Dando sequência à nossa viagem pelos estádios da região noroeste de São Paulo, agora é hora de dividir com você um pouco da nossa experiência na cidade de Pindorama, mais um belo lugar do interior, onde o tempo ainda anda um pouco mais devagar…
Pindorama é uma palavra Tupi, que significa “terras das palmeiras”, e era também o nome dado ao Brasil pelos índios tupis.
A cidade possui cerca de 15 mil habitantes e ainda tem ruas com poucos carros, muitas árvores e residências com cadeiras nas ruas…
Em Pindorama, a arquitetura do início do século passado ainda está de pé, misturando-se ao dia a dia da cidade e das pessoas, juntando passado e futuro nas mesmas ruas…
Sem dúvida a padaria ficou muito mais charmosa do que as que vemos nos grandes centros urbanos…
E, claro, a igreja matriz e a praça no centro da cidade!
Mas, nosso objetivo era conhecer o Estádio onde o time local, o Pindorama E.C. mandava seus jogos.
O time foi fundado em 2 de março de 1939 e nos anos 40 participou do Campeonato do Interior.
Disputou ainda duas edições do campeonato paulista da segunda divisão (em 1958 e 1959).
E o campo em que o Pindorama E.C. mandava seus jogos é o Estádio Municipal Rufino Rodrigues e após poucos minutos de procura, lá estávamos nós, pra conferir como ficou a reforma feita em 2011!
A frente do estádio sofreu muitas modificações desde sua inauguração, mas segue muito bacana e imponente.
O estádio fica na região central da cidade, especificamente na rua…
É mais uma importante marca para o nosso blog. Um estádio histórico, que ja chegou a abrigar uma final da terceira divisão (em 1958, Expresso São Carlos e Monte Aprazível disputaram a final e após uma vitória de cada time nos dois primeiros jogos, o time de São Carlos sagrou-se campeão ao derrotar por 3 a 2 o time de Monte Aprazível, no Estádio Rufino Rodrigues, campo neutro para os dois times).
Mas o estádio estava fechado e para conseguir entrar, tivemos que dar uma pequena volta, passando pela “cancha de bocha” (esporte predileto do amigo Betão, de Mauá).
E lá vamos nós a mais um estádio perdido do interior paulista!
O gramado segue muito bem cuidado, para as equipes amadoras que seguem jogando no estádio.
A cidade ao fundo ainda é 100% horizontal. Nenhum prédio ao fundo, imagine isso daqui alguns anos ou décadas…
E o estádio possui iluminação, mas pelo que ouvimos dos cidadãos, poucos jogos foram disputados a noite.
Aliás, ouvir as histórias dos moradores mais antigos sobre o futebol nos anos 30, 40, 50 e 60 é um presente único… Por exemplo, soubemos que embora o time tenha se aventurado no profissionalismo somente no fim dos anos 50, os times da década de 40 eram considerados imbatíveis na região, onde rivalizavam com times das cidades vizinhas como Catinguá, Catanduva, Ariranha e Santa Adélia.
E as torcidas vizinhas compareciam e lotavam as arquibancadas do estádio, em um misto de rivalidade e amizade.
Um detalhe curioso, e provavelmente único do estádio é essa “arquibancada especial” ao fundo do gol.
Vale ressaltar, que em 2011, a então prefeita de Pindorama, Maria Inês Bertino Miyada, assinou convênio de R$ 180 mil com a Secretaria Estadual de Economia e Planejamento (SEPLAN), para reforma do Estádio Municipal “Rufino Rodrigues” e segundo o pessoal que conversou com a gente, as obras se concentraram nas arquibancadas e na entrada do estádio.
O goleiro pode contar com a sombra das árvores pra dar uma refrescada caso o jogo fique muito quente.
O banco de reservas também…
Tantas ofertas de descanso e tranquilidade trazem ao estádio mais do que times e torcedores…
Eu, saudosista desde que me conheço, fiquei pensando nos times que passaram por ali em 1958: Barretos, Francana, Rio Preto, Taquaritinga, Catanduva EC, Batatais, Jaboticabal, Fortaleza (Barretos), Tanabi e GE Monte Aprazível.
Muitos desses times também não existem mais, outros mudaram de nome e outros seguem nessa luta cultural até os dias de hoje. Mas pensar que há quase 60 anos, eles já disputavam partidas nesse campo, é demais!! O único problema pro Pindorama é que o time terminou em penúltimo lugar nessa chave.
Em 1959, foi a vez de enfrentar o Batatais, Catanduva EC , Barretos, Francana, Internacional de Bebedouro, Taquaritinga, Fortaleza (Barretos), Jaboticabal, e o Nevense. Dessa vez, o Pindorama ficou em último…
Mas, como eu sempre digo, mais do que resultados, o que importa é história.
Claro que é sempre melhor uma história vitoriosa, mas imagine quantos escanteios já devem ter sido batidos nesse canto?
Desejamos com toda a nossa força que os portões do estádio estejam sempre abertos e quem sabe para um dia voltar a uma competição profissional?