A estrada segue… Agora, chegamos à Votuporanga, cidade muito bacana e bem estruturada. Lá vivem cerca de 90 mil pessoas.
Vale citar que antes de entrar na cidade demos uma parada em uma lanchonete na beira da estrada Euclides da Cunha, de propriedade do simpático casal Elivelton e Danúbia!
Já na cidade, demos a sorte de ser uma quinta feira, quando ocorre uma tradicional feira na praça São Bento, até altas horas da noite…
E lá vamos nós experimentar novas delícias!
A fonte estava desligada pela manhã, mas quando voltamos à noite, estava funcionando!
Nossa missão era conhecer o Estádio Municipal Plínio Marin, onde o Votuporanguense mandou seus jogos até este ano,
O Clube Atlético Votuporanguense, também conhecido como CAV é um time recente, fundado em 11 de dezembro de 2009.
O mascote do CAV é uma pantera negra!
O time nasceu para substituir a Associação Atlética Votuporanguense, fundada em 23 de dezembro de 1956 e que teve 36 participações no Campeonato Paulista de Futebol, sendo considerada a agremiação mais tradicional de sua região.
Pesquisando o site da torcida TURA (Torcida Uniformizada Raça Alvinegra), encontrei algumas imagens históricas incríveis.
Essa, do time de 1960:
Aqui, o time de 1964:
E aqui, o de 1985:
Bom, após relembrar um pouco da história, vamos enfim conhecer o Estádio Municipal Plínio Marin, palco histórico do futebol da cidade.
O Estádio fica na região central da cidade, na Rua das Américas, em um bairro bastante residencial.
A parte externa do estádio ainda carrega a identificação do time. E digo ainda, porque o estádio está com seus dias contados…
A empresa Morini Incorporadora, Comércio e Construções Ltda foi a única participante na licitação para a venda do terreno em que está localizado o Estádio Municipal Plínio Marin.
A licitação foi regida pela modalidade Concorrência, do tipo maior oferta, e, segundo a imprensa local, a proposta apresentada pela empresa foi de R$ 3.403.000.
Pra piorar, devido à venda, o estádio está fechado, ou seja… Nada de fotos lá dentro….
Porém… Além de servir de sede para o time, o estádio é também a casa de um senhor, que muito gentilmente, nos permitiu conhecer a sua casa e … um pouco do que foi por tantos anos a casa do Votuporanguense.
Somente em 2023, fui descobrir graças a um comentário do amigo FERNANDO ANTONIO DE MIRANDA, que esse senhor era nada mais nada menos que “Fifi”, ex-atacante do Votuporanguense, e que viria a falecer em 2021, aos 83 anos. Francisco Santana, o Fifi, foi revelado pelo Guarani mas jogou também no Atlético-MG, XV de Piracicaba, Fluminense, entre outros. Fica aqui nossa homenagem ao craque! Foto do site Futebol Interior:
Advertimos que as cenas a seguir são muito fortes para os apaixonados pelo futebol do interior…
Logo na entrada, já pode se ver os antigos alojamentos a esquerda, sem telhado…
Ao adentrar um pouco mais, encontramos as arquibancadas, já sem refletores e sem vida…
Algumas partes já pré destruídas, com os tijolos a mostra, como vísceras de um gigante ser vivo, que até o mês passado ainda pulsava em vida…
Plínio Marin foi um dos primeiros moradores de Votuporanga.
Foi ele quem comprou e doou a área para construção do Estádio Plínio Marin, que seria inaugurado em 22 de julho de 1975 (curiosamente, hoje, dia em que escrevo esse post seria aniversário de 40 anos do estádio, e é aniversário de 65 anos do meu pai).
O estádio possuía uma capacidade de 7.464 torcedores.
Quando estivemos em Taubaté, assistindo a final da série A3 entre o time local e o Votuporanguense, decidi que era uma questão de honra visitar o estádio antes de sua demolição final… E aí esta a foto!
Mais que isso, ainda pude presenciar os momentos finais, me despedindo, mesmo sem jamais ter visitado antes esse templo sagrado do futebol!
O gramado já começa a ir embora também…
Mesmo entendendo todas as razões que justificam a venda do estádio, é impossível não sentir certa dor no coração ao ver imagens como essas…
Dá pra imaginar quantos gols e quantas alegrias foram vivenciadas entre essas traves…
Fica aqui o nosso adeus a mais um campo que marcou a história do futebol paulista por tantas décadas e vai-se embora para dar lugar a mais um empreendimento imobiliário.