Nosso rolê pela parte leste do estado de São Paulo, não podia deixar de passar por Taubaté. Mas dessa vez, a idéia não era visitar o Estádio Joaquim de Morais Filho, como já fizemos tantas vezes (relembre aqui a incrível conquista da série A2 de 2015)…
A ideia era registrar um outro estádio, que também tem grande importância no futebol local. Ficamos no Hotel Baobá, mesmo local de 2015, quando encontramos ali hospedados o time do Votuporanguense e acabamos acordados no meio da madrugada pelos fogos da torcida local (não quer mesmo clicar aqui e relembrar a história?).
Antes de seguirmos para o nosso objetivo, um pulinho sempre bom, para relembrar a estação ferroviária, que além de histórica é linda!
E um outro ponto essencial para entendermos o time de hoje, o antigo prédio da Companhia Taubaté Industrial (CTI):
A Companhia Taubaté Industrial (CTI) nasceu ainda no século XIX (fundada em 4 de maio de 1891 por Félix Guisard, prefeito de Taubaté) e foi precursora do desenvolvimento industrial do Vale do Paraíba e uma das maiores tecelagens da América Latina, produzindo camisas e meias.
Embora a CTI tenha fechado suas portas, deixou de presente para a cidade um marco arquitetônica incrível conhecido como “Edifício Félix Guisard”, uma torre com 12 andares e um relógio no topo, que se tornou símbolo da cidade.
Veja que linda foto da torre, disponibilizada na web pelo Jornal O Vale:
A indústria funcionou de janeiro de 1893 (na época com 170 funcionários) até 1983 e seu prédio abriga hoje o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Unitau. A torre do relógio foi tombada pelo Condephaat.
A Fábrica fez tanto sucesso junto à população local que conseguiu montar um time de futebol, o Clube Atlético Ceteiense (distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol):
Vale lembrar que outro time da região que existiu graças à indústria do Tecidos foi o Teci Guará (veja aqui nossa visita ao seu estádio).
Outra prova de quão importante foi a produção de tecidos em Taubaté, basta assistir a cena abaixo:
A torcida do Taubaté tem até uma faixa lembrando dessa homenagem:
O CA Ceteiense foi fundado em 4 de maio de 1941, por funcionários da indústria, como forma de lazer. Na época, seu nome era Clube Náutico C.T.I. e depois, CTI Clube.
O time conquistou o primeiro Campeonato da Liga Municipal de Futebol de Taubaté, em 1945 (iria demorar mais 10 anos pra conquistá-lo novamente).
Mas o CA Ceteiense entrou pra história do futebol profissional ao disputar o equivalente à série A2 de 1952:
Depois disputou a competição equivalente à série A3 de 1954. Encontrei poucas informações sobre essa competição, mas aparentemente o CA Ceteiense disputou a primeira fase na Série F:
Pesquisando no arquivo da Folha de São Paulo, o time se classificou para uma segunda etapa, jogando o Segundo grupo.
Lá, encontrei até o resultado de um dos jogos contra o time do Rigeza FC:
Aparentemente sua participação terminou nessa fase. E depois dessas duas aventuras, o CA Ceteiense nunca mais retornou ao profissionalismo. Pra piorar, em 1983, a fábrica fechou suas portas e o Ceteiense encerrou sua história.
Assim, nossa missão foi registrar o Estádio Municipal Félix Guisard, a casa do CA Ceteiense.
Ele ocupa todo um quarteirão e fica bem perto do Estádio Joaquinzão:
Até uma pequena bilheteria ele ainda preserva:
O Estádio Municipal Félix Guisard foi inaugurado em 4 de dezembro de 1943 (num amistoso entre o time da Fábrica Nova 4×2 Fábrica Velha) e fica numa área bem bacana, cheia de árvores.
O Estádio atualmente serve de base para a equipe feminina do EC Taubaté, além de oferecer uma série de equipamentos para a prática do atletismo.
Suas arquibancadas de cimento possibilitam a presença de pouco mais de 3 mil torcedores.
