Ah, a estrada… Desta vez, ela nos levou pelas lindas montanhas do Paraná até uma cidade pouco conhecida: Jaguariaíva.
Confesso que nunca tinha ouvido falar de Jaguariaíva mas ao dar uma rápida busca no Google vi que sua presença no futebol foi muito importante, então… Vamos conhecer e registrar mais um estádio!
A cidade também surgiu do violento encontro dos bandeirantes paulistas, tropeiros de gado e os indígenas pelo caminho que liga Sorocaba ao Rio Grande do Sul. Seu nome é referência ao Rio Jaguariaíva que corta o município.
A estação de Jaguariaíva, antigo pouso de tropeiros, foi inaugurada em 1905, permanecendo como ponta de linha por mais de dois anos e meio, até ser aberta a estação de Fábio Rego, no caminho para Itararé
E foram os ferroviários da cidade quem criaram um clube social para o seu entretenimento e de seus familiares e que é motivo de orgulho para a cidade: o Esporte Clube Recreativo Ferroviário!
O ECR Ferroviário foi fundado em 1º de março de 1939, e manda seus jogos no Estádio Francisco Cyrilo da Costa. E lá fomos nós conhecer esse charmoso estádio.
O ECR Ferroviário tem uma grande tradição no futebol amador, tendo a Associação Atlética Matarazzo como grande rival local. Esse era o time de 1953:
Aqui, outra bela formação do Esporte Clube Recreativo Ferroviário, no ano de 1971 (Fonte da foto: página do Facebook):
Mas o time fez história ao disputar o Campeonato Paranaense da Terceira Divisão em 1999 sagrando-se vice-campeão, perdendo o título para o Telêmaco Borba, mas garantindo o acesso à série A-2 de 2000. Infelizmente o time disputou apenas um ano e pelo alto custo com o futebol profissional, licenciou-se das competições profissionais. Mas o Estádio Francisco Cyrilo da Costa segue lá, firme e forte!
Infelizmente, o portão de acesso estava fechado…
Mas pelo menos dali do portão deu pra ver um pouco da estrutura do estádio, como seus vestiários:
O gramado tem sido cuidado, provavelmente o time permanece em suas disputas profissionais.
Pelo portão lateral pudemos fazer um filme do campo:
Olha a arquibancada ao redor do campo:
Aqui dá pra se ter uma boa visão do gol da esquerda:
Ainda no Vale do Paraíba, vamos conhecer a triste história do fim do futebol de Lorena! Assim como a maioria das cidades, Lorena também é cortada pela estrada de ferro. Eu sou apaixonado pela Ferrovia e confesso que me emocionei ao reviver uma sensação que há tempos não tinha:
Incrível como existem verdadeiras obras da arquitetura ainda preservadas nas cidades do interior, com destaque para o Solar dos Azevedo:
O Solar dos Azevedo é pertenceu ao comendador Antônio Clemente dos Santos e, posteriormente, a Rodrigues de Azevedo, daí o nome.
Atualmente,é de propriedade do bispado de Lorena.
Mas, estamos aqui pra falar de futebol!
E a história é triste. Falamos do Esporte Clube Hepacaré e do seu “ex-tádio”.
O Esporte Clube Hepacaré foi fundado em 7 de setembro de 1914 e fez história ao disputar dez edições da série A3 do Campeonato Paulista (de 1956 a 58 e de 1960 a 66) e duas edições da série A2 (em 1959 e em 1973).
Ficou conhecido também porque contou com Dondinho (pai do Pelé) como atleta nos anos 40.
O time mandava seus jogos no Estádio General Affonseca.
A inauguração do estádio foi grande estilo, em 30 de março de 1941 num jogo contra o Fluminense, que acabou 5×0 para os cariocas, e quem apitou o jogo foi um tal “Arthur Friedenreich”.
O time do Hepacaré marcou época na cidade e na região, chegando a jogar contra o nosso Santo André na A2 de 1973.
O estádio se segurou até mesmo anos depois do time se licenciar das competições oficiais.
Até a parte interna. Perceba o cuidado nas cadeiras da arquibancada.
Ainda que com uma pintura gasta, o estádio estava de pé e bem vivo!
O gramado irregular, mas dentro dos limites do futebol amador que é a realidade do Hepacaré desde os anos 70.
A bela arquibancada coberta, com as palmeiras ao fundo.
Eu já havia lido esta matéria do pessoal do Jogos Perdidos (aliás, obrigado por terem conseguido registrar o General Affonseca ainda “vivo”) e contava os dias até que a oportunidade de ver e reforçar o registro que eles fizeram 11 anos atrás (escrevo este post em 2019).
Logo, chegamos ao endereço do estádio…
A triste notícia… O endereço estava certo… Os errados somos nós…
Olho para uma foto do passado…
Comparo com o presente… As palmeiras estão lá, mas tudo está errado…
Ainda existe um mísero pedaço do que outrora foi a arquibancada da torcida do Hepacaré.
Fiz questão de ir até lá e pelo menos pisar nesses poucos degraus de cimento, onde tantas emoções foram vividas…
O antigo Estádio da rua Conselheiro Rodrigues Alves não resistiu ao poder do dinheiro… O valor do imóvel na Vila Hepacaré injustificava a existência de um time amador de futebol e sua sede. Suas piscinas e sua sede, onde o funk rolava desde os anos 90 ficaram pra traz.
Em 2011, faltavam apenas três anos para o centenário do clube, mas ele não resistiu. O EC Hepacaré estava falido. Menos de um ano depois, sua sede foi leiloada (R$ 5,3 milhões, aplicados não sei como) e em 2017, nascia mais uma unidade do Supermercado Nagumo.
Antes de ir embora, encontrei mais uma parte do estádio… Uma parede que parece separar a recordação da realidade.
As tradicionais paredes amarelas ainda estão ali dentro…
Se doi pra quem nunca viu um jogo, imagine para quem chegou a jogar ali…
Não há o que falar…. Nós perdemos… A menos que novas iniciativas que começam a serem noticiadas em 2024 – quase 10 anos depois de nossa visita- possam ser verdadeiras…. Uma possível volta do Hepacaré… Na Internet já existe até um museu do time (clique aqui e conheça) pra ir reaquecendo os corações da torcida:
Fica de recordação a camisa do amigo Fred de Taubaté:
A parte 8 do nosso rolê de “Pré Inverno” nos levou até a cidade de José Bonifácio.
Na verdade, o primeiro post feito sobre essa viagem foi sobre a partida que assistimos lá, entre o time local e o VOCEM. Você pode ler um post só sobre essa visita com mais detalhes clicando aqui.
Mas, para quem não leu, e para registro oficial, vamos a uma versão resumida.
O time da cidade é o José Bonifácio EC.
O time teve seu grande momento, quando sagrou-se campeão da Terceira Divisão Paulista, em 1972, com o time abaixo:
Fizemos o tradicional rolê pela cidade, registrando os principais pontos que fazem de José Bonifácio um lugar tão bacana…
Fomos até lá para conhecer e registrar o Estádio Municipal Antonio Pereira Braga!
E nada melhor do que fazer isso em um dia de jogo…
Logo de cara, ficamos mais do que contentes de ver que a cidade tem no estádio, um importante registro da história do futebol local.
O Estádio Antonio Pereira Braga, ou “Pereirão” tem capacidade para quase 10 mil torcedores.
Vamos dar uma olhada por dentro?
Atrás do gol, fica sua torcida organizada: A “Serpente do Vale”.
O placar não saiu do zero no embate frente ao VOCEM:
Mas para nós foi mais do que especial, já que nos permitiu conhecer mais um templo sagrado do futbeol do interior de São Paulo.
Além disso, pudemos conhecer um pouco da torcida do José Bonifácio, que tem se feito presente cada vez mais.
Saímos com a alma lavada e com a certeza de que mais do que um time, a cidade possui um ícone cultural que dificilmente será apagado da memória!
De José Bonifácio, começamos nosso caminho de volta, rumando até Araraquara!
SalvarSaAtualização: em 2022, demos uma nova passada na cidade, e mesmo sem ter o time do José Bonifácio EC disputando as competições oficiais, demos um pulo para ver como estava o estádio:
Como sempre, fizemos um rolê pelo centro da cidade, vivendo um pouco do que é o dia a dia de mais uma tranquila cidade do interior paulista.
Já sabíamos que estávamos pisando no sagrado solo de onde vêm os refrigerantes Poty, mas não sabíamos que Potirendaba também tem uma cervejaria que produz uma cerveja muito boa, a Trieste!
As águas dessa cidade devem mesmo ser mágicas! Potirendaba pode ser considerada a terra do basquete, afinal, foi lá que nasceu a rainha Hortência!
E o futebol local também merece destaque importante, graças ao União FC, time que representou a cidade de Potirendaba nas disputas dos campeonatos da Federação Paulista de Futebol, jogando a terceira e a quarta divisão, entre 1964 e 1968 e depois em 1986.
A terceira divisão de 1986, rendeu uma importante matéria na revista Placar:
O time do União FC manda seus jogos no Estádio Josephino de Carli.
Fica a curiosidade em relação à data na placa: 30/03/1989 refere-se à inauguração ou à alguma reforma?
O União FC foi fundado em 8 de agosto de 1939. Aqui, um amistoso onde o União venceu os amadores do São Paulo FC por 3×2 em 1946:
Aqui, um jogo onde goleou o Tanabi por 8×2, em 1947:
Mas no início, o time só disputou campeonatos amadores, até os anos 60, quando passou a disputar a 4ª divisão paulista.
Aqui, uma foto de quando o time sagrou-se campeão amador de 1963:
Essa é a bilheteria do estádio, junto do bar.
Mais uma bilheteria pra nossa conta!
E mais um estádio registrado.
O Estádio possui aquela tradicional arquibancada coberta na parte central.
Além do alambrado, existe uma pequena “cerca viva” em torno do campo.
Outra parte coberta é dedicada aos mesários e auxiliares.
Aqui, um breve vídeo mostrando um pouco do estádio:
A vista lá de baixo para a arquibancada:
E mais um pouco do campo…
Infelizmente esse é mais um estádio e time que possuem poucas informações disponíveis. Provavelmente, devem existir fotos da época, principalmente nas mãos de quem viveu aqueles tempos. Espero que esse post incentive essas pessoas a digitalizar essas imagens e compartilhar com quem gosta do futebol, antes que essas memórias se percam em uma gaveta ou ainda acabem indo pro lixo. A nossa parte a gente tenta fazer liberando as fotos que fazemos para uso em qualquer publicação on ou offline.
Seguimos a estrada, saímos de Monte Aprazível e dirigimos por um lugar mágico, de tão bonito, rumo a Neves Paulista!
A história da cidade começou por volta de 1900 e recebeu este nome em homenagem a Joaquim da Costa Penha, mais conhecido como Capitão Neves, um dos primeiros moradores do povoado.
A pequena cidade recebeu muitos imigrantes espanhóis e italianos que foram pra lá trabalhar na lavoura de café, com o sonho de conseguir no Brasil o que lhes era negado na Europa, o direito de viverem dignamente.
Chega a ser triste ver como é mais bonito, mais saudável e muito mais prazeroso manter a natureza viva na cidade. Ok, eu sei que o crescimento das cidades é algo inevitável, mas não é possível que não se possa ter um meio termo…
Nem bem cruzamos a cidade e já encontramos uma placa indicando nossa missão: o Estádio Municipal Inácio Vasques!
É nesse estádio que o Clube Atlético Nevense, time fundado em 30 de novembro de 1957, mandava seus jogos.
O C.A. Nevense não foi o primeiro time profissional da cidade, antes dele, houve o São Paulo Futebol Clube, no início dos anos 50.
O CA Nevense foi fundado em 1957, e logo em seu primeiro ano de disputa, 1958, foi campeão da Série A3, numa incrível final contra o Estrela de Piquete!
Já em 1959, disputou pela primeira e única vez uma edição da série A2 (que teria o Corinthians de Presidente Prudente como campeão).
O Nevense disputou a Série Geraldo Starling Soares acabando na penúltima colocação deste grupo (fonte: História da 2a divisão do Futebol Paulista – Julio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Jr).
O time base do Nevense: Paulo, Mascarado e Verdamin, Perigo, Lega e Manfrin; Daniel, Chiquinho, Edson, Titio e Hercílio. Outros atletas: Dema, Romildo, Joel, Gim, Brandão. Essas foram as partidas:
Assim, de volta à série A3, o time disputou essa divisão de 1960 a 1966, depois de 1969 a 1976 e de 1980 a 1987 e a 4a divisão (atual “B”) de 1977 a 79 e de 1988 a 1990.
Olha o time de 1972:
Em 82, o time ainda sagrou-se campeão sub-20 da A3, com o time abaixo:
E esse, o time de 1983 (foto do Jornal A Tribuna, gentilmente envida pelo amigo Rodrigo):
Aqui, o time sub 20, vice campeão de 1985:
O mais bacana é que a cidade nunca chegou a ter 10 mil habitantes (atualmente são cerca de 9.300) e mesmo assim manteve-se por mais de 30 anos em competições da Federação fosse na série A2, A3 ou na B.
É por essas e outras que o Estádio local é tão importante!
E indiretamente, o estádio tem a ver com o fim do futebol profissional na cidade, já que o Nevense se licenciou após sofrer uma punição pela FPF, devido a falta de segurança no estádio.
Sua última participação no paulista ocorreu em 1990, mas sofreu uma punição pela FPF, pela falta de segurança no estádio e assim abandonou o futebol profissional, para nunca mais voltar…
Vamos conhecer o estádio? Mais abaixo teremos vídeos da parte interna do estádio, feitos em nossa segunda visita à cidade!
Suas arquibancadas tem capacidade 3 mil torcedores!
O gol parece estar quase que encostado no fim do estádio, engraçado né?
O gramado está bem cuidado e beeem verdinho!
O campo possui iluminação e é cercado por um alambrado, como o da Rua Javari! Quem sabe o time não volte a defender a glória de sua cidade em competições oficiais no futuro?
Registro pós visita: em 2016, o Lobo da Araraquarense foi reativado, e se filiou à Liga de Futebol Paulista para a disputa da 1ª Taça Paulista.
Em 2022, mais uma vez passamos por lá, na companhia do Rodrigo e sua família para uma nova olhada no estádio.
Muito bacana ver que o Estádio Municipal Ignácio Vasques segue bem cuidado e com a sinalização com seu nome.
E também segue ali sua bilheteria:
Já era hora de uma nova olhada no campo!
Um olhar para o gol da direita:
O meio campo:
E aqui, o gol do lado esquerdo:
Um novo olhar na arquibancada que já vivenciou tantas emoções:
Ufa, confesso que agora que estamos devolvendo nossa viagem em forma de posts, esse rolê parece maior do que o que vivemos… Vamos aproveitar e conhecer mais uma cidade do interior paulista: Monte Aprazível!
Seus quase 22 mil habitantes desfrutam de uma cidade ainda tranquila que possui uma boa área verde 🙂
Nossa missão em Monte Aprazível era conhecer e registrar o Estádio Municipal Melchíades Pereira de Mattos!
Nele, o Grêmio Esportivo Monte Aprazível (G.E.M.A.) mandou seus jogos nas competições profissionais da Federação Paulista.
O Grêmio Esportivo Monte Aprazível foi fundado em 26 de abril de 1946 e após sagrar-se campeão citadino, passou a disputar o Campeonato amador do interior e depois ainda teve 9 participações no Campeonato Paulista. Esse é o time de 1948:
Sem dúvidas, o time devia fazer a festa da bilheteria local!
O time foi a única equipe da cidade a se profissionalizar, em 1955, e chegou a disputar a Segunda Divisão (atual A2), e permaneceu entres idas e vindas no futebol profissional, até 1991.
O Estádio Municipal Melchíades Pereira de Mattos segue com suas belas arquibancadas de cimento, recebendo um e outro torcedor que curte acompanhar as categorias de base do futebol da cidade.
Vamos conhecer um pouco mais deste templo do futebol?
O gramado segue em boas condições, como a molecada que jogava mostrou:
O estádio possui ainda alguns departamentos onde possivelmente ficavam os vestiários.
Suas arquibancadas chegaram a ter capacidade para 3.500 torcedores!
E tem até uma seção de cobertas!
Tem um lance de arquibancada ali, beeeem escondidinho, atrás do gol!
E lá estão as árvores ao redor do campo…
Agradecemos mais uma oportunidade de registrar esse campo e torcemos para que siga sendo um lugar para se reunir em prol da saúde e da diversão, como já foi no passado!
Bom, e se até agora a estrada tinha sido muito boa (Washington Luiz e Euclides da Cunha), foi a vez de pegarmos uma estrada um pouco pior, a Rodovia Péricles Bellini, que liga Votuporanga à nossa próxima parada: a cidade de Nhandeara!
Depois de percorrer pouco mais de 40km em pista única por essa estrada, chegamos até a Rodovia Feliciano Salles da Cunha.
Poucos minutos depois, chegamos à Nhandeara, pacata cidade onde vivem pouco mais de 10 mil pessoas. Quer saber mais, entre no site: www.nhandeara.sp.gov.br
O nome da cidade é resultado de duas palavras da língua Tupi: Yande significa nós / nosso, e Yara ou Jara significa: um ser supremo, um deus. O resultado é Yandeyara ou Nhandejara com o significado “aproximado” de “Nosso Deus”.
Nosso objetivo era conhecer e registrar o Estádio Municipal José Bernardelli.
Era aí que o Paulista Futebol Clube, time já exinto de Nhandeara, mandava seus jogos.
O time foi fundado em 1 de julho de 1962 e disputou 12 edições do Campeonato Paulista (entre a terceira e a quinta divisão), entre 1978 e 1989.
Segundo Minervino Ferreira, um dos fundadores do time em entrevista ao site da prefeitura (veja aqui o link da matéria completa), o Paulista começou jogando no campo do Nhandeara Esporte Club, até que não deixaram mais. Passaram a usar o campo da cidade de Floreal, até conseguir seu próprio campo, conquistado por meio de uma campanha para arrecadar o dinheiro necessário para comprar o terreno e construir um estádio com arquibancada e alambrado.
Quem diria que décadas depois estaríamos ali, pisando no mesmo gramado…
Vamos conhecer um pouco desta linda cancha?
A inauguração do Estádio contou com presença dos veteranos do Palmeiras. Mas ainda hoje, o “verde” está por lá, ao menos na grama e nas árvores que circundam o campo.
E por falar em verde, o gramado permanece em ótimas condições!
O Paulista F.C. sempre contou com o apoio de algumas pessoas importantes no cenário brasileiro, por exemplo José Maria Marin e Michel Temer… Ou seja… Era difícil o time seguir até os dias atuais…
Infelizmente o futebol parou depois que outros prefeitos se recusaram a ajudar o clube.
Atualmente a prefeitura usa o estádio com a escolinha de futebol.
E se o futebol profissional morreu na cidade, um último lugar a se visitar… O cemitério municipal….
Enquanto isso, seguimos vivos pelas estradas em busca do próximo estádio!
Agosto de 2015… Continuando nossa história sobre o rolê de inverno para conhecer os estádios do Noroeste paulista, realizado no início do mês, deixamos a estrada nos levar a mais um destino até então desconhecido para nós…
Seguíamos pela, agora já tradicional, Rodovia Euclides da Cunha!
E fomos parar em Fernandópolis, a “cidade progresso”, ou também “cidade das águas quentes”, onde vivem cerca de 68 mil pessoas.
O nome da cidade é uma homenagem ao interventor federal Fernando Costa, que colaborou nas uniões das vilas locais.
Um comércio muito forte atraiu muita gente para a cidade. E, onde há muita gente, também tem muitos problemas, e na cidade um dos principais é a violência, que gerou uma polêmica medida: toque de recolher para menores de idade, que ficou em vigência por alguns anos.
Entretanto, no meio de tanto corre corre ainda é possível encontrar antigas edificações.
Algumas “modernidades” também fazem parte do dia a dia do pessoal de Fernandópolis, como essa escultura do restaurante japonês, ou mesmo das batatas belgas, de tão longe:
Nossa missão na cidade era “pousar no ninho da águia”, o Estádio Municipal Cláudio Rodante, casa do Fernandópolis F.C. .
O Fernandópolis F.C., ou “Fefecê” (www.fefece.com.br) é um time bastante tradicional do interior paulista e com uma característica marcante: embora fundado em 15 de novembro de 1961, não leva o nome de “XV de …” como outros times. O brasão do time é uma águia.
Aqui, o primeiro time, em 1961:
O time foi fundado com o nome de Associação Bancária de Esportes (A.B.E).
A foto abaixo é de 1964 quando o time jogou o quarto nível do futebol paulista de 1963 e 1964:
Nessa época, o escudo do time já tinha a Águia, mas ao invés das letras “FFC”, levavam um A na asa direita, B no peito e E na esquerda.
Falando um pouco do time, a Associação Bancária estreou no Campeonato Paulista em 1963, na Quarta Divisão, sendo vice campeã em 1963.
Em 1965, conquistou acesso a Terceira Divisão, onde permaneceu até 1968.
Nesse meio tempo, em 1966, mudou seu nome para Fernandópolis Futebol Clube para poder estar mais conectado à cidade e porque os bancários já não contribuíam mais para o clube.
Aqui, a torcida que, em 1967 foi até Araraquara para acompanhar partida decisiva com o Oeste:
O Fernandópolis manda seus jogos no Estádio Municipal Cláudio Rodante, mais conhecido por Ninho da Águia, inaugurado em 25 de maio de 1953, em um amistoso entre uma seleç˜ão da cidade, o “Fernandópolis EC” contra o Uchoa FC:
Vamos conhecer o interior do estádio?
Sua capacidade atual é de quase 8 mil torcedores!
Pouco mais de uma década depois, em 1979, o Fernandópolis erguia seu primeiro troféu: campeão da 2a Divisão (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista).
Aqui está a campanha do time:
O estádio nasceu como “Amaral Furlan“, nome de um senador da época. Esse nome permaneceu até 1963, quando o nome foi trocado para “John Fitzgerald Kennedy” homenageando-se assim o presidente dos Estados Unidos assassinado naquele ano.
Na época, olha quantos patrocinadores apoiavam o time…
Em 1993, a Federação Paulista de Futebol remodelou seus campeonatos, e clube foi rebaixado para a série B1-A, por não possuir um estádio com capacidade para 15 mil pessoas.
Como resposta, no ano seguinte, conquistou o título de 94.
Com o título, veio a ampliação do estádio Cláudio Rodante para 15 mil lugares.
Atualmente a capacidade está menor porque a arquibancada atrás do gol está fechada.
E é daquelas arquibancadas maravilhosas de madeira….
Provavelmente essa parte nunca mais receberá público. E é uma pena.
Em 1997, o time foi rebaixado, dessa vez dentro de campo. E desde então, vem jogando no “Ninho da águia” para voltar às divisões mais importantes.
Assim, é um orgulho estar presente nessas bancadas. Só é uma pena que o jogo que estávamos pensando em assistir seria no dia seguinte a nossa passagem pelo estádio.
Diz a lenda que antigamente, algumas pessoas paravam seus caminhões, colocavam cadeiras em cima das carrocerias e assistiam os jogos assim, sem pagar. Hoje, o que se vê é um estádio muito preparado para qualquer divisão do futebol paulista.
O sistema de iluminação foi inaugurado em 1981.
Somente em 1987, acontece a mudança para o atual nome “Estádio Municipal Cláudio Rodante”, homenageando o esportista fernandopolense, falecido naquele ano.
A torcida deixou seu recado para os jogadores…
Outros recados estranhos encontrados pelo campo…
E imagens diferentes também, como essa torneira pra galera resfriar a cabeça:
Olha o banco de reservas aí!
De todos os estádios visitados nessa tour, acho que o do Fefece foi o que mais impressionou, lembrando que o time está lutando para conquistar uma vaga na próxima fase da série B do Paulista 2015.
Até uma campanha de incentivo para a torcida existe…
Felizes por termos conhecido mais um templo, mas tristes por não poder assistir um jogo nessas bancadas…
Nem um lanchinho pudemos provar…
Esse é, sem dúvida, um time que pode servir de exemplo para as demais cidades do interior, que muitas vezes preferem abrir mão de um time ou um estádio em prol de um pseudo desenvolvimento imobiliário, que não leva a lugar algum.
A sequência da nossa viagem nos levou à incrível cidade de Tanabi, município com quase 25 mil habitantes e um grande orgulho: o Tanabi Esporte Clube.
Para quem gosta de futebol alternativo, o Tanabi é uma dádiva! Nos últimos anos, tem investido em agressivas ações de marketing, tentando resgatar sua torcida e conquistar maior notoriedade. Essas ações incluíram as contratações de atletas experientes como Viola, Cabañas, Túlio Maravilha Marco Antonio Boiadeiro e até irmãos de atletas consagrados (como Paulo Henrique Ganso e Anderson Silva).
O time foi fundado em 18 de dezembro de 1942 e ainda que nunca tenha alcançado a elite, já disputou várias edições do Campeonato Paulista, desde 1956, quando se profissionalizou.
Achei algumas notas da Gazeta Esportiva sobre o time deste ano durante a disputa da 3ª divisão:
O Tanabi manda seus jogos no Estádio Municipal Alberto Victolo.
O Estádio, também conhecido por Albertão, pertence à prefeitura municipal e tem capacidade para 11.617 torcedores.
O nome é uma homenagem ao ex-prefeito de Tanabi, Alberto Victolo que foi prefeito por três vezes e veio a falecer em março de 2015.
E aí está o campo do TanabiEC, o Estádio Alberto Victolo!!
O estádio fica na Rua Júlio Soares Bonfim bem próximo da entrada da cidade pela Rodovia Euclides da Cunha.
Mais um estádio, mais uma bilheteria visitada!
Atualmente, é aí que o time disputa a Série B (Quarta Divisão do Campeonato Paulista).
Que tal conhecer o campo?
O site do time é www.tanabiec.com.br e o face: www.facebook.com/tanabiec . Logo em seu primeiro ano de profissional, tornou-se campeão da Terceira Divisão (atual A3). E era assim que os batedores de escanteio olhavam a área, já naquela época.
O título foi só o começo, entre 1973 e 1998, teve 24 participações seguidas e nos anos 80, se aproximou várias vezes do acesso à elite do futebol paulista.
Esse foi o time vice campeão da terceirona de 1980:
Dando sequência ao rolê para visitar estádios do Noroeste paulista, saímos de Mirassol e finalmente conhecemos a SP-320, a Rodovia Euclides da Cunha, considerada a melhor do país. Mas, nem bem andamos por ela e já entramos na primeira cidade da estrada: Bálsamo.
Bálsamo é uma cidade muito bonita e também bem tranquila. Lá, vivem cerca de 8 mil pessoas.
A praça da cidade, bem cuidada, cheia de árvores, sem dúvida um ambiente mais saudável do que vivemos nas grandes cidades.
A cidade está diretamente ligada ao agronegócio e consequentemente ao comércio e serviço.
E ali está a igreja, característica do interior paulista.
Nossa meta era conhecer o estádio municipal, onde o Bálsamo F.C. mandou seus jogos na terceira divisão de 1986.
O Bálsamo F.C. foi registrado na Federação como Grêmio Recreativo e Esportivo Balsamense (GREB), já que para se inscrever no campeonato, era necessário estar ligado a algum clube já existente, assim, o Bálsamo F.C. mantido pela prefeitura da cidade, utilizava o GRE Balsamense, clube social, para regularizar sua inscrição. Mas o futebol fez história na cidade desde sempre. Aqui, o time da cidade na década de 40:
Aqui, o time infantil da cidade, de 1965, que manteve-se invicto por mais de 2 anos:
E que tal esse amistoso ?
E o lugar que alimenta o futebol local é o Estádio Municipal Manuel Francisco Ferreira:
A construção do estádio foi finalizada em 1968, na época com capacidade para pouco mais de mil torcedores.
Com sua arquibancada de concreto armado e cobertura de alumínio, o estádio foi, na época, considerado um dos melhores da região.
O Estádio foi a casa do Bálsamo F.C. no campeonato de 1986, que viu o time local terminar a competição em 9º lugar do grupo marrom, em que também estavam as equipes do Olímpia, Guairense, SOREA Auriflama, União Potirendaba, Paulista Nhanbera, Riolândia, CA Nevense, Buritama e Monte Aprazível.
O GRE Descalvadense sagraria-se campeão da Terceira Divisão daquele ano.
O estádio passou por recentes reformas e agora possui uma capacidade para até 8 mil torcedores, entretanto, seguindo às tendências dos grandes estádios, transformou-se em um centro de exposições, reunindo eventos e shows no mesmo espaço destinado ao futebol.
Em nossa primeira visita, não conseguimos adentrar ao campo:
Em tempos de diversão fácil e garantida, de celulares a preços módicos com internet e facebook disponíveis 24 horas por dia sei que dificilmente o futebol voltará a ter a força que teve outrora. Principalmente quando falamos de times de cidades distantes dos grandes centros urbanos.
É uma luta contra o gigante, mas eu acredito!
Nota de atualização 1 (2020): olha só que grata surpresa… Em 2020, o futebol começou mais colorido para a cidade de Bálsamo. Após um esforço incrível da prefeitura, o Estádio Municipal Manuel Francisco Ferreira foi reformado e… tornou-se sede do grupo 10, com Mirassol, Joinville, Nova Iguaçu e Linhares.
Veja um pouco das melhorias:
O estádio ganhou nova pintura, seis torres de iluminação, assentos na arquibancada, além de reforma de sanitários e vestiários, instalação de bancos de reservas e construção de novos vestiários.
Nota de atualização 2 (2023): em mais uma aventura pelo interior paulista, finalmente conseguimos entrar e registrar por nós mesmos as condições internas do estádio: