O Estádio Arnaldo Borba de Moraes e o futebol em Ipaussu

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu, no Mato Grosso do Sul. Entre as centenas de quilômetros percorridos, registramos 20 estádios que receberam partidas profissionais e amadoras em diferentes cidades.

Depois de registrar o Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo, o Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju e o Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos, é a vez de contar nossas aventuras por Ipaussu para registrar o Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes.

Sempre ouvi meu irmão, Marcel, falar sobre as “praias de rio” de Ipaussu, como sendo as mais lindas do estado, e estava animado para enfim conhecer a cidade.

A região possui no rio Paranapanema seu maior atrativo, que também deve ter impulsionado a população indígena nos séculos anteriores à chegada dos Portugueses. Ali, até o século XIX, haviam aldeias dos chamados “coroados” (os kaingangs).

O “desaparecimento” dos indígenas se deu com a chegada dos europeus, ocupando as terras e estabelecendo o novo povoado, que daria origem à Ipaussu. E mais uma vez, a chegada da Estrada de Ferro (1908) deu grande apoio para o desenvolvimento local. A foto da estação é do mágico site Estações Ferroviárias.

Para decepção do meu irmão, não foi dessa vez que fomos conhecer a praia, mas acabei dando uma pesquisada pra ver umas imagens. Caso você queira ver mais, acesse o site da prefeitura de Ipaussu e conheça o incrível camping pra passar um tempo lá!

Atualmente, quase 14 mil pessoas vivem em Ipaussu, e embora não exista nenhum time disputando os campeonatos profissionais, a cidade possui um lindo espaço para o futebol: o Estádio Arnaldo Borba de Moraes.

Dando uma olhada em uma visita que o pessoal do Jogos Perdidos fez até Ipaussu, encontrei o antigo (e na minha opinião, muito mais charmoso) pórtico de entrada:

Após conferir essa suntuosa entrada, fomos conferir a parte interna do Estádio.

Assim como vimos no Estádio do Clube Ferroviário de Bernardino de Campos, olha aí os trilhos da extinta estrada de ferro sendo usados para segurar os alambrados:

Aqui, o meio campo (lá ao fundo a estrada que liga a cidade à Raposo Tavares):

O gol da esquerda:

Veja como logo após o gol já existe uma casa, impossibilitando qualquer ampliação daquela área.

E o gol da direita, com uma bela caixa d’água aparecendo lá ao fundo:

A arquibancada coberta é simples, mas dá uma beleza única ao Estádio Arnaldo Borba de Moraes.

Encontrei uma foto da banda da cidade posando na arquibancada em 1956, olha como era diferente:

Ali, ao fundo, no muro dos vestiários, percebe-se a sigla do clube que por anos defendeu (e pelo visto, ainda defende) as cores e o nome da cidade: o Clube Atlético Ipauçuense.

O Clube Atlético Ipauçuense foi fundado em 25 de março de 1938.

O time começou disputando amistosos e campeonatos amadores. A partir de 1944, o CA Ipauçuense passa a disputar o Campeonato do Interior.

Em 1949, o São Paulo FC foi até Ipauçu para um amistoso e venceu por 3×0.

E o CA Ipauçuense seguiu na disputa do Campeonato do Interior daquele ano goleando o CA Ourinhense.

Em 1956, a Gazeta Esportiva trouxe um especial sobre o time e o título da região:

Em 1957, o CA Ipauçuense dá um passo ousado e passa a disputar o futebol profissional e faz uma ótima estreia, terminando a primeira fase em primeiro lugar!

Ainda que não tenha sido campeão, o CA Ipauçuense termina o campeonato de maneira honrosa.

Encontrei algumas fotos supostamente do time que disputou a terceira divisão em 1957:

E essa que registra a “excursão” daquele ano até Monte Aprazível de avião!

Ainda em 57, o Corinthians jogou um amistoso em Ipaussu e perdeu por 7×0:

Em 1958, seu segundo campeonato e mais uma vez classificou-se para a segunda fase:

Porém nesse ano, sua participação na segunda foi bem pior…

O time se licenciou e voltou ao amador. Em 1959, empatou um amistoso com o Olaria do RJ.

Em 1966, uma nova tentativa de disputar o profissional, mas dessa vez sua participação foi muito abaixo do esperado e ali foi o fim do CA Ipauçuense no futebol profissional.

Aqui, uma imagem do time na década de 70:

O time de 1974:

Provavelmente uma criança que seja apaixonada por futebol no ano de 2022 jamais ouviu falar do nome do Clube Atlético Ipauçuense. E talvez não venha a ouvir jamais.
Porém, mesmo que os tempos atuais tentem esquecer o passado, cada foto, cada lembrança e principalmente, enquanto existirem esses estádios espalhados pelas cidades, toda essa história estará de pé.

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Role pelo oeste – Feriado de 15/11/22

A partir de hoje, começo a dividir os frutos do rolê que fizemos no feriado de 15 de novembro, em comemoração à proclamação da República. Mas antes disso, vale a pena lembrar como foi esse episódio da história brasileira, e nada melhor que o Peninha explicar para você:

Foram 4 dias de viagem, seguindo o seguinte roteiro:

Dia 1
Saímos de Santo André pela manhã e fomos até a cidade de Óleo, registrar o Estadio Municipal Tonico Lobeiro.
Depois, fomos para Pirajú, para finalmente registrar a parte interna do Estadio Municipal Giberto Moraes Lopes (veja aqui nossa última visita quando não conseguimos adentrar)
A próxima parada foi Bernardino de Campos para conhecer o Estádio Clube Ferroviário.
Sem desistir, rumamos a Ipaussu para fotografar o simpático Estádio Arnaldo Borba de Moraes e enfim, chegamos a Ourinhos.
Se quiser repetir o rolê, gastando uns 20 minutos em cada estádio e uma hora para almoçar, são necessárias umas 8 horas de viagem. Veja abaixo no mapa o percurso realizado:

Dia 2
Aproveitamos a manhã para curtir a cidade e registrar o Estádio Municipal Djalma Baia, vulgo “Monstrinho”. Com muita tristeza, fomos também conferir o abandono da parte social do Clube Atlético OurinhenseEstivemos por lá em 2010 e ainda tinha esperança da volta do time ao profissionalismo. Mas o campo segue funcionando e demos sorte de pegar um jogo do senior do CA Ourinhense.
Saímos de Ourinhos e fizemos uma parada em Ribeirão do sul para o registro do Estádio Romeirão.
A próxima parada também foi uma revisita gerada por um comentário no nosso vídeo feito em Palmital em 2010, que dizia que na verdade não havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego e sim o Estádio Miguel Assad Taraia. Isso me tirou o sono por anos já que eu nunca consegui ter certeza se havíamos errado mesmo. E a visita aos dois estádios comprovou que sim, havíamos visitado o Estádio Manoel Leão Rego.
Saímos de Palmital e aproveitei para rever a minha família que mora em Assis. Assim como meu pai, a turma toda é super ligada ao futebol citadino, seja por terem visto nascer o VOCEM literalmente na frente de casa (minha vó morava frenta à igreja do bairro Operário, onde vivia o Padre Aloísio Bellini, fundador do time), seja por causa da Ferroviária ou do Diesel (forte equipe amadora). Não deu tempo pra ouvir nem parte das histórias que eles têm pra contar, mas valeu o lanche e o reencontro com tias, tio, primos e todos!
Saímos de Assis com planos para tentar registrar melhor o Estádio Municipal Dr. Mário Marcondes dos Reis em Regente Feijó, mas a chuva acabou nos obrigando a mudar de ideia, de qualquer forma, já estivemos lá no passado, confira aqui.
Assim, rumamos direto à Presidente Epitácio, onde passamos a segunda noite na beirinha do rio Paraná. Caso você queira fazer este rolê, parando uns 20 minutos por estádio, vai precisar de umas 6 horas:

Dia 3
Jantamos um hamburguer vegetariano incrível e fomos descansar. Por volta de uma da manhã, fomos acordados por uma tremenda tempestade que prometia acabar com o mundo, mas… na manhã seguinte, tudo estava normal e pudemos aproveitar para registrar, ainda em Presidente Epitácio o Estádio Municipal Pirangueiro e curtir a orla do rio Paraná para pegar umas rochas, já que agora estou estudando Geografia.
Cruzamos os quase 3 km de ponte sobre o rio Paraná e adentramos em Mato Grosso do Sul, pelo distrito do porto XV de Novembro até chegar em Bataguassu, para registrar o Estádio Municipal “João Pereira de Souza”. Voltamos para Presidente Epitácio, onde almoçamos e seguimos viagem para Presidente Venceslau, registrar o Estádio José Francisco Abegão.
Na sequência, passamos por Santo Anastácio (onde nasceu o meu pai), para registrar a casa do FADA FC, o Estádio Municipal José Spaus da Silva.
Seguimos pela estrada até Presidente Bernardes, para registrar o Estádio Municipal Arthur Ramos, a casa da AA Bernardense.
Como iríamos dormir em Presidente Prudente e alguns anos atrás (veja aqui) já registramos os estádio de lá, deu tempo de fazer uma última parada no distrito de Álvares Machado e registrar o Estádio do Paulista.
Pra refazer esse rolê e dedicar 20 minutos para cada estádio, você precisará de umas 5 horas de dedicação.

O último dia foi o mais difícil… Primeiro porque já era hora de despedir da estrada, segundo porque a distância era longa, terceiro porque ainda tínhamos 5 estádios para visitar e quarto porque em sendo volta de feriado, pegaríamos trânsito na chegada a São Paulo. Tentando nos precaver, saímos as 7h30 de Presidente Prudente rumo a Indiana para registrar o atual Estádio Municipal Amadeu Poleto e também o que resta do Estádio Capitão Whitaker, antiga casa do CA Indiana.
A cidade vizinha era Martinópolis, e fomos registrar o Estádio Coronel João Bento Martins.
Próxima parada: o lindo Estádio Municipal João Boim, em João Ramalho.
Na sequência, registramos o Estádio Municipal de Quatá, na cidade vizinha.
Nosso último estádio foi o Estádio Municipal Clemente Alberto de Sousa, em Echaporã e confesso que foi a primeira vez que senti cansaço… A cidade não chegava, o sinal de GPS era ruim e haviam 2 caminhos possíveis, sendo que um eram quase 10km de estrada de terra. Fomos parar para almoçar em Pardinho. Estávamos quase escapando do trânsito mas um acidente em Jandira nos tomou quase 40 minutos a mais… Mas, por fim, chegamos a Santo André! Exaustos, mas plenos! Pra repetir essa parte da viagem, em condições normais, você precisará de 10 horas de dedicação… Aqui, apenas a parte do mapa que mostra os estádios visitados e o caminho até Assis (dali ainda são quase 500 km até chegarmos em casa:

Em breve começam os posts sobre cada estádio.

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