O terreno pertencia à própria CTI, o que facilitou bastante. O projeto foi elaborado por Ícaro de Castro Mello, o mesmo que projetou o Ginásio do Ibirapuera.
Vamos dar uma olhada:
Olhando da arquibancada, ali ao fundo temos o gol da esquerda:
O gol da direita, com novos empreendimentos imobiliários já se fazendo crescer no horizonte e prometendo valorizar a área nos próximos anos…
E o meio campo:
O fim da fábrica e do time, culminou obviamente com grande preocupação em relação ao estádio e demais equipamentos esportivos ali presentes. A solução foi incorporá-lo ao patrimônio público de Taubaté, sob responsabilidade da Prefeitura.
Atualmente, além de sede das meninas do EC Taubaté, recebe jogos do futebol amador da cidade. Mais um lindo registro de um estádio utilizado no futebol profissional!
Não podemos esquecer que a cidade de Taubaté teve ainda um outro time profissional, o Corinthians Futebol Clube do Vale do Paraíba, fundado em 10 de Agosto de 1998
Mas, como o amigo Bruno lembrou, o Corinthians FC era uma verdadeira salada: distintivo do “Vale do Paraíba”, chamado de “Corinthians Taubaté”, tinha sede em Tremembé, e mandava seus jogos na cidade vizinha: Caçapava, Estádio municipal Satiro de Oliveira (fotos da fan page “Fotos Antigas Caçapava”):
Seja como for, o time entrou pra história ao jogar o profissional, disputand o quinto nível do Campeonato Paulista em 1999 (a série B1B), com uma campanha bem interessante, pena que perdeu o gás no final do segundo turno (como e pode ver abaixo graças aos dados levantados pelo RSSSF Brasil):
Jogou ainda em 2000, quando a divisão muda de nome para série B2 e reúne 40 times para a disputa. Segundo o site RSSS Brasil, a campanha do Corinthians Taubaté naquele ano foi assim:
Asim, o Corinthians Taubaté terminou em 4º lugar, classificando-se para o mata-mata.
Em 2000, ainda representou Caçapava como equipe da cidade na Copa São Paulo de Futebol Jr, não se classificando para a segunda fase, vencendo apenas a equipe do Lagartense por 2×1.
Porém, no mata mata pegou a forte equipe do Guaratinguetá e empatou o primeiro jogo em casa e perdeu de 3×0 o segundo, eliminando-se da competição e licenciando-se do futebol.
Algumas pessoas ligadas ao esporte local, disseram que o Corinthians FC chegou a usar um outro estádio em Taubaté para treinos, o Estádio da Associação Desportiva Classista daFord, e fomos até lá, conferir:
Infelizmente, como tantos estádios e clubes relacionados à indústrias, o campo da ADC Ford não sobreviveu aos tempos atuais, e foi vendido para a iniciativa privada para a futura construção de um condomínio de prédios.
Mas, em outubro de 2020, o campo ainda estava por lá. Ainda que com uma cerca literalmente dividindo o estádio no meio campo.
Dê uma olhada:
Sua arquibancada embora quase sumindo em meio à vegetação, segue por lá também.
Ao redor e ao fundo do campo.
Do outro lado, ainda estamos falando de uma área rural.
A área do que foram os vestiários já foram demolidas, restando apenas escombros…
Triste fim de uma era, mas que faz parte do tipo de vida que escolhemos como sociedade em tempos atuais.
Antes de irmos embora, uma rápida olhada na pela fachada do Estádio Luiz Bento do Couto.
O Estádio é a casa da União Operária Futebol Clube, mais uma vez o Site História do Futebol trouxe o distintivo do clube:
O União Operária Futebol Clube foi fundado em 1 de março de 1933, e é um grande campeão do campeonato municipal de Taubaté.
Pra terminar, algumas imagens do Estádio Joaquim de Morais Filho, pra torcida do Taubaté não reclamar…. Elas são do jogo de 2016 entre o Santo André x Taubaté, num feriado de páscoa, quando o Burro ganhou da gente de 2×0 🙁
Um ano em que o Taubaté fez uma excelente campanha, sendo eliminado nas quartas de final.
Pra quem não conhece, recomendo uma visita ao Estádio Joaquim de Morais Filho, carinhosamente chamado de Joaquinzão, um estádio com capacidade atual para quase 10 mil torcedores.
Vale lembrar que antes do Joaquinzão, o EC Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque“. Vale uma olhada na linda foto disponível na Fanpage Taubaté – SP (foto Rezende Taubaté):
Para a construção do Joaquinzão houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos e um grande empenho de toda a cidade. Em 14 de janeiro de 1968, o estádio foi inaugurado, com o amistoso São Paulo FC 2×1 EC Taubaté.
O recorde de público do estádio aconteceu em 1980 no jogo contra o Corinthians: 21.272 torcedores pagantes. Além das arquibancadas, o estádio também possui uma parte coberta.
Recentemente o estádio teve problemas por conta da chuva, que fez uma parte do estádio ser destruída, mas pelo que vi no portal do Globoesporte, as obras já foram feitas pra recuperá-lo.
Quando estivemos por lá, em 2016, ocupamos o agradável setor dos visitantes, com direito a uma aprazível sombra.
Ah, esse é o portão de visitantes do Estádio:
Existe uma relação de respeito e até amizade entre as torcidas organizadas…
E também entre as pessoas, fica aí nosso abraço pro Ronaldo e pra Talita!
E um abraço a todos que ainda amam o futebol em Taubaté e mantém viva a chama !!
Mais um final de semana de aventuras no mundo do futebol. Dessa vez, pegamos a Ayrton Senna / Dutra e fomos até Taubaté.
Nossa missão: acompanhar a final da série A3, entre o time local e o Votuporanguense, no tradicionalíssimo Estádio Joaquim de Morais Filho, o “Joaquinzão”.
Mesmo tendo perdido o primeiro jogo, em Votuporanga por 3×0, alguns amigos da torcida local disseram que a cidade estava confiante na reversão desse placar. Eu e a Mari acreditamos e pra poder aproveitar o rolê, fomos um dia antes pra Taubaté, pra sentir o clima da final.
Ainda no sábado, demos um pulo no Joaquinzão para comprar nossos ingressos!
O time tinha acabado de treinar e deu pra bater um papo com alguns jogadores. Encontramos também diversos torcedores do Taubaté que foram até lá pra apoiar o time, ou mesmo pra pegar autógrafos do time que poderia entrar pra história!
Vale lembrar alguns dados do Estádio Joaquinzão: atualmente sua capacidade é de 9.600 torcedores, diferente dos mais de 20 mil lugares disponibilizados desde sua fundação, em 1967.
Antes dele, o Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque”. E para a construção do novo campo, em 1958 houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos. A partida de estreia foi contra o São Paulo que venceu o time local por 2 a 1.
Atualmente,o time do Taubaté vem superando as dificuldades e se posicionando cada vez mais como o time da cidade, lutando contra a massificação dos jovens que cada dia mais se deixam levar pela mídia e notoriedade dos times da capital.
O recorde de público do estádio aconteceu no jogo contra o Corinthians, em 11 de junho de 1980: 21.272 torcedores, e embora a realidade atual seja diferente, o público esperado para o jogo é um dos maiores dos últimos anos.
Mas… Antes do jogo, fizemos o tradicional rolê pela cidade, conhecendo um pouco dos lugares tradicionais da cidade, de restaurante até a antiga estação de trem, sem deixar de conhecer a Feira da barganha, em frente o Mercado Municipal, nos domingos pela manhã (deu pra ir antes do jogo)…
A boa surpresa foi que ficamos no mesmo hotel que o time do Votuporanguense, o que nos permitiu vivenciar um pouco da sensação de disputar uma final, quase como parte do grupo.
Além disso, tivemos a sorte de conhecer o Émerson, que coordena o VotuNews, portal muito bacana que leva à Internet as informações sobre a cidade de Votuporanga, em especial o esporte.
O time do Votuporanguense chegou confiante graças ao placar elástico no jogo de ida, mas em momento algum, percebemos qualquer sentimento de “já ganhou”. Ao contrário, sabiam da dificuldade que seria enfrentar o Taubaté no Joaquinzão.
Eu e a Mari demos uma volta pela região e após muitas atividades, o sábado foi chegando ao fim.
Chegamos ao hotel, prontos pra descansar pro dia seguinte. Por volta das 23hs quando começamos a pegar no sono… Uma surpresinha… Um barulho ensurdecedor praticamente na nossa janela do hotel…
Na mesma hora, percebemos como seria aquela noite. E assim foi até as 6 horas da manhã. De hora em hora os rojões despertavam aqueles que tentavam dormir e têm o sono mais leve.
No dia seguinte, levantamos cedo, pra aproveitar o momento do café da manhã com os atletas do Votuporanguense e não se ouvia outra coisa entre eles, e também entre os demais hóspedes do hotel: a noite do sábado fora um “mini Iraque”. Aparentemente os jogadores levaram numa boa, mas alguns hóspedes estavam mesmo bravos com todo o barulho gerado pela torcida do Taubaté.
Confesso que achei engraçada aquela situação, afinal, em tempos de “futebol moderno” onde qualquer coisa é considerada radicalismo, o pessoal de Taubaté soube aproveitar uma oportunidade, sem ofender ou agredir ninguém.
Saímos cedo pra conhecer a feira da barganha e quando voltamos estranhamos a presença do ônibus dos jogadores ainda no hotel. Ficamos sabendo que além dos rojões, a torcida local furou (ou murchou) alguns pneus do ônibus, atrasando a saída do time e obrigando o Votuporanguense a utilizar o ônibus dos torcedores para levar os atletas ao estádio.
É mole???
Pra quem acha que as boas histórias do futebol morreram, aí está mais uma que pode acompanhar os torcedores por alguns anos.
Bom, mas vamos ao jogo, que é pra isso que estivemos em Taubaté!
A torcida local pareceu ignorar a forte garoa que molhou a cidade desde a noite do sábado e colocou quase 6 mil torcedores no Joaquinzão.
Público formado por torcedores organizados, mas também muitas famílias e torcedores comuns.
Deu orgulho de poder fazer parte dessa história, mesmo não sendo torcedor de nenhum dos dois times.
Aliás, olhando lá para o outro lado, dava pra ver que a torcida visitante também compareceu em um bom número, principalmente se considerarmos a distância entre as duas cidades.
Outro ponto que vale a pena citar é que não vimos nenhum tipo de incidente entre torcedores e olha que demos umas duas voltas em torno do estádio pra sentir o clima do jogo.
Sem dúvida, a chuva reduziu em boa parte o número de torcedores presentes, com certeza em um dia sem tanta água caindo, teríamos quase 10 mil pessoas no campo.
Que fique registrado: choveu durante os 90 minutos. E isso prejudicou o público, mas também a qualidade do gramado e consequentemente o nível do jogo.
Só que o time do Taubaté decidiu passar por cima de tudo isso. Das poças, do frio, do jogo truncado… E foi pra cima do Votuporanguense.
Resultado? Escanteio batido e Lelo marca. Taubaté 1×0, em menos de 10 minutos.
E pra quem achava que era só um “aperto inicial” o Burrão seguiu no pique e logo aos 15 minutos, marcou o segundo gol.
Os rojões teriam conseguido efeito?
O forte time do Votuporanguense sucumbiria ainda no primeiro tempo, por uma noite mal dormida?
O torcedor local tinha certeza disso, mas… O primeiro tempo acabou em 2×0, mesmo, sob aplausos da torcida local.
O intervalo foi ótimo para nos permitir conhecer pessoalmente o pessoal da Comando 1914, com quem já trocávamos mensagens na Internet.
Fica aqui um grande abraço ao Ronaldo e todo mundo que fez uma linda festa na arquibancada, não somente na final, mas em cada jogo do Taubaté.
O 2o tempo começou, a chuva não deu trégua, e o time visitante apertou a marcação, mostrando que não entregaria um terceiro gol facilmente.
A torcida local seguia em seu transe quase hipnótico de apoio ao time, torcendo como se estivessem em campo, jogando junto.
Que fique claro, o Taubaté não é uma exceção entre os times do interior paulista. Acometido por dificuldades financeiras (não é fácil manter um time pagando em dia, na série A3) a diretoria conseguiu reunir a Prefeitura, as empresas locais e só assim o envolvimento entre cidade e futebol voltou a se acender.
Por volta dos 25 minutos, decidi dar uma volta pelo estádio e foi incrível perceber que não havia um único torcedor do Taubaté que parecia ter desistido do título.
Dava pra ver nos olhares, nos abraços, nos gritos e na própria postura de cada torcedor o sentimento de dedicação e amor ao time da cidade.
O estádio estava feliz, pela conquista do acesso, mas queria mais. Entre tosses e espirros, os ensopados, pré-gripados torcedores queriam o título.
O grito de campeão estava preso e sufocado, por anos de convivência com os demais cidadãos que abriram mão do time da cidade para torcer pelos times da capital.
Eram 6 mil pessoas que queriam gritar aos sãopaulinos, corinthianos, palmerenses e santistas nascidos na cidade um “ACORDEM, SOMOS CAMPEÕES, O TIME DA NOSSA CIDADE!!!”
Sem desmerecer, ao mesmo tempo, o excelente time e torcida da Votuporanguense. Pra nós, que assistíamos a essa verdadeira ópera como meros expectadores (Se é que era mesmo possível) doía ver o esforço de um time jovem e tão correto caindo em solo molhado.
Mas ainda não havia nada perdido, para nenhum dos times. Afinal, os 2×0 dava o título ao time visitante.
Passava dos 30 minutos, mais água ainda e o placar igual. Senhores, senhoras e crianças sofriam nas arquibancadas tanto ou mais do que os atletas em campo. Havia um sentimento de estafa emocional, lágrimas sendo preparadas para o choro, de tristeza ou felicidade.
O gramado chorava da sua maneira. As chuteiras não perdoaram, arranharam, machucaram, fizeram o sangrar terra viva, mas esse foi o sacrifício feito pelo Joaquinzão para fazer parte dessa história.
Times, torcidas, jornalistas, o campo, uniformes, as traves, a bola, cada pedaço de pano molhado amarrado na arquibancada. Todos sofriam por igual.
Sério, parecia que em algum momento algo iria explodir e não eram os rojões da noite anterior.
Foi aí que algo aconteceu. Em meio a tudo isso, um apito longo feito por um maquinista avisava… Se o trem não para, por que o Burrão iria??
Não sei se foi combinado ou não, mas o estádio começou a gritar o tradicional “EU ACREDITO”, e antes que alguém desmaiasse de tensão ou dor… Veio o fato que todos (os torcedores locais) aguardavam.
Gol. Do Taubaté.
E a explosão veio. De felicidade, de raiva, de amor, de orgulho…
O time da cidade estava presente de corpo e alma. Abraçad@s, vizinh@s, amig@s, namorad@s, pais e filhos, av@s….
Há tempos não víamos lágrimas tão reais e intensas em torno de uma partida.
46 do segundo tempo. Outro gol.
Já não há o anormal. A certeza do título já é uma realidade. A felicidade em cada gota de chuva já pode ser ouvida dentro e for a do estádio.
Mais fogos de artifício. Esses vêm de longe. Houve quem preferisse acompanhar o jogo pela TV ou pela rádio e agora amaldiçoava o fato de perder essa festa queimando o céu.
Eu a Mari saímos quietinhos. Contentes por poder vivenciar tudo isso tão de perto. Por ver os amigos do Taubaté levantarem a taça e mais uma vez colocar o nome do time na história.
Ao mesmo tempo, um pouco tristes por saber que o pessoal que havia tomado café da manhã conosco, há poucas horas, voltaria pra casa sem o troféu. Nos tranquilizamos pensando que o acesso seria um presente grande o suficiente para acalmar a cidade.
Rapidamente estávamos no hotel, tomamos um banho quente pra tentar fugir da gripe e em pouco menos de uma hora estávamos deixando a cidade.
8 de maio de 2011. Domingo de dia das mães. Estamos em Cosmópolis para o almoço em família na casa da Mari, mas antes disso, topamos um rolezinho rápido até Rio Claro para mais uma partida decisiva para a série A3 2011.
O jogo entre o Galo Vermelho e o Burro da Central foi no Estádio Benito Agnello Castelano, o “Benitão”.
Chegamos em cima da hora e fomos surpreendidos pela fila para se entrar no Estádio. Acabamos perdendo os eletrizantes minutos iniciais.
Mas chegamos!
O lado de dentro do estádio explicava a fila lá fora. A torcida fez uma bonita festa, mostrando que o almoço do dia das mães em Rio Claro seria um pouco mais tarde…
De penalty, o ídolo do Taubaté, Gilsinho, abriu o placar, para a festa dos visitantes que mostraram o quanto o Taubaté acreditava nesse acesso pelo bom número de torcedores que enfrentaram a estrada para acompanhar o time!
Mas os donos da casa souberam se equilibrar e chegaram ao empate com Erick ainda aos 17 minutos.
Com 1×1 no placar, o time do Velo Clube era só ataque e sua torcida fazia o possível para empurrar o time para cima do Taubaté, mas as chances criadas acabavam parando no goleiro Gisiel (irmão do Gilsinho que fez o gol de abertura)!
Se há torcidas rivais e possibilidade de problemas… Lá estão eles, sempre vigilantes!
Alguns jogadores do Velo Clube decidiram colorir ainda mais o jogo e entraram com cabeleiras rubro verde!
Será que a cabeleira pintada serviu de referência na hora de cruzar a bola na área?
E nós estávamos ali, no meio de tudo, vivendo mais um dia importante na história do futebol paulista!
Alheios à importância histórica e completamente ligados na necessidade da vitória, só faltou aos torcedores do Velo entrar em campo.
Eram cantos, trapos, faixas, bexigas… Tudo em verde e vermelho.
Do outro lado, o pessoal do Taubaté também gritava e apoiava seu time, tentando diminuir a força do aspecto “casa” para o Velo.
Mas, mesmo com tanta pressão das arquibancadas, o primeiro tempo ia terminando com o resultados construído nos primeiros minutos: 1×1. E não foi por falta de confusão na área…
Com esse resultado, o Taubaté conquistava o acesso para a série A2.
Aproveitei o finzinho do primeiro tempo para ouvir de um torcedor do Velo, o que representava pra ele torcer pro time da cidade:
O segundo tempo começou com os torcedores locais apreensivos. Ainda confiantes, mas era impossível não olhar no relógio a cada 2 minutos.
Mas o sofrimento não durou muito. Após um escanteio para o time, a torcida pediu e o árbitro marcou. Penalty para o Velo Clube.
Reginaldo foi pra bola e fez a alegria da torcida, que até esqueceu que era dia das mães!
Velo Clube 2×1 Taubaté. O acesso agora era do time de Rio Claro, e por isso, festa nas bancadas…
Esse aí, talvez nem lembre direito, mas já tem história pra contar daqui alguns anos…
A torcida local fez mesmo uma grande festa para o Velo Clube …
Em campo, o Velo ainda chegou outras 2 vezes às redes, confira na matéria da TV Claret:
Despedimo-nos de um dia inesquecível para a torcida do Velo Clube e nos preparamos para pegar a estrada.
Fizemos as últimas fotos…
De todos os ângulos possíveis para registrar esse momento.
E também registrar a presença nesta data histórica…
Itapira acompanhar o último jogo da Sociedade Esportiva Itapirense pela série A3-2010.
Chegamos fácil no Estádio (fica bem perto da entrada da cidade), e os carros estacionados na rua mostravam que teríamos um bom público no jogo.
Também… Prometia ser um belo jogo!
A Itapirense enfrentava o Taubaté e precisava de uma vitória para escapar do rebaixamento para a terrível e temível série B do Campeonato Paulista. O jogo seria no Estádio Municipal Coronel Francisco Vieira,
A torcida local aparentava estar chateada com a má campanha do clube neste ano, e pegou no pé dos jogadores da casa o tempo todo.
A raiva atingiu o limite quando o Burro da Central abriu o placar, num contra ataque, após uma sequência de bons lances mal aproveitados pelo ataque da Esportiva.
Mesmo assim, em meio às reclamações e cobranças, a torcida seguia apoiando e ajudando o time a pressionar o Taubaté!
É interessante como a torcida se identifica com o jogador Joel, zagueiro e capitão do time.
O Estádio já é de bom porte (cabem quase 5 mil pessoas), mas mesmo assim, já iniciou-se a construção de uma nova arquibancada atrás do gol.
O símbolo do time, e as cores vermelho e branco estão espalhados por todo o Estádio.
Ah, mais uma vez, enfrentamos um belo calor (jogo às 10hs tem disso…), e o jeito foi experimentar os sorvetes de Itapira!
O clima do estádio era muito bom, mesmo com a derrota. Como eu sempre digo, o futebol tem coisas muito mais importantes do que o resultado.
É uma sensação única poder ver a cidade reunida em torno de um mesmo fato!
Muita gente que acompanha o time há bastante tempo estava lá pra ver o “Coelho” manter-se na A3.
Falando em Coelho, o pessoal da “Kueio Loko” também compareceu em peso e animou a festa!
Veio o intervalo e fomos conhecer o pessoal da diretoria e da imprensa do clube. Acabamos batendo um bom papo com o Humberto Butti (do excelente site www.esporteitapirense.com.br ) e até com o prefeito, que é sobrinho do Belini, o capitão da seleção de 1958, que enchia os olhos com sua garra em em campo!
Assim, o tempo passou rápido e quando vimos o segundo tempo já havia começado, e ali estavam os últimos 45 minutos do jogo, para a Itapirense marcar 2 gols, virar o jogo e manter-se na A3.
E não é que logo de cara a Esportiva mandou 1×0 pra cima do Taubaté, colocando fogo no jogo!!!
E quando tudo parecia caminhar para um final feliz para a torcida de Itapira, o Taubaté mostrou porque ainda sonhava em ocupar a 8a vaga do G8. Gol do Taubaté… 1×1
A tristeza caiu como chuva na cabeça das pessoas que minutos antes tinham certeza na virada. Muitos se levantaram e começaram a deixar o Estádio, menosprezando qualquer reação do time da casa.
A equipe 10 de esporte da 91,1 FM não podia acreditar.
O jogo ficou triste, sem graça, teve até cachorro entrando em campo, a torcida ficara quieta, como se aguardasse o passar do tempo para assumir a sentença proferida… A queda para a série B…
Foi quando poucos acreditavam, que o milagre começou… O pessoal do Kueio Loko, já tava quase dentro de campo, ali no alambrado e demorou até acreditar…
Era penalty para a Itapirense… O goleiro foi expulso, um jogador da linha foi para o gol do Taubaté… E gol da Itapirense!
Mas já eram 45 minutos do segunto tempo… Eu e a Mari já registrávamos nossa presença em mais um estádio do interior paulista quando o improvável aconteceu…
Nem lembrei de fotografar o que vivíamos… Não dava pra acreditar…
Joel… o herói da torcida fez o gol de desempate…
Gente chorando, gritando, pulando no alambrado… Foi o grande momento do ano. Nos despedimos com alegria pela festa da torcida local. Nos vemos pelos estádios….