhóis que reuniam-se no bairro do Jabaquara para praticar o futebol. Conta-se que foi um senhor negro, ex-escravizado foi quem propôs o nome e assim fez nascer o Hespanha Foot Ball Club.
O Hespanha FC estreou em competições profissionais no Campeonato Paulista de 1927, organizado pela LAF (Liga dos Amadores de Futebol), e saiu com o vice-campeonato do que equivalia à segunda divisão daquele ano.
Em 1929, seria o 3º colocado, depois disputaria o Campeonato da APEA de 1933 (novamente vice campeão) e 1935 (4º lugar), o da LPF de 1936 (7º lugar) e os campeonatos organizados pela Liga da LFESP de 1938 a 1940. Em 1941, foi um dos clubes fundadores da Federação Paulista de Futebol (FPF), e em 1942, após terminar em último lugar no campeonato, mudou seu nome de Hespanha para Jabaquara por conta da 2ª Guerra Mundial. Já nos anos seguintes, campanhas fracas, com o time terminando sempre nas últimas colocações. Nessa época, mandava suas partidas no Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista. Aqui, o time de 1945:
Em 1952, termina em penúltimo e é rebaixado junto do Radium de Mococa para a segunda divisão. Retorna em 1955 e permanece até 1963, quando uma goleada para o Santos por 5×3 decreta novo rebaixamento. Nunca mais o Leão da Caneleira teve forças para retornar à elite. Em 1960, se estabeleceu em Caneleira, com seu Estádio Espanha. Em 1968 licencia-se do Campeonato. Em 1977, passa a disputar a “Segunda Divisão” (que equivalia ao quarto nível) até 1979. Em 1980 e 1982 joga a segunda divisão, com passagem pela 3ª em 1981, de 83 a 93. Em 1987, chegou à fase final, perdendo o acesso pra Sanjoanense, mas em 1993 sagrou-se campeão, com grande campanha!
O time acabou entrando na nova organização do futebol paulista e passou a jogar a série B1-A (o quarto nível). Entre altos e baixos, em 2002, novo título, dessa vez da série B3 do Campeonato Paulista. Confira matéria do Curioso do Futebol!
Bom, mas é hora de voltar para o segundo tempo porque lá vem o time do CA Penapolense, treinado por Oscar Souza, prometendo “botar fogo no jogo”.
O CA Penapolense voltou para o segundo tempo melhor arrumado e buscando o gol a todo instante!
O Jabaquara seguia tentando na bola parada…
Olha aí o estádio…
Um céu azul lindo, a natureza ao fundo…. e o Jabuca lutando para seguir existindo e quem sabe até voltar à Terceira Divisão…
O jogo entrava no tudo ou nada e o CA Penapolense se lançava ao ataque loucamente, abrindo espaços para o contra ataque. O time do Jabaquara perdeu a chance de matar o jogo dessa forma…
Esqueça as dores na canela, o jogo vale a vida para o Jabaquara!
Já nos acréscimos (o juiz deu 7 minutos) o CAP chegou ao empate para a alegria do narrador de Penápolis que foi o único a segurar o grito de gol por longos segundos…
Um triste golpe para a fiel torcida do time local…
Fim de jogo, o empate mantém um fio de esperança para ambas as equipes, mas de verdade, foi um placar ruim para os dois times. Veja como ficou a tabela de classificação do grupo (peguei lá do Futebol Interior):
E se alguém achou injusto o resultado, a revanche já tem data: no próximo sábado as duas equipes se enfrentam novamente no. “returno” desta fase, mas dessa vez no Estádio Tenente Carriço, em Penápolis.
Sábado, 18 de março de 2023. 11 horas de uma manhã de céu azul e sol brilhando forte. Sendo assim, vamos à praia! Mais especificamente a Santos! Mas ao invés de curtir o mar, fomos acompanhar a primeira partida das quartas de final da série A2 do Campeonato Paulista de 2023, entre a Portuguesa Santista e o XV de Piracicaba!
Contamos com a já tradicional companhia do amigo Gó!
Pegamos um pouco de trânsito na Anchieta e chegamos com o jogo começando, mas sente a energia logo no primeiro lance que pudemos ver ao entrar:
Ficamos um pouco ali, atrás do gol defendido no primeiro tempo pelo goleiro do XV de Piracicaba…
E dava pra ver que todos os setores do estádio estavam com boa lotação!
A torcida “Força Rubro Verde” estava na arquibancada atrás do outro gol.
Se liga na festa que os caras fizeram:
As arquibancadas cobertas pareciam repletas! E também havia um bom número de torcedores na lateral, acompanhando o jogo de pé, com o time!
A torcida do XV de Piracicaba também se fez presente, lotando o espaço destinado aos visitantes!
E a festa visitante aumentou quando aos 25, Lucas Xavier abriu o placar para o XV de Piracicaba!
E se a festa acontecia em Piracicaba, a turma local não ficou nada contente com o gol sofrido…
Mas a preocupação durou pouco, 3 minutos depois, Danilo Pereira deixou tudo igual e viu tremoços serem lançados aos céus!
Na sequência do jogo, a torcida da Briosa pediu penalti em um lance esquisito dentro da área, mas o árbitro Luiz Flávio de Oliveira nada marcou, causando a irritação do estádio…
Mas, quando parecia que o time local ia conseguir a virada, aos 32, Samuel Andrade, num bonito chute, fez 2×1 para o XV de Piracicaba, e incendiou a torcida visitante mais uma vez!
A bronca voltou a acompanhar a torcida local, afinal… Em 2 lances de ataque, o XV marcara seus dois gols… Era mesmo uma manhã inspirada dos visitantes…
Com pouco mais de 30 minutos, o jogo estava a 200 por hora, com as duas torcidas cantando sem parar!
E o jogo daquele jeito! Corrido e disputado a cada palmo!
Mas o Nhô Quim queria ir pro segundo tempo com o placar resolvido e após cruzamento chegou ao terceiro gol, com um forte cabeceio de Ian Carlos. Só que dessa vez, Luiz Flávio de Oliveira fez a alegria local ao anular o gol por impedimento.
Fomos dar um rolê pelo estádio e deu pra ver o quanto a torcida da Portuguesa Santista gosta do seu time!
Pudemos ver também as diversas iniciativas da diretoria para incentivar esse amor, a começar pela Cachopinha, a mascote da Briosa que acompanha o jogo da arquibancada com a torcida.
Durante o intervalo, os bares tornaram-se ponto de encontro de amigos e de diferentes gerações de torcedores da Briosa!
A pipoca da Eunice e os tremoços também fizeram a alegria do pessoal que já sentia a proximidade do almoço mexer com o estômago!
Fiquei triste ao constatar a falta de um personagem tradicional das bancadas da briosa, o Zé do Amendoim. Fui pesquisar e encontrei o vídeo abaixo que informou que ele faleceu em 2022… Que triste… Nossos sentimentos a essa figura tão conectada ao time da Portuguesa Santista.
E a loja do time (www.briosamania.com.br) também faturou com camisas, bonés e demais adereços…
Até um simpático cachorro apareceu nesse meio tempo…
Mas voltemos ao jogo! Começa o segundo tempo e o XV parece determinado a terminar com o jogo! Anderson Cavalo faz o terceiro gol. Mas por que a torcida do XV está reclamando? É que mais uma vez ele foi anulado…
E as torcidas fazem seu papel… Apoiam o tempo todo!
Deu pra registrar o bandeirão da Força Rubro Verde:
Quando nada mais parecia me surpreender percebo que à nossa frente está nada mais nada menos que Guilherme Garré, ex jogador do Ramalhão, muito querido entre nossa torcida.
Como ele foi apresentado essa semana, pensávamos que ele nem ia entrar, mas o técnico Sérgio Guedes colocou o eterno talismã do Ramalhão pra jogar e até que ele foi muito bem comandando o meio campo.
Foi dos pés de Garré a melhor chance do time no segundo tempo, com um lançamento para a área que chegou aos pés do lateral Lucas que mandou rasteira para a área. O goleiro do XV não conseguiu afastar a bola que encontrou os pés do atacante, acho que foi o Caio Mancha, que acabou perdendo o gol… Assim, o tempo passou rápido para a torcida local, mesmo com os mais de 3.500 torcedores da briosa fazendo das tripas coração para incentivar, apoiar e acreditar… Infelizmente o gol de empate não apareceu…
Já nos minutos finais, Matheus Melo do XV entrou por traz e levou cartão vermelho… Ainda havia esperança nas arquibancadas rubro verdes da briosa!
O jogo entra nos acréscimos, e mesmo os vários escanteios para a Portuguesa Santista não ajudam a mudar o placar para a decepção do torcedor…
Sempre gosto de reforçar a importância do futebol na memória coletiva das cidades, das pessoas e, claro, na minha também! Fico muito contente de ter presenciado e participado desse momento, por mais que não tenha sido o que a torcida local esperava…
O juiz apita o fim da partida para a imediata festa dos jogadores e torcedores visitantes…
Enfim, mais um dia pra ficar na memória… Um jogão, uma bela festa das torcidas, um estádio lindo com toda a emoção que se pode esperar de uma partida mata-mata!
Imagine entrar em um ambiente e apenas olhando ao redor recordar inúmeros momentos que o seu time viveu… E se esse lugar fosse dentro da sua própria casa? Impossível?? Se for, avise o Joel, porque ele comprou essa ideia e criou o “Museu do Ramalhão“.
São fotos, bandeiras, camisas, miniaturas e vários objetos criados especialmente para esse ambiente (que tem até uma iluminaç˜ão especial em azul) para deixar qualquer torcedor do EC Santo André com lágrimas nos olhos…
Aproveitei a visita ao Museu do Ramalhão para estrear um novo formato envolvendo o As Mil Camisas: um podcast (inicialmente apenas em vídeo) para poder ir um pouco mais a fundo nos nossos registros sobre o futebol. Então, com vocês… Aí está o primeiro episódio:
Domingo, 17 de fevereiro de 2013. Lá vamos nós pela tradicional estrada vicinal que liga Arthur Nogueira a Mogi Mirim.
Na verdade, nosso destino seria a próxima cidade, Mogi Guaçú.
Depois de mais de um ano vendo fechado o Estádio do meu time, o Santo André, eis que fomos até Mogi Guaçu levar nossos “pés quentes” para o Guaçuano, que não havia conquistado um ponto sequer na A3-2013 e o que encontramos????
Mais um Estádio com portões fechados…
Não, não fomos em um dia ou horário errado, como já fizemos, nem se tratava de mais um wo… O time da casa esta em campo, frente ao seu adversário. Então, o que havia de errado no jogo do Guaçuano?
Uma volta no entorno do estádio e eis que encontramos um torcedor para nos explicar o que estava acontecendo. A Federação Paulista exige uma capacidade mínima dos estádios, em cada divisão e o Guaçuano, retirou algumas arquibancadas tubulares, ficando com capacidade menor do que a permitida…
Ou seja… Estádio FECHADO!!!! Time em campo e torcedor na rua…
A Mari até que procurou algum lugar para assistir ao jogo, mas tava difícil…
Já estávamos perdendo as esperanças quando nos convidaram para conhecer as piscinas do clube, e lá no cantinho da arquibancada das piscinas estavam… Os torcedores do Guaçuano!
Mostrando que não dá pra separar o amor do torcedor do seu time.
Espremida num canto, deixada de lado, pela Federação e pelo poder público da cidade, que acabou não apoiando o clube nessa empreitada, ali estava a brava torcida do Guaçuano, mostrando que mesmo com 0 pontos, sem poder entrar no estádio mantém seu amor ao time.
Até que a vista estava muito boa, dava pra ver o jogo bem de perto!
E não é que demos sorte ao time? O Guaçuano venceu por 1×0 e ainda teve muitas oportunidades de aumentar o placar!
Enquanto isso, as arquibancadas seguiam vazias… Se bem que haviam uns diretores lá…
Bandeiras hasteadas, mas deveriam estar a meio mastro, pela ausência do principal elemento do jogo: a torcida.
O time do Guaçuano nem parecia o lanterna da A3. Pressionava o Barretos lembrando a boa fase dos anos anteriores.
Voltando ao “setor especial”que a torcida ocupava, vale citar a “geral da piscina”:
É muito difícil manter um time em uma cidade do interior. Mais difícil ainda quando não se pode ter a cidade ao seu lado. E as pessoas de Mogi Guaçu gostam do time, mas desse jeito… Fica difícil!
Enfim, mais uma vez nos orgulhamos em ter presenciado a luta de uma torcida para apoiar o time da cidade…
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
E lá fomos nós, de volta a Cosmópolis, com a motorista da vez….
“Só um minuto, por favor.”
Enquanto aguardava, começei a olhar aquele galpão, estoque da livraria.
“Posso dar uma olhada nesse?” Apontei o livro ” O poder das barricadas“.
“Pode sim. Você é jornalista?” perguntou o atendente.
“Hmmm não, eu sou… Eu escrevo sobre futebol… Na internet…” (resisti a dizer “blogueiro”, talvez por medo de perder meu livro cortesia de imprensa).
“Pô, eu também já fui blogueiro (como ele adivinhou??) Escreve um post sobre mim, então…”
“Por que eu devo escrever?”
“Porque eu quero mudar de time e ninguém deixa. Olha que sacanagem, o cara pode mudar de emprego, de casa, de mulher, até de sexo, mas não deixam ele mudar de time… “
Fazia sentido… Pego o celular e ligo pro Mandz:
“Mandz, tem uma coisa aqui acontecendo que tem a cara dos seus textos.” falo rápido pra poupar meus créditos bônus que a Vivo me dá de tempos em tempos pra ver se eu ainda estou vivo (sacou o trocadilho? Vivo, vivo??).
“ALÔ?? MAU, EU IA TE FALAR UMA COISA MAS ESQUECI… AH, JÁ CONTEI QUE ENCONTREI O RICHARLYSSON NO SHOPPING? ” responde o Mandz com a paciência de quem recebe a ligação e espera que ela dure o suficiente pra gerar créditos bônus.
“Caramba Mandz, ouve o que eu tenho pra falar, tem um cara aqui, com uns 26 anos dizendo que quer mudar de time, mas que não muda pela repressão que teme sofrer”.
“LEGAL”.
Odeio quando ele não se empolga com uma coisa loca.
“Pô, mas um palmerense virar corinthiano é foda hein??” diz um segundo atendente que tava pegando meu livro.
“Mandz, ele é palmerense e quer virar coritnthiano”…
“HE HE. LEGAL.”
“Bom, vou pegar o contato dele e depois você troca uma idéia com o cara, beleza? Aí posta no www.manihot.wordpress.com e me passa pra eu por no meu blog também”
“TÁ. EU TIREI UMA FOTO COM O RICHARLYSSON, DAQUI HÁ POUCO EU VOU POSTAR PRA VER A POLÊMICA”
Desligo o telefone, digo ao atendente que aceito postar sobre ele, e que provavelmente o Mandioca vai ligar pra conversar com ele pra postar também.
Concordo com ele sobre a ditadura dos times, principalmente dos times grandes. Digo que sou andreense, e que passei por isso.
Pego meu livro (é prum post em breve relacionando a vida do Adoniran Barbosa ao futebol), a chuva começa a cair.
O atendente fica contente e anota o telefone num papel amassado. Rasgo ele no meio e marco o endereço do blog.
Eu também fiquei contente.
O outro achou engraçado aquele papo, meio maluco, no meio de uma tarde comum.
O Mandz devia estar no meio de algum texto dele, mas acredito que no fundo ele também se empolgou.
Assim, começa fevereiro.
Ah, ontem consegui 4 camisas novas (Paulínia, Santa Cruz, Chapecoense e um time do Oriente médio). To com uma mega fila pra postar.
Abraços, até sexta eu posto uma camisa nova.]]>