Nessa viagem eu trouxe algumas camisas, entre elas a do Sporting Cristal, e somente hoje, em pleno 2022, ao conhecer um “hincha” do time, me dei conta que nunca postei a camisa e a história deles aqui, então… Vamos lá!
O Club Sporting Cristal foi fundado em 13 de Dezembro de 1955, no distrito de Rímac, onde está o Cerro San Cristóbal.
O Rímac já tinha um time jogando o profissional: o Sporting Tabaco, fundado em 16 de novembro de 1926, por trabalhadores da estatal responsável pelo comércio de tabaco no país.
Mas o time passava por problemas econômicos e a cervejaria Backus y Johnston decidiu adotá-los como equipe, nascendo assim o “Sporting Cristal Backus”.
Cristal era a cerveja mais popular da Backus y Johnston e daí surgiu o nome do time. E logo na sua estreia, em 1956 veio o primeiro título nacional, com o time abaixo:
O time mudaria de nome, eliminando a palavra “Backus”, tornando-o apenas Club Sporting Cristal, como uma Associação Civil sem fins lucrativos. Na década de 60, vieram mais dois títulos nacionais em 61 e 68 (time abaixo).
Nos anos 70, foram mais três títulos, em 1970, 72 e 79 (o time abaixo):
A década de 80 trouxe outros três em 1980, 83 e 88.
Os anos 90 conseguiram ser ainda melhor, com 4 canecos nacionais em 1991, 94, 95 e 96.
Além disso, o time fez história ao disputar a final da Copa Libertadores da América daquele ano.
Nos anos 2000, conquistou os títulos nacionais em 2002 e 2005, quando a Associação Civil Cristal (parte social do clube) transformou-se na sociedade anônima “Club Sporting Cristal S.A.C.”
Na década de 2010, vieram conquistas em 2012, 14, 16 e 18.
E começou a década de 2020 sagrando-se campeão já no primeiro ano da década.
O time possui duas grandes torcidas organizadas, a “Extremo Celeste”:
E a “Fuerza Oriente”.
O time manda seus jogos no Estádio Alberto Gallardo. Fundado sob o nome de Estádio San Martin de Porres.
Tem capacidade para 20 mil torcedores.
Os jogos de alto risco são jogados no Estádio Nacional José Diaz.
Como temos fotos pra caramba, neste post vou me limitar a falar sobre a cidade de Lima e a relação com o futebol dos “limeños”.
Lima é uma cidade grande e por isso possui um cenário cheio de contrastes sociais, culturais e até geográficos. Ficamos num bairro bastante plano e próximo do litoral, chamado “Miraflores”. Ideal pra quem gosta de caminhar.
E foi caminhando pelo bairro que percebi que tivemos a sorte de pegar justo a época em que acontecia a feira de livros de Lima, assim pude comprar várias coisas a preços promocionais!
Comprei alguns quadrinhos falando sobre a ditadura militar no Perú e os conflitos entre o Sendero Luminoso e o governo, além de algumas coisas sobre futebol (Los intimos de la victória) e uma versão das origens de Peter Pan.
Embora seja uma cidade litorânea, eles praticamente não tem praia, ao menos não como nós brasileiros estamos acostumados. Primeiro porque a praia fica sempre na encosta do morro por onde está a cidade, segundo porque faz pouco calor por lá e terceiro porque não tem aquela amigável faixa de areia pra abrigar os guarda sois e os “farofeiros”.
Mas se não tem praia, tem ótima comida! Lima é considerada uma capital gastronômica. São várias opções e é tranquilo para os vegetarianos, como a gente! Independente do que se coma, vale a pena experimentar a Inka Cola, como acompanhamento, refrigerante local que bate a Coca Cola nas vendas.
Uma característica loca, facilmente percebida são os veículos antigos pelas ruas. Embora o Perú esteja em pleno desenvolvimento, passando por uma fase que iniciamos no Brasil na década passada, os carros que circulam pela capital são bem “usados”, o que me agrada bastante, afinal, pra mim, carro é pra se usar.
E não são só os carros pequenos, tem ônibus e vans que parecem saídos de um Museu.
Mas o Perú chama a atenção pelo turismo ligado à história e na própria capital, você consegue encontrar ruínas interessantes de serem visitadas, como Pachacamac.
Ah, e não tem como deixar de conhecer o centro histórico da cidade, onde se pode ver muito da arquitetura antiga, ainda preservada!
Há muita relação entre a religião e a história do país, no centro de Lima, um bom exemplo é a Basílica e Convento de São Francisco.
Além da arquitetura e da religiosidade, é possível visitar, no subsolo da igreja as catacumbas da cidade, onde ainda estão guardadas as ossadas de mais de 10 mil pessoas. Apavorante, claustrofóbico e…. Nada de fotos. Não é permitido.
Para os que gostam de cerveja, as principais marcas locais são a Cristal e a Cusquena.
Aproveitamos para conhecer rapidamente um pouco sobre a cena punk local. Infelizmente tínhamos pouco tempo, mas deu pra pegar alguns cds.
Destaque para a banda “Leuzemia“, da década de 80 que segue até os dias de hoje como importante ícone do underground local.
Mas, na nossa opinião, o melhor jeito de conhecer uma cidade em poucos dias é caminhando por ela. E foi o que fizemos.
Andar pela cidade faz a gente conhecer as pequenas coisas e conhecer o dia a dia das pessoas, o que inclui uma pipoquinha na rua!
Pequenas coisas diferentes do nosso país sempre me chamam a atenção, como por exemplo, os hidrantes!
Mas… Esse blog é sobre futebol. E vamos falar do futebol local.
O povo latino é um povo apaixonado e os peruanos não poderiam ser diferentes. Assim, os torcedores das equipes locais são bastante fanáticos pelos seus times. Prova disso é que na noite da nossa chegada houve uma festa em comemoração aos 25 anos da Barra Brava do Alianza Lima que reuniu mais de 10 mil pessoas. Esse foi o convite:
Consegui ainda trazer um copo, comemorativo da festa.
Falando sobre o Alianza Lima, fomos até o Estádio deles, conhecer um pouco o lugar.
O Estádio chama-se “Alejandro Villanueva“, mas é também conhecido como Matute, nome do bairro onde está instalado. O bairro já foi mais perigoso, hoje é mais tranquilo.
De fora, não dá pra perceber a grandeza do projeto, aliás, o endereço é no meio do bairro, não fica isolado como alguns estádios.
Ainda que não tivesse nenhum jogo, conseguimos adentrar para conhecer a casa do Alianza!
Vem com a gente!
Mais uma vez, meu pai esteve junto, conhecendo mais um templo do futebol!
A história do Estádio começou em 1951, ano do cinquentenário do clube, com a doação do terreno, mas devido a problemas financeiros, demorou a se concretizar este sonho.
O Estádio é grande. Arquibancadas por todos os lados!
Embora fique pequena, fiz uma foto panorâmica para ter uma ideia do projeto como um todo:
Mesmo pra quem não gosta de futebol, imagino que valha a pena a visita ao estádio. É sem dúvida um ponto turístico da cidade.
Ainda que o terreno fosse doado na década de 50, somente em 1966, se iniciou a construção do campo, mas mesmo assim sofreu paralizações e só no início dos anos 70 ele foi realmente entregue, com o nome Estádio Alianza Lima.
Só décadas depois tornaria-se o “Estádio Alejandro Villanueva“. A partida inaugural ocorreu em 1974, entre Alianza e Nacional (Uruguai), um empate de 2×2. Atualmente recebe partidas nacionais e internacionais.
Mais um estádio visitado, é hora de correr para o próximo, desta vez, o Estádio Nacional.
Adesivos do time enfeitavam boa parte dos carros das redondezas…
Uma última olhada e hora de dar tchau à casa do Alianza…
Em menos de 10 minutos estávamos em frente ao Estádio Nacional José Diaz.
Esse foi o taxista que nos levou. O cara foi muito gente fina e a viagem saiu bem barata (mais ou menos uns R$ 20, sendo que rodamos por mais de uma hora pela cidade).
Confesso que esse tipo de estádio todo imponente não me agrada mais. É lá onde a seleção peruana manda a maior parte dos seus jogos. Para piorar, no dia ia rolar um evento religioso e não pudemos entrar em campo.
O estádio passou por uma reforma recentemente e desde então ganhou esse ar de moderninho…
Os poucos dias passaram rápido e logo me vi do aeroporto novamente… Hora de irmos para Cuzco.
E olha a surpresa boleira aí! Em pleno aeroporto cruzamos com o time do Universitário que estava a caminho de Cuzco para jogar o clássico com o Cienciano!
Os caras não estavam pra muito papo, devido aos problemas financeiros pelos quais o clube está passando. Resumindo a história, não recebiam há meses e ameaçaram até fazer greve pelo campeonato nacional.
De qualquer forma, é legal estar próximo assim de um grande time, principalmente porque não houve tempo para conhecermos o estádio deles.
Ah, já ia me esquecendo. Comprei umas piratinhas pelo centro (R$ 15 cada hehehe, vale ou não a pena?). Em breve escrevo sobre as camisas do León de Huánuco e do Sporting Cristal.
Aproveitei bastante a cidade. Recomendo Lima pra quem gosta de um turismo mais urbano, boleiro e cultural. Pra quem curte mais natureza e história, Cuzco, nosso destino seguinte é a pedida ideal… Se liga nas cordilheiras: