Estávamos animados porque pelo horário que passamos pela cidade (pouco mais de 10hs), achávamos que estaria acontecendo o jogo do Fernandópolis FC pela série B, a segunda divisão do Campeonato Paulista.
Assim, chegamos animados ao Ninho da Águia, que agora tem patrocínio e é chamado de Arena Flash!
Mesmo sem torcida, estar em um estádio em dia de jogo é muito mais animado!
Aliás, agora já é oficial, a partir de 8 de outubro, as bilheterias voltam a funcionar nos estádios! Mantenham as máscaras e a distância segura para podermos ter o futebol de volta sem maiores problemas…
O “Fefecê” vive uma má fase no Campeonato Paulista, mas a águia segue pintada em suas paredes como mostra a Mari!
Infelizmente ao chegar lá, descobrimos que a partida seria apenas as 15 horas…. Mas tudo bem, ao menos adentramos em mais um monumento do futebol interior!
Incrível como o estádio segue limpo e bem pintado… Um azul forte, parecido com o que encontramos em nossa última visita.
Além de vários grafites bacanas que dão uma cara bem própria pro estádio!
Bacana ver também que o material da torcida já estava ali colocado para a hora do jogo!
As arquibancadas Do Estádio Cláudio Rodante comportam 7.500 torcedores
De grande mudança desde a nossa última visita foi a retirada das arquibancadas de traz do outro gol, que dava ao estádio uma cara de Bombonera… Era lindo! Veja como era:
E como ficou:
Lembro que naquela visita algumas pessoas já alertavam sob a necessidade de demolição por se tratar de arquibancadas daquele modelo antigo, de madeira… Faz parte dos desafios de gestão de um clube…
Além das arquibancadas laterais ainda tem uma bela área atrás do gol da entrada (que também já estava com várias faixas da torcida local).
Eis que no meio da nossa visita, uma nuvem cinza, lembrando a poluição do ABC aparece no horizonte…
Fomos embora encucados com a possibilidade de alguma tragédia ambiental, já que o clima estava deveras seco…
Na estrada a impressão que dava é de que estávamos ao lado de uma locomotiva…
Até que chegamos ao ponto do incêndio, uma empresa de materias reciclados… Espero que ninguém tenha se machucado…
Agosto de 2015… Continuando nossa história sobre o rolê de inverno para conhecer os estádios do Noroeste paulista, realizado no início do mês, deixamos a estrada nos levar a mais um destino até então desconhecido para nós…
Seguíamos pela, agora já tradicional, Rodovia Euclides da Cunha!
E fomos parar em Fernandópolis, a “cidade progresso”, ou também “cidade das águas quentes”, onde vivem cerca de 68 mil pessoas.
O nome da cidade é uma homenagem ao interventor federal Fernando Costa, que colaborou nas uniões das vilas locais.
Um comércio muito forte atraiu muita gente para a cidade. E, onde há muita gente, também tem muitos problemas, e na cidade um dos principais é a violência, que gerou uma polêmica medida: toque de recolher para menores de idade, que ficou em vigência por alguns anos.
Entretanto, no meio de tanto corre corre ainda é possível encontrar antigas edificações.
Algumas “modernidades” também fazem parte do dia a dia do pessoal de Fernandópolis, como essa escultura do restaurante japonês, ou mesmo das batatas belgas, de tão longe:
Nossa missão na cidade era “pousar no ninho da águia”, o Estádio Municipal Cláudio Rodante, casa do Fernandópolis F.C. .
O Fernandópolis F.C., ou “Fefecê” (www.fefece.com.br) é um time bastante tradicional do interior paulista e com uma característica marcante: embora fundado em 15 de novembro de 1961, não leva o nome de “XV de …” como outros times. O brasão do time é uma águia.
Aqui, o primeiro time, em 1961:
O time foi fundado com o nome de Associação Bancária de Esportes (A.B.E).
A foto abaixo é de 1964 quando o time jogou o quarto nível do futebol paulista de 1963 e 1964:
Nessa época, o escudo do time já tinha a Águia, mas ao invés das letras “FFC”, levavam um A na asa direita, B no peito e E na esquerda.
Falando um pouco do time, a Associação Bancária estreou no Campeonato Paulista em 1963, na Quarta Divisão, sendo vice campeã em 1963.
Em 1965, conquistou acesso a Terceira Divisão, onde permaneceu até 1968.
Nesse meio tempo, em 1966, mudou seu nome para Fernandópolis Futebol Clube para poder estar mais conectado à cidade e porque os bancários já não contribuíam mais para o clube.
Aqui, a torcida que, em 1967 foi até Araraquara para acompanhar partida decisiva com o Oeste:
O Fernandópolis manda seus jogos no Estádio Municipal Cláudio Rodante, mais conhecido por Ninho da Águia, inaugurado em 25 de maio de 1953, em um amistoso entre uma seleç˜ão da cidade, o “Fernandópolis EC” contra o Uchoa FC:
Vamos conhecer o interior do estádio?
Sua capacidade atual é de quase 8 mil torcedores!
Pouco mais de uma década depois, em 1979, o Fernandópolis erguia seu primeiro troféu: campeão da 2a Divisão (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista).
Aqui está a campanha do time:
O estádio nasceu como “Amaral Furlan“, nome de um senador da época. Esse nome permaneceu até 1963, quando o nome foi trocado para “John Fitzgerald Kennedy” homenageando-se assim o presidente dos Estados Unidos assassinado naquele ano.
Na época, olha quantos patrocinadores apoiavam o time…
Em 1993, a Federação Paulista de Futebol remodelou seus campeonatos, e clube foi rebaixado para a série B1-A, por não possuir um estádio com capacidade para 15 mil pessoas.
Como resposta, no ano seguinte, conquistou o título de 94.
Com o título, veio a ampliação do estádio Cláudio Rodante para 15 mil lugares.
Atualmente a capacidade está menor porque a arquibancada atrás do gol está fechada.
E é daquelas arquibancadas maravilhosas de madeira….
Provavelmente essa parte nunca mais receberá público. E é uma pena.
Em 1997, o time foi rebaixado, dessa vez dentro de campo. E desde então, vem jogando no “Ninho da águia” para voltar às divisões mais importantes.
Assim, é um orgulho estar presente nessas bancadas. Só é uma pena que o jogo que estávamos pensando em assistir seria no dia seguinte a nossa passagem pelo estádio.
Diz a lenda que antigamente, algumas pessoas paravam seus caminhões, colocavam cadeiras em cima das carrocerias e assistiam os jogos assim, sem pagar. Hoje, o que se vê é um estádio muito preparado para qualquer divisão do futebol paulista.
O sistema de iluminação foi inaugurado em 1981.
Somente em 1987, acontece a mudança para o atual nome “Estádio Municipal Cláudio Rodante”, homenageando o esportista fernandopolense, falecido naquele ano.
A torcida deixou seu recado para os jogadores…
Outros recados estranhos encontrados pelo campo…
E imagens diferentes também, como essa torneira pra galera resfriar a cabeça:
Olha o banco de reservas aí!
De todos os estádios visitados nessa tour, acho que o do Fefece foi o que mais impressionou, lembrando que o time está lutando para conquistar uma vaga na próxima fase da série B do Paulista 2015.
Até uma campanha de incentivo para a torcida existe…
Felizes por termos conhecido mais um templo, mas tristes por não poder assistir um jogo nessas bancadas…
Nem um lanchinho pudemos provar…
Esse é, sem dúvida, um time que pode servir de exemplo para as demais cidades do interior, que muitas vezes preferem abrir mão de um time ou um estádio em prol de um pseudo desenvolvimento imobiliário, que não leva a lugar algum.
A partir de hoje, dividiremos com você os relatos de nossa última viagem em busca de estádios perdidos, dessa vez, pelo Noroeste Paulista.
Foram 20 estádios visitados e fotografados em mais de 1.600 km percorridos, chegando até o Mato Grosso do Sul, na cidade, e no estádio, de Aparecida do Tabuleiro.