Estádios do Noroeste Paulista – Parte 5: Mirassol

Brasão de Mirassol
Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Chegamos à quinta parte da nossa tour de inverno pelos estádios do Noroeste Paulista e agora é a vez de conhecer a cidade de Mirassol, que está às margens da Rodovia Washington Luiz, após São José do Rio Preto.
Mas… Antes de chegar à cidade, fui desafiado por um vendedor de caldo de cana a tomar quantos copos eu quisesse por R$ 4. Resultado: cheguei à Mirassol com 1,5 Litros da mais pura glicose no corpo.

Caldo de cana na Washington Luiz

A cidade possui cerca de 57 mil habitantes e o nome “Mirassol” tem duas possíveis origens: uma por conta dos girassóis existentes na região e outra, porque a cidade está no ponto mais alto da região, ou seja, de onde se pode “mirar el sol” compreendeste hermano?

Olha aí a Igreja matriz da cidade:

Mirassol também é “dividida” pela linha do trem (em alguns momentos, bem no meio da cidade).

Linha de trem - Mirassol

A Mari perdeu a mania de fotografar cemitérios, mas para resgatar um pouco dessa tradição, aí está o cemitério local:

Cemitério - Mirassol

Destaque para algumas construções antigas ainda presentes na cidade:

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Nossa visita à cidade era para conhecer e registrar o Estádio onde o Mirassol manda seus jogos.

Distintivo do Mirassol

O Mirassol FC é um time bastante tradicional, foi fundado no dia 9 de novembro de 1925 e desde 1951 disputa competições profissionais da Federação Paulista.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

O Estádio José Maria de Campos Maia fica na Avenida Lauro Luchesi e suas bancadas têm capacidade para 19.000 torcedores.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Vale lembrar que ele nasceu para substituir o Estádio Giocondo Zancaner, usado até então. Embora esquecido por muitos, suas arquibancadas ainda existem…

Pra mim, o estádio lembra muito as canchas de alguns times argentinos.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Em frente o estádio está o tradicionalíssimo “bar do Almeida”, onde o pessoal costuma fazer o “esquenta” para os jogos.

Bar do Almeida - Mirassol
Bar do Almeida - Mirassol

O Mirassol teve o cuidado de manter na parte de baixo do estádio uma loja com os produtos do time, mas infelizmente em nossa visita, estava fechada.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Mais uma bilheteria ( e essa, das mais elegantes, hein?)

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Vamos lá!

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol
Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

A inauguração do campo aconteceu em 03 de Março de 1983 e o jogo de estreia foi contra a Jalense. Naquele dia, o torcedor do Mirassol viu uma vitória da sua equipe por 2×1.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

O estádio possui uma excelente estrutura e está em perfeito estado!

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

O gramado também está em ótimas condições.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Aqui dá pra ter uma ideia mais completa de como é o estádio:

Daria pra fazer muitas e muitas fotos, já que o estádio possui arquibancadas em todos os lados!

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Aqui, uma vista em 3 partes do gramado:

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Como eu sempre digo, é uma honra poder estar ali e oficializar mais um estádio tão importante para o futebol paulista!

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

A campanha da série A2 de 2015 foi muito boa, o time acabou na quinta colocação e só perdeu o acesso à primeira divisão pelo saldo de gols.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Até pela boa campanha, a média do público neste ano foi de cerca de 2 mil pessoas, com destaque para o jogo contra a Ferroviária, onde mais de 5 mil pessoas estiveram presentes.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Ficamos contentes por ver que ainda existe vida e esperança, já que dos 5 primeiros estádios visitados (além de Mirassol, passamos por Ibaté, Taquaritinga, Pindorama e Uchoa) este é o primeiro que ainda mantém seu time em disputas oficiais.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

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Estádio Municipal José Maria de Campos Maia - Mirassol

Estádios do Noroeste Paulista – Parte 4: Uchoa

E lá vamos nós para a 4a parte do nosso rolê, dessa vez na cidade de Uchoa, que fica também às margens da rodovia Washington Luiz, entre as cidades de Catanduva e Cedral, já na região de São José do Rio Preto.
O nome é uma homenagem ao engenheiro Ignácio Uchoa, da extinta Estrada de Ferro São Paulo – Norte.

A cidade possui cerca de 9.500 habitantes e seu nome é de origem basca e significa “lobo”.
Faltou fazer a foto da igreja, como fizemos nas demais cidades, então encontramos essa abaixo, no blog “Doramundo“:

Também encontramos neste site: www.estacoesferroviarias.com.br uma foto da estação de trem local:

E mais uma vez pudemos conhecer novas pessoas, criar novas amizades e, principalmente, ouvir boas histórias sobre um lugar onde o tempo parece ter parado…

Amigos em Uchoa

Quem é nascido na cidade de Uchoa é o “Tupãzinho”, jogador que fez história no Corinthians ao marcar o gol do título do primeiro Campeonato Brasileiro, conquistado em 1990. Estivemos com ele num jogo do Tupã, em São Bernardo:

Tupazinho

O principal contraste para nós que somos do ABC é o trânsito. As ruas praticamente desertas, sem aquela tradicional loucura tão comum (infelizmente) no nosso dia a dia.

Uchoa

Nossa meta na cidade era conhecer o Estádio Municipal Leonildo João Birolli, a casa do time local, o Uchoa FC, fundado em 3 de janeiro de 1940.

Suas cores, seu escudo e o modelo do uniforme principal são uma homenagem ao São Paulo, da capital:

Uchoa FC

O clube teve seis participações das divisões menores do Campeonato Paulista de Futebol, mas nunca esteve na primeira divisão.

Aqui, uma imagem rara, do time de 1947:

Em 1948, disputou a série branca da segunda divisão – a série A2 daquela época- e terminou em último lugar…

Séire Branca do Campeoanto Paulista da segunda divisão 1948

O incrível Blog História do futebol nos traz uma foto de 1948:

Uchoa FC 1948

 Aqui, um outro momento do time, com o estádio ao fundo:

Encontramos na Internet uma foto de meados das décadas de 40/50, de uma faixa, exposta em São José do rio Preto convidando para um jogo contra o América:

Em 1949, o time fez história ao vencer a série ouro da segunda divisão – a série A2 da época. Mas na fase final pegou só pedreira… Guarani, Linense e Batatais, e acabou fora da primeira divisão de 1950.

Uchoa

Em 1950, conseguiu uma quinta colocação…

série a2 - 1950

Em 1951, o fim de um ciclo, com a sexta colocação na zona central:

Uchoa - série A2 -1951

Depois disso, o time ainda disputaria competições profissionais em 1980 (na terceira divisão) e em 1991 quando disputou um torneio qualificatório com AA Itararé, AA Ituveravense, Ranchariense, Beira-Rio de Presidente Epitácio, Embu-Guaçu, Operário de Tambaú, Flamengode Pirajuí, GE Atibaiense, GE Monte Aprazível, Guarani Saltense, Itaquaquecetuba, José Bonifácio e Auriflama.

Para aqueles que um dia pensam em ir ao estádio, ele fica no cruzamento da rua Ernesto Lainetti e da Av Eduardo Hidalgo:

Rua do Estádio Municipal em Uchoa

E, novamente encontramos com facilidade o nosso destino: o Estádio Municipal Leonildo João Birolli!

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Vamos conhecê-lo?

Olhando um pouco de dentro do estádio, podemos encontrar as arquibancadas que tem capacidade para cerca de 3 mil pessoas.

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

O gramado em ótimas condições, e árvores frondosas dispostas ao fundo do gol:

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

É sem dúvida um estádio que poderia estar recebendo jogos nos dias atuais…

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa
Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Os bancos de reserva num visual old school, trazendo de volta na nossa memória uma época em que o futebol tinha uma outra atmosfera… Imagina como foi celebrar a conquista de 1949…

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Mais uma vez, fica o sentimento de orgulho em poder registrar um estádio que já foi utilizado por várias vezes em disputas oficiais da Federação Paulista.

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

As arquibancadas de cimento estão ali… Prontas para receber a torcida novamente!

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Tantos times que passaram por aí… Linense, Rio Preto, Noroeste, Bauru, Internacional de Limeira, Prudentina, Ferroviária de Botucatu, São Paulo de Araçatuba, América de S. José do Rio Preto, Corinthians de Pres. Prudente, Bandeirante de Birigui, XV de Jaú, São Manuelense…

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Além de toda a história, é uma vista linda…

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa
Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Uma curiosidade bem diferente é que enquanto eu estava lé no alto da arquibancada fotografando, ouvi uns barulhos estranhos, parecia que tinha alguém morando nas cabines de imprensa e ….

Urubua no Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

https://www.youtube.com/embed/pnSvR–cS8c Assim, chegamos ao fim de mais uma aventura futeboleira, que nos levou a esse lindo estádio!

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Fica nossa torcida para que espaços como esse sejam cada dia mais valorizados pelas pessoas e quem sabe eternizados como lembrança de um tempo que não deve voltar mais…

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Demos a volta no quarteirão do estádio e voltamos para a estrada, rumo à Mirassol.

Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa
Estádio Municipal Leonildo João Birolli - Uchoa

Em companhia do Guaraná Jaboti, incrível sabor! (sei que parece, mas não, não é um merchandising, a menos que alguém do Jaboti queira nos patrocinar)

Guaraná Jaboti

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Estádios do Noroeste Paulista – Parte 3: Pindorama

Brasão da cidade de Pindorama
Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Dando sequência à nossa viagem pelos estádios da região noroeste de São Paulo, agora é hora de dividir com você um pouco da nossa experiência na cidade de Pindorama, mais um belo lugar do interior, onde o tempo ainda anda um pouco mais devagar…

Pindorama

Pindorama é uma palavra Tupi, que significa “terras das palmeiras”, e era também o nome dado ao Brasil pelos índios tupis.

A cidade possui cerca de 15 mil habitantes e ainda tem ruas com poucos carros, muitas árvores e residências com cadeiras nas ruas…

Pindorama

Em Pindorama, a arquitetura do início do século passado ainda está de pé, misturando-se ao dia a dia da cidade e das pessoas, juntando passado e futuro nas mesmas ruas…

Pindorama

Sem dúvida a padaria ficou muito mais charmosa do que as que vemos nos grandes centros urbanos…

Pindorama

E, claro, a igreja matriz e a praça no centro da cidade!

Pindorama

Mas, nosso objetivo era conhecer o Estádio onde o time local, o Pindorama E.C. mandava seus jogos.

O time foi fundado em 2 de março de 1939 e nos anos 40 participou do Campeonato do Interior.

Disputou ainda duas edições do campeonato paulista da segunda divisão (em 1958 e 1959).

E o campo em que o Pindorama E.C. mandava seus jogos é o Estádio Municipal Rufino Rodrigues e após poucos minutos de procura, lá estávamos nós, pra conferir como ficou a reforma feita em 2011!

Estádio Municipal Rufino Rodrigues

A frente do estádio sofreu muitas modificações desde sua inauguração, mas segue muito bacana e imponente.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama
Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

O estádio fica na região central da cidade, especificamente na rua…

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

É mais uma importante marca para o nosso blog. Um estádio histórico, que ja chegou a abrigar uma final da terceira divisão (em 1958, Expresso São Carlos e Monte Aprazível disputaram a final e após uma vitória de cada time nos dois primeiros jogos, o time de São Carlos sagrou-se campeão ao derrotar por 3 a 2 o time de Monte Aprazível, no Estádio Rufino Rodrigues, campo neutro para os dois times).

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Mas o estádio estava fechado e para conseguir entrar, tivemos que dar uma pequena volta, passando pela “cancha de bocha” (esporte predileto do amigo Betão, de Mauá).

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

E lá vamos nós a mais um estádio perdido do interior paulista!

O gramado segue muito bem cuidado, para as equipes amadoras que seguem jogando no estádio.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

A cidade ao fundo ainda é 100% horizontal. Nenhum prédio ao fundo, imagine isso daqui alguns anos ou décadas…

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

E o estádio possui iluminação, mas pelo que ouvimos dos cidadãos, poucos jogos foram disputados a noite.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Aliás, ouvir as histórias dos moradores mais antigos sobre o futebol nos anos 30, 40, 50 e 60 é um presente único… Por exemplo, soubemos que embora o time tenha se aventurado no profissionalismo somente no fim dos anos 50, os times da década de 40 eram considerados imbatíveis na região, onde rivalizavam com times das cidades vizinhas como Catinguá,  Catanduva, Ariranha e Santa Adélia.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

E as torcidas vizinhas compareciam e lotavam as arquibancadas do estádio, em um misto de rivalidade e amizade.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Um detalhe curioso, e provavelmente único do estádio é essa “arquibancada especial” ao fundo do gol.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Vale ressaltar, que em 2011, a então prefeita de Pindorama,  Maria Inês Bertino Miyada, assinou convênio de R$ 180 mil com a Secretaria Estadual de Economia e Planejamento (SEPLAN), para reforma do Estádio Municipal “Rufino Rodrigues” e segundo o pessoal que conversou com a gente, as obras se concentraram nas arquibancadas e na entrada do estádio.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama
Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

O goleiro pode contar com a sombra das árvores pra dar uma refrescada caso o jogo fique muito quente.

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

O banco de reservas também…

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Tantas ofertas de descanso e tranquilidade trazem ao estádio mais do que times e torcedores…

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Eu, saudosista desde que me conheço, fiquei pensando nos times que passaram por ali em 1958: Barretos, Francana, Rio Preto, Taquaritinga, Catanduva EC, Batatais, Jaboticabal, Fortaleza (Barretos), Tanabi e GE Monte Aprazível.

Muitos desses times também não existem mais, outros mudaram de nome e outros seguem nessa luta cultural até os dias de hoje. Mas pensar que há quase 60 anos, eles já disputavam partidas nesse campo, é demais!! O único problema pro Pindorama é que o time terminou em penúltimo lugar nessa chave.

Em 1959, foi a vez de enfrentar o Batatais, Catanduva EC , Barretos, Francana, Internacional de Bebedouro, Taquaritinga, Fortaleza (Barretos), Jaboticabal, e o Nevense. Dessa vez, o Pindorama ficou em último…

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Mas, como eu sempre digo, mais do que resultados, o que importa é história.

Claro que é sempre melhor uma história vitoriosa, mas imagine quantos escanteios já devem ter sido batidos nesse canto?

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

Desejamos com toda a nossa força que os portões do estádio estejam sempre abertos e quem sabe para um dia voltar a uma competição profissional?

Estádio Municipal Rufino Rodrigues - Pindorama

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Estádios do Noroeste Paulista – Parte 2: Taquaritinga

Brasão de Taquaritinga

Taquaritinga

Dando sequência à nossa turnê de inverno de estádios, partimos para Taquaritinga, mais uma linda cidade do interior, à beira da Rodovia Washington Luiz, depois da cidade de Matão.

Possui uma população de aproximadamente 54 mil pessoas, com uma economia que gira em torno do agronegócio.

Taquaritinga

Um ilustre morador nos chamou a atenção logo na chegada à cidade…

Gavião Carcará

A cidade possui uma paixão no esporte: o Clube Atlético Taquaritinga, fundado em 1942 e que infelizmente encontra-se licenciado desde 2014. Já escrevemos sobre o time e sua camisa, quem quiser, pode ler mais aqui.

Distintivo do Clube Atlético Taquaritinga

E não muito distante da estrada, encontramos o Estádio Dr Adail Nunes da Silva, ou simplesmente “Taquarão”.

Estádio Municipal Adail Nunes da Silva, o "Taquarão" - Casa do CA Taquaritinga

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

O Taquarão está localizado na avenida João Periassinotti e é sem dúvida um dos campos com a história mais bacana do futebol paulista.

Estádio Municipal Adail Nunes da Silva, o "Taquarão" - Casa do CA Taquaritinga

Tentei resumir essa história nesse vídeo…

Pra quem não quer me assistir ou ouvir falando, a história é a seguinte, em 1982, o CAT conseguiu o acesso à “Primeira Divisão” do Campeonato Paulista do ano seguinte, com o time abaixo: CAT campeão 82 Entretanto o estádio não possuía as condições exigidas pela Federação Paulista para abrigar jogos deste campeonato.

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

Com medo de uma possível exclusão do campeonato por não cumprir essas obrigações regulamentadas pelo estatuto da Federação, a população local se mobilizou, e em uma incrível prova de amor à cidade, ao clube e ao futebol, construiu em sistema de mutirão, um estádio para 35 mil pessoas em tempo recorde: três meses. O resultado você vê abaixo: Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga No jogo de abertura, um amistoso de força: Taquaritinga 2×5 Cruzeiro. O leão mostrava suas garras para a raposa, deixando claro que seria um time difícil de ser batido no paulistão. E as bancadas estão ali até hoje, resistindo a todos os problemas que o time e o próprio futebol passou.

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

O Paulista de 1983 foi inesquecível para time e torcida (com direito a recorde de público de 25.500 na vitória diante do Corinthians por 2×0). A campanha do time: CAT 1983 E olha o estádio naqueles dias…

Estadio Taquaritinga

Aqui, um registro do time de 1985: CAT 1985 Mas, para a Federação, só as bancadas ali, de pé não bastam e em junho de 2014, o estádio foi lacrado, impedindo o retorno do CAT ao futebol profissional, pela série B do campeonato paulista. O presidente do clube, Bento Previdelli não conseguiu os documentos que regularizassem as obras realizadas (laudo do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e da Polícia Militar, além da vistoria dos engenheiros da Federação), segundo ele, não houve empenho por parte da prefeitura, permitindo que o estádio fosse lacrado, com direito a multa caso o estádio fosse utilizado. Triste visão das bancadas agora vazias…

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

Tantas histórias, sentimentos, emoções… Tudo mais uma vez paralisado, no mínimo até 2016… Lembrando que o time até 2010, estava na série A2.

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

As seguintes quedas do time prejudicaram na atração dos torcedores nos últimos anos, e agora os anos “paralisados” parecem perder cada vez mais a conexão com a cidade…

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

E dessa vez, não houve comoção entre a população, não houve mutirão, nem grandes apoios…

Os últimos torcedores do time sofreram calados…

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

Será que conseguiremos voltar em 2016 para enfim assistir um jogo do CAT?

Estádio Municipal Adail Nunes da Silva, o "Taquarão" - Casa do CA Taquaritinga

 Até quando as portas do Taquarão estarão fechadas?

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

Estou sem ver o meu time, o Santo André, há alguns meses e sei como tenho sofrido. Mais do que isso, sei o que é imaginar que não estarei acompanhando o Ramalhão até o início da série A2 do ano que vem (com exceção do sub 20…). Fico imaginando a dor que os torcedores locais tem sentido ao passar em frente ao estádio e vê-lo assim, fechado…

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

A nossa parte está aí. Registrando em imagens, palavras e sentimentos a realidade do Taquarão… Será que ainda há o espírito do leão presente no coração e mente das pessoas da cidade? A mesma cidade que fez o milagre acontecer em 1983? Será só culpa dos dirigentes e políticos da região? Ou a população também deixou essa tragédia acontecer?

Ainda no momento a cidade não passe por um boom imobiliário tão forte quando outras cidades, não custa lembrar que várias outras cidades estão passando por um processo de demolição e venda dos estádios para a construção de novos empreendimentos habitacionais…

Ou seja… A morte do futebol do interior.

Torcedor, na real, estamos em guerra… Contra o sistema, contra o Estado, contra nós mesmos… Somos nós que vamos definir o futuro de nossas cidades. De que lado você está?

Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva - O Taquarão - Casa do CA Taquaritinga

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Enquanto isso, nós seguimos adiante, para a próxima cidade: Pindorama!

Rodovia Washington Luiz

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Estádios da Noroeste Paulista – Parte 1: Ibaté

Brasão de Ibaté

Ibaté

Nossa primeira parada nesse rolê de inverno, foi a cidade de Ibaté, que fica às margens da Washington Luiz, logo após São Carlos.

O nome significa “no cume” em Tupi e remete ao fato da cidade estar no alto de uma colina.

Com pouco mais de 33 mil habitantes, a cidade é  bastante arborizada e ainda mantém o aspecto interiorano de tranquilidade, com ruas largas e ainda pouco movimentadas. Para maiores informações, clique aqui e acesse o site da Prefeitura.

Ibaté

Não podíamos deixar de fotografar a praça central da cidade, onde encontra-se a igreja local e um pessoal que colocava o papo em dia embaixo das frondosas árvores.

Ibaté

A cidade possui vários monumentos, esse é uma obra de Adélio Sarro.

Monumento Ibaté - Adélio Sarro

O futebol ainda tem importância no dia a dia da cidade. Para se ter noção, entre os dias 11 e 18 de julho,teremos a Copa Pan-Americana de Futebol 2015, com delegações de 5 países: Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

Nossa missão em Ibaté era chegar até a antiga Usina da Serra e logo encontramos algumas placas indicando o caminho.

Usina da Serra

A Usina manteve um time que em 1986 chegou a disputar a terceira divisão. Falamos do G.R.E. Usina Açucareira Serra, ou simplesmente “Grêmio da Serra”, do distintivo abaixo:

O Grêmio mandava seus jogos no estádio da própria usina, ou seja, para chegar até lá, tínhamos que chegar até a sede, e assim fizemos, porém, agora a Usina pertence à Raizen e eles não permitem fotografar a sede, então, segue essa foto da estrada onde pode se ver um pouco da usina…

Usina Raizen

Ao chegar lá, fomos informados que, para nossa sorte, poderíamos fotografar o estádio porque ele se localiza no lado externo da Usina, e para chegar lá, basta pegar aquela estradinha de terra ali. Detalhe, havia chovido bastante nos dias anteriores…

Usina Açucareira da Serra - Raizen

Chegando no posto de gasolina, vire à esquerda e pronto…

Usina Açucareira da Serra - Raizen

Lá vamos nós para o primeiro estádio desse rolê!

O Estádio atualmente serve aos funcionários da Usina, e embora mantenha a arquibancada ao fundo, o gramado já não é mais o mesmo de outrora.

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

O grande momento do estádio foi em 1986, quando o Grêmio disputou a terceira divisão do Campeonato Paulista, ao lado de equipes como Palmeiras (Santa Cruz das Palmeiras), Vargeana (Vargem Grande do Sul), Sanjoanense (São João da Boa Vista), União (Tambaú), Santa-Ritense (Santa Rita do Passa Quatro), Descalvadense (Descalvado), Estrela da Bela Vista (São Carlos), Botafogo (Barra Bonita) e Pirassununguense.

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Ao lado do campo é possível ver um pedaço da mata que outrora deve ter sido maior e que atualmente ocupa uma área pequena, dando espaço cada vez maior à cana.

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Os vestiários e demais espaços também seguem muito bem cuidados.

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Sem dúvida, ficamos muito contentes em poder registrar imagens de um estádio que está na história do futebol paulista e que provavelmente jamais verá uma disputa profissional novamente.

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

No caminho para o estádio, paramos em um posto para perguntar o caminho da usina e ouvimos uma história muito doida de um senhor que trabalhou lá.

Ele disse que várias vezes, quando passou a noite ali por perto, ouviu ruídos como se alguém estivesse assistindo o jogo e  gritando com os jogadores. Segundo ele conta, seriam gritos de um ex treinador que trabalhava na usina e morreu em um acidente. Confesso que de noite deve dar muito medo estar por ali…

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Com a missão concluída, e com sucesso, fizemos uma foto  que mostra uma visão mais completa do Estádio, a arquibancada, que fica à esquerda da imagem abaixo, comporta cerca de 2 mil pessoas:

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Um gol em dose dupla! Um campo que nunca estivemos antes e além disso, de um time que surgiu e desapareceu como mágica…

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

Ao mesmo tempo em que ficamos contentes e orgulhosos por mais esse registro histórico, fica certa tristeza ao imaginar que estádios como esse e times como esse dificilmente voltarão a enfrentar clubes por uma competição oficial, enchendo de orgulho sua cidade e população, ou no caso, os trabalhadores da Usina.

Estádio da Usina Açucareira da Serra - Grêmio da Serra

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147- Camisa do Tupi F.C. – MG

A 147a camisa volta a falar do rico futebol mineiro!

Foi presente do leitor e amigo Gustavo Vidal, que tem muito em comum comigo. O cara também é louco pelo futebol argentino e o time dele foi parceiro do meu caindo da série C para a série D do brasileiro, em 2012.

O time dele vem da cidade de Juiz de Fora, onde vivem mais de 500 mil pessoas e por onde corre o rio Paraibúna.

O dono da camisa é o Tupi F.C. e fica um abraço aos amigos que torcem pelo time, em especial, além do próprio Gustavo, ao Vitor Lima e o Tales (que me conseguiu algumas fotos).

A camisa deste ano foi feita pela Gsport (clique aqui para acessar a fanpage deles no facebook e comprar a camisa direto com eles), fornecedor de uniforme esportivo do Tupi. O time nasceu em 1912, como Tupi Foot-Ball Club, segundo alguns pesquisadores, por dissidentes do Tupynambás Futebol Clube, o rival local. O mascote do time é o Galo Carijó, homenagem a um de seus fundadores, Antônio Maria Júnior, conhecido como Carijó.
O time teve sua fase inicial marcada por amistosos e torneios locais, como a Taça Olinda de Andrade e o Torneio de Juiz de Fora.
Em 1931 veio a inauguração do estádio do Tupi, o Estádio Dr. Francisco de Salles Oliveira, ou apenas Salles Oliveira. Na época, o campo da equipe de Juiz de Fora era o maior e mais moderno de toda a Zona da Mata Mineira. Vale destacar a participação no Campeonato Mineiro de 1933. A competição foi encerrada prematuramente, e o time ocupava a segunda colocação (se considerarmos os pontos perdidos). Na ocasião, o time venceu o “Palestra Itália” (denominação do Cruzeiro, na época) por 4×3. Passou os anos 40 e 50 longe do Campeonato Mineiro. Só nos anos 60, que o time voltaria a fazer história conquistando campeonatos e montando bons times.
Logo em 1966, montou um dos melhores times de sua história, que acabou conhecido como “O fantasma do mineirão”, graças às vitórias sob os 3 times da capital (Atlético, América e Cruzeiro) em amistosos, após conquistar, de forma invicta, o segundo turno do campeonato municipal. No mesmo ano, disputou um torneio com Botafogo-RJ, Palmeiras e os três grandes de Belo Horizonte, terminando em primeiro lugar. Isso lhe rendeu um convite para ir jogar contra a seleção brasileira (de Pelé, Garrincha e cia), empatando em 1×1, em partida realizada em Caxambu – MG.
Em 1969, novamente participou do Campeonato Mineiro e permaneceu na primeira divisão até 1973. Em 1975, conquistou o Campeonato do Interior. Aqui, o time do fim dos anos 70. O time esteve presente em campeonatos durante toda a década de 80, com exceção de 1983. Em 1985 e 1987, foi campeão mineiro do interior. Essa foto, com Simão Saturnino (à esquerda) é de 1987: Esse é o time de 1989:
Percebeu na foto acima quem está segurando a bola? Adil! Mais um craque a vestir a camisa do Tupi! O acidente que interrompeu a carreira do atleta foi em uma estrada que liga Juiz de Fora a Ponte Nova. Nos anos 90, o time foi rebaixado em 1993, e a partir daí surge uma iniciativa de reunir os três clubes da cidade (Tupi, Tupynambás e Sport) formando a “Cooperativa Manchester de Futebol”. Inicialmente, a ideia deu certo, e a Cooperativa conseguiu o acesso à primeira divisão, já em 1994. Entretanto, no ano seguinte, a campanha foi decepcionante e o Manchester acabou rebaixado de volta à segunda divisão, acabando com a Cooperativa. Em 1997, pela série C, já na fase final, o clube precisava ganhar apenas um jogo para chegar à série B, porém perdeu os três últimos jogos. Assim, os anos 90 terminaram sem muita alegria para os torcedores de Juiz de Fora. Os anos 2000 começaram vendo o time vencer o Módulo II, a segunda divisão mineira, em 2001.
Em 2003, o Galo Carijó foi novamente Campeão do Interior, chegando em terceiro lugar no Campeonato Mineiro, conquistando uma vaga para a Copa do Brasil, em 2004, onde logo de cara enfrentou o Flamengo, que só seria eliminado na final pelo incrível Santo André! Outra contratação bombástica aconteceria em 2003: Muller. Pela série C, foi eliminado em um jogo tumultuado contra o Bragantino…

Em 2004, o Tupi seria novamente rebaixado para o Módulo II. O retorno se daria em 2006, ao ficar com o Vice Campeonato do módulo II, perdendo o título para o Rio Branco de Andradas. No mesmo ano, o time anuncia uma contratação polêmica! Romário no Tupi! Mas o baixinho teve uma passagem relâmpago, pelo time e segundo dizem “Treinou dois dias, foi para o JF Folia e depois foi embora”. Ao menos a presença do craque ajudou o marketing do clube! Em 2007, mais uma boa campanha, ficando em 4° lugar no estadual. Em 2008, novamente um ótimo Campeonato Mineiro, chegando no quadrangular final e novamente terminando em terceiro lugar. Foi novamente campeão da Taça Minas Gerais garantindo mais uma participação na Copa do Brasil e na série “D”, de 2009. Em 2011, nova conquista. Dessa vez, faturou a série D do brasileiro, subindo para a série C 2012. E, como eu disse lá no princípio, em 2012 o time foi rebaixado para a série D. Atualmente, manda as suas partidas no Estádio Municipal Radialista Mario Helênio, inaugurado em 1988 e que tem capacidade para 35 mil pessoas. Falando um pouco das torcidas, a Tribo Carijó é uma das que estão sempre presentes. Outras organizadas são a Império Alvinegro, a Tupinga e a Tupirados.
Mas, assim como no interior paulista, os torcedores comuns também são presença constante no estádio:

Pra quem curte hinos, esse é o do Tupi:

O time tem até um livro chamado “A saga dos Carijós”, lançado recentemente.

